― Sakura?! ― Acordei assustada ao ouvir minha mãe me chamando ― Pegue ― disse ela ao me passar uma pequena caixa de isopor e uma Coca-Cola.

― O que é isso? ― Perguntei já abrindo a pequena caixa.

― Seu jantar ― Respondeu minha mãe olhando o sinal de aviso para que os passageiros continuassem com os cintos de segurança.

Olhei para o hambúrguer dentro da caixinha e ouvi minha mãe perguntar para a aeromoça sobre o sinal do cinto de segurança, quando a linda mulher respondeu com um sorriso amável

― Sinto muito, mas as vezes o piloto esquece o aviso do ligado.

Deixei de ouvir a conversa e me concentrei em meus pensamentos enquanto comia meu jantar silenciosamente.

Estava tentando entender o porquê de estarmos indo visitar a família da minha mãe, já que eles nunca mantiveram contato com ela.

Meu pai sempre me disse que é difícil, pois lá não tem internet, mas eles nunca mandaram uma carta se quer.

Eu sei que meu avô tem vergonha pelo fato de que minha mãe se casou com um humano, já que isso é considerado algo vergonhoso para eles, pois acreditam que são superiores a nossa raça, quero dizer “nossa raça” pois mesmo sendo filha de uma fairy com um humano, não tenho nenhuma habilidade, então sou considerada apenas humana, outra vergonha para meus avós.

Então por que essa reunião em família?

Estava nervosa, apesar de não querer admitir e se não gostassem de mim? Não que isso importasse claro.

Sempre pensei que fairies fossem amáveis, mas se tinham tanta vergonha de quem minha mãe se tornou, e ainda deserdaram minha mãe e nunca deram notícias, certamente não eram amáveis.

Estava com perdida em pensamentos quando minha mãe colocou a mão sobre meus ombros.

― Sakura? ― Olhei para ela percebendo que a mesma estava com um sorriso gentil nos lábios, certamente querendo me tranquilizar ― Não se preocupe tanto, é apenas um feriado, em menos de dois meses voltaremos, e sei que eles estão ansiosos para conhecer você querida.

Meu pai se sentou ao lada da minha mãe, ele parecia sério, não sabia se era pelo medo de estar em um avião, pois ele tem fobia ou se assim como eu ele também não queria ir para um lugar completamente diferente do que conhecemos. Apenas dei um sorriso fraco para minha mãe.

― Descanse Sakura ― Disse ela.

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 Arrastava a minha mala de rodinhas pelo jardim do castelo dos meus avós, eu contei que eles são donos de um castelo? Não?!

― Vamos passar pelo portal logo? ― Perguntei.

― Logo, logo Sakura ― Respondeu minha mãe impaciente.

Continuando, eles não são apenas donos de um castelo, mas possuem DOIS, um no nosso mundo normal, que é este que estou agora odiando por ter um jardim tão grande, e outro, que está do outro lado do um portal.

Observei minha mãe concentrar o chakra dela em uma árvore de cerejeira que se encontrava bem no meio do jardim, para mim isso não era estranho pois não era a primeira nem a segunda vez que minha mãe usava suas habilidades na minha frente, porém senti meu coração bater mais forte ao perceber que o vento arrancou todas as flores dos galhos e uma a uma, todas começaram a girar tomando a forma de um círculo com mais ou menos dois metros e meio de altura.

E de onde veio esse vento?!

― Vamos? ― Disse minha mãe com um sorriso nos lábios.

― Esse é o portal? ― Perguntei, sentindo o vento nos meus cabelos.

― Sim ― Meu pai respondeu ― É lindo não?

Vi minha mãe entrando no portal e desaparecendo logo em seguida, meu pai sorriu para mim e entrou também.

Eu estava assustada e encantada com o que via diante de meus olhos. Ignorando o medo eu entrei no portal.

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Querido? ― Perguntou a linda mulher que apesar de seus 65 anos continuava bela.

― Diga ― Respondeu o homem ao seu lado.

Ambos estavam no Jardim do castelo aguardando a chegada de sua filha mais velha que depois de tanto tempo voltaria para casa, mesmo que fosse apenas por uns meses.

Aika sabia que seu marido sentia saudade da filha mais nova, ainda que o mesmo não demostrasse.

― Você acha que ela desistiu? Estou preocupada, faz tanto tempo ― Suspirou a mulher.

Antes que Ichiro respondesse a pergunta feita por sua esposa, ambos perceberam o vento tocar a cerejeira e o portal ser aberto mais a frente deles. Aika, já se antecipando correu em direção ao portal e vendo sua filha a abraçou e chorou, Ichiro apenas observava a cena satisfeito.

Kizashi não demorou a passar pelo portal e ao ver seu sogro o comprimento com um aperto de mão e um sorriso que correspondido por Ichiro.

― Onde está minha neta? ― Perguntou Aika limpando as lágrimas do rosto.

Cadê a Sakura? ― Perguntou Mebuki ao marido.

― Ela estava bem a... ― Antes que Kizashi respondesse, Sakura apareceu pelo portal.

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Assim que passei pelo portal me deparei com minha mãe e uma senhora chorosa, meu pai e um idoso que parecia bastante satisfeito ao me ver, então logo me senti sem jeito por ser o centro das atenções naquele lugar.

― Como ela é linda ― Disse a idosa me observando, e o senhor que estava ao lado do meu pai concordou mexendo a cabeça.

Então eu corei.

― Comprimente seus avós Sakura ― Disse meu pai com um sorriso.

― É-É um prazer concebe-los, conhele-los, conhece-los! ― Falei morrendo de vergonha.

Todos soltaram uma sonora gargalhada, o que só fez com que meu rosto ficasse mais vermelho ainda.

Desde quando sou tão tímida assim? Mas antes que eu me desculpasse, minha avó me abraçou e me beijou, e assim que ela me soltou meu avô também me apertou em seus braços. Nunca esperava isso deles.

― Vamos entrar? Seu irmão está ansioso para te ver Mebuki― Disse meu avô.

― E temos que nos preparar para a viagem de amanhã ― Completou minha avó.

― E para onde vamos? ― Ouvi minha mãe perguntar.

― Ao castelo Uchiha claro. ― Respondeu minha avó.