Depois Do Fim escrita por brigadeiro de panela


Capítulo 7
capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



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Pov. - Katniss 

— ACORDA. 

É a primeira coisa que escuto. Abro rapidamente os olhos com o susto da voz grave. Me encolho mais nos braços de Peeta que me acolhe prontamente. 

— fique quieta - ele sussurra com a voz rouca de quem acabou de acorda no meu ouvido. 

— levanta filhos da puta. 

Sinto fortes chutes nas minhas canelas e tenho a leve impressão que também chutou as pernas do Peeta. Travo todo meu corpo, pois a dor que senti na cocha foi enorme. Contra minha vontade levanto e tento sair da barraca com ajuda do Peeta. Ele ponhe a mão em minha cintura me ajudado o tempo. 

— se apoia em mim. 

Aceno discretamente com a cabeça. E com seu auxilio finalmente saiu da barraca e me sinto aqueles seres das mitologias que lia nos livros antigos, eles era seres sobrenaturais chamados de vampiro que sugavam sangue diretamente do corpo humano ou animal, e são sensíveis a luz do dia, além de seres imortais, fortes e a quem diga que eles  tem certos poderes. 

A tarde começa a dar lugar para noite, e a temperatura abaixou alguns bons graus. No centro do acampamento estão todos os homens do grupo, e pela cara deles, as coisas não estão muito boa para mim e para o Peeta. 

— meus caros companheiros de estradas, como eu disse hoje mais cedo, o dia ia ser cheio afinal temos uma nova vadia e quem sabe um novo companheiro de luta. 

Diz o líder andando a nossa volta. Ele faz um sinal para que um dos rebeldes andem até nós com um pedaço de madeira nas mãos. Olho para o rosto do Peeta atrás de algum sinal de esperança que vamos conseguir fugir daqui, porém não consigo olhar em seus olhos, pois ele esta muito concentrado olhando para o rosto do líder. 

— em primeiro lugar, eu nunca, NUNCA, converso com alguém olhando em meus olhos, por tanto... 

E com uma pancada certeira na parte atrás do joelho caio no chão soltando um grito estridente não só pelo incomodo da pancada, mas pela dor na cocha. O homem faz o mesmo com o Peeta, a única diferença é que ele cai sem soltar nenhum ruído, até parece que ele não sentiu dor alguma e eu me pergunto se ele realmente sentiu alguma dor. 

— bom, agora vamos para o segundo passo que é as devidas apresentações. Eu me chamo T. 

"T"?  Quem em sã consciência se chama "T"? Ele olha pra gente esperando que nos apresente para ele, porém pelo aperto que o Peeta faz na minha mão, eu prefiro ficar em silêncio e espera que ele tome a iniciativa. 

— acho que é a hora que vocês falam seus nomes... - ele diz passado por trás da gente, e claro, suas mãos tomam vida e passam pelo meu pescoço e costas numa tentativa de carinho, eu acho. Mas a única coisa que sinto é nojo. Ele para na frente do Peeta e o encara seriamente, e lógico que o Peeta o encara de volta. 

— abusado você em moleque - ele puxa o pedaço de madeira das mãos do rebelde e bate com força no lado direito do Peeta, que novamente não deixa nenhum som sair da sua boca. Sua mão aperta mais forte a minha e eu retribui o aperto. 

— eu gosto dos abusados, é mais legal doma-los e além de serem mais leais ao bando em que vivem. Agora mais uma chance, olhem como eu estou legal - ele diz olhando para seu grupo que abrem um sorrisinho arrogante, como se tivessem gostado do que estão vendo - então vamos lá, qual é o nome de vocês? 

Nenhuma resposta. 

Mais uma pancada, dessa vez nas costas. 

A dor que o Peeta não demonstra, eu demonstro sem nenhum problema. 

— mais uma vez, qual é o nome de vocês? 

Nenhuma resposta. 

Mais uma pancada. 

— posso fazer isso o dia todo, vocês que decidem. 

Uma pergunta é feita novamente. Nenhuma resposta. Mais uma pancada. 

Sei que o Peeta está sentido dor, pois a cada nova pancada ele aperta mais forte minha mão, porém ele não deixa nenhum som sair pela sua boca. Acho que ele não quer parecer fraco pra eles. 

— última chance, se eu fosse vocês aproveitavam porque as consequência não podem ser tão boas. Então lá vai, qual é o nome de vocês? 

Responde PeetaResponde. 

Ele não respondeu. 

— Ok, vocês decidiram. Só não espero que se arrependam depoi... 

— Katniss e Peeta. 

Fecho os olhos depois de sussurra nossos nomes. 

— otw, sua delicinha não quer que você se machuque mais. Que fofo da parte dela. 

— não fale dela assim - ruge Peeta. 

— não tente comigo garoto, pois pode ter a plena certeza que eu vou ganha. 

"T" anda até um banco quebrado e se senta. Por um instante ele fica quieto, pensativo parece um daqueles predador que fica esperando a hora certa de atacar sua presa. 

— eu sou um cara muito bom Peeta. É serio. Eu sou um cara muito bom. Por isso eu vou lhe convidar para fazer parte do meu bando. Se fosse outras pessoas, pode ter a plena certeza que eu não daria essa chance, mas o problema é que eu gostei de você. Eu gostei dessa sua ousadia. 

Olho para Peeta, mas ele está novamente sem nenhuma expressão. É em uma hora dessas que eu queria ter conhecido o Peeta antes, porque ai eu já ia conseguir entender ele melhor, não ia ficar no escuro como estou agora. 

— você é um cara valente e não tem medo do perigo, e é isso que eu gosto e que eu estou procurando nos meus homens. Então porque você não se junta a mim? Nos dois juntos seremos imbatíveis. 

— e o que ia acontecer com ela? - Peeta pergunta. 

— não ligue pra isso, porque se você se importa com ela, ela vira seu ponto fraco e a última coisa que você precisa é de um calcanhar de Aquiles. 

— o que aconteceria com ela? 

— ok, se você quer realmente saber. Ela viraria a nossa vadia oficial, todos os homens poderiam fazer o que quiser com ela e claro que ela também seria a nossa escrava, faria comida e arrumaria as tendas e quando e se for realmente necessário limparia nossas roupas. Mas isso ia depender de quanto tempo ela aguentaria. Se ela for muito fraca, vai ser só nosso brinquedinho sexual, mas se ela for resistente... acho que vamos poder nos aproveita um pouco mais dela. 

Fechos meus olhos e aperto a mão do Peeta de acordo que vou ouvindo as besteiras ditas pelo líder. Eu prefiro morrer do que vira brinquedo sexual ou escrava. 

— isso nunca - diz Peeta. 

— em relação a ela você não tem escolha. Ela vai ficar com a gente e ponto final, só resta você escolhe se também quer se juntar ou não. 

— ela não vai virar puta de ninguém. 

— ah meu caro, ela vai sim e foi eu quem decidiu isso. 

Peeta encara ele como se pudesse mata-lo apenas com o olhar. Não sei se foi impressão minha, mas tenho quase toda certeza que vi o "T" e outros homens se encolherem com medo do Peeta. 

— se eu ficar, o Peeta pode ir embora sem que vocês tentem matar ele? 

Não sei de onde tirei coragem para pergunta isso, mas eu precisava. Não podia deixar o Peeta morre ou se juntar com esses vermes. Agora em relação a mim não tem problema, afinal de contas, eu já estou quase morrendo com essa perna. Do jeito que ela está é bem capaz deu pegar alguma infecção e assim ficar ainda mais fácil para mim pegar algum vírus, e ai eu finalmente vou morrer. 

— Katniss, não seja lou... 

— a gente pode conversa sobre isso - o "T" interrompe Peeta. 

— eu fico e o Peeta foge e vocês não vão fazer nada contra ele, é simples e todo mundo sai ganhando. 

— não vejo quais são as vantagens, afinal eu só ganharia mais uma boca pra alimenta. 

— simples, você ia ganha uma escrava que ia fazer tudo o que você quisesse. 

— e quais seriam a vantagens de vocês? - ele levanta e começa a andar em nossa direção. 

— continuar vivos? 

Saiu mais como uma pergunta do que uma afirmação e na verdade eu não sei se ficar vivo é realmente uma vantagem, pelo menos não nesse mundo. 

— você fara tudo o que eu quisesse sem reclama uma única vez? 

Aceno com a cabeça me arrependendo já me arrependendo. 

— ok, temos um acordo. 

O que? Ele aceitou? Tão fácil assim? 

— você pode ir. 

Ele aponta com o dedo um caminho para o Peeta, que invés de levantar e ir embora, continua de joelho do meu lado olhando pra mim como se eu fosse louca. E talvez eu seja realmente louca. 

— por que você fez isso? Por que você quer ficar aqui? 

— eu não quero ficar aqui, mas prefiro que seja eu que sofra nas mãos dele do que você - digo olhando no fundo dos seus olhos azuis. 

— katniss, sua perna. Não, você não pode ficar aqui, vai morrer rapidinho. 

— talvez seja melhor assim - sorriso em uma tentativa de tranquiliza-lo, mas acho que não deu muito certo. 

— não, eu não vou. 

— vai sim. Levante-se logo e siga sua vida - tento empurra-lo pra vê se ele levanta, mas ele nem ao menos se meche. 

— como eu posso viver sabendo que alguém morreu por mim. 

Não sei porque mais o fato dele ter tido isso de uma forma tão seca me magoou. 

— vamos garoto, deixa essa vadia e saia daqui, ou eu vou achar que no fundo você quer se juntar a mim. 

— nunca eu vou me juntar a você. 

— não é o que esta parecendo. 

Levo minhas mãos ate o rosto do Peeta e o puxo em minha direção. Talvez seja a última vez que eu veja e eu vou aproveitar para fazer o que desejo desde a primeira vez que o vi. Chego meu rosto mais perto do dele e com um leve toque beijo seus lábios. É o meu primeiro beijo. 

— vai por favor, eu vou morrer feliz se você tiver longe daqui. 

Meus olhos se enchem de lágrimas, mas eu seguro o máximo que posso. Nunca gostei que ninguém me vissem chorando e não vai ser na frente de um monte de marmanjo que eu vou chorar. 

Ainda me olhando nos olhos, Peeta se levanta e anda com dificuldade para o caminho que o T apontou. As cenas a seguir passam rápida demais para qualquer outra pessoa, mas para mim passa como se estivesse em câmera lenta. 

Peeta puxa o canivete que ele guardou no bolso do casaco e com o outro braço ele puxa T e o começa a enforca. 

— se derem um passo eu mato ele agora mesmo. 

Ele aperta mais o braço e coloca o canivete bem próximo do pescoço do T. Para não mostra que esta brincando, ele faz um pequeno corte bem perto da clavícula. Sinto uma sombra atrás de mim e já me preparo para me defender. Só que um grito me distrai, não só a mim, mas a sombra também. 

— eu disse que não eram pra mexer. 

Olho para Peeta, só ao ponto de velo jogando o corpo sem vida no chão. 

— vamos Katniss. 

Me levanto, mas o rebelde atrás de mim me segura. 

— vocês não podem ir - ele diz com os olhos levemente arregalados, olhando para o corpo do seu antigo líder. 

— posso saber porque não? - pergunta Peeta. 

— você matou o líder, quer dizer o ex-líder, então agora você se torna o novo líder do grupo. 

— como? - Peeta pergunta parecendo não entender o que o rebelde disse. Nem eu estou entendendo. 

— você é o nosso novo líder - ele disse já se ajoelhando e todos logo se ajoelham também. 

Olho para o Peeta a procura de alguma explicação, mas ele está tão perdido quanto eu. 

— viva ao novo líder. Viva ao novo líder. 

Não sei porque mais não me cheira bem...


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!
Beijos na bunda *-*