Depois Do Fim escrita por brigadeiro de panela


Capítulo 5
capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728567/chapter/5

Pov - Katniss

Faz exatamente dois dias que estou aqui. Dois dias desde que fugi da comunidade, sinceramente posso lhe afirma que foi a melhor coisa que já fiz.

Desde que eu e o Peeta conversamos naquela manhã, nunca mais tocamos no assunto. Mas isso não quer dizer que eu e ele não nos falamos mais, pelo contrário, ultimamente andamos conversando e se conhecendo cada vez mais.

Contei bastantes coisas da minha vida e de como era viver na comunidade. Ele me contou um pouco sobre sua vida e de como era viver aqui fora, do outro lado do muro, de como as coisas aconteciam e as "manhas" para se sobreviver aqui.

— ei – ele me chama.

Olho na sua direção e por um momento me esqueço até meu nome. O motivo é simples, Peta esta parada na porta do banheiro, só com uma calça marrom e botas pretas. Seu peitoral está exposto para mim, o que me faz babar ainda mais, principalmente quando vejo pequenas gotículas de água descer de seu cabelo e seguir caminho até as partes baixas.

— oi.

— eu deixei um balde de água pra você lá no banheiro. Se você economizar dá pra tomar belo banho.

— obrigada Peta, mas não precisava, não quero lhe dar mais incomodo.

Ele me lança um olhar que me faz encolher na mesma hora. Eu e ele já conversamos sobre minha estadia aqui, e eu disse que ele não precisava dividir suas coisas comigo, pois eu não queria lhe dar mais trabalho do que já estou dando.

— Katniss, a gente já conversou sobre isso.

— mas Peeta...

— não. Não diga mais nada, você sabe que eu estou certo, não vou deixar você ir lá fora atrás de comida do jeito que está toda ferida. O máximo que ia conseguir vai ser mais ferimentos.

Apesar de querer retrucar ele, sei que não vou ter argumento suficiente ao meu favor.

—bom, eu vou ter que sair.

— sair? Pra onde?

— não tenho mais mantimentos para nos dois e tenho que encontra algum remédio ou outra coisa pra não infeccionar isso aí - ele aponta para minha perna que desde a última noite começou a ficar roxa.

— você vai demorar?

Ele anda ate sua mochila jogada no chão e pega uma blusa preta que lhe cai perfeitamente bem, ainda mais com o seu sobretudo e o famoso pano que ele usa para cobrir seu rosto.

— não sei, só vou voltar quando tiver tudo o que preciso para nós.

Ele termina de vesti as luvas e começa a conferir suas armas, que consiste em duas facas grandes e bem afiadas, e um arco que ele logo ponhe nas costas.

Depois de verificar tudo que ele vai levar e precisar na caçada. Ele sai sem mais nem menos, batendo a porta me deixando sozinha naquele quarto. Mesmo com todo dor que estou sentido me levanto e vou até o banheiro, tomo meu banho usando a dica do Peeta de gastar pouca água, pois sei como é difícil achar essa preciosidade.

Depois de estar completamente limpa e com os ferimentos todos tratados, visto a minha roupa que esta limpa graças ao Peeta, que se deu ao trabalho de lava-la pra mim. Com o resto da água que sobrou do banho, lavo a blusa do Peeta que estava usando e deixo secando perto da janela. Arrumo rapidamente a cama e toda sujeira que fiz.

Olho em volta e procuro algo que esta fora do lugar, mas esta tudo no seu perfeito lugar. Nunca imaginei que mesmo depois de estar fora da comunidade eu ia continuar com as manias do trabalho de limpeza.

Ando mancando até a cozinha e pego uma lata de sopa, que não vai fazer falta para ele, mas pra mim sim. Quando o Peeta falou que do jeito que estou não conseguiria nada mais do que ferimentos, é a pura verdade e é por isso que vou garantir minha comida agora.

Devagarinho ando até a porta e por um momento penso se devo continuar com o meu plano, ou se devo desistir agora e deixar o destino decidir.

Katniss, você vai querer continuar dando trabalho para o Peeta? E você acha que ele ainda vai querer você aqui? É claro que não, você só esta aqui porque esta ferida. Quando já estiver melhor o suficiente ele vai te dar um pé na bunda— acusa minha mente.

Balanço minha cabeça e fecho a porta. Talvez eu esteja fazendo a coisa errado, ou não, mas é o que minha consciência me manda fazer.

Com toda dificuldade pra andar sigo em direção reta, não sei para onde ir, ou que devo fazer agora, mas sei de uma coisa que meu pai sempre dizia: "- minha filha, não importa o que aconteça, siga sempre em frente.".

E é isso que eu vou fazer, seguir em frente.

***

A noite chegou rápido, mais rápido do que eu esperava. O céu estava sem nenhuma estrela, o vento forte fazia eu me encolhe a cada vez que ele entreva pela janela do carro que eu estava.

Quando estava andando sem rumo, eu escutei um barulho de um carro e vozes de homens. Claro que estranhei o fato de alguém esta andando de carro, porque se para encontra água já é difícil imagina gasolina.

O desespero tomou conta de mim e eu cheguei a pensar que ali seria meu fim. E logico que me arrependi amargamente de ter saído do esconderijo do Peeta. A única saída que eu tinha era me esconder o mais rápido possível e ai foi onde eu vim para dentro desse carro antigo.

Não faço ideia de que horas são, mas sei que já não sinto mais minhas pernas e que meu estômago esta dando voltas dentro da minha barriga. Ate pensei em acender uma fogueira, mas logo desisti porque podia chama atenção e a única coisa que eu não queria agora é correr risco, pelo menos não quando estou ferida. Falando em ferida, o corte da bala esta mais roxo e eu não posso fazer nada quanto a isto.

— merda – alguém fala.

Meu corpo fica em alerta. Nenhum som é produzido por mim. Ponho minha mão na boca para abafar minha respiração.

— cadê você garota!

A voz fica mais próxima e meu desespero aumenta.

— vamos malandrinha, eu sei que você tá aqui.

Uma sombra passa por mim e eu me encolho mais. Se arrependimento matasse, eu estaria morta agora.

— vamos apareça sua vadia.

— estou aqui, bebê – uma voz já conhecida por mim fala. É o Peeta.

E rapidamente um grito abafado é ouvido. Contra minha vontade, minhas pernas tomam vida e eu já estou passando pela janela indo em direção de onde estavam vindas as vozes.

— Peeta.

Ele estava de costa para mim e por isso eu não conseguia ver o outro homem.

Ele se vira pra mim e posso ver sangue correndo da sua mão. Minha boca se abre em um perfeito "O". Ando paro o lado e vejo parte do corpo do homem caído no chão imóvel.

— Você não teve cuidado e ele te viu, só esperou a noite chega para vim atrás de você.

Não consigo fala nada. Estou em choque, paralisada. Nunca tinha visto alguém morto, principalmente tão perto e ainda mais esta com o assassino na minha frente.

— Katniss, acredito que você está em choque, mas acho que deixei claro para você que a vida fora daqueles muros não é fácil, vai ver gente morta, gente querendo matar os outros, ou você vai ver coisa pior, então tente se acostuma, ou é melhor volta para sua comunidade.

Olho para ele e tento entender o que ele esta falando, mas a única coisa que passa na minha cabeça é o sangue na sua mão e o corpo imóvel atrás dele.

Vejo seu corpo em alerta assim que passos são ouvidos perto de nós. Com o dedo ele faz um movimento para eu ficar em silêncio e seguir ele. Mas eu faço o contrario, ando em direção ao carro onde estava e entro novamente pela janela. Fico encolhida no banco de trás.

— afasta-se.

É a única coisa que o Peeta diz, antes de entrar pela janela também.

Vozes masculinas ficam cada vez mais altas e até luzes de lanterna eu consigo ver. Eu e Peeta continuamos em silêncio, não mexemos nem um músculo do corpo.

As horas passam e continuamos em silêncio, sem ser mexer. Já não consigo mais ouvir as vozes, mas mesmo assim ficamos no carro pra não correr risco.

— vou sair – Peeta diz quando o céu começa a calaria.

— não é melhor espera mais um pouco?

— não.

Ele sai e eu fico do mesmo jeito, não ousaria sair daqui até ter certeza que não tem mais ninguém lá fora. Os minutos passam e nada do Peeta voltar, mesmo com certo medo dele desde a cena da noite passada que não sai da minha cabeça, não consigo deixar de não me preocupar com ele.

Saio do carro também e ando na direção onde o Peeta matou o homem, só que sou pega de surpresa quando sinto mãos forte me segurando e me puxando para outro lugar que está cercado com vários homens, além do Peeta e do homem morto jogado de qualquer jeito jogado no chão.

— ora ora, não era que esse inútil tinha razão – ele diz enquanto da um chute no morto - você é uma delicia.

— chefe, parece que ganhamos o dia hoje, temos uma nova puta e um novo faz tudo.

E novamente o pânico toma conta de mim. Olho pra o Peeta que está sendo segurado por três homens e sua cara não tem nenhuma expressão, o que me alivia e me preocupa ao mesmo tempo.

Agora estou pensando se realmente fiz um bom negocio em sair da comunidade.

— traga ela pra cá – diz o homem que parece ser o líder – hoje o dia vai ser cheio...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até a próxima...
Beijos na bunda *-*