Destiny escrita por Ckyll


Capítulo 7
O que acontece na primeira noite do casamento.


Notas iniciais do capítulo

Hey amores

Boa leitura

Nos vemos nas nota finais.



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Aquilo não era nem de longe o que ela esperava. 

 

Em éons de vida a deusa da sabedoria jamais se dera ao trabalho de imaginar como seria o lar do deus dos mares, por motivos óbvios, ela tentava não perder os momentos preciosos de seu dia pensando naquela criatura marinha e seu covil. Se perguntassem como ela imaginava o palácio de Poseidon diria: Uma caverna, cheia de lodo e coisas que os mortais jogavam no mar, pois tinha certeza que ele roubava as oferendas que faziam aquela outra deusa do mar, Iemanjá. 

Porém, o palácio dele decididamente não era uma caverna, era reluzente e belo, gigantesco, talvez do tamanho da praça do Olimpo, pelo que ela podia ver. 

Poseidon como sempre exagerado. 

Sob a luz do luar que atravessava a água a deusa admirou o que viu, era uma edificação sólida, cercada por um jardim que misturava árvores da superfície e algas, haviam prédios menores ao redor do palácio, mas Atena não prestou atenção naquilo. As paredes claras pareciam lançar cores sob a luz fraca, por alguns momentos ela tentou compreender o que provocava aquilo, mas foi interrompida por uma voz a seu lado.

― Não pretende ficar aí a noite toda, não é?

Então ela se virou, e notou que sua mão ainda estava na dele, afastou-se como se tocasse algo muito quente e arrumou a postura.

― Estou apenas me preparando psicologicamente antes de entrar na casa dos horrores.

― Vamos logo, Atena. ― o deus tentou soar irritado, mas havia um leve riso em sua voz, tudo pela reação dela ao seu toque.

Poseidon a guiou até a entrada do palácio, os guardas, sereianos que não pareciam nenhum pouco amigáveis e com certeza não apareciam em filmes da Disney, observaram com desconfiança antes que o rei entrasse com a deusa a seu lado. Uma vez dento do palácio, o deus dos mares foi chamado por uma oceânide, e deixou Atena sozinha na gigantesca sala, tentando lidar calmamente com tudo o que via. Servos passavam apressados de um lado para o outro, a notícia da chegada do rei tinha se espalhado em segundos, e a deusa começou a se sentir verdadeiramente envergonhada com os olhares que eles lhe lançavam.

― Olá, a senhorita deve ser Atena. ― um tritão parou diante dela, era um senhor de sorriso sincero e olhar caloroso, ele parecia feliz por vê-la ali. ― Sou Sebastian, meu senhor pediu que lhe fizesse companhia enquanto ele se ausenta por alguns momentos.

― Olá, Sebastian. Aconteceu algo? ― a pergunta escapuliu antes que pudesse impedir, Atena não queria soar como alguém preocupada ou interessada sobre o que acontecia com Poseidon, decididamente não queria soar como uma esposa. Era curiosidade, ela tinha um lado que questionava tudo, precisava entender, saber, compartilhar. Um lado que, infelizmente, poucos conheciam.

― Apenas alguns relatórios dos generais e problemas do reino, nada demais. ― se notou algo na pergunta dela, Sebastian fingiu não perceber, e isso fez Atena gostar mais dele. ― Deseja que lhe mostre o palácio.

― Eu mesmo faço isso, Sebastian.

Os dois viraram para encarar Poseidon, o tritão assentiu e se afastou com uma reverência a ambos, e quando o deus se colocou a seu lado, Atena não pode deixar de perguntar:

― Contou a ele? Sobre a decisão de Zeus?

― Quer dizer: Sobre o nosso casamento? Não, não ainda.

Ela não gostou de como aquele “ainda” soou, mas sabia que era inevitável, uma hora ou outra todos iriam saber. Na verdade, Atena sabia que aquilo era algo do qual não podia fugir, ao menos não sem um bom plano, mas até o momento sua mente parecia entorpecida.

Aliás, foi nesse momento que o fato de estar respirando embaixo d’água realmente adentrou seus pensamentos. Era esperado, uma vez que sua mãe, Métis, era uma oceânide, que Atena tivesse a capacidade de respirar ali e tantas outras mais, algumas que ela tinha começado a desenvolver no passado, antes de tudo ir pelos ares.

Em silêncio começou a caminhar ao lado do deus, o que era bem estranho, pois imaginava que tivessem que nadar. Poseidon mostrou a ela cada parte do palácio, exceto uma, a ala leste. Não houve qualquer explicação de por que ele não quis leva-la ali, e a mente de Atena começou a criar milhares de teorias da conspiração.

Seria onde ele mantinha as amantes? Um lugar onde torturava virgens inocentes? Onde mantinha algo proibido e que o envergonharia? Quem sabe fosse parte de um plano para derrubar os deuses...

Entraram juntos em um quarto, que felizmente não tinha água, era grande e bem decorado, apesar da mobília escassa, como se quem o planejara estivesse pensando mais em praticidade. Havia uma grande cama com um lençol em tons claríssimos de azul, era como o céu num dia de primavera, e isso fez com que a deusa sentisse falta de seu lar.

Suas malas estavam ali, então Atena deduziu que aquele fosse seu quarto, mas quando Poseidon seguiu para a cama e se jogou ali, a deusa franziu o cenho.

― O que pensa que está fazendo?

― Estou descansando, Atena, foi um dia exaustivo, sabe? ― ele respondeu, prontamente enquanto se espreguiçava, a deusa jamais admitiria, mas seus olhos seguiram atentamente aquele movimento.

― Espere, você vai dormir aqui? ― ela não conseguia assimilar aquilo, não colaborava ele ficar se espreguiçando todo daquele jeito, afinal era um peixe ou um gato?

― Esse é meu quarto, Atena. Então é claro que vou dormir aqui. ― o tom dele, como se aquela fosse a coisa mais óbvia do mundo, fez a deusa corar. Então ela ficou enfurecida, muito enfurecida mesmo.

― Disse que não contou a seus servos que estamos... Casados. ― a última palavra demorou a sair, ela podia aceitar, ou quase, aquela situação, mas decididamente não dormiria com ele! ― Minhas malas estão aqui, e você acha que vou dormir a seu lado?!

― Ei, eu não planejei nada disso. Nem mesmo dei ordens que trouxessem suas malas para cá...

Ele não completou a frase, e não era necessário, pois Atena sabia o que se passava em sua mente.

― Afrodite. ― falaram em uníssono, e Atena quase podia imaginar a deusa do amor rindo na cidade dos deuses, ela realmente tinha titica de galinha dentro daquela cabeça.

― Certo, peça para que alguém leve minhas malas... Ou melhor, eu mesma levo. Não quero precisar de você para nada.

― Estranho, estamos nessa exatamente porque você precisa de mim. ― ele alfinetou e saiu da cama, enquanto Atena pegava as malas, que pareciam bem mais pesadas do que antes, Poseidon caminhou até a porta e tentou abrir.

Estava trancada.

― O que foi, peixe? Sua debilidade mental te impede de abrir uma simples porta?

― Está trancada.

― O que? Saia da frente. ― ela caminhou até o deus, arrastando as malas e largando sobre os pés de Poseidon. Tentou abrir, falar “abra-te sésamo”, quase arrombou, mas a porta não se moveu. ― Certo, eu vou aparatar.

― Teleportar, você não é um personagem de Harry Potter, por mais que queira. ― ele fez questão de lembrar, e se não estivesse tão irritada, Atena faria um biquinho. Qual era o problema em ela querer ser o Dumbledore?

― Que seja! ― ela fechou os olhos e se concentrou, idealizando o corredor onde estiveram minutos antes, mas seu corpo não se desfez em luz, nem ela desapareceu num passe de mágica. Quando abriu um olho deu de cara com Poseidon tentando não rir. ― Afrodite, eu vou arrancar seus cabelos, juro que vou!

― Atena. ― o deus dos mares conseguiu, com muito esforço, não rir da cena, e tentou manter uma expressão tranquila. ― Não adianta gritar e ameaçar Afrodite, ela não vai nos deixar sair, ao menos não hoje. Então, é atura ou surta.

― Eu me recuso a dividi a mesma cama que você, Poseidon.

― Ótimo, pode dormir na banheira, eu não me importo.

A deusa se afastou da porta, xingando Zeus e o mundo, sobrou até para os peixes que passavam pela janela do quarto. Poseidon sentou na cama, apreciando o momento, ele não tinha pensado que teria algo bom em perder sua liberdade e ser casado, contra sua vontade, com sua maior inimiga.

Agora, vendo Atena tão furiosa, ele sabia que poderia se divertir bastante.

Atena, por sua vez, seguiu para o banheiro, e embora a banheira fosse gigante, - já falei como Poseidon é exagerado? -, a deusa não tinha intenção de dormir ali. Precisou apenas de um banho para clarear sua mente, e esfriar o corpo, e apesar de quase ter surtado quando descobriu por que as malas estavam mais pesadas, vestiu a camisola mais decente que conseguiu e voltou ao quarto.

Encontrou Poseidon deitado na cama, ele estava de olhos fechados e um leve sorriso nos lábios, e Atena teve uma sensação de déjà-vu daquela cena. Quando notou a presença da deusa, ele abriu aqueles olhos incrivelmente verdes e arqueou a sobrancelha, como se estivesse se perguntando o porquê de ela estar parada ali.

― A banheira não é confortável o suficiente?

Aquilo fez Atena balançar a cabeça, como que por vingança, caminhou até a cama e deitou ali, enfiando-se sob o cobertor. Tentou ignorar a presença do deus a seu lado, Poseidon se remexeu na cama, e Atena podia jurar que sentia o calor do corpo dele, tão próximo que estava.

― Se você chegar mais perto... ― ela não começou a ameaça, pois o riso do deus a interrompeu.

― Estou apenas tentando pegar o cobertor, pare de puxa-lo só para você.

― Humpf. Eu te odeio, Poseidon.

― Também odeio você, coruja.

E assim eles adormeceram lado a lado, na primeira noite do casamento.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho que confessar que esse capítulo só saiu por causa de umas pessoas aí, que eu não vou contar o nome para que elas não fiquem convencidas...(p.a. *cof cof*)
PS: Meu perfil tá muito lindo. Só queria dizer isso mesmo.
Enfim, eu espero que o capítulo não tenha ficado muito confuso, deu trabalho pra me concentrar e escrever. Então, espero que gostem.
Nos vemos nos comentários?
Beijos, Ckyll.



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