Destiny escrita por Ckyll


Capítulo 6
E isso está apenas começando


Notas iniciais do capítulo

Hey amores!

Boa leitura

nos vemos nas notas finais.



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As coisas nunca permaneciam bem por muito tempo, mas o deus dos mares tentava se apegar a um último fio de esperança.

Depois que o conselho foi encerrado, Poseidon tentou a todo custo falar com Zeus, mas foi ignorado, o que em parte foi bom. Ele estava disposto a implorar, rastejar, dançar Macarena se necessário. Qualquer coisa menos aceitar aquela situação.

Porém, o senhor dos céus estava ocupado com a filhinha do coração, que possivelmente estava tentando convencê-lo a voltar atrás, e quando ela saiu do escritório bufando de raiva todas as esperanças do deus caíram por terra.

Ele odiava quando Zeus se metia em sua vida.

Tinha sido assim que ele acabara casado com Anfitrite, não que Poseidon reclamasse daquela parte, seu casamento tinha sido bom. Só não tinha sido o suficiente. Agora o Pikachu de três metros se metia na vida dele novamente, para casa-lo com Atena.

Com. Atena.

Fala sério, se alguém lhe dissesse que isso aconteceria ele teria rido durante um século, como Momo, mas agora queria verdadeiramente chorar. Hera notou o desespero crescente do irmão mais novo, por  isso o arrastou para um dos jardins do Olimpo, onde poderiam conversar em paz.

― Zeus não vai voltar atrás, Poseidon. Ele não pode. ― afirmou enquanto sentava, o deus dos mares rolou os olhos.

― Do que adianta ser rei de tudo se ele é um inútil contra si mesmo?

― Todos são inúteis contra o destino, mesmo Zeus, ou você. ― Hera não se deixou intimidar pelo olhar do irmão, ela o ensinara aquele quando era pequeno. ― Se as parcas veem que apenas com você, Atena estará segura, então assim será.

― Segura com o maior inimigo dela. Haha.

A rainha dos deuses deu de ombros, ela não acreditava que os dois fossem inimigos, houve um tempo em que eles eram inseparáveis. Ao que parecia, Poseidon fizera questão de esquecer aquela época, quando ele e Atena conversavam por horas, o assunto nunca acabava, quando ele passava mais tempo no Olimpo, quando ela não tinha medo do mar.

― Por favor, Hera. ― o deus chamou, fazendo o olhar da rainha se voltar para ele. Poseidon era um dos poucos com quem ela se dava bem, apesar de brigarem vez ou outra, ela sempre esteve ali por ele. ― Volte atrás. Sem a sua benção, isso acaba.

 ― E então o rejeitado poderá tomar Atena para si e gerar a criança que pode ser a desgraça do Olimpo.

― Atena não é nenhuma garotinha indefesa, ela cortaria a genitália do irmão antes mesmo que ele chegasse perto. Eu sei disso, você sabe, todos! É injusto que eu tenha que sacrificar minha felicidade pelos interesses de Zeus novamente. Foi assim com Atlântida, foi assim com Sally, e agora isso?

Isso calou Hera, não havia como contestar as palavras dele. Era fato de que Zeus sempre interferia na vida do irmão, supostamente tentando ajudar, mas a rainha não via qualquer bondade naquilo. Fazer Poseidon matar todos os seus descendentes naquela noite trágica em Atlântida não tinha sido bom. Fazê-lo desistir de Sally Jackson, apesar da repulsa da deusa pela traição do irmão, também não tinha sido bom.

― Pense que não está fazendo isso por Athena, ou por Zeus... pense que está fazendo por Métis.

Aquilo calou o deus dos mares, um simples nome e toda a revolta que o agitava por dentro desapareceu. Podia fazer aquilo por Métis? Sua antiga cunhada, a primeira amiga, aquela que se sacrificara para que Atena pudesse nascer. Sentou ao lado de Hera, sem nada mais para dizer, e como se ele fosse uma criança, a rainha fez com que descansasse a cabeça em seu colo para acariciar os fios escuros de seus cabelos. 

― Você consegue fazer isso, Poseidon. Não posso obriga-lo a ficar feliz, ou a amar Atena, mas posso pedir: Tente. Ao menos tente. Isso já será o suficiente.

Ele duvidava que fosse ser suficiente em algum momento, mas guardou aquele pensamento para si.

Longe dali a deusa da sabedoria esbravejava no quarto, estava mais do que furiosa, parecia uma fera enjaulada. Tinha expulsado dali as ninfas que se encarregavam de arrumar suas roupas, ela não iria embora. De jeito nenhum, nem que Zeus tentasse arrasta-la dali. 

Era injusto, tão malditamente injusto que tomassem aquela decisão sem seu consentimento. Casamento devia ser por amor, mesmo que fosse algo que Atena abriu mão, ela queria amar a pessoa com quem passaria a eternidade. Então Zeus e Hera tem a genial ideia de unir a deusa com Poseidon, seu maior inimigo, o mesmo deus que fora flagrado com Medusa no templo dela, o mesmo que partira seu coração. 

Desviou daqueles pensamentos, estava parada diante da grande janela, a cidade dos deuses reluzia contra a escuridão da noite, e ela queria que aquela mesma escuridão a engolisse. 

― Não seja tão dramática. ― a voz suave fez a deusa da sabedoria se sobressaltar, então virou para encarar a invasora, e Afrodite arqueou a sobrancelha. ― Poderia largar o abajur? Não parece uma arma muito eficiente. 

― É bastante eficaz para deusas intrometidas. ― Atena resmungou, mas suas bochechas ficaram coradas, deixou de lado o abajur que ela nem sequer lembrava de pegar. ― O que faz aqui? 

― O que faço aqui? Ora, vim ajudar você a preparar as malas. 

― Não irei preparar mala nenhuma, não vou a lugar nenhum. 

― Ah Atena, é claro que vai. Não quer deixar seu marido esperando. 

"Marido". Aquela palavra fez algo dentro da deusa se remexer, e ela preferiu acreditar que estava apenas nauseada de ter aquele peixe com pernas como marido. Notou que Afrodite a encarava, como se tentasse ler sua expressão, e tratou de se recompor. 

― Ele não é meu marido, essa situação é ridícula, e estão enganados se pensam que vou aceitar. Não vou a lugar nenhum com aquele atum estragado.

― Pff, depois eu sou a melodramática da família. ― a deusa do amor revirou os olhos, então se dirigiu ao closet da outra, onde começou a selecionar roupas para a nova vida de casada... bom, quando digo selecionar quero dizer que Afrodite deu uma olhada e descartou a maioria das roupas, fazendo suas modificações “básicas”. ― Eu disse a Zeus que seria mais fácil pedir para Eros flechar vocês novamente, mas nããããooo, ele achou que essa era melhor maneira.

― Como assim “Flechar vocês novamente”? ― Atena questionou, mas foi ignorada enquanto a deusa parecia muito ocupada em procurar algo... afroditiano em suas roupas.

― Hera acredita que possam tentar, eu também, mas para isso vocês tem que estar minimamente abertos a possibilidade. Principalmente você.

― Sério, acho que se quisessem que eu tentasse algo deviam ter me dado escolhas!

A deusa da sabedoria soltou um suspiro cansado antes de se afastar, jogando-se na cama como uma adolescente emburrada, coisa que ela não tivera chance de ser, uma das desvantagens de nascer adulta. Afrodite deixou de lado sua tarefa e sentou junto a loira, esperando pacientemente até que Atena erguesse o olhar em dúvida para ela.

― Sei que a situação não é a ideal, Atena. Você não está feliz com isso, Poseidon também não está, essa decisão não foi simples para nenhum dos envolvidos... ― começou suavemente, o que só indicava a seriedade do assunto, era como a carícia antes da tapa. ― Porém, o que prefere? Casar com o homem por quem você já foi apaixonada, ou ser forçada a gerar um filho com um irmão gêmeo do mal? Poseidon não parece a melhor opção, mas ele é. O rejeitado não pode ir até os mares, lá você estará segura, por enquanto permaneça ao lado dele, e permita-se sentir.

Atena quis dizer muitas coisas, que era capaz de enfrentar o irmão, que Poseidon não era a melhor opção, que no fundo estava apavorada. Sim, ela estava com tanto medo que acreditava jamais ter sentido antes, a retirada de seu juramento fora um golpe inesperado e cruel, e saber que teria de consumar aquilo com o deus mais canalha que conhecia... depois de tudo o que ela tinha visto e tudo o que ouvira ao longo de eras...

Afrodite, por sua vez, observava a deusa da sabedoria com curiosidade e um pouquinho de compaixão. Compreendia o pânico de Atena, totalmente justificável, mas era um sacrifício necessário. Em meio ao silêncio, foi como se Atena ouvisse aquele último pensamento da deusa do amor, e com uma respiração profunda e voz fria falou:

― Certo, eu irei tentar. Porém, não pense que não buscarei outras maneiras de lidar com essa situação, para mim esse casamento não passa de uma mentira, pois eu jamais disse “sim”.

E com isso saiu da cama, indo em direção ao closet, começou a arrumar todas suas roupas, ou apenas o que achou que deveria levar. Parecia pouco, e era mesmo. Atena não pretendia passar muito tempo ao lado de seu marido, ela tinha um plano, e ia coloca-lo em prática.

Algum tempo depois, ela encontrou Zeus, Hera e Poseidon no salão dos tronos. O deus dos mares tinha uma expressão indecifrável, e quando Atena se colocou a seu lado,  ele evitou a todo custo o olhar da deusa.

― Mandarei que levem seus pertences, filha. Há algo mais que deseje? ― O senhor dos céus indagou, tentando amenizar os danos, enquanto isso Hera permanecia impassível a seu lado, claramente ainda o ignorava.

― Nada que possa me oferecer, meu pai. ― Atena respondeu, e com isso virou em direção ao deus dos mares, que arqueou uma sobrancelha escura para ela. A criatura era irritante até naquele gesto. ― Podemos ir?

― Sim, podemos. ― Poseidon lançou um último olhar a Hera, que lhe deu um pequeno sorriso, então segurou a mão de Atena, que só não o afastou por ter sido pega de surpresa.

Então ele se desfez em brisa marítima, levando a esposa junto, e deixando os soberanos do Olimpo para trás. Quando Atena abriu os olhos não foi capaz de falar, e não era pela água que a cercava, mas sim pelo que via diante dela.

― Bem-vinda ao palácio dos mares, Atena.

E isso está apenas começando.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, sei que demorei! Simplesmente não conseguia completar o capítulo, foi uma sofrência digna das músicas do Pablo.

Talvez o cap tenha ficado um pouco sem sentido... er... sinto muito por isso.
Então, eu quero levar um papo com vocês.

Algumas pessoas tem sugerido que eu faça um canal no Youtube, e eu fiquei: “Tá, mas vou falar sobre o que?”, e um amigo disse que eu deveria falar sobre fanfics.

Desenrolando, eu quero saber se vocês gostariam e assistiriam um canal assim, onde eu falaria sobre fics que os leitores iriam sugerir, e daria minha opinião sobre a história e tudo mais.

Acreditem, com a minha timidez sugerir algo assim já é bem vergonhoso, então, por favor, não ignorem. Digam ao menos um “Fica quieta, Clivia, cê só é boa escrevendo Poseitena e olhe lá”.

Nos vemos nos comentários, espero.
Beijos, Ckyll.



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