Destiny escrita por Ckyll


Capítulo 5
Tinha mesmo que ser Poseidon? As parcas são tão cruéis.


Notas iniciais do capítulo

Hey amores!

Boa leitura!

Nos vemos nas notas finais.



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Durante um longo tempo o silêncio predominou no salão.

Os deuses ainda tentavam assimilar as informações recebidas nos últimos minutos, inesperadas demais, e trocavam olhares cheios de dúvidas e preocupação.

Exceto por Hermes que digitava furiosamente em seu smartphone, com certeza espalhando a noticia pelo mundo através do Twitter, que segundo o deus é a segunda melhor invenção mortal, depois da internet.

― Ele quer a mim? ― Atena não suportava mais todo aquele drama do momento, embora a preocupação também martelasse no fundo de sua mente, ela não podia se deixar paralisar de terror como os outros. Afinal, ela ainda era Atena. ― Pois deixe que venha, eu mesma acabarei com ele.

― As coisas não são tão simples assim, Atena. ― Zeus respondeu, admirava a coragem da filha, tão inquestionável e tão parte dela desde o primeiro momento de vida. Porém, havia muito em risco, coisas que ele não estava disposto a perder.

― Duvida de minha capacidade, meu pai? Não provei minha eficiência em cuidar de mim mesma ao longo dos éons? ― a deusa franziu o cenho para o pai, que suspirou como se ela fosse uma criança que não entendesse sobre o que falava.

― Existe uma profecia.

Isso fez um lamento percorrer o salão, os deuses sabiam muito bem que aquela frase nunca vinha acompanhada de boa coisa. Profecias nunca eram sobre coisas legais como: Os deuses podem viver em paz pelo resto da eternidade, ou talvez, todos ganharam férias prolongadas. Não. Elas sempre falavam sobre destruição, escolhas difíceis e tentativas de Apolo em rimar.

Zeus saiu de seu trono, algo atípico dele, e caminhou até o centro do salão. A postura impecável não denunciava o peso sobre seus ombros, ser o rei dos deuses era bom, mas trouxera tantas coisas e tantas dores... Seu olhar se voltou para Hera, e Zeus desejou voltar a ser o jovem deus que tinha como única preocupação conquistar o amor dela.

Amor que ele mesmo fizera de tudo para perder.

― Meu filho não deseja voltar ao Olimpo apenas para convencer Atena a se aliar a ele, embora saiba o quanto isso me desestabilizaria, o que ele quer é algo maior. ― começou a contar, ignorando os olhares de dúvida dos outros deuses, além de Hades, mais ninguém parecia entender o que ele dizia. ― Quando a profecia foi lançada, e eu engoli Métis para evitar o nascimento de nossos filhos, ela usou o que restava de seu poder para dar a luz a eles dentro de mim e... E permitir que Atena nascesse. O rejeitado nasceu sem qualquer poder, força ou domínio. Ele é ninguém, um deus sem nome, e por isso perdeu a chance de me destronar.

“― Porém, aproveitando-se de um momento de fraqueza de minha parte, quando as guerras e problemas seguidos me deixaram exausto, ele usou sua capacidade de manipulação mental para me usar como marionete. Ataquei meus filhos, os semideuses daquele acampamento, e tantos outros. Quando por fim foi retirado, ele fugiu, tinha se alimentado de meu poder como um parasita, mas sabia que não conseguira lutar.”

― Tal como está se alimentando do Estige. ― Atena murmurou, lançando um olhar a ninfa que se encolhia junto aos soberanos do submundo.

― Sim, as águas do Estige carregam almas condenadas, lembranças, sonhos perdidos. Tudo aquilo que foi desviado ou quebrado. Ele usa isso para tornar-se forte o suficiente e vir em busca de você.

― Mas por que Atena?  ― Ares interrompeu o momento pai e filha e toda aquele blablabla de Zeus, eu já disse que ele não era nada paciente? Pois é. ― Quero dizer, ela é gêmea dele, tudo bem. Porém até as pedras do mundo inferior sabem que a sabichona não se voltaria contra o papai, afinal ela é a favorita.

― Porque Atena tem algo que ele quer. ― Poseidon respondeu, embora tivesse permanecido em silêncio durante todo o tempo, ele preferia dormir do que participar daquela conversa. Ainda assim estava metido naquela história, de forma que a maioria não conhecia, mas era parte dela. ― Ou melhor, ela pode lhe dar algo que ele quer.

― Como...? ― era quase possível ver as engrenagens girando na mente da deusa, e por fim Atena soltou um som horrorizado. ― Meu juramento.

Zeus assentiu, mas lançou um olhar de dúvida ao irmão mais velho, e Poseidon retribuiu estreitando os olhos verdes como um aviso, ninguém entendia a relação daqueles dois, talvez nem eles mesmos entendessem.

― Ele, o rejeitado, deseja unir-se a Atena e gerar um filho. E esse filho será poderoso o suficiente para me destronar e... destruir. ― o senhor dos céus ignorou os protestos ao redor, estava sendo o mais sincero que poderia com eles, mas sentia um olhar cheio de acusações fuzilar suas costas, ele não tinha contado aquilo a Hera. ― Não podemos correr o risco de deixa-lo se aproximar de Atena.

― Tampouco podemos subestima-lo, ele foi capaz de usar Zeus como uma marionete, pode ser ainda pior com Atena. ― Hades interrompeu, fazendo com que os olhares se voltassem para ele. ― A ligação entre eles, não sabemos o quão profunda é, aparentemente o rejeitado tem o poder de controlar e persuadir para conseguir o que deseja, não seria difícil para ele convencer Atena a...

― Eu não sou uma garotinha fraca e manipulável! ― a deusa protestou, mas sua voz falhou na última palavra. Ela estava com medo? Sim, pelo tártaro, ela estava.

― Sabemos disso, mas há uma profecia. Por isso os reuni aqui, para anunciar algo maior, algo para impedir esse rumo desastroso que o destino pode tomar. ― Zeus voltou para seu trono, deixando todos confusos, até que uma vez em seu lugar voltou a falar num tom firme. ― A profecia foi clara, por isso eu e Hera tivemos que tomar uma decisão, não foi bem recebida, mas já está feito. Desse dia em diante, Atena e Poseidon estão casados, com a benção de Hera, não há como voltar atrás.

E tudo se tornou caos.

As vozes se elevaram em gritos, discussões e até xingamentos, essa última parte foi Ares que estava xingando mesmo sem saber por que. Poseidon afundou em seu trono, Atena lhe lançou um olhar furioso, como se planejasse saltar sobre o deus e espanca-lo novamente.

― O senhor não pode obriga-la a casar, Atena tem um juramento! ― Ártemis protestou, inconscientemente sua mão buscou a aljava a seu lado.

― essa foi uma péssima escolha, Zeus. Uma péssima escolha. ― Deméter comentou, tendo ali a afirmação de que o irmão uma ervilha estragada no lugar do cérebro.

― Ora, calem a boca, eles dois combinam tanto! ― Afrodite reclamava, e Perséfone assentiu disfarçadamente, divertindo-se com aquilo e fazendo Hades sorrir.

― Isso é errado! ― alguém gritou.

― Eles vão se matar! ― outra voz se fez ouvir.

― Não vão se matar, eles são imortais.

― Já chega!

A última voz fez com que todos se calassem e os deuses se aquietassem em seus tronos, Hera levantou, caminhando até o centro do salão com elegância natural e deixando Zeus um pouquinho tonto. Isso é algo que falaremos depois.

― A situação é ruim, eu não nego. Não aprovo casamentos sem amor, todos aqui sabem disso, porém não temos escolhas. É o melhor para ela...

― O melhor para mim? ― Atena interrompeu, levantando se seu trono e apontando para o pobre deus dos mares que parecia querer mergulhar numa poça d’água e desaparecer. ― Acha que é melhor para mim estar casada com ele...? Com o meu pior inimigo e a criatura mais burra dessa galáxia?

― Escute aqui coruja, eu não pedi por isso não! E se for para começar a insultar, vá fazer isso com seu pai, foi ele quem me meteu nessa confusão! ― o deus levantou, e eles caminharam um até o outro, lança e tridente surgiram em suas mãos, mas antes que pensassem em brigar, Hera os interrompeu.

― Parem com isso. ― a rainha ordenou, sem paciência para as brigas daqueles dois. ― Apolo, por favor.

O deus do sol, que tinha permanecido quieto até ali, gesticulou para a porta. A sacerdotisa de Delfos entrou, era ruiva e bonita, talvez porque Apolo nunca tinha superado a perda de Rachel E Dare.

― Oráculo, mostre aos deuses vossa profecia. ― e sobe a voz do deus o espírito de Delfos de apossou da garota, dois semideuses a colocaram no banco, seguindo todo o ritual antigo, então a boca dela saiu, e a fumaça verde tomou conta, junto a voz.

“O ódio alimenta o que foi esquecido

O filho do rei, aquele que foi banido

A sabedoria deve unir-se ao mar

Na profundeza de suas águas deve se ocultar

Aos deuses a alegria do fruto dessa união

O rejeitado por fim de volta a escuridão.”

E tão rápido quanto começou, o espírito de Delfos se foi, e o oráculo desmaiou. Os semideuses a ampararam, Apolo seguiu até ela e verificou se estava bem antes de mandar que a levassem para seu templo, ele não queria... não podia deixar que acontecesse com ela o mesmo que Rachel.

Dessa vez não houve gritaria ou protesto, Poseidon e Atena não se encaravam mais, na verdade pareciam ter cada um levado um soco no estômago. Hera voltou para junto de Zeus, que por sua vez tomou a palavra.

― Como podem ver, não há escolha. Poseidon e Atena devem ficar juntos.

― E quanto ao juramento de Atena, meu pai, ela jurou diante de vós, é uma donzela. ― Ártemis foi a única a falar, e a atenção do senhor dos céus se voltou para a filha.

― Eu revogo o juramento feito por Atena, deusa da sabedoria, diante de mim. Como rei dos deuses, libero minha filha do voto de castidade feito éons atrás.

Dessa vez Atena não prestou atenção nas vozes a seu redor, a sala dos tronos se tornou um verdadeiro pandemônio, mas era o mundo dela que desabava pouco a pouco. Zeus retirou seu juramento, Atena estava casada com seu pior inimigo, e se tivesse entendido corretamente aquela profecia, tudo poderia ficar pior. Seu olhar encontrou o de Poseidon, pensou que veria refletido ali toda sua raiva e revolta, mas o deus apenas lhe deu um sorriso de canto.

Aquele maldito sorriso que ela lembrava muito bem.

“Tinha mesmo que ser Poseidon?”, ela pensou enquanto o conselho era encerrado. “As parcas são tão cruéis!”


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Notas finais do capítulo

O capítulo não ficou tão bom, mas eu estou tão feliz que nem ligo.
Vocês já passaram pela experiência da sua autora favorita comentar sua fic? Eu sim, a Maeve comentou Destiny. A MAEVE.
Eu surtei? Surtei, fiquei pulando na cama com um sorrisão no rosto e tendo mini ataques de fofura onde fico muito vermelha.
Maeve, me dá um autógrafo ♥
Falando sobre o cap: Eu sei que ficou confuso, mas não quis dividir e ter que fazer outro capítulo com o conselho reunido. Confuso? Sim, isso é minha marca registrada.
Dica da tia: Ouçam "The Night We Met" e sofram junto comigo.
Só pra constar, sou ''tia Ckyll'' mas só tenho 22 anos.
Tô muito falante, vou parar.
Nos vemos nos comentários?
Beijos, Ckyll.



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