Destiny escrita por Ckyll


Capítulo 12
As Parcas dizem "LOL, seu noob"


Notas iniciais do capítulo

Hey amores!
O capítulo de hoje quase não saiu, por umas tretas que aconteceram, e porque a internet não colabora. Estou postando isso pelo 3g, para vocês terem noção de como tento cumprir minha palavra.
Também, no começo dessa semana exclui algumas fics, como My Dear Queen, e atualizei outras (deem uma passada em Desde o Princípio).

Em caso de eventuais erros no capítulo, peço desculpas desde já, e sobre os reviews do capítulo anterior e mensagens, só responderei de segunda em diante.
Espero que entendam.

Sem mais delongas, vamos ao capítulo.
Boa leitura.



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Poseidon pensou que as coisas ficariam mais fáceis com o passar dos dias, mas como sempre, tinha se enganado. 

Ele quase podia imaginar as parcas rindo em algum lugar, seja lá onde aquelas velhinhas se escondiam para tricota e ferrar a vida de todos, e dizendo "LOL, seu noob". As coisas não se resolveram magicamente, não vieram do Olimpo notícias de que toda a situação fora resolvida, e Atena continuava em seu palácio. 

Esse era o grande problema. 

Não tinham conseguido criar nenhum plano de como dar fim ao irmão gêmeo do mau, e de certa forma estavam isolados de informações, talvez os deuses pensassem que eles estavam em lua de mel e não quisessem interromper. Talvez isso fosse uma atitude acertada, se ele não estivesse casado com Atena. 

Eles continuaram discutindo, por tudo, e infelizmente ainda dormiam juntos, a situação era muito pior do que seu casamento com Anfitrite, uma vez que ela só o empurrava para longe quando estava furiosa. Atena, ao contrário, puxava todo o cobertor, mesmo quando Poseidon pegara um cobertor extra, descobriu que a deusa o roubara no meio da madrugada. Ela resmungava o tempo todo, mesmo quando dormia! E tudo o que Poseidon queria era que, por alguns momentos ela parasse de resmungar.

Para piorar a situação, Ama e Sebastian tinham tomado Atena como uma espécie de protegida, a senhorinha vivia mimando a deusa, enquanto a Poseidon tratava com ameaças e uma diversidade infinita de pratos com uva passa e outras coisas que ele detestava. Quanto ao velho tritão, esse tentava, mas era impossível esconder sua admiração e carinho pela deusa da sabedoria, o que irritava profundamente Poseidon.

Será que só ele enxergava que Atena era uma peste?

Com a descoberta da biblioteca, a loira tinha desaparecido de suas vistas, o que era bom, e ele quase podia esquecer que estava vivendo seu pior pesadelo. Então Ama passou a obriga-lo a acompanhar Atena nas refeições, e Sebastian sugeria, sutilmente, que ele levasse a deusa para conhecer o reino além da proteção do palácio.

Certamente ele tinha total intenção de dar Atena como comida para os tubarões.

Uma batida na porta o fez erguer o olhar, encarava uma pilha de relatórios como se ela o tivesse ofendido, e foi dessa forma que a deusa da sabedoria o encontrou quando entrou no escritório.

― Ocupado? ― perguntou, e Poseidon lançou um segundo olhar a pilha de relatórios, ele tinha mesmo que lidar com tudo aquilo? Por vezes sete mares eram uma carga pesada demais.

― Não, não realmente. O que quer?

― Hermes veio a minha procura ainda a pouco, notícias do Olimpo. ― ela respondeu, enquanto tomava lugar numa das cadeiras a frente da mesa do deus.

Por alguns instantes a esperança floresceu no peito do deus, Hermes tinha ido até ali? E quisera falar com Atena? Só podia ter vindo lhe dizer que era hora de voltar ao Olimpo. Não era?

― Aparentemente, Hera está quase sucumbindo aos pedidos de Afrodite para que possa interferir. Ao mesmo tempo em que meu pai e Hades estão buscando maneiras de impedir que o rejeitado continue a se alimentar do Estige e assim volte a enfraquecer.

Era tão típico de seus irmãos que Poseidon sequer se impressionava, sempre buscando maneiras de adiar um confronto que era inevitável. O deus tentou não se ater ao fato de que seu destino estava nas mãos daqueles dois idiotas, e focou em outra parte mais preocupante.

― Por que Afrodite quer interferir? ― perguntou, e Atena rolou os olhos, como se ele fosse burro por fazer aquela pergunta.

― Porque, aparentemente, não estamos sendo um casal e trabalhando em cumprir nossa parte da profecia. Ela tem insistido a Hera que algumas flechas de Eros ou um de seus afrodisíacos podem dar jeito a essa “situação”. ― a deusa indicou os dois, e Poseidon afundou ainda mais em sua cadeira. O escritório era um cômodo sem água, e mesmo assim respirar ar não era o suficiente para fazer com que ele conseguisse não surtar com a simples ideia.

Conhecia muito bem o efeito das flechas de Eros, tinha visto, e jamais esquecido, a forma como elas arruinaram por completo a vida de Apolo. Não queria aquilo para si, e a menção do afrodisíaco era ainda pior, imaginou a si mesmo enlouquecido de desejo pela irritante deusa da sabedoria, ele preferia ficar com as bolas roxas que passar por aquela situação. Não com ela.

― Temos que encontrar uma maneira de parar o seu irmão.

― Concordo, pois não aceito qualquer uma dessas sugestões ridículas.

― Sim, seriam preciso litros de afrodisíaco para fazer com que eu ao menos te desejasse.

No mesmo momento sua mente decidiu retrucar, recordando em detalhes a visão de Atena molhada na praia, dias antes. Não que Poseidon a achasse linda, nenhuma deusa era de fato feia, mas o tipo “mimada irritante” sempre foi o que ele evitava. Porém, tinha de admitir, ele tinha pensado muito naquele momento, recordava bem a forma como o tecido se grudava em sua pele, delineando suas curvas, mostrando mais esperado, e ainda assim ocultando mais do que devia.

Ele estava acostumado a mulheres com roupas molhada, mas não Atena, sempre com suas roupas de cores claras, vestidos longos. O máximo de pele exposta dela que já vira antes era o que a armadura lhe permitia, fora isso, ela sempre estava muito bem coberta, como a maldita puritana que era. De alguma forma preferia ter permanecido com aquela imagem em sua mente, mas agora sempre que deixava sua mente vagar, ela encontrava seu caminho até Atena, e reprisava aquele momento como os comerciais irritantes da Tv Hefesto.

Era muito pior quando isso acontecia à noite, ele conseguia passar o dia evitando encontrar a deusa da sabedoria, mas quando entrava em seu quarto, a encontrava se preparando para dormir. Quantas vezes tinha pensado como a deusa se vestia antes de ir para cama? Ou se não se vestia... Inferno, eram pensamentos perigosos para se ter enquanto Atena entrava no banho, e quando voltava ao quarto, com camisolas que variavam o tom entre marfim e rose, ele permanecia sentado ali com a desculpa de que esperava sua vez.

Ela costumava ter um perfume, muito sutil e que Poseidon só percebera com a proximidade, e esse se intensificava depois do banho. Quando ele entrava no banheiro era envolvido pelo cheiro dela, e queria dizer que detestava aquilo, mas não detestava. Recordava bem o perfume de Anfitrite, lembrava momentos em que ele mesmo passava aquelas loções perfumadas pelo corpo da deusa. Com Atena era diferente, ao invés de se concentrar no banho, o deus ficava pensando afinal de contas de onde vinha seu perfume, e por que não era o mesmo que ele lembrava.

― Com certeza, barris de afrodisíaco não seriam suficientes. ― Atena interrompeu seus pensamentos, e quando Poseidon ergueu o olhar para encara-la, percebeu um leve sorriso nos lábios da deusa. Ela havia flagrado o olhar sobre seu corpo. ― De qualquer forma, o que me irrita é o silêncio. É como se ele estivesse fazendo de propósito. Deixando-nos alerta, enlouquecidos.

― Ele é igualzinho a seu pai. ― Poseidon comentou, e a deusa franziu o cenho, como se não tivesse entendido a referência. Capitão América teria vergonha dela. ― Quando está prestes a castigar alguém, Zeus fica em silêncio. Ele passa dias, semanas, te deixando na expectativa e no medo. Com isso, você começa a ficar um pouco, ou muito, paranoico, e dá um passo errado. Então, ele ataca. Porém, é claro, você sabe disso.

Ela não sabia, e isso ficou claro em sua expressão, Poseidon quase sorriu por ter acertado perfeitamente o alvo. Atena era a favorita de Zeus, isso era um fato óbvio, e incontestável. Mesmo nas vezes em que ela tinha se unido aos outros deuses contra ele, não fora punida. Apolo, Poseidon e mesmo Hera tinham pagado o pato. Os dois, transformados em mortais e obrigados a trabalhar na construção dos muros de Tróia. Hera, como se não fosse punição suficiente estar casada com Zeus, tinha sido acorrentada distante do Olimpo, e se o casamento de Poseidon e Anfitrite tinha afundado como o Titanic, o de Zeus e Hera se tornara um navio fantasma dali em diante, apenas uma lenda.

― Sei disso, porém, Al... ― foi quando Atena parou, e isso por si só já era preocupante, mas a súbita expressão de dor que ela fez enquanto pressionava as têmporas era ainda mais.

― Atena? ― Poseidon detestou o tom preocupado que lhe escapou, em geral adoraria ver aquela criatura irritante sofrendo.

― Não é nada. ― ela murmurou, e levantou abruptamente, o deus dos mares repetiu seu gesto e saiu de trás da escrivaninha, um movimento certo, pois alguns passos a frente a deusa simplesmente desfaleceu.

E caiu diretamente nos braço dele.

Praguejando de uma forma que deixariam os marujos com inveja, Poseidon segurou a deusa e a colocou junto a seu corpo. Confuso, e até um pouquinho desnorteado, ele a carregou para fora do escritório e seguiu pelos corredores do palácio. Poderia ter chegado ao quarto, seu quarto ou qualquer outro, sem qualquer problema, se não tivesse cruzado com Ama no meio do caminho. A senhorinha deixou cair a bandeja coberta que levava, de certo para a deusa da sabedoria ao pensar que ela estivesse na biblioteca. Poseidon ignorou suas perguntas, seguindo ao final do corredor, ao seu quarto. Deitou Atena na grande cama, de alguma forma esperando que a deusa se encolhesse e buscasse o cobertor dele para roubar, mas ela continuou anormalmente parada.

Conseguia ouvir a voz de Ama, mas não tinha ideia do que ela dizia, depois Sebastian estava ali, mas o deus dos mares não lhes dava atenção. Checou a pulsação da deusa, a respiração, e ficou seriamente tentado a dar tapinhas no rosto dela e sacudi-la.

Então ela abriu os olhos, e foi um alívio tremendo ver aquelas íris cinzas o encarando. Atena franziu o cenho, e Poseidon percebeu que estava perto demais, então recuou e sentou ao lado da deusa.

― Eu desmaiei? ― a voz dela era fraquinha, e enquanto o deus dos mares assentia, uma lembrança se agitou no fundo de sua mente, algo vindo de mais de três mil anos atrás.

― Pensei que esses blackouts tivessem parado.

― E tinham. ― Atena tentou sentar, mas o deus a pegou e manteve deitada, sendo respondido com uma careta da deusa. ― Não acontecia há muito tempo.

― Meu senhor. ― Sebastian interrompeu antes que Poseidon viesse a falar tudo o que fervilhava em sua mente, o velho tritão tinha uma expressão apreensiva, enquanto Ama observava a distância, mantendo-se junto a porta. ― Há algo que possamos fazer?

― Preparem um chá, é tudo o que ela precisa. ― com a resposta do deus, ambos se retirara, e a deusa da sabedoria encarou Poseidon como se ele estivesse maluco. ― Pensei que ficaria melhor sem tanta gente ao redor.

― Obrigada.

Ele permaneceu em silencio, encarando o rosto da deusa por um longo instante. Sabia que devia dizer algo, mas não tinha ideia de como fazer isso. Atena pareceu ficar mais a vontade, mesmo sob seu olhar, e aos poucos ela parecia ir se recuperando do ataque súbito, embora talvez estivesse assustada, talvez ele também estivesse.

― Você o viu? ― murmurou, e pela forma com que o corpo da deusa enrijeceu por completo, como se Poseidon tivesse chegado perto demais, ou a ferido, sabia que sim. Por fim Atena assentiu.

― No tártaro, acho que ele não está ciente de nossa ligação, eu o vi em uma câmara de mármore negro. ― a descrição em nada remeteu ao deus, e sua expressão se tornou confusa. ― Ele sabe, sobre o nosso “casamento”, está furioso por isso atrasar sua profecia.

― A profecia do Oráculo...?

― Outra profecia.

Um suspiro frustrado escapou do deus, é claro que havia outra profecia, outro lado da moeda, outra pessoa cuspindo palavras sobre o futuro por aí.

― Você o que é? O que a profecia dele diz? ― perguntou, e no mesmo instante a deusa balançou a cabeça, negando qualquer chance daquela informação. ― Isso complica bastante as coisas.

― Ele não vai desistir, ele disse que ninguém vai impedi-lo de... ― a voz de Atena, embora firme, falhou aos pouquinhos. E por alguns instantes Poseidon pensou se ela estaria com medo.

E por que não estaria? Viver como uma deusa casta por toda a eternidade, apenas para um irmão gêmeo maluco decidir que tem de toma-la e gerar um herdeiro? Aquilo era doentio. Porém, a situação dos dois que ali se encaravam não era também a mais saudável, uma vez que estavam casados contra a vontade e, cedo ou tarde, teriam que ter um filho... Atena era só uma peça da profecia, apenas ela perdia em tudo aquilo, e esse pensamento era desnorteante.

― Ele é muito confiante, não é? Acho que é algo que teremos que mudar. ― o deus tentou parecer tranquilo, Atena ergueu o olhar, aquela tempestade o encarava com desconfiança e ainda um pouquinho de temor. ― Preciso chamar Apolo, e falar com Hera. Deixarei Sebastian e Ama cuidando de você.

― Eu não preciso ser cuidada. ― a deusa protestou, mas ele apenas arqueou a sobrancelha, e por fim Atena resmungou. Ah sim, ela estava melhor, Poseidon quase podia sorrir. ― O que vai fazer, Poseidon?

Ele não respondeu, apenas esperou que Sebastian voltasse e sabendo que ele e Ama não sairiam do lado da deusa da sabedoria – e que aquela senhorinha era mais eficiente com uma colher de pau do que Zeus com seu raio, o deu não tinha com que se preocupar. Seguiu pelo corredor e se teleportou, com um único lugar em mente.

O monte Olimpo.


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Notas finais do capítulo

Só quero declarar que no meu top 5 de músicas da semana, estou viciada em “That’s my girl”.

Espero que tenham gostado do capítulo! E nos vemos no próximo sábado... ou em qualquer outra atualização por aí.

Até os comentários!
Beijos, Ckyll.



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