Antes de ELA chegar escrita por Ahelin


Capítulo 9
8. Ter uma epifania


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, oi haha
Eu sei que demorei MUITO pra escrever esse capítulo, e depois de terminar eu demorei MUITO pra postar. O último ano tá me esgotando de formas que eu não imaginei serem possíveis, e tá suuuuper difícil achar um tempinho pra escrever.
Apesar disso, graças a esse item, eu me encontrei na fotografia e decidi de uma vez por todas qual curso eu quero fazer ♡
Sério, a Helena me toca em lugares que eu não sabia que dava pra tocar. Esse capítulo foi tão difícil de completar que eu desisti duas vezes e mudei o fim mais de três, porque senti que não tava sendo verdadeira com ele. Agora, finalmente, eu gostei do resultado.
Gostei pra caramba, na verdade.
Então, aqui vai o/
Esse é sobre ter pessoas com você quando você precisa e quando não precisa também. É sobre crises, verdades e amigos que dormem no meio dos filmes.
Boa leitura!



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10 de Outubro

— Caralho, caralho, caralho.

Acordar ao som do famoso caralho triplo do Gustavo é uma dádiva; desejo pra todo mundo.

— Helena, eu me recuso a acreditar nisso. Eu me recuso — prosseguiu ele e, ao ver que não respondi, abriu bruscamente as cortinas do meu quarto.

A luz do sol invadiu o cômodo. Soltei um murmúrio de desgosto.

— Eu sou um vampiro — sibilei. Como ele não se comoveu com o meu relato, limitei-me a cobrir a cabeça com um travesseiro.

— Posso saber, Drácula, por que você não foi pra escola hoje?

Não respondi. Minhas cobertas foram arrancadas de cima de mim com um puxão bruto.

— Vader! — reclamei.

— Eu tive que aturar uma aula dupla de física sozinho. Mereço explicações.

Não respondi outra vez. Vader tomou meu travesseiro e me bateu com ele.

— Não tava com saco pra aguentar a aula hoje — respondi.

— Ah, você não tava com saco. Sabe quem mais não tava com saco hoje? Seu querido professor. Ele deu atividade avaliativa valendo nota. — A última parte veio carregada com todo o ódio que poderia estar acumulado no peito de um adolescente.

Sentei na cama e esfreguei os olhos. Vader estava de pé na minha frente, os braços cruzados e o pé batendo no chão ao lado do travesseiro que ele roubara de mim. Tentei levá-lo a sério, mas só consegui associá-lo àquele gif do Mickey Mouse zangado.

— Ei, desculpa por não ter te avisado — comecei, com uma pontinha de vergonha surgindo lá no fundo. Remorso, talvez? Imagino que ele tenha se preocupado de novo. — Eu só não queria ir pra escola hoje. Nem, você sabe, falar com ninguém.

Ele relaxou e sentou comigo. Ficamos perto um do outro por alguns segundos, e eu tentei imaginar se eu estivesse no lugar dele e meu amigo doente resolvesse sumir da escola sem dar nenhuma notícia. Eu ficaria louca.

— Tudo bem. Você tá melhor? — Fiz que sim com a cabeça. — Quer fazer alguma coisa? — Dessa vez, neguei.

— Não quero sair — expliquei. — Desculpa. Você devia chamar um amigo e ir a algum lugar leg... Fui interrompida quando ele colocou a mão na minha boca.

— Não diga "desculpa". Não é como se eu estivesse aqui por obrigação. Diga "obrigada, Gustavo, por ser um amor e ficar preocupado comigo". — Eu estava prestes a empurrar a mão dele e repetir a frase, mas ele prosseguiu: — "E por ser um cara tão lindo e cheiroso que merece o monte de comida que eu vou preparar agora".

Vader tirou a mão da minha boca.

— Vá se foder — ordenei, sustentando meu melhor sorriso.

— Essa é a minha Helena! — Ele riu e abraçou meus ombros. — Não precisamos sair. A gente pode fazer pipoca e ver um filme, ou cumprir algum item aqui mesmo. Claro, depois que você escovar os dentes.

— Vá se foder ao quadrado.

— Ah, potências! — Ele ergueu as mãos fingindo um susto. — O que vem agora? Bhaskara?

— X é igual ao inverso de B mais ou menos a raiz do quadrado de B subtraído de quatro vezes o produto de A e C, tudo isso dividido pelo dobro de A — sussurrei, a cada palavra me aproximando um centímetro do rosto dele.

— Sério. Vai escovar os dentes. — Ele empurrou meus ombros e eu saltitei até o banheiro.

Sinto que esse capítulo está muito descritivo e pouco narrativo. Até agora, eu só contei o que aconteceu do jeito mais cru possível, sem meus adorados comentários, as piadas de costume, uma ou outra referência. Acabei de ler o que escrevi até aqui e me pareceu tão frio e sem vida quanto a apresentação dos verbetes de um dicionário.

Perdoe a metalinguagem, mas eu quase rasguei tudo e reescrevi, porque não é assim que eu quero que a minha história seja contada. Não é assim que eu sou. Mas, pensando em como tinha sido meu dia até ali, eu percebi que era exatamente desse jeito que eu estava me sentindo: fria. Vazia. Era um dia péssimo, quente e grudento desde os primeiros raios de sol, e quando eu acordei naquela madrugada não havia um milímetro do meu corpo que não doesse.

Comecei a pensar que, um dia, aquele seria meu estado permanente. Eu não conseguiria gritar por ajuda e viveria assim, com dor e sem poder chamar alguém, até que simplesmente não vivesse mais. Então eu gritei, o mais alto que consegui, e só aproveitei a sensação. É tão estranho que coisas tão simples possam vir a ser limitações no futuro, e pensar nisso só me fez gritar mais e mais. Meus pais entraram correndo em alguns segundos, mas eles não entenderiam se eu explicasse. Preferi pedir desculpas e não dizer mais nada.

Quando Vader chegou, o silêncio sumiu e alguma cor apareceu por ali, mas eu ainda não estava bem. Bastou ficar sozinha por alguns instantes para que tudo voltasse, pior do que antes.

— Você tá legal?

Balancei a cabeça negativamente. Da minha posição, encolhida embaixo da pia com lágrimas nos olhos e espuma de creme dental na boca, era difícil ver a expressão dele.

— Eu caí — expliquei. Não mencionei que não tinha conseguido levantar, mas meu choro deve ter denunciado isso.

Vader não disse mais nada, e eu o amei um pouco mais por isso. Deu apoio para que eu ficasse de pé, me ajudou até a escovar os dentes e desembaraçou meu cabelo com os dedos. Dava pra ver que estava se esforçando pra não desabar junto comigo; parte de mim se sentiu péssima por obrigá-lo a me ver assim, a me ajudar e a esconder o que sentia, enquanto a outra parte o agradeceu.

A parte péssima se sentiu pior pelo egoísmo da outra.

— Tudo pronto? — perguntou, por fim. Assenti.

Quis pedir para que ele parasse de segurar o choro. Quis dizer que estava tudo bem não ser o meu apoio. Quis abraçá-lo e agradecer por tudo, mas não fiz nada disso, porque ele sorriu e o momento passou como se nunca tivesse existido.

— A gente pode cumprir o item de testar os hobbies hipsters. — Segui-o pelo corredor e minha voz saiu num pio. Ele ainda estava com aquele sorriso estranho, então sorri também.

Era uma cena inédita entre nós dois. Em anos de amizade, eu não me lembrava de nenhum silêncio constrangedor, nenhuma máscara de "tá tudo normal", nenhuma desculpa pra não olhar nos olhos um do outro, mas lá estava tudo isso ao mesmo tempo.

Era como se eu estivesse sozinha, mesmo com ele ali.

— Sim, seria legal.

Ele estava sentado no sofá quando me aproximei por trás e me apoiei nas costas do estofado, perto de onde sua cabeça estava encostada. Meu pai estava trabalhando, minha mãe devia estar lendo no quarto (com os ouvidos atentos pra qualquer sinal meu, como sempre) e não havia sinal do Luke em lugar algum.

— Para com isso — mandei.

— Isso o quê?

— Tudo, sei lá. Tá tudo esquisito. Esse silêncio entre a gente, essa sua cara de bocó, é tudo ridículo...

Minha voz foi morrendo aos poucos. Estava prestes a ficar mais esquisito ainda. Não sei ao certo quem começou, mas o fato é que ambos seguimos a deixa. O sorriso, o silêncio, o olhar. Em alguns segundos, estávamos encenando o primeiro beijo de Dom Casmurro bem ali, no meu sofá, exceto que na encenação ele era a Capitu.

Meus braços em volta dos ombros dele, sua cabeça inclinada para trás e sua respiração fazendo cócegas no meu pescoço.

Ficamos encarando um ao outro por um instante.

— Esquisito — declarei, ainda num fio de voz. Ele estava fazendo uma careta estranha e eu podia jurar que tinha uma igual no meu rosto.

— Muito — concordou ele. — Vamos combinar que a gente não vai mais fazer isso, ok?

— Só se você jurar que não vai sentir falta dos meus lábios de mel. — Ri. Ele riu também e, como num passe de mágica, o momento havia passado.

— Não foi tão ruim. Pelo menos você escovou os dentes.

Bati nele com uma almofada e nossas risadas preencheram a sala.

— Ok, hobbies hipsters! — comandei.

— São hobbies cult — corrigiu ele, tirando a lista do bolso. — Não sei de onde você tirou que são hipsters.

Limitei-me a mostrar a língua pra ele.

— E quais são os sub-itens? — Cheguei perto e espiei por cima do ombro dele. Era bizarro, mas o clima de beijo de fanfic adolescente tinha desaparecido por completo. Experimentei apoiar o queixo no topo da cabeça dele e abraçar seus ombros, mas tudo que eu senti foi o Helena e Vader, Vader e Helena padrão.

Estranho.

— Temos fotografia amadora, que geralmente utiliza modelos nus, mas a gente omite essa parte. Daí tem desenho amador, que geralmente utiliza modelos nus, mas a gente também omite essa parte. Depois tem...

— Eu gosto da parte dos modelos nus — interrompi.

— Helena, se você tem desejos pelo meu corpo, nós vamos ter sérios problemas de convivência.

— Ok, eu posso me segurar — sorri. — Continua.

— Tá, depois tem cozinha gourmet, música estrangeira que ninguém conhece e filmes noir. Essa é a nossa lista de hoje.

— Você esqueceu algumas coisas — apontei.

— Tipo o quê?

— Tipo tocar uma música no violão, geralmente Eduardo e Mônica, e se achar o ser mais fodástico do universo por isso, e criticar filmes dublados ou qualquer coisa mainstream, e usar boina, e convencer os amigos a fumar maconha pra expandir os horizontes.

— Helena, isso não é ser Cult. É ser chato pra caralho.

Dei de ombros.

— É, pode ser.

Como você pode ou não ter percebido pelo título deste capítulo, o objetivo de verdade acabou não sendo esse. Tentamos, primeiro, ver o tal do filme noir.

Eu conheço alguns do gênero e gosto deles. Blade Runner, Sin City e tal. O problema foi que nosso querido Gustavo, empolgado com a ideia de ser cult por um dia, escolheu um filme de 1950.

1950, em contagem de inovações tecnológicas e avanço de efeitos especiais, foi há uns mil anos.

O título é Crepúsculo dos Deuses, caso algum corajoso se interesse.

Quando demos o play, uma música melancólica de créditos iniciais encheu nossos ouvidos saída do laptop do Vader. Ele entrou no personagem e me cutucou.

— Saca só — disse. Daí ele assumiu uma postura triste e cabisbaixa, e bateu as mãos no quadril.

Encarei-o por alguns segundos.

— Gustavo. O que foi isso?

— Uma sarrada noir. — Ele abriu um sorriso enorme e esperou minha reacção. Quando não respondi, ele continuou: — Você sabe, uma sarrada no ar. Não? Ah, vamos lá, essa foi boa.

Só aí eu comecei a rir.

— Você viu isso no canal do Cellbit, palhaço — apontei.

— Eu? — Vader apontou pro próprio peito, indignado. — Eu nunca fiz isso!

Ri mais alto. Um palhaço, realmente.

Apesar disso, eu juro que gostei. Dos primeiros dez minutos, pelo menos, porque depois disso eu pisquei e quanto abri os olhos de novo, os créditos estavam subindo na tela.

O ombro onde minha cabeça estava apoiada subia e descia num calmo ritmo respiratório. Olhei pra cima, esperando encontrar Vader roncando, mas não. Ele tinha os olhos vidrados na tevê e estava discretamente limpando uma lágrima por baixo dos oculos. Encarei-o, boquiaberta.

— Ei, o filme é ótimo! — defendeu-se ele. Ergui as mãos em rendição e passamos ao próximo hobbie.

Pegamos emprestada a câmera do Luke e um caderno de desenhos da minha mochila. Enquanto ele ajustava o foco e tentava descobrir qual era o botão pra tirar a foto, eu rabiscava numa folha aleatória em branco os contornos do rosto dele.

Foi legal, pra falar a verdade. Ele estava concentrado e eu reparei de novo naqueles detalhes que sempre estiveram lá, mas só da pra ver se você prestar atenção; uma pinta perto da orelha, os fiozinhos que ele insiste em chamar de barba, a marca que fica por alguns segundos do lado esquerdo da boca dele depois que ele sorri, a pequena falha no dente da frente.

Eu devia fazer uma lista com todas essas coisas e contar casualmente pra futura esposa dele. Não sei por que, mas me parece uma ideia legal pra votos de casamento.

— Você tá me olhando muito fixamente, Helena. — Ele riu, ainda sem erguer os olhos pra mim. Acabei rindo junto, e foi nesse momento que ele conseguiu clicar uma foto.

Teria sido tão espontâneo se não fosse por um pequeno fato: o flash estava ligado. Quase fiquei cega com as luzes, mas a foto até que ficou boa. Por fim, fomos experimentar a música estrangeira não-mainstream e a cozinha gourmet. Ele tentou me persuadir a tocar Cage the Elephant enquanto fazíamos sanduíches, mas eu apontei que Cage the Elephant é mainstream e sanduíches não são gourmet.

Por fim, depois de várias discussões sobre o que seria suficientemente oculto nas sombras do desconhecimento pra ser digno da nossa atenção cult, acabamos escolhendo uma banda norueguesa cujo nome eu não sou capaz de pronunciar. Achei um vídeo na internet sobre como fazer quatro sabores diferentes de brigadeiro e tivemos outra discussão longa e cansativa sobre qual deles fazer; eu queria limão, ele queria chocolate branco. Ele me chamou de azeda e eu ri na cara dele. Chegamos a um consenso e decidimos pelo sabor churros.

— Você é um palhaço — comentei, de novo, em certo ponto. Já estávamos enrolando os doces, que tinha cheiro de canela, e eu estava sentada confortavelmente na minha cadeira enquanto ele dançava como um maluco fanático.

— Você é que é chata — rebateu ele, me mostrando a língua.

— O que é isso? — perguntei sobre a música. — É blues?

Foi um chute. Nunca ouvi blues.

— Não, é soul. Tem uns toques bem no fundo de rhythm and blues, e um pouquinho de jazz, mas na essência é soul.

Olhei-o por um tempo e nós dois explodimos em risadas.

— Você é o quê, um sommelier? — Segurei uma taça imaginária no ar e comecei a girar o vinho imaginário dentro dela. — Leves toques de citronela adocicada...

De repente, ele começou a rir mais alto.

— Helena, é cidra. Citronela é aquilo que você passa nas pernas pra espantar os pernilongos.

Não consegui parar de rir até nós dois terminarmos os brigadeiros. Colocamos tudo na geladeira e, quando sentamos juntos no sofá pra esperar eles ficarem prontos, aquela coisa esquisita voltou.

Dessa vez, eu entendi o que era. Cheguei perto dele e me deixei afundar naquele abraço até perder a noção do tempo. Em algum momento, sussurrei um "obrigada" e não sei ao certo se ele ouviu, mas não tem problema. Ele sabe. Não estaria comigo a toda hora se não soubesse.

Não tem muito pra contar depois disso, exceto que eu passei metade da noite em claro encarando as muletas de um marrom-acinzentado encostadas atrás da porta do meu quarto. Choveu forte, mais forte do que era de se supor pra uma chuva no meio de outubro, mas mesmo com a brisa fresca no quarto eu não me cobri. Queria sentir o frio.

Tive meu momento Let it Go logo depois de um trovão que quase balançou as paredes: eu não estava mais triste. Não fui boba a ponto de prometer que não choraria mais ou algo assim, porque, me conhecendo como eu me conheço, eu sei que ainda vou chorar muito. Vou jogar coisas na parede e socar almofadas e xingar o mundo e gritar, gritar muito alto, enquanto eu conseguir projetar minha voz para além de mim.

Sabe o que a Clarice Lispector chama de epifania? Parecia que toda a minha vida, principalmente desde que eu descobrira sobre ELA, tinha me levado àquele instante.

A palavra é conformada. Eu aceitei a minha doença, aceitei a inevitabilidade de tudo aquilo chegando e, principalmente, me aceitei. Essa é uma parte do que eu sou, agora, e vai ser até o fim, então por quanto tempo eu poderia fingir que as coisas estavam normais?

As crises da madrugada anterior pareciam finalmente ter uma solução, e aqui está ela:

Meu nome é Helena, e eu tenho Esclerose Lateral Amiotrófica. Em breve, vou precisar me esforçar muito mais do que a maioria das pessoas pra fazer coisas que elas às vezes nem percebem que fazem. E tudo bem. É a minha luta e eu aceito.

Eu sei que você tem a sua luta, também, seja ela qual for. E eu também sei que fingir que ela não existe não vai diminui-la, muito menos fazê-la desaparecer. É sua responsabilidade, assim como minha e de todo mundo, enfrentá-la.

Pareço a minha mãe falando assim.

Quando já era madrugada, eu perdi a esperança de dormir e levantei. Desviei estrategicamente das muletas e prometi a mim mesma que lidaria com elas na manhã seguinte, afinal, eu teria que carregá-las por um bom tempo. Planejava sair e sentir a chuva na pele, e fui me apoiando nas paredes até passar pela porta aberta do quarto dos meus pais.

Foi quando mudei de direção. Entrei num impulso e abri espaço pra deitar entre os dois. Minha mãe tem o sono mais leve do mundo e sentiu logo que eu subi na cama.

— Tudo bem? — Foi só um sussurro.

Fiz que sim com a cabeça, sem saber se ela conseguia me ver no escuro, e me aconcheguei nos braços dela. Cutucamos a perna do meu pai e logo ele acordou. Como se fosse perfeitamente aceitável eu estar ali, ele só sorriu e mexeu no meu cabelo.

Os dois ainda me perguntaram algumas vezes o que tinha acontecido, o porquê de eu estar acordada tão tarde, e murmuraram que sentiam falta da época em que eu e o Luke éramos crianças. Logo, o quarto ficou quieto de novo, e eu finalmente senti sono.

— Obrigada. Eu amo vocês dois — falei, mas eles já tinham adormecido de novo.

São tantas mensagens diferentes que eu consegui pra mim mesma em um só dia que não sei qual escolher pra deixar aqui no final. Acho que você pode e deve se conformar com as suas lutas, mas nunca se acomodar e agir como se elas não fossem nada. Também acho que você deve olhar pra cada uma das pessoas que sempre estiveram com você e agradecê-las, porque sem elas teria sido muito mais difícil.

Sei que tenho sorte de ter o Vader comigo. O que a gente tem não dá pra comprar nem com toda a fama e dinheiro do mundo, e eu amo isso.

Mas, principalmente, eu acho que você precisa parar de fingir, pra si e pros outros, e ser verdadeiro. O meu momento Let it Go me deu forças pra continuar lutando pelo que eu quero fazer e por quem eu quero ser, sem me deixar desanimar por um empecilho. E o seu?

Aqui quem fala é a Helena,

Câmbio e desligo.


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Notas finais do capítulo

Aqui um agradecimento escondido:
O Vader é e sempre foi inspirado em todos os amigos que eu tive comigo ao longo da vida. Ele tem o sorriso de um, o senso de humor de outro, o mau humor e a altura de um terceiro e por aí vai. Eu só peguei o que mais me marcou em cada um deles, e nasceu o Gustavo.
Mas, como dizem por aí, a ficção imita a realidade, e eu acho que encontrei um Vader de verdade por aí. No lugar que eu menos esperava, a propósito. E, gente, se tá permitido eu contar isso aqui, ter ele é o máximo.
Se um dia você estiver lendo isso, Leo, Drama Queen, esse capítulo foi inteirinho por você e pra você.

Beijo, guys ♡ até breve.



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