Três anos atrás eu a conheci. Estava numa das várias festas que costumava ir apenas pra beber, talvez ter um encontro de uma noite apenas. Foi quando a vi. Linda, uma ruiva estonteante. Estava com um vestido preto que realçava cada parte de seu perfeito corpo.
Já tinha visto e saído com mulheres muito bonitas, mas nunca havia me sentido tão atraído assim.
Quando nossos olhares se cruzaram eu não sabia, mas seria a mais intensa e também mais dolorosa relação das nossas vidas.
Era filha de um magnata e dinheiro não era problema por isso não me preocupei dela ser uma interesseira. Já tinha conhecido várias.
O que me preocupava era sua intensidade, a maneira como vivia a vida. Sem preocupações, sem remorsos, nada a abalava. Era divertido no começo, mas depois quando pedi por mais ela recuou. Mesmo sabendo que me amava não queria mudar.
Tinha receio de que a vida se tornasse um tédio, queria viajar, enfim, não queria um compromisso.
Eu a amava tanto que entendia sua necessidade de liberdade. Mas nada me preparou para o que estava por vir.
Nos amávamos intensamente quando descobriu que estava grávida. Entrou em pânico, se afastou, fugiu. A procurei como louco e quando a encontrei estava diferente. Fria, distante, com raiva de mim e do mundo. Dizia que por minha culpa sua vida acabara. Seu corpo não seria mais tão perfeito, sua liberdade acabaria. Foi aí que decidiu por nós dois que não queria essa responsabilidade. Sem me avisar havia tirado meu filho. A mulher que eu tanto amei tinha se tornado a assassina do meu filho. Ela foi embora para França e nunca mais a vi. Meu amor havia se tornado rancor.
Como pude ter sido tão cego? Como não percebi a mulher tão egoísta e sem coração bem a minha frente?
Nunca mais uma mulher me faria sofrer novamente. Nunca mais.