Amor construído escrita por rmncourtney


Capítulo 6
Capítulo 4




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Em outra cidade.

— Tudo pronto pro final de semana? Afinal não é sempre que abrimos uma filial em outra cidade. Aliás é a primeira fora daqui.

— Sinto ironia no tom da sua voz Oliver? Ou será apenas impressão?

— Eu irônico? Depois de anos tentando fazer o teimoso do meu sócio majoritário abrir uma filial para facilitar nosso serviço, ele decide de uma hora pra outra além de abrir essa filial, também se mudar pra onde vai abri-la. 

— Oliver, você sabe muito bem que eu não daria nenhum passo a mais nesse negócio se eu não soubesse oque estou fazendo.

— Claro que eu sei Klaus. Mas não posso ignorar o fato de que foi uma surpresa pra mim. 

— Sabe que não precisa ir comigo. 

— Que tipo de sócio eu seria, aliás, que tipo de amigo eu seria se não te acompanhasse nessa aventura?

— Não é uma aventura. São negócios Oliver. Com negócios eu não brinco e você sabe disso. 

— Além do mais não vai ser pra sempre. Vamos ficar alguns meses até a empresa conseguir andar com as próprias pernas, arrumar alguém competente para gerir os negócios por lá e voltar pra nossa vida aqui em Nova Iorque.

— Eu não planejaria tudo tão rápido assim. Sabe que eu não confio em muitas pessoas. Ainda mais pra tomarem conta dos meus negócios. Talvez demore até eu encontrar alguém de confiança.

— Klaus, você sabe que abrir uma filial significa deixar alguém tomando conta dela pra você. Ou acha que vai conseguir estar em dois lugares ao mesmo tempo?

— É por isso que tenho você meu amigo. 

— Você sabe que eu nunca mudaria daqui não é mesmo? Gosto de uma praia, mas eu sou mais do tipo urbano. 

— Ora, e eu que achei que o clima praiano atraísse você. Praia, calor, mulheres na praia...

— Bom, pensando por esse lado não está nada mal passar uns tempos no litoral.

— Foi o que eu pensei. Agora que tal terminar de revisar os papéis pra quando embarcarmos? Não quero deixar nada pendente aqui. E aliás, foi conveniente que o dono do escritório de advocacia tenha como esposa a dona do hotel onde vamos passar esses meses.

— Conveniente mesmo. Será que lá tem mais loiras ou morenas? 

— Que tipo de pergunta é essa? 

— Ora, é só curiosidade. Minha cota de morenas já encheu sabe.

Klaus dá aquele olhar de que não está com nenhuma vontade de escutar nem responder as brincadeiras de Oliver.

— Tá legal. Já sei. Só estava brincando. Será que você nunca vai mudar Klaus? Um sorriso não vai te matar não sabia?

— Que tal eu terminar isso sozinho e você vai pra aquela boate que tanto gosta ter uma digamos despedida? Pelo menos lá vai ter muitos sorrisos pra você. E não vai precisar nem se esforçar. 

—  É isso mesmo que vou fazer. Até logo, coração de pedra.

— Vá antes que eu me arrependa.

— Tchauzinho.

Oliver era sócio de Klaus e também um dos poucos ou senão único amigo também. Sempre espontâneo, divertido, bem diferente dele, porém leal. Uma qualidade que Klaus sabia valorizar bem. 

Mudar de cidade apesar de não confessar ao amigo era também uma maneira de tentar fugir dos antigos demônios. Klaus tinha a cota dos seus. 

Perder a mãe cedo e ser criado por um pai autoritário que não lhe dava carinho foi um deles com certeza.

Quando o pai morreu Klaus tinha 19 anos. Porém o pai apesar de distante tinha o preparado bem para assumir os negócios. Disso ele nunca pode reclamar. 

Quando ELA entrou em sua vida foi como um frescor que ele nunca havia sentido. Ela o libertou dessas amarras e agonia que o pai o havia deixado. Era como viver pela primeira vez. Foi rápido, intenso, intoxicante. E tão inebriante e rápido como começou, também terminou.

Mas levou com ela também a vontade de amar, de se entregar novamente. E aquele homem que tão intensamente amou, agora não queria nunca mais sentir de novo.

Amar é para os fracos. Esse havia tornado seu lema.

 


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