Janta escrita por Dark_Hina


Capítulo 13
Uma bebida e um amor com gelo, por favor


Notas iniciais do capítulo

Gente, onde clica pra gente sair dessa era de saturno? Não aguento mais!!! Eu tô bem indignada com os últimos eventos do s02e19 com relação a Lena.
Enfimm!

Pro capítulo de hoje eu escolhi uma música que tem duas versões incríveis, é de uma dupla teuto-suíça chamada BOY, o nome da música é SKIN

Sintam essa letra e tentem não entrar na bad.

All day long she's waiting for the night to ask her out
To be somebody's dancer, to get lost inside a crowd
There‘s no need to talk, because the music is so loud
Till a taxi drops her back into a morning full of doubts

You can feel like a part of something if you're part of the scene
You can make your life look pretty out a little ice and gin
Wash off the make-up and prepare the aspirin
Well you can get out of this party dress but you can't get out of this skin



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Confesso que decepção é uma palavra muito forte, e talvez fosse um exagero usá-la para descrever o que encontrei dentro da boate, no caso, o que não encontrei. Não havia o grande gesto romântico que eu tanto esperava.

Na verdade, o que encontrei foi muito diferente das expectativas, Lena dançava enlouquecidamente no meio da massa disforme de pessoas em meio a uma pista de dança psicodélica com luzes fortes e pessoas pintadas de neon, particularmente rodopiava nos braços de um moreno alto e robusto, ligeiramente familiar. E assim o fez várias vezes até que em uma das volta ela ficou em minha direção e me viu parada na entrada, ela jogou as mãos pro alto me chamando e eu fui até lá muito a contragosto, esbarrando nas pessoas com certo pânico daquela multidão afoita.

—Kara! – Ela disse num sorriso largo, mais largo do que eu esperava.

—Oi. – Disse um pouco sem graça, o olhar dos dois estava sobre mim.

—Você está linda. – Ela continuou naquela tom mais surpreso do que deveria.

—Obrigada. – Soltei baixo.

—Este é Bruce Wayne. – Ela falou tocando no ombro do cara que cordialmente estendeu a mão. Ele podia estar apenas numa calça jeans escura e com uma blusa social preta, mas ele parecia uma espécie de Lord inglês. –Bruce, esta é Kara Denvers, melhor repórter da cidade.

—Encantado. -  Ele disse levando a minha mãos aos seus lábios.

Eu fiquei ligeiramente assustada com ele, a textura da sua mão era... estranha? Recolhi a minha mão um pouco rápido demais.

Lena riu e deu duas tapinhas em seu ombro.

—Não tão rápido garanhão. – Ela falou se afastando dele e me envolvendo pela cintura, beijando lentamente meu pescoço. –Ela está comigo. – Falou com a boca ainda contra mim, deixando a respiração quente banhar minha pele, me causando arrepios.

Lena estava diferente, seu tom era diferente, um pouco mais aberto e seus movimentos um tanto quanto descompassados.

—Você bebeu? – Perguntei no meio de um sorriso amarelo. Ela me respondeu balançando a cabeça positivamente.

—Kara, você sabia que o Bruce é um magnata da tecnologia e da construção civil? Ele literalmente tem um império de coisas que pagamos caros para nossas vidas serem mais infelizes.

—É nesses momentos que eu fico feliz em poder discordar de você. – Sua resposta veio em um tom impecável, sua voz mesmo grave soava aveludada de maneira que você esperava que ele continuasse a falar pela eloquência do som. O sorriso que ostentava nos lábios era polido, algo meramente ilustrativo, seus olhos negros e opacos não pareciam estar realmente se divertindo.

—Bruce também é um mulherengo incorrigível, chegou aqui em National City há quase uma semana e simplesmente ficou desaparecendo lá de casa, voltou hoje de tarde mooorrto de cansado, apagou a tarde toda, quis falar em negócio e quando viu eu que não ia ter cabeça pra isso teve a brilhante ideia de vir pra cá. Um brinde ao Bruce! – Ela falou extremamente exagerada, seu olhar procurou o garçom mais próximo lhe chamando.

—Definitivamente chega de brindes pra você. – Falei perpassando sua cintura, segurando seu corpo com o meu e fazendo um gesto para o garçom não vir.

—Foi com ele que a Supergirl disse que me viu! – Ela ainda tinha aquela animação alcoólica e febril.

Olhei de novo para o rosto de Bruce, seu maxilar proeminente, o formato do seu rosto, sua altura avantajada e seus ombros largos. Ele era extraordinariamente familiar, não eram feições tão simples assim para serem passadas despercebidas. Realmente poderia ser o cara que vi com Lena anteriormente, mas por algum motivo eu tinha certeza que não era de lá que o conhecia.

—Eu acho que não deveria atrapalhar as moças, acho que seria melhor eu ir. – Disse em seu tom extremamente polido. Um homem deveras elegante.

—Eu também acho que essa moça aqui já está na hora de ir. – Falei olhando para Lena.

—Não, não, não, não, eu quero dançar! – Ela falou me puxando. – Deixa ele, o Bruce é muito chato. – Sua voz se arrastava, assim como seus movimentos. – Ele pode parecer legalzinho mas adora falar de trabalho, deixa ele ver as seguradoras que tanto quer sozinho, vamos dançar, Kara! – Ela falou resmungando com a voz de uma criança birrenta.

Eu não tive muito o que fazer, Lena me levou pra pista de dança enquanto o grandalhão desaparecia na multidão. No fundo, eu realmente só queria prestar atenção em Lena, eu estava achando aquilo engraçado, seus movimentos trôpegos, sua risada solta, seu olhar meio perdido. As luzes acompanhavam a música e mesmo sem ritmo para tal seu corpo se prendeu ao meu.

—Você está feliz? – Ela perguntou com aquele seu tom embriagado. Estávamos no meio de um lugar extremamente lotado, cheio de gente, sufocante por essência, definitivamente não tinha como alguém como eu estar feliz ali dentro, mas eu estava. Eu sentia seu corpo, seu toque, seu calor, como eu não poderia estar feliz?

—Sim. – Soltei baixo, seu rosto saiu do encaixe do meu pescoço, suas mãos subiram por meu corpo até meu rosto, nossos lábios se encontraram. Ela explorou minha boca com a mesma perícia que devorou meu pescoço, sua língua quente lambia o sal da minha pele enquanto suas mãos conseguiam estar por todas as partes do meu corpo, meu tato sentia cada pressionar do seu toque possessivo. Eu estava dada a seus braços e agradecia em pensamento por meus gemidos serem abafados pela música alta. Ela podia estar bêbada, mas era eu quem estava delirando com seu sabor em mim.

—Le-lena? – Falei com sua boca ainda contra a minha, minhas mãos foram para seu rosto e a afastei por um instante. – Nós estamos indo pra casa. – Falei em um só suspiro entrelaçando nossos dedos. No princípio ela estava confusa, mas logo depois seus rosto se lotou com um sorriso malicioso e eu me odiei inteiramente por realmente considerar o que o brilho lascivo dos seus olhos me dizia naquele mudo momento.

Ela tomou a dianteira e foi me levando para a porta, mostrou sua pulseira e o segurança acenou com a cabeça liberando a passagem.

—Ele vai te deixar sair sem pagar? – Sussurrei no seu ouvido enquanto ela me arrastava para fora de lá.

Seu cenho franziu.

—A boate é minha, Kara.

Tudo bem que nem sequer tinha passado pela minha cabeça que poderia ser open bar, mas definitivamente a última coisa que eu iria imaginar era que a L-Corp era a dona do 24. Aquele não era o melhor momento, mas eu percebia cada vez mais que eu não fazia ideia de quão rica Lena era. Foi um pensamento tão incomodo como passageiro.

Saímos e como mágica Freddy brotou em frente à entrada. Ele desceu da limusine abrindo a porta, Lena entrou me puxando junto, caímos deitadas no banco de couro, ele fechou rapidamente a porta e se colocou atrás do volante numa questão de breves segundos.

—Freddy! – Ela gritou e uma divisória emergiu entre o banco de trás e o motorista, por um instante fiquei prestando atenção no movimento lento da nova parede, mas ela não me deixou contemplar a tecnologia, suas mãos me puxaram para baixo e do nada ela estava sobre mim. Suas mãos me tocando em todas as partes, inclusive em meu rosto, novamente quase afastando os óculos, eu o segurei por mero reflexo.

—Qual o seu problema com a porcaria desses óculos? – Ela perguntou impaciente.

—Nada. – Eu disse num fio de voz. Ela revirou os olhos.

—Dane-se! – Ela falou irritadiça, e nesse exato momento eu realmente considerei ficar preocupada com sua reação, mas logo ela escorregou para baixo, para o meio das minhas pernas. -Não é no seu rosto que eu preciso tocar agora. - Disse no fim do banco, com suas mãos em minhas pernas, subindo por minhas coxas e carregando consigo o tecido do vestido. Eu estava em choque, completamente sem reação alguma. Eu sabia o que ela estava fazendo, mas não conseguia projetar qualquer expressão. O toque macio de sua boca subiu junto com suas mãos, indo para a parte interna das minhas coxas, minha boca estava aberta, mas eu não conseguia emitir nenhum som. Sim, aquilo ia mesmo acontecer. Ela começou a mordiscar a carne e deu uma sonora risada. –Alguém aqui está em dia com os agachamentos. – Meu rosto estava pegando fogo, meu joelhos fraquejavam, minhas pernas só se mantinham flexionadas porque era ela quem as segurava, com a ponta dos dedos alisando a derme, me causando arrepios até a alma.

Seus lábios se aproximaram assustadoramente rápido, a ponta de seu dedo correu por minha coxa alisando a renda branca, friccionou por lá quase sem força, apenas para atiçar. Meus olhos reviraram nas órbitas e o primeiro som que emiti foi um arfar pesado, eu estava suando gelado – por todos os cantos.

Eu não sabia como estava deixando aquilo acontecer, mas principalmente eu sabia que não queria que ela parasse. Seu dedo descolou a renda da pele úmida, e passeou indelicadamente pelas pregas encharcadas, seu próximo movimento não foi tão sutil, ela afastou completamente a renda e me abocanhou sedenta, sua língua quente fez círculos e minha sanidade parecia rodopiar junto com o movimento, minhas mãos agarraram os bancos e eu senti que perfuraram o couro chegando ao estofado, merda. Ofeguei sentindo todo o meu corpo contrair por dentro, suas investidas eram impiedosas, e eu me contorcia prazerosamente sob sua boca. Suas mãos insistiam em domar minhas pernas que se debatiam confrontadas com as ondas de prazer.

O êxtase veio misericordiosamente rápido, entretanto não menos arrebatador, eu perdi a compostura, a noção, o controle, foram convulsões incapacitante que me acometeram, todo o meu corpo pareceu explodir.

Lena emergiu a cabeça do meio das minhas pernas, seu sorriso lascivo e molhado parecia me provocar ainda mais, quando ela se firmou nos braços procurando avançar sobre mim, uma explosão no teto do carro nos interrompeu, quando dei por mim havia um buraco flamejante no capô, o freio foi abrupto jogando-a no chão, olhei para ela que me encarava completamente pasma. Enxugou com as costas da mão a boca úmida, em seus olhos já não havia o brilho entorpecido do álcool, todo o ébrio parecia ter fugido de sua face depois do susto.

O que se seguiu aconteceu numa fração de segundos. Olhei para cima e o que parecia ser um drone redirecionava os lasers pelo buraco mirando em nós duas, antes que disparasse eu abaixei os óculos e o atingi com minha visão de calor. Procurei para além dele no céu e encontrei mais três se organizando em fila para voltar a atacar. Meus olhos brilhavam, o magna sob eles trazia ranhuras a pele que trincava-se numa erupção com o fogo nas veias, quando eles se preparam para atacar em fila projetei o laser que atingiu os demais de uma só vez.

Olhei novamente para além do teto do carro, e só consegui avistar um silhueta muito longe da li, eram contornos disformes que ficavam na sacada de um prédio alto pelo menos há 60 km de distância, aquela mesmo figura conhecida com orelhas pontudas e sem capa guardou algo em uma espécie de mochila e saiu pelo outro lado do prédio, eu já não enxergava mais.

Tudo foi desesperadamente rápido. Meu corpo contraiu sabendo que eu não iria atrás dela. E o barulho da respiração de Lena trouxe meus pensamentos de volta ao carro. Ela me encarava pasma no chão do carro. Se eu estava quase paralisada pelo susto, nem conseguia imaginar o estado de Lena.

Seu olhar vazio me encarou consternado, assim que a divisória começou a descer, num reflexo que eu não sabia que Lena possuía, ela puxou rápido meu vestido que além de me cobrir conseguiu me levar ao chão para que Freddy me encontrasse a seu lado.

—Senhorita? – Freddy perguntou boquiaberto olhando o estado do teto da limusine.

—Um drone de guerra quebrou o teto solar, mas ele já foi. – Ela disse seca.

Freddy piscou os olhos, um tanto quanto chocado.

—Ele só queira quebrar o teto solar? – Ele perguntou vagarosamente, como se estivesse dando a Lena outra chance de falar, como se estivesse disposto aceitar que tinha entendido errado da primeira vez que ela falou.

Ela não contou conversa, não permitiu-se dar mais detalhes e continuou com sua postura impassível.

—Freddy você não está vendo que essa bosta está pegando fogo?

Poucas labaredas ainda lambiam os furos no metal enquanto a fumaça se dissipava no céu. Ela esticou o braço para abrir a porta e rastejou caindo sentada no chão fora do carro, percebi um tanto quanto aliviada que ainda estávamos na área aberta do estacionamento.

Ela estava sentada no chão e me olhava com uma feição indecifrável, depois de respirar fundo estendeu a mão para que eu também rastejasse pelo chão do carro e fosse até ela, assim que cheguei na porta e segurei sua mão ela me puxou para fora, eu caí ao seu lado. Demorou um instante para que eu conseguisse me sentar.

Ela tinha bebido mas eu quem estava com a ressaca moral.

Freddy desceu do carro em um pulo com um pequeno extintor, eu olhei para Lena, que respirava pacientemente devagar, seu silêncio me incomodava, mas eu não tinha condições de abrir minha boca e dizer nada.

—Freddy, desapareça com esse carro. -Ela falou rude, mas logo engoliu a seco. -Mande alguém vir me buscar.

Ele assentiu depois de esvaziar o extintor sobre a capota do carro .

—As senhoritas seguem para o mesmo destino? - Ele perguntou a Lena, que não lhe lançou um olhar de volta.

—Não, a senhorita Kara vai embora. – Seu olhos vazios me encararam com as sobrancelhas arqueadas, insinuativas. – Pode voltar para casa voando no ônibus não é mesmo, Kara?


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Notas finais do capítulo

1ª OBS: Vocês estão percebendo que eu estou atualizando a cada 4 dias??

2ª OBS: O nome do capítulo é em homenagem a um dos livros mais fofos que eu já li, "Uma bebida e um amor sem gelo, por favor" da Liliane Prata

3ª OBS:
1ª Versão
https://www.youtube.com/watch?v=Rx-L8hxrJlg

2ª Versão
https://www.youtube.com/watch?v=hN1m5vcQ9n4