Entremeios escrita por DrixySB


Capítulo 1
Outro mundo


Notas iniciais do capítulo

De volta à Terra, após ser resgatado por Leo Fitz, Will Daniels tenta se readaptar às condições terrestres, sentindo-se um intruso na base da SHIELD.



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Uma imprecação escapou de modo inevitável de sua garganta enquanto ele caminhava pelo corredor da base. A falta de costume com a gravidade da Terra o deixava ligeiramente trôpego. Era como se ele não suportasse o peso do próprio corpo. O ar que ele não respirava havia quase quinze anos lhe causava certo mal estar. Ele não teve tanta dificuldade ao se adaptar às condições de Maveth. Mas se readaptar as condições da Terra vinha lhe causando alguns transtornos.

Porém, ele tinha de deixar o quarto e tentar se recuperar. Enquanto caminhava, a tonteira constantemente o assaltava. E quando parava, o sono ameaçava lhe consumir por inteiro. Ele passava muito tempo dormindo.

Já havia perdido quatorze anos de sua vida. Agora que estava de volta à Terra, perdia um pouco mais cada vez que a inconsciência o derrotava e lhe fazia dormir por dez horas de maneira ininterrupta.

Era compreensível, afinal. Jemma havia lhe alertado acerca da lógica deficiência de vitaminas em seu organismo. Ele não se alimentava bem há mais de uma década.

Will caminhou um pouco mais pelos corredores em busca da bioquímica. Mas ela não estava em nenhum lugar ao alcance de seus olhos. Ele recebia olhares inquietos e nada discretos de vários agentes que pareciam encará-lo como uma aberração, um intruso que veio do espaço, uma anomalia temporal. Deu a sorte de não avistar Lance Hunter. Aquele agente parecia aniquilá-lo com os olhos por nenhum motivo aparente – ou que fosse de sua compreensão. Ao passar pelo laboratório, divisou os contornos de Fitz. O cara que havia lhe trazido de volta à Terra contra todas as expectativas A mente brilhante que, até onde ele ficou sabendo, havia construído metade das coisas que havia naquela base.

Will pensou em entrar no laboratório para conversar com o engenheiro, mas ele parecia ocupado, demasiado compenetrado no que quer que estivesse fazendo. Aparentemente estava construindo uma peça fundamental. Deveria se tratar de alguma ferramenta de funcionalidade indispensável... Quando o engenheiro ergueu a suposta ferramenta e o astronauta recém-chegado à Terra se deu conta de que se tratava de uma mão sintética muito similar à humana, ele decidiu que aquele tour pela base havia sido suficiente e, com o estômago embrulhado, resolveu retornar ao quarto.

No caminho, cruzou com Melinda May, a quem ele já havia sido apresentado.

— Hey! May, certo? Viu a Jemma por aí?

— Não! – ela disse, categórica, sem interromper seus passos para dar atenção a Will. Simplesmente prosseguiu, nem mesmo dirigindo o olhar a ele.

O astronauta estacou a observando.

Por que as pessoas pareciam tão irritadas com sua presença naquela base era um mistério a ser desvendado. O que ele tinha certeza, no entanto, é que se tratavam de razões diferentes.

Will sacudiu a cabeça, espantando aqueles pensamentos para longe e dirigiu-se ao seu leito. Ao abrir a porta, surpreendeu-se com a presença de Jemma, portando um jaleco e o cabelo preso em um rabo de cavalo no alto da cabeça, ela observava uma lista de tarefas escrita em uma caligrafia que soava amadora, deposta sobre um criado-mudo.

— Hey, doutora! – ele disse de modo a capturar sua atenção.

— Hey – Jemma respondeu com um sorriso contido e que pareceu melancólico. Decerto, ela não vinha dando ares de estar muito feliz nos últimos dias – o que é isso?

— Uma lista de coisas com as quais preciso me atualizar. Sabe... Ficar séculos sem escrever faz com que você perca um pouco a prática. Minha letra não costumava ser tão ruim.

Ela assentiu, ainda sorrindo.

— Você, por acaso, não encontrou meu colar...? Sabe, aquele que a minha avó me deu?

— Hmm, não! Lamento... Deve ter se perdido na tempestade de areia.

Jemma deu de ombros, sentindo-se conformada. Não tinha mesmo esperança de reaver seu colar desde que o perdeu ao ser resgatada de Maveth por Fitz.

— Como você está se sentindo hoje?

Will suspirou, exausto, e caminhou até a cama, sentando-se na beirada.

— Ainda encontrando dificuldades em se adaptar? – ela perguntou, repentinamente preocupada.

— É uma série de coisas – ele respondeu – não estou acostumado a respirar o ar da Terra, ainda fico zonzo ao caminhar... Eu sei que falei pra você que a primeira coisa que faria ao retornar era comer, mas a comida me deixa nauseado, às vezes... É a falta de costume, eu sei. Mas é tudo tão frustrante.

A bioquímica o encarou com um semblante aborrecido. Ela sabia o quanto essa fase de readaptação podia ser dolorosa e agoniante. Will estava claramente sofrendo de TEPT. Jemma sabia porque também passara por isso, por mais que houvesse negado e relutado em admitir.

— E as pessoas, embora tenham sido receptivas a princípio, não parecem muito à vontade com a minha presença por aqui.

O rosto de Jemma se transformou, ganhando contornos mais austeros e um olhar confuso.

— Alguém te tratou mal?

— Não. Não necessariamente – ele procurou tranquilizá-la, já arrependido de ter tocado naquele assunto – mas a verdade é que seus amigos não parecem se sentir muito confortáveis comigo por aqui.

— A quem especificamente se refere?

O astronauta não queria citar nomes, mas também não achou de bom tom manter aquilo omisso, o que o deixava em uma encruzilhada. Talvez Jemma tivesse explicações razoáveis para a forma como os demais o vinham encarando, portanto decidiu revelar a verdade.

— Eu não sei bem o motivo, mas… May…

Jemma deu um sorriso oblíquo.

— Pode parecer que May não faz questão de ser agradável, mas é uma pessoa extraordinária. Não é nada pessoal.

— Vai me desculpar, mas realmente parece que o problema é pessoal. Eu fiz uma pergunta e ela sequer olhou para mim. Passou direto como se evitasse minha presença… - ele deu um suspiro fatigado.

Um lampejo de compreensão atravessou o rosto da bioquímica.

— Deve ser culpa minha.

— O que quer dizer?

— Talvez eu tenha falado qualquer coisa sobre você ficar e… Atuar na SHIELD. Como piloto. E pedido para considerarem a ideia.

Will arqueou as sobrancelhas, esperando por uma explicação mais clara.

— Melinda May é a piloto.

— Oh… - ele pareceu pensar um pouco - ajudaria se eu dissesse à ela que não estou a fim de ocupar o lugar de ninguém?

— Ela não daria ouvidos - concluiu Jemma, dando aquele assunto por encerrado. Will meneou a cabeça, aquiescendo.

— No mais, parece que eu me acostumei a não estar aqui… - ele passou a mão pelo rosto, sentindo como se tivesse corrido uma maratona - sinto como se não pertencesse a esse lugar.

A última sentença soou ambígua, mas Jemma fingiu não perceber.

— Eu sei como se sente - ela falou, simplesmente, sentindo-se triste por ele. Esse processo de readaptação era realmente angustiante.

— E, somado a isso, há o fato de eu me sentir um intruso - ele completou.

— Pense pelo lado bom - ela tentou contornar - poderia somar a dificuldade de readaptação com a culpa por ter deixado alguém para trás naquele lugar infernal - não foi intencional, mas seu tom soou deveras pungente.

Will levantou o olhar e a encarou durante um instante no mais completo silêncio.

— Não foi sua culpa. E isso já passou.

— Era como eu me sentia - tornou, atenuando sua voz.

Ele suspirou, não sabendo como dar continuidade àquela conversa. Um instante de silêncio se abateu sobre eles.

Tudo o que Simmons queria era que ele se sentisse confortável e bem vindo depois de quatorze anos em um planeta desconhecido e sofrendo tantas privações. Gostaria de garantir isso, mas não estava ao seu alcance.

— Para falar a verdade, acho que alguns de seus amigos não vão muito com minha cara – disse, finalmente quebrando o silêncio, dando uma risada áspera e sem humor – alguns vagamente me suportam, outros não fazem questão de esconder sua antipatia.

Jemma abriu a boca para protestar, mas as palavras morreram em sua garganta. Não havia como dissuadi-lo daquele pensamento, quando alguns de seus colegas de time não colaboravam para passar uma impressão diferente.

— Lance Hunter principalmente.

— Hunter? – ela perguntou em uma voz frágil – O que ele fez?

— Ele me odeia – respondeu, enfático – sei que ele... Bem, ele é muito amigo do Fitz...

— Eu posso assegurar que Fitz não tem nada a ver com isso – tornou Simmons, categórica. Seu tom de voz mais elevado do que o normal.

— Eu sei disso. Sei que ele...

— Fitz jamais iria concordar se soubesse que Hunter o tratou mal – ela o interrompeu novamente, de maneira abrupta.

— Hey, Jemma! – Will levantou-se da cama de um salto, dirigindo-se a ela com as mãos erguidas à frente do corpo, como se clamasse por calma – eu sei que o Fitz não tem nada a ver com isso, ok? Já o conheci e... Bem, ele é um ótimo sujeito – declarou enquanto se aproximava mais da bioquímica – ele é tudo aquilo que você disse que ele era quando estávamos no outro planeta.

À medida que ele chegava mais perto, Simmons conseguia examinar melhor seu rosto e seu olhar. E foi com surpresa que identificou uma pontada de ciúmes – talvez até mesmo inconsciente – na expressão de Will conforme ele promulgava sua admiração.

— E, para falar a verdade, de todos aqui, ele é o único que me trata realmente bem, além de você. E foi ele quem me salvou...

— Nos salvou – ela retificou.

Agora ele estava a poucos metros de distância e não ousava se aproximar mais. Jemma o encarou em silêncio por um longo momento antes de suspirar, vencida pelo peso daquela informação que mantinha em segredo.

— Olha... Espero que você compreenda... A verdade é que as pessoas aqui estão desconfiadas. Descobrimos o envolvimento da HYDRA com o monolito. Histórias sobre rituais para enviar pessoas para Maveth através do portal e trazer aquela criatura que está aprisionada lá para a Terra.

Will cruzou os braços em frente ao corpo, ouvindo calado, a súbita compreensão perpassando seu rosto.

— Você já me falou sobre o que aconteceu, sobre acreditar ser uma missão oficial, porém confidencial da NASA, sobre não ter ideia de que se tratava de um horrível sacrifício de sangue, mas...

— Seus amigos acham que eu sou da Hydra, certo?

Jemma não respondeu, e nem precisou. Seu silêncio foi uma resposta mais clara do que se um sim fosse pronunciado em alto e bom som.

Ele balançou a cabeça em descrença.

— Tem de compreender, Will... Depois de tudo o que passamos... Eu te falei sobre o Ward. Não é fácil confiar...

— Você também desconfia? – ele indagou sem pensar duas vezes. Seu tom soou mordaz.

— Não! – ela tratou de negar – se fosse da Hydra, não teria feito o que fez por mim. Não teria me deixado escapar com vida e me protegido daquela criatura.

— Seus amigos sabem de tudo isso, Jemma...

— Sim, mas eles não estavam lá. Eles não viveram o que eu vivi. Além do mais, eles não estão crendo veementemente que você é da Hydra... Isso apenas passou pela cabeça deles. Não pode culpá-los. Toda essa história envolvendo o monolito é... Difícil de digerir.

Ele assentiu, ainda contrariado.

— Mas se serve de consolo, eles estão aos poucos abandonando essa ideia. Fitz conseguiu convencê-los de que seus propósitos eram genuínos quando concordou em participar dessa missão. Que não sabia das reais intenções por trás de tudo isso... Agora, sobre o Hunter...

— Eu só devo agradecer que não é Hunter quem está no lugar do Fitz, não é? – tornou, gracejando. Intimamente, Jemma agradeceu que havia novamente leveza em sua expressão e tom de voz – soube que é um mercenário.

— Não se preocupe com ele...

— Olha, Jemma... Eu não vou fingir que não sei o que está acontecendo aqui porque na verdade, eu sei. Por isso... – ele pesou bem suas palavras antes de prosseguir em um tom ameno – me desculpe por aquele beijo... Eu não estava raciocinando.

Ela se sentiu subitamente desconfortável, desviando o olhar, as batidas de seu coração levemente alteradas. Abriu e fechou as mãos, flexionando os dedos, na tentativa de se acalmar. Will se referia ao momento, minutos após o resgate, quando ele estava em uma maca e finalmente abriu os olhos. Seu primeiro instinto ao vê-la novamente e se dar conta de que Jemma era real e de que ele havia regressado à Terra, foi murmurar seu nome, abraçá-la e aproximar seu rosto do dela, dando-lhe um breve beijo nos lábios. Ela não se esquivou, mas sua surpresa foi pública e notória. Ela se manteve rija, sem corresponder ao gesto, como se assustada com aquela súbita atitude.

— Eu deveria saber que, se acaso retornasse, nós não iríamos retomar de onde paramos no outro planeta... Mas nunca sequer me passou pela cabeça que você fosse realmente voltar para me salvar. Eu achava impossível. Cheguei a pensar certas vezes que você não passou de uma alucinação durante todo aquele tempo... É horrível o que a solidão pode fazer com você, com sua mente... E, como eu disse, não estava pensando naquele momento. Portanto, me desculpe por isso.

Jemma o ouviu atentamente, enternecida com seu relato.

— Não precisa se desculpar – disse, enfim.

— Eu levei um minuto inteiro para entender que o que vivemos lá – ele coçou ligeiramente a nuca, ponderando se deveria continuar – Foi outro mundo, literalmente. Neste mundo, as coisas são diferentes, a realidade é outra. Quando Fitz apareceu naquele lugar para me resgatar, eu só pensava que finalmente iria ser salvo, estar livre... Mas de volta à Terra, quando o vi, eu entendi...

Jemma desviou novamente o olhar, engolindo em seco e enfiando as mãos geladas no bolso do jaleco. Will a fitou com serenidade e placidez, sorrindo melancolicamente.

— De qualquer forma, acho que, se algum dia, a ideia de regressar à Terra me passou pela cabeça depois que você conseguiu escapar... Eu jamais imaginei que iria te ver triste.

De modo brusco, ela tornou a olhar novamente em sua direção, surpreendida por aquelas palavras.

— O que está havendo? – ele perguntou quase em um sussurro.

A bioquímica não tentou mais omitir sua dor. Deixou que ela se manifestasse claramente em seu semblante.

— Fitz e eu... Não temos nos falado muito.

Will suspirou, meneando a cabeça levemente.

— Por culpa minha...

— Não – ela tratou de emendar – Ele... está me dando espaço – disse, agora soando um tanto revoltada – segundo ele, para me resolver... colocar meus sentimentos no lugar. E é isso é frustrante.

— Sente falta dele – não era uma pergunta, tratava-se de uma afirmação. Uma constatação para ser mais preciso. O olhar de Will denunciava complacência.

— Sim – ela respondeu, não fazendo segredo do que sentia. Por tantas vezes, ele foi seu confidente em Maveth. Tornara-se seu amigo, acima de tudo. Não poderia ter segredos com ele – É estranho – continuou, visivelmente frustrada – Sinto mais falta dele aqui do que sentia em Maveth. Fitz está fisicamente presente, mas emocionalmente distante.

O astronauta assentiu com a cabeça, os olhos fixos nela.

— Você o ama, não é?

Jemma suspendeu a respiração por um momento. Ele a pegou desprevenida com aquela pergunta. Lembrou-se instantaneamente de Fitz perguntando-lhe se ela amava Will, antes de acontecer aquele beijo confuso entre eles no laboratório. Lembrou-se da incerteza em sua resposta. Mas agora, confrontada com aquela nova pergunta, Jemma notou que não havia dúvidas. Só um temor quanto ao seu próprio sentimento.

— Ora, vamos Jemma. Sabe a resposta melhor do que eu – tornou como se houvesse feito a mais simples das perguntas e aguardasse pela resposta igualmente simples.

— Eu... Ainda não sei como lidar com isso...

— Olhe, eu estou feliz que tenha voltado para ele. Esse sempre foi seu objetivo. Não se contenha porque se sente culpada com relação a mim. Jamais foi minha intenção ficar entre vocês dois.

Ela fechou os olhos firmemente, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Vocês dois tornam isso difícil! – exclamou de repente.

Will franziu o cenho, confuso.

— Eu... Pensei que não houvesse escolha...

— Não há! – ela foi rápida em dissipar qualquer dúvida quanto à sua decisão. Will sabia que jamais teria alguma chance em um mundo em que Fitz também existia. Mas agora ela estava verbalizando, tornando concreto o que não passava de uma forte suspeita – eu digo no sentido de estar magoando vocês dois. Eu não queria isso. Faz com que eu me sinta péssima por fazer vocês passarem por mais essa.

Ele deu um sorriso enviesado na tentativa de atenuar o clima.

— Bem, estamos falando do cara que projetou aquela maravilha que vocês chamam de Zephyr One, algumas das armas utilizadas pelos Vingadores, metade das coisas que existem nessa base, que me salvou... Como eu poderia competir com isso?

— Competir? – ela perguntou, ligeiramente incomodada com o comentário.

— Ok, péssima escolha de palavras – ele se justificou prontamente, erguendo novamente as mãos em frente ao corpo.

Ele tomou fôlego e coragem para se aproximar mais de Jemma, cobrindo a distância segura que havia entre eles, e tocou suavemente a mecha de cabelo que caia pelo rosto dela. De imediato, percebeu que ela se retraiu, ainda que não desviasse o olhar desta vez, o encarando firmemente, mas não de todo confortável com seu toque. Naquele momento, Will teve a certeza de que o que eles viveram em outra dimensão – e que agora parecia distante, quase como se não houvesse passado de uma ilusão, de algo que não acontecera efetivamente – só poderia se delimitar àquele espaço-tempo. Tratava-se de outra vida, de outra realidade. Uma realidade com poucas escolhas, escassos recursos, parcas soluções, nenhuma saída. Outro mundo.

Diferente desta.

— Vocês dois estão...? – parando de tocá-la, ele deixou a pergunta no ar, arrependendo-se de tê-la feito – esqueça, não precisa responder...

— É complicado... Entre nós – ela o cortou, sem ser rude, apenas quis se adiantar na resposta – a verdade é que não existe ninguém como ele.

— E nem como você – Will apressou-se em complementar aquele raciocínio – você é especial, Jemma. Talvez por isso... Vocês dois... Sejam certos um para o outro – concluiu em um sussurro, ainda que reticente.

Um sorriso frágil, singelo e honesto iluminou as feições de Simmons. E Will ficou grato por aquele sorriso. Ele queria que aquela que simbolizou a sua esperança em um lugar desolado, encontrasse a felicidade. Era o que ela merecia.

E aquele que salvou a ambos de uma vida de miséria e temor permanente, tinha parte determinante nisso.


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Notas finais do capítulo

Aqui jaz uma escritora com coração partido.



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