A Sombra do Vento escrita por Lady G


Capítulo 6
Capítulo 5 – Era apenas uma bala


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Tudo bem por aí?
E finalmente começando um novo caso e muito mais misterioso! Inclui mais um personagem e muito importante por sinal! Vocês vão gostar!

Não sei vocês perceberam, mas eu sempre coloca muitas referências reais da história original de Naruto, como por exemplo, a conhecida frase "ai que saco" do Shika.

Então, espero que estejam gostando disso!
Boa leitura!



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Temari dobrava as mangas do casaco de frio, - estava realmente frio naquela manhã, para colocar as luvas de silicone por motivos de higiene e não alterar nenhuma se quer partícula do corpo da vítima. Segundo primeiras apurações dos policiais locais, o jovem com seus dezoito anos era Ryan Leonell, bem vestido e aparentemente saudável, agora, encontrava-se estirado no chão de mármore branco, com um liquido viscoso saindo dos olhos, ouvidos, narinas e boca. Temari localizou a testemunha que estava sentada em dos sofás temáticos do local. Uma jovem de cabelos cumpridos estava completamente em estado de choque e tremia muito.

Sakura recolhia amostra daquele liquido marrom e estranho. Estreitava os olhos enquanto esfregava levemente o líquido nos dedos enluvados. “O que diabos é isso?”, pensou. Ao ver Temari se aproximando, mesmo numa situação como aquela, não segurou o sorriso ao ver a loira novamente.

— Temari!

— Dra. Haruno. – fez-se um aceno. – O que temos aqui?

— Apenas Sakura, por favor. - suspirou. – A vítima aparentemente teve uma overdose. Segundo a testemunha, Leonell ingeriu uma espécie de bala até começar a se contorcer todo e morrer. Eu acho que isso saindo dele é o que restou dos órgãos internos na região da cabeça. Mas, nada certo.

— Nossa... Existe alguma droga que faça isso?

— Tudo é possível Temari. – Sakura olhava para corpo novamente. – Tudo é possível. – repetiu.

Temari agradeceu pelas informações e deixou a rosada trabalhar. Andou alguns metros para se encontrar com a testemunha. Sentou-se no sofá em frente.

— Olá? – a jovem suspendeu a cabeça que estava sob seus braços. Estava sentada abraçando as pernas.

— O-oi...? – sua voz saiu tão baixa que quase não era audível.

— Sou a Detetive Temari, cuidarei deste caso. Poderia me ajudar? – Temari soava o mais gentil possível para aquele momento delicado.

— Sim...

— Ótimo! – sorriu - Seu nome?

— Margareth Tsune. – sua voz era suave e agradável de ouvir-se. Endireitou-se no sofá para que pudesse conversar melhor.

— O que aconteceu? Consegue me falar?

— Ele... Ele estava bem... Conversávamos sobre o futuro dele... – teve que se recompor para não chorar novamente. – Na verdade... Era incerto, sabe? Ele tinha que seguir o mesmo segmento que o pai nos negócios de família. É uma companhia farmacêutica, o pai queria que ele fosse um engenheiro químico ou algo do tipo não sei.

— Entendo, pais que querem que o filho siga seus passos... – teve uma breve lembrança do próprio passado. - Mas e então...? – Temari prestava muita atenção e sentia-se um pouco emocionada. Mesmo que precisasse ser sangue frio às vezes.

— Ao longo da conversa ele tinha ficado meio melancólico... Que queria desistir de tudo. – uma lágrima escorreu em sua face branca. – Eu disse que era besteira... Então eu disse que precisava ir ao banheiro... Quando eu voltei... Ele estava falando com um cara estranho... – Temari estreitou os olhos. Uma terceira pessoa envolvida é sempre ruim.

— Como ele era?

— Usava blusa com capuz, mas parte dos braços estava descobertas, eu vi que tinha uma espécie de tatuagem de caveira e uma cruz. Bem estranho.

— E o que eles conversavam?

— Não sei bem, o cara saiu quando cheguei. Apenas vi que o Ryan segurava uma bala na mão. E... Ele ingeriu a bala... E... E... Caiu no chão e começou a se tremer alegando dor de estomago... Depois... Depois... – Tsune pousou suas mãos em seu rosto e começou a chorar.

Temari agradeceu pela ajuda e pediu para uma equipe médica dar suporte a ela. Voltando ao corpo, ainda com as luvas em mãos, ela começou a apalpar o corpo. Bolsos foram inspecionados, mas nada foi encontrada além da carteira com documentos e dinheiro. Muito dinheiro.

“Rico e pressionado pelo pai... Onde já vi isso?”, Temari pensou, entretanto, já até sabia a resposta. Sakura havia dado autorização a sua equipe para remover o corpo e encaminhar para o IML para fazer a autopsia e concluir causa da morte.

— Que meleca! – Temari virou-se para localizar o dono da voz. Quem ela claramente já conhecia.

Sentiu por um breve momento seu rosto se ruborizar ao vê-lo de maneira diferente: Shikamaru Nara usava uma jaqueta de coro preta com um par de bolsos, - cujo qual estava suas mãos, além de usar um gorro em sua cabeça, permitindo seus cabelos estarem soltos. Para completar suas vestes, usava uma calça de sarja cor caqui e suas velhas botas pretas.

— Olá Dra. Haruno e Detive Temari. – as cumprimentou em tom zombeteiro. – Alguém ficou de “cabeça quente” não é mesmo?

— Oras! Shikamaru não brinque assim! – Sakura o repreendeu batendo com a prancheta em seu ombro. – Respeite o morto!

— Não exagere! – deu um risinho. - E aí quais as novas? – olhou para Temari, que ainda tentava se recuperar. – Ué? Por que está vermelha?

— É do frio – mentiu – Parece que ele tomou uma droga que instantaneamente o matou. Segundo a testemunha, tinha formato de uma bala comum.

— Ele só comprou um?

— Sim, Nara, ele só havia comprado um. – respondeu a detetive de mau humor.

— Parece que alguém está mais chata que o normal hoje.

— Será mesmo Sherlock Holmes? Apenas estou tentando pensar e você não cala a boca!

Ih... Bom, eu vou indo nessa... Nos encontramos no necrotério! Até... – ambos viram Sakura entrarem no carro oficial.

Mais tarde, na delegacia, Temari interrogava os pais da vitima. Thomas e Valery Leonell. O pai vestia um terno sofisticado e a mãe um casaco grosso de pele sintética, - já que aderira não usar peles de animais reais. Valey chorava e precisava toda hora parar de explicar qualquer coisa sobre o filho morto e Thomas parecia ter coração de pedra. Após ver a imagem do corpo, Valery estava simplesmente impossível de ser entrevistada então Thomas tomou o rumo da conversa.

Ryan era exatamente como seu pai: pele clara, cabelos pretos e lisos. Thomas tinha olhos castanhos e severos enquanto Valery era loira e olhos cor mel e parecia ser uma mãe bem zeladora.

—... Ele era teimoso. – revelou pai. – Eu falava para ele seguir meus passos. Ser um homem. Mas, não! Ele queria farrear com aquela garota... Como era mesmo o nome? Ah é Elizabeth!

Margareth, senhor. – corrigiu Temari irritada. – Sabiam que seu filho era usuário de drogas?

— Meu... Meu bebê? Um drogado? – Valery retornava a chorar. Se não fosse trágico, seria cômico.

— Que ultraje! Jamais que um Leonell usaria isso! – o pai parecia realmente ofendido.

— Bom, senhores, foi o que aconteceu. Aparentemente seu filho morreu de overdose. Estamos averiguando com precedência para confirmar. – Temari parecia calma, todavia, profundamente irritada com este tipo de pais. Parecia até clichê do gênero rico e insuportável. – E... – Temari inclinou para frente, apoiando-se a mesa. – Senhorita Margareth não teve nada a ver com isso. Pois, seu filho já havia comprado a droga quando ela saíra para usar o toalete.

Shikamaru novamente só acompanhava sem interromper. Fazia o que sempre soube fazer, analisar os movimentos corporais. Após uma série de perguntas sem respostas realmente necessárias, Temari dispensou os pais e prometera resolver o quanto antes. Afinal, quem vende uma droga tão potente assim? Visivelmente é alguém com intuito de matar quem usar.

E se aquilo for usado em demasia, haverá uma série de mortes. Nara sentara na cadeira que estava ocupada por um dos pais e encarou Temari por alguns minutos enquanto ela relia os relatórios e analisava o corpo novamente. Aos seus olhos, ela era uma mulher muito bonita. Misteriosa, durona e complicada... Muito complicada. Ela ficava bem de casaco de frio.

Temari percebeu que Shikamaru a encarava e levantou a cabeça.

— Vai continuar me encarando ou vai me ajudar?

— Não sabia que precisava da minha ajuda. – sorriu.

— Duas cabeças pensam melhor que uma. – assumiu. – Isso parece proposital para você? Um caso de vingança, talvez. O pai não era um cara muito simpático...

— Um ex-funcionário amargurado? Um rival do amor? Por que aquela amiga dele... – Temari arqueou a sobrancelha.

— Sério? Que desnecessário. – e revirou os olhos. – Acho que vou assumir daqui. Obrigada.

— Que mulher complicada... – murmurou o jornalista preguiçoso para si.

A dupla incomum saiu do edifício gigantesco e foi até as ruas. Temari estava sedenta por um café forte e algo salgado para comer, já que não havia tido tempo para tomar café da manhã. Na verdade, essa era sua rotina de todos os dias.

Não muito longe dali, havia uma singela barraca com garrafas de café, leite com chocolate e afins. Enquanto aguardava o pedido, - um pão na chapa com manteiga e ovo, avistara um casal. Eles estavam andando de mãos dadas e pararam para se abraçar. Com certeza para dizer o quanto se amavam. Shikamaru também reparou, mas não falou nada. Apenas tentava entender o que se passava com Temari. Estava de num péssimo estado de espírito. Mais que o normal. Algo relacionado ao caso? Talvez.

Os pais da vitima parecia irritá-la ainda mais. Um tipo de pais que não percebem quando um filho precisa de ajuda e urgentemente. “Ela passou por isso ou foi os irmãos? Com certeza um dos irmãos.”, analisou enquanto esperava seu misto quente.

 “E por que ela tanto olha aquele casal? Lembrança de algum ex-namorado ou até mesmo atual que deixou em Suna? Hm... Não, não. Não deve estar namorado. Seu dedo anelar direito não mostra que esteve namorando, não estar nem se quer marcado! E no esquerdo também não mostra que já foi noiva”. Shikamaru a conhecia só algumas semanas e, ao ver dele, parecia que demoraria em conhecer mais. Ela era bem discreta.          

— Moça seu pão... Moça?

— Hm? Ah! Obrigada! Desculpa! – Temari deu o dinheiro e sorriu. – Vou me sentar ali. – apontou para um banco que ficava em uma praça.

— Ok... – Shikamaru também pegou seu lanche e sentou-se ao lado da loira. – Acho que foi bem seletivo da parte do traficante.

Temari havia levado alguns segundos para entender do que ele estava falando.

— Teoria de vingança ainda está em pé? – tomou um gole de seu café.

— Sim... Acho bem provável. Mas, não conseguimos muitas informações das pessoas de sua convivência... – disse Shikamaru, um pouco desanimado.

— A amiga dele, Srta. Tsune disse que ele era boa pessoa, entretanto estava vivendo um dilema sobre seu futuro. Que ele não queria seguir os passos do pai ou algo assim. – mordeu um pedaço do pão, ela revirou os olhos, pois estava saboroso.

— Então... – mordeu o pedaço de seu lanche e ainda mastigando falou: ele poderia ter cometido suicídio. – Temari fez-se cara de nojo vendo-o falando de boca cheia.

— Seu nojento! Fecha a boca! – respirou fundo. – Enfim, pode ser... No entanto, acho que não. Só sabendo o laudo da Sakura para descobrir a causa real e o que tinha no corpo dele.

— Posso fazer uma pergunta pessoal?

— Por que sempre muda de assunto do nada? – a loira segurava o copo descartável com cuidado para não derrubar e não se queimar. O encarava com curiosidade. Percebeu que ele realmente queria fazer a tal pergunta. – Está bem, pergunte. Só não sei se vou responder.  

— Não sente falta dos seus irmãos?

Temari parou de beber e inclinou um pouco a cabeça para baixo. Estranhando tal pergunta. Shikamaru e ela poderiam ser bons amigos, se ela permitisse. Temari retornou a olha o casal que ainda estava aos abraços e decidira sentar há alguns metros de onde estavam. A praça estava relativamente movimentada, em vista do frio que chegava.

— Sinto. – respondeu calmamente. – Somos muito unidos. Mas... Mas eu precisava sair de lá.

— Algum motivo complicado?

— Sim... Eu estava sendo ameaçada pelo meu pai... – Shikamaru arqueou a sobrancelha.

— Como é que é? – a voz de preocupação do moreno fez Temari sorrir.

— Ah! Não... Não é uma ameaça de morte ou de machucar, é que ele queria arranjar algum tipo de namorado para mim. Meu pai é muito protetor, acha que vou morrer sozinha! – e riu depois de comentar isso.

— Realmente você não parece do tipo de ter relacionamentos... – murmurou.

— Eu estou bem sozinha! Fiquei estressada com tudo isso. Não preciso de ninguém falando o que tenho que fazer. – o celular da detetive vibrou, era uma mensagem do Departamento de Homicídios. Haviam encontrado outro corpo com as mesmas características do primeiro. – Outro corpo. – revelou após pegar o celular.

— Ainda vamos terminar esse assunto.

Temari não respondeu. Jogou o copo descartável e o papel toalha no lixo e se esticou. Um vento gélido bateu em seu rosto e fez seu cabelo loiro e solto se mover um pouco. Era o tipo de mulher que não se deixava abalar por nada e conseguiria o que quisesse com determinação. Uma mulher complicada para Shikamaru. 

Chegando ao endereço, Temari e Shikamaru subiram até o terceiro andar. Um apartamento estranho e com vizinhança mais estranha ainda. Era minúsculo onde não sabia onde era sala e cozinha. Apenas um banheiro e quarto. O banheiro feminino da delegacia era maior aquele lugar.

O corpo estava sentado no sofá e quem denunciou fora o sindico, pois iria cobrar o aluguel e se deparou com a porta aberta e o corpo do rapaz.

— Ele estava me prometendo o aluguel há dois meses! – alegou o homem. Era barbudo e gordo. Não era muito amigável, entretanto, não mataria alguém.

— Ele apresentava algum comportamento estranho? – indagou a loira.

— Não.  Só dizia que iria resolver, tinha conseguido um emprego bom.

— Sabe que tipo de emprego é esse? 

— Também não, detetive. Ele não era muito visto por aqui. – Temari estava ficando desanimada.

— Pelo menos sabe se ele tem algum parente, alguém para me falar se tinha inimigos? – novamente o sindico estranho respondeu que “não”.

Antes que a mulher surtasse, o dispensara. Olhou em volta e só tinha alguns policiais analisando o local e fazendo fotografias, mas nada de um medico legista. Sakura não era a única, e também, Dra. Haruno estava trabalhando no primeiro corpo.

Até que uma figura feminina aproximou-se dos dois. Era jovem, cabelo preto azulado e possuía um tipo de olhos incomuns. Era tão claros, que fez Temari pensar que era cega. Pelo contrario, ela enxergava muito bem.

— Detetive Temari? – a voz doce combinava perfeitamente com o tipo de corpo da jovem. Seu longo cabelo estava preso num rabo de cavalo frouxo. Provavelmente havia o preso apressadamente.

— Sim. E você é...?

— Hinata Hyuuga. Sou médica legista e especializada em Paleontologia Humana. Posso ajudar com qualquer coisa! – dizia-se orgulhosa. Ao ver a figura masculina ao lado de Temari, permitiu sorrir. – Shikamaru! Olá!

— Dra. Hyuuga, quanto tempo!

— Todos os departamentos te conhecem? Mas que coisa! – Temari parecia levemente injuriada. Bateu os braços no corpo para mostrar sua revolta fazendo Shikamaru rir e Hinata ficar confusa. – Bom, Dra, bom divertimento. – e apontou com a mão o corpo.

— Dra. Haruno me contou sobre o corpo que ela está tratando. Ele teve o cérebro fritado, basicamente. – Temari ainda estranhava o fato de um ser tão delicado como Hinata, mexendo num corpo extremamente nojento.

— Isso faz nossa teoria de vingança pessoal ser inválida. – observou Nara, olhando os bolsos do morto. Claro que ele estava usando as luvas. – Hm... Um documento... Oliver Raphel... Que nome maravilhoso... – zombou. Tanto Temari e Hinata o olharam com reprovação. – Vocês são tão entediantes.

— O que é isso? – Hinata abriu a mão do homem, tinha uma embalagem de plástico. – Mugen?

— Sonhos... – traduziu Shikamaru, pensativo. – É uma tradução literal para essa palavra.

— É bem sugestiva... – Temari pegou a embalagem das mãos enluvadas de Hinata. – Uma droga que faz sonhos... Será que ele queria se matar?

— Bom, vendo a situação de vida dele, sim. – cruzou os braços. - Se ao menos o traficante deste negócio estivesse por perto...

— Shikamaru?

— Sim, Temari?

— Ele é o nosso traficante... – e mostrou a mão tatuada, exatamente como Margareth apontara.

— Ai, que saco...


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Notas finais do capítulo

Hinatinha chegando na área! Caso não saibam o que é Paleontologia Humana, é o estudo de fósseis humanos. Tipo, da série Bones, onde investigam restos humanos e descobrem pelos ossos o que aconteceu.

E espero que tenham gostado capítulo! Muita coisa vai rolar agora!
Até o próximo!



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