A Sombra do Vento escrita por Lady G


Capítulo 14
Capítulo 13 - A morte (in)esperada


Notas iniciais do capítulo

EU SEI, MAIS DE DOIS MESES SEM POSTAR!

Olá personas! Queridos leitores e leitoras de A Sombra do Vento, me desculpem pela demora.

Primeiro, comecei a trabalhar em SHOPPING, segundo fiquei sem PC de novo!

MAS CONSEGUIIIII! E ta aí, capítulo com bastante diálogo, Shikamaru e Temari sendo gênios e até uma pitadinha de romance! Boa leitura!



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Yamato segurava dois copos de café em cada mão, sendo um para Shikamaru. Sentado impacientemente na cadeira da sala do interrogatório, ele aceita com um meio sorriso.

O interrogador sentou-se a frente do jornalista preguiçoso e viu que teria um belo desafio pela frente.

— O que tem para me contar?

— O que quer eu te conte? – retrucou, enquanto tomava um gole de café amargo. Fez-se uma careta.

— Desculpe, mas café sem açúcar é bom para ajudar a pensar. Para mim funciona.

Houve um breve momento de silêncio, mais ou menos de um minuto, no entanto, parecia uma eternidade. Temari novamente aguardava do lado de fora um pouco melhor, seus fiéis guarda-costas, Kankurou e Gaara, estavam ao seu lado tão ansiosos quanto ela.

— Segundo o dono do estabelecimento, você em conjunto com o irmão mais novo da vitima, Sabaku no Gaara, criaram uma espécie de base e instalaram diversas câmeras que, num momento crucial, parou de funcionar. Bem sugestivo.

— Já sei onde quer chegar. – Shikamaru deu mais um gole do café amargo – Se a pergunta é se fiz parar de funcionar as câmeras, bom... Está certo.

Os irmãos se entreolharam. Temari apertou as unhas contra a palma da mão.

— Então seria uma confissão?

— Oh! Eu não tenho nada a ver com o que fizeram com a detetive, mas...

— Mas?

— Eu sabia que Gaara perceberia as câmeras e... Tenho que me desculpar – olhou para o vidro espelhado, com a intenção de olhar para o trio – Eu congelei as câmeras por um certo momento, logo, ela retornou ao normal.

— Então, as câmeras podem sim terem captado algo que ajudaria a descobrir o culpado? Shikamaru, você é terrível. – o investigador apoiou uma de suas mãos no queixo. – Onde estão as gravações?

— Escondidas – inclinou-se um pouco para frente, encarando os olhos mortos de Yamato – E jamais direi onde.

— Então descobriu algo? Por que não nos conta? A vitima está ansiosa e precisando de respostas.

— Porque seria fácil demais. Não seria divertido ver o horror da cara dos suspeitos achando que poderiam esconder-se para sempre e na verdade estão ferrados na minha mão?

Do lado de fora, o irmão mais novo de Temari estava indignado com a tamanha sinceridade e estranheza do interrogado.

— Que cara maluco... – resmungou Gaara. – Esse é realmente seu parceiro?

— Percebi que não tenho idéia de quem seja este homem.

Minutos após, Sakura aparece no corredor e cumprimenta os três, porém, nada conversam. Também queria presenciar a entrevista e sua expressão era de alguém preocupado.

— Não é engraçado como os principais suspeitos querem falar com a Temari “através” do espelho? Tive acesso as gravações do interrogatório de ontem. Por que todo mundo tem que se esclarecer com ela? – Yamato parou de ler qualquer coisa que estivesse lendo no relatório para encarar a observação de Shikamaru. O mesmo continuou: - Por que todo mundo tem que se explicar?

— Porque é culpado de algo? Você acabou de fazer isso.

— Oras! EXATAMENTE!

Temari começou a entender o raciocínio confuso de Shikamaru. De canto de olho tentou ver com a reação de Sakura, entretanto, esta não se manifestou e em seguida se despediu dos irmãos com uma leve reverência. Temari achou aquilo extremamente estranho.

— Mas – disse Yamato – Shizune não olhou para o espelho.

— Não olhou... Verdade... Olha só outra coisa engraçada: não é irônico como os principais suspeitos, com exceção a mim, são mulheres? – levantou a mão esticada para o policial a sua frente com três dedos esticados. - Três mulheres médicas com conhecimento em plantas. O que as três têm em comum?

— Não era para eu estar te interrogando?

— Por favor, não atrapalhe meu raciocínio e me pergunte o por quê.

Yamato revirou os olhos e fez a pergunta.

— Shizune abandonou o curso de medicina e de alguma forma veio parar aqui como assistente do Kakashi. Quem era a antiga mentora dela no curso?

— Senhora Tsunade.

— Isso! Muito bem! Continue cooperando. Yamanaka não mataria por por dinheiro, Ino é rica e o pai é um importante doutor em psiquiatria, entretanto, poderia matar por amor e usaria todo esse caso para acobertá-la. Já a Sakura estudou alguns meses no deserto...

— Estudou?

— Sim... Ela é fascinada pela história da medicina. E por ventura, também teve aulas práticas com a medicina que aplicam lá no País do Vento. Teve um breve momento que ela estudou com a Shizune numa aula especial que a Senhora Tsunade dava aqui em Konoha.

— Você desconfia das suas próprias colegas? E você? Não faria algo genuíno como uma armação doentia pelo dinheiro de Temari? Teria a paciência e dedicação de conquistar sua confiança para que de alguma forma a fizesse abrir o cofre de sua fortuna. Fragilizada, ela poderia te confiar até mesmo a senha que nem os próprios irmãos sabem. Sua historia com Hidan por de ter ultrapassado para o nível “me pague ou todos morrerão”. O que você teria a perder? Seu pai está debilitado por suas ações egoístas, seu mentor está morto por ter assumido a culpa de suas burradas e acabou tornando-se cachorrinho favorito de um Sociopata como Hidan.

Antes de Shikamaru responder a provocação, um policial bate na porta e chama o investigador para conversar. Yamato pede licença e vai para o lado de fora. Temari está praticamente ao lado dos dois e consegue ouvir claramente que foi encontrada uma pessoa morta nas proximidades do bar de Choji.

— Desculpe-me – Yamato virou-se para os três irmãos – Mas teremos que interromper o interrogatório. Aparentemente uma pessoa morreu bem próximo de onde você acabou... Sofrendo o ataque.

— Eu irei junto.

— Temari! Ficou louca? – vociferou Kankurou – Vamos voltar para Areia hoje! Você não esta segura aqui!

— Independentemente do que aconteceu comigo, houve um crime e que eu saiba, ainda sou policial. Vamos capitão.

— E o que acontece comigo?

Todos encaram Shikamaru.

— Vai ter que vir. Sendo maluco ou não, precisamos de você – assumiu Yamato dando de ombros.

Temari fitou Shikamaru, entretanto, preferiu não falar nada. Não sabia o que dizer naquela hora. Ainda mais ao vê-lo de uma pesperctiva diferente, ele seria capaz de fazer qualquer coisa por um caso de polícia. Até colocar pessoas em risco de vida.

Ao chegarem ao local, podia ver uma grande movimentação em volta do corpo. Pelo menos três viaturas e duas ambulâncias estavam estacionadas além de vários policiais e curiosos. Dentre estes oficiais estavam Sakura e Hinata analisando o corpo dentro do lixo enquanto o próprio Kakashi falava com a testemunha como havia encontrado o falecido daquela forma. A caçamba era grande o suficiente para caber uma pessoa adulta.

O lugar estava emanando morte.

Ao ver Temari, Sakura se aproximou e respirou fundo antes de conversar com a detetive.

— Esse caso está cada vez mais ficando fora do comum.

— Quem é vitima? – perguntou-lhe sem ser muito amigável.

— Veja você mesmo... Voltamos para a estaca zero.

Temari passou por Sakura e dando de encontro com Shikamaru, alguns passos depois finalmente vêem o corpo.

— Esse caso entrará para a história... – Shikamaru então acendeu um cigarro.

— Sasori... – foi Gaara que disse ficando ao lado da irmã, tampando o nariz com a manga da blusa.

— Aparentemente sangrou até a morte e parece que está assim há mais de três dias – explicou Hinata enquanto apontava para o corpo deformado. – Já pedi para uma ambulância levá-lo para o necrotério, precisamos ver o que resultou a morte.

— E além do mais – continuou Sakura – Tem três tiros na altura do peito. O que pode também ter sido a causa da morte.

— Isso está saindo do controle! Capitão Yamato, temos algum suspeito decente? – Kakashi parecia mais mal-humorado que o normal.

— Infelizmente não. Eu e o Shikamaru batemos um papo... Contudo, como pode vê-lo diante de seus olhos, não tenho nada concreto.

— Três dias morto?

— Sim Shikamaru, é o que suspeitamos pela forma do corpo, por quê? – respondeu Hinata solenemente.

— Dependendo da hora exata da morte, não pode ter sido ele que atacou a Temari. E sim alguém disfarçado com uma peruca ou talvez uma cor de cabelo que se assemelhe ao vermelho, como o rosa, por exemplo. – Sakura arqueou a sobrancelha.

— Está me acusando de novo?

— E existe só você de cabelo rosa?

— Senhores! Recomponham-se. – advertiu Kakashi – Existe um traidor entre nós e está conseguindo fazer com o que amigos de infância se estranhem! Vamos focar no que importa. Sasori, atualmente criador das drogas está morto! Isso precisa de explicação!

— Sentimos muito senhor – disse Sakura. – Estamos muito nervosos.

— Sim... Eu imagino. Yamato? Por uma causa especial, preciso que pare os interrogatórios e venha falar comigo em minha sala. Eu avisarei o horário.

— Sim, senhor – Yamato estava totalmente contra a decisão, todavia, seu respeito por Kakashi era maior que seu próprio orgulho.

— Temari, não quero forçar a situação, mas preciso de sua genialidade para concluirmos logo esse caso. Acha que consegue?

— Espero que sim, senhor. Vou fazer buscas de antigos inimigos de Sasori. Este tipo de ataque só pode ter sido vingança.

— Vai ficar bem mesmo? Afinal... Querendo ou não Sasori foi seu...

— Preciso focar no presente, senhor. – fez-se uma breve reverência - Com licença, eu irei a delegacia checar todas as informações do caso e Dra. Haruno e Dra. Hyuuga, me avisem quando estiverem prontas. Quero ver de perto toda a autopsia.

Temari saiu dando as costas para todos os presentes. Acompanhando-a como sempre, os irmãos mais novos perceberam que seria inútil discutir a idéia de ir embora.

A detetive estava há pelo menos uma hora em pé diante do corpo sem vida de Sasori. Ela havia acompanhado todo o processo das médicas e entendido que ele havia morrido por hemorragia, após o corpo ter sido perfurado por bala de calibre .22, iguais a de sua arma. As pontas dos dedos das mãos estavam cortadas e ásperas devido à utilização de produtos químicos. Mesmo depois de terem acabado, Temari quis ficar para tentar pegar algum detalhe diferente. Algo que poderia dizer o que motivou o assassinato. De alguma forma, o cheiro putrificado não a incomodava tanto.  

— Se você tivesse me ouvido na época... Poderia ter sido um professor, ou um químico, um cientista premiado. Poderia ter ajudado pessoas... E olha só... Olha onde você está... - Temari tirou o pano branco que cobria completamente o corpo e deixou somente a cabeça descoberta. 

Segurou-se firme na lateral da maca de ferro onde estava o falecido e sentiu uma profunda tristeza, finalmente, começou a chorar.

— Idiota... Idiota... – murmurou – Por que...? Por que matou aquelas pessoas? Por que fez isso comigo? Com você? Para quem devia e o quê? Foi você que me atacou? Por que me avisou que a droga seria modificada? São tantas perguntas e você... Você... – secou as lagrimas que desciam a bochecha.

— A mulher de ferro sabe chorar...

Temari terminou de secar rapidamente as lágrimas quando viu Shikamaru se aproximando. Sem graça, cobriu novamente Sasori e retornou a ler o papel com o motivo da morte.

— Não precisa disfarçar. Foi seu primeiro amor, seu primeiro caso de extremo ódio. O principal suspeito de vender drogas para crianças ricas. A gente não escolhe quem amar.

— Se está aqui para debochar, por favor, vá embora. Estou tentando trabalhar.

— De maneira alguma quero te atrapalhar... Na verdade estou com uma pulga atrás da orelha – se aproximou de uma prateleira com várias ferramentas de trabalho para autópsia e afins e encontrou uma caixa com luvas de silicone descartáveis. Jogou um par para Temari.

— Pra que isso?

— É nojento tocar num cara morto.

— Mas eu não toquei ne...

— Aqui – interrompeu mostrando a palma da mão direita de Sasori – Se eu fosse um gênio e quisesse esconder alguma informação, onde eu esconderia? – começou a apalpar cada dedo do morto.

— O que está fazendo?

— Procurando algum volume estranho...

— As legistas teriam dito se tivesse encontrado.

— Teriam?

— Está mesmo desconfiando?

— Faço isso toda vez, elas estão acostumadas. Se bem que desta vez tem um motivo: Dinheiro, poder, amor e ódio... É... – o moreno fez-se uma careta - Acho que fiz a conta errada, são quatro motivos.

— O que ele esconderia? No próprio corpo? A barriga foi aberta, mas... – ela abaixou o tecido até um pouco abaixo da barriga e viu o corte profundo – Oh céus, não acredito que vou fazer isso...

Antes de enfiar a mão no corte, Shikamaru a segurou pelo pulso.

— Não, algo pequeno se perderia nos órgãos. E ele queria que isso fosse encontrado...

— Pequeno como um cartão de memória? É isso que está pensando?

— Sim... Documentos, imagens, áudios... Podem estar num pequeno objeto.

— Por que ele iria esconder algo desta forma?

— Quando ele foi a sua casa... Ele te falou algo importante. Ele fabricava a droga, ele é um assassino, não tenha duvidas. Entretanto...

— Ele não era o “cabeça” de todo este esquema... – continuou Temari.

— E, portanto? – insistiu Shikamaru apalpando os dedos dos pés do defunto.

— É algo bem maior. Alguém que tenha o poder do dinheiro e é influenciável. Que possa controlar a política e a polícia... Descobriu que Sasori fez um backup destas informações e o executou. Ele morreu antes do ataque que sofri então alguém se disfarçou.

— Sabe o que acho? Que não tenha sido o Sasori que vendia as drogas, poderia ser qualquer pessoa.

— Mas... O retrato falado do Sai é bem descrito. A não ser que...

Shikamaru arqueou a sobrancelha.

— Não, Sai não mentiu. O que eu acho é que a pessoa possa ter traços semelhantes ao dele. Retrato falado não é uma fotografia exata da pessoa. Um pouco de maquiagem e peruca faz qualquer pessoa se transformar em outra. Veja o rosto de Sasori, ele tem traços femininos...

— Sim... É verdade. Ele sempre gostou de se parecer jovem... Excessivamente até... – Temari então encarou Shikamaru. – Esse tempo todo estávamos caçando uma sósia... Pode ter sido o mesmo que matou o traficante no apartamento.

— O que me faz acreditar que o sósia é uma mulher. Mas, claro, ela está a mando de alguém. Esta mulher tem acesso livre a informações confidenciais da polícia. De duas ou uma: ela paga pra alguém essas informações ou...

— É uma policial.

— Acho tão sexy quando terminamos nossas frases.

Temari arqueou a sobrancelha e o fitou. Depois sentiu no fundo da alma a vontade de rir, mas se segurou.

Então surgiu o pensamento de que, se algo tão pequeno poderia estar escondido, onde melhor que embaixo de um dente? Ela abriu a boca, segurando fortemente a vontade de vomitar, devido ao cheiro e começou a tocar nos dentes. Um a um para ver se tinha um mole. Entretanto acabou encontrando outra coisa.

— Você tem razão, ele escondeu algo.

— Achou?

— Mas, encontraram antes de nós. – ela mostrou que está faltando o dente canino superior direito. E o formato da gengiva fez parecer que tinha mais espaço que o normal, provavelmente onde ficava o dente falso com o cartão de memória.

— Ele morreu por causa de um cartão de memória. Que formidável.

— Foi o Hidan, não é?

— Ainda tem dúvidas?

— Como provar a ligação dele com tudo isso é o mais difícil.

— Com o Hidan, minha cara, é tudo na base da paciência. Mas, a dele está se esgotando.

— Ele provavelmente mandou fazer uma dosagem mais leve para que eu ficasse atordoada e me raptasse. Mandou alguém fazer isso, só que de alguma forma o seqüestro deu errado.

— Ou... Ele não sabia deste ataque.

— Como assim?

— Acho que a pessoa que está trabalhando com ele quis agir sozinha, para provar seu valor. Só que deu ruim... Ele com certeza ficou irritado. A pessoa poderia usar o motivo de Sasori ao seu favor, mas ela não esperava que o traficante morresse horas antes do atentado.

— Nossa, então a parceira de Hidan vai tentar compensá-la com alguma coisa. Provavelmente, um novo atentado? Desta vez vão tentar mesmo me seqüestrar.

— Por isso, acho melhor não ficar sozinha.

— Meus irmãos estão comigo.

— Sem ofensas, mas... Kankurou pode até ser forte e bom em ataques físicos... Entretanto o Gaara...

— Não subestime o Gaara... Ele é capaz de fazer qualquer coisa por mim ou pelo Kankurou.

— Eu imagino. Todavia, acho melhor alguém que fique bem próximo a você... Tipo que seja a sua sombra.

— Estou de saída. Até mais – jogou as luvas que acabara de retirar para Shikamaru segurar.

— Hidan e Kakuzu é certeza que estão envolvidos... Mas quem? Quem será a mulher envolvida? Ou mulheres? Preciso criar novamente uma situação.

Já em sua casa e aparentemente segura e com banho tomado, Temari em conjunto com suas anotações, tentava imaginar quem das policiais estariam envolvidas. Quais seus motivos? Dinheiro ou ódio?

Deitou-se em sua cama ao lado de papéis e fotografias cansada e atordoada por conta da droga. Viu pelo relógio de seu celular que passavam das nove horas da noite e precisava tomar seu remédio, o qual ajudaria a limpar as toxinas. Infelizmente, este por sua vez, a deixava atordoada devido aos efeitos. Quando depositou em sua mão duas pílulas sentiu seu celular vibrar. Shikamaru havia mandado mensagem: NÃO ENGULA!

Curiosa ela começou a olha pelos lados imaginando que poderia estar sendo vigiada – e estava. Logo, saindo do armário embutido na parede, Shikamaru fez um gesto com o dedo para que Temari não gritasse.

— Isto pode estar te envenenando. – cochichou apontando para o remédio. – Não toma!

— O que está fazendo aqui? Como entrou? – aos sussurros ela parecia muita mais irritada do que confusa.

— Entrei quando estava tomando banho.

— Me viu trocar?

— Eu tampei o olho... Eu juro. – juntou uma palma da mão na outra.

— Eu vou te matar!

— Seus irmãos não deixariam eu falar com você pelo fato de ser suspeito e ter te colocado em risco. Eu faria a mesma coisa no lugar deles, mas existem coisas que me incomodam e eu preciso falar com você. Esse remédio é um deles. Toda vez que toma, você se sente mal? Mas, quando não, está tranqüila? – ela acenou que sim. – Por favor, não tome. Ele deve ser o mugen também. Alguém deve ter trocado os vidrinhos e estão te “preparando” para o seqüestro.

Shikamaru a olhou dos pés a cabeça e maravilhado com o que via. Temari vestia um shorts de moletom curto e uma blusa de moletom larga o suficiente para cobrir parte do shorts, basicamente um pijama. - E a propósito, pelas pernas.

— Saia.

— Parei... Parei... Me deixa ficar aqui só mais um pouco.

— Você pode ser o seqüestrador.

— Um dia vai confiar em mim?

— Nunca. Agora saia! Vou gritar e os dois virão aqui e te matará!

— E se eu disser que eu sei quem faz parte da trupe do Hidan, vai me deixar ficar?

— Quem? – Antes de responder, Shikamaru juntou todos os papeis de cima da cama, deixando-a um pouco arrumada para sentar-se. Ele estava com o cabelo parcialmente arrumado e aparentemente cansado.

— Posso dormir aqui? Não durmo há dois dias.

— Obviamente que não. Agora sai ou vou atirar em você e alego legitima defesa.

— Por isso gosto de você. Sempre na defensiva... É divertido te irritar, agora me dê este frasco. Vou levar para analisar com uma pessoa de confiança, mas tenho certeza que é a droga fracionada.

Temari parou de falar e o fitou. Aquele sentimento e aqueles pensamentos eram proibidos para ela. Ele teria diversos motivos para ser suspeito. Ele poderia traí-la e entregar para Hidan ou quem que seja. O amor já a magoou uma vez e não queria aquilo de novo. Alguém bateu em sua porta, fazendo-a tirar do transe.

— Tema, sou eu Gaara. Precisa de algo?

— Não, estou bem. Só estou cansada...

— Eu imagino. Se precisar de algo estamos aqui do lado.

— Obrigada, boa noite Gaara.

— Boa noite irmã.

Esperou Gaara sair de perto da porta para novamente pedir para que Shikamaru saia aos sussurros.

— Vou ser franco. Acho que preciso ir embora mesmo, ou não responderei pelos meus atos – a forma como ele falou era por puro deboche. Mesmo assim, preocupou Temari.

— O que você faria?

Ele levantou ficou frente a frente com Temari: - Eu poderia te agarrar aqui e agora, mas seria desrespeitoso, pois não está bem e sei muito bem que passou por algo que gostaria de esquecer e não consegue.

— Do... Do que está falando? – a detetive engoliu em seco.

— Conheço a sua história e seu ódio por homens estranhos. Não farei nada daquilo que não goste. Eu... Eu só quero realmente dizer que me importo com você. Quero que volte a resolver crimes a sua maneira e que não fique mais confusa em quem confiar. Não precisa ser forte a todo o momento... Pode chorar ou sentir medo...

— Por favor, vá embora agora. Pode levar o frasco.

— Claro... Bom, vou sair pela sacada, então espero que nenhum vizinho me veja. Você é tão problemática às vezes...

— E você chora de mais. Amanhã nos veremos.

— Espero que sim.

Após uns vinte minutos da saída de Shikamaru, Temari sentou em sua cama e involuntariamente começou a chorar. Depois de acumular tudo o que estava acontecendo em sua vida, ela permitiu-se chorar. E sentia medo por gostar de alguém como Shikamaru e ser exatamente o oposto do que se pareça. Pois, foi enganada tantas vezes e machucada tantas vezes, que será difícil baixar a guarda tão cedo.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM? CADÊ MEUS COMENTÁRIOS?!

Muito obrigada por estarem comigo até hoje, VOCÊS, são incriveis e me dão forças para continuar escrevendo esta fanfic que eu particularmente adoro! Obrigada mesmo!



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