A Sombra do Vento escrita por Lady G


Capítulo 10
Capítulo 9 - Feliz Aniversário!


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Como prometido, mais um capítulo hoje!
Temos Gaara, temos um pouco mais de mistérios e um toque de romance no ar.
Espero que gostem e não deixem de comentar lá embaixo!

Boa leitura!



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Temari não conseguia se mover.

Estava, mesmo que sendo uma profissional dedicada e experiente, não sabia o que exatamente naquele momento. Sasori, com seus trinta anos, era um rapaz bonito de olhos castanhos escuros. Usava um moletom em tons escuros e seu capuz conseguia ocultar boa parte de seu rosto e de seu cabelo avermelhado. Recolheu a arma e a guardo no elástico de sua calça, nas costas.

— Eu sei, provavelmente me ache um monstro, mas preciso de contar algo. Possivelmente, amanhã, estarei morto. - dizia com as mãos esticadas, como se demonstrava guarda baixa. – Por favor...

— O que você estava fazendo na casa de uma policial?

— Eu preciso realmente te dizer, existe uma facção por trás das mortes. Eu realmente fiz a droga e agora, ela não será mais em formato de bala...

— O que quer dizer com isso?

— Será diluída e as ordens é que seja distribuída em bebidas oferecidas a vítima..

— Quem te mandou a fazer a droga? – Temari ainda matinha o máximo de firmeza em sua voz, mesmo que estivesse preocupada com a aparição do rapaz.

— Eu não sei. Apenas recebo ordens por um celular e sou ordenado a destruí-lo em seguida. Recebo outro aparelho e uma voz masculina fala comigo, entretanto, eu não sei quem, porque usa algum tipo de programa que altera a voz.

— Só um motivo leva uma pessoa matar jovens herdeiros: dinheiro. – Temari foi até um móvel onde guardava suas bebidas alcoólicas. De vez em quando, a loira gostava de tomar drinques. Pegou um uísque e depositou uma pequena quantia no copo e o bebeu. – Dinheiro resolve tudo.

— Sim e não. Ele é bom com ameaças. Para ser alguém que conhece tudo e todos.

— Com o que ele te ameaçou?

— Posso ser um canalha, um assassino como quiser me chamar... Mas... Minha avó, Chiyo não merece sofrer por mim. Ele a ameaça prometendo torturá-la e gravar para me “manter na linha”.

Ambos ficaram em silêncio. Havia um ar de tensão muito grande por parte de Temari, além de ele ser um criminoso, assassino e traficante, foi o primeiro grande amor de sua vida. Ela precisava prendê-lo.

— Por que os ricos? – questionou, quebrando silêncio.

— Eu não sei responder.

— Vou prendê-lo desta vez, seu doente! – vociferou - Mesmo que tenha me dito informações importantes.

Sasori então se aproximou, tocou seu rosto e então a beijou. O ato não foi demorado, alguns segundos foram suficientes para Temari se afastar do ruivo, empurrando-o há alguns centímetros.

— Chega... Dessa palhaçada... Eu... – começou a cambalear. Acreditou, por um momento que teria bebido demais, mas claramente que não. – Você... Você...

— Não posso ser preso agora, tenho coisas a fazer... – e então mostrou uma pequena seringa para Temari. – Sinto muito...

Temari finalmente desmaiou caindo nos braços de Sasori. Repetindo as palavras “sinto muito”, ele a levou para o sofá. E desapareceu. Tempo depois, Temari começou a ouvir alguém chamar por seu nome, o som parecia distante e aos poucos ficava mais nítido. Então sentou em seu sofá assustada chamando pelo ruivo... Mas, era outro ruivo que havia aparecido.

— Olha, não quero saber que tipo de sonho teve com ele... – o tom zombeteiro do irmão mais novo fez Temari voltar ao normal aos poucos. Sentiu uma pequena dor na região da nuca, onde havia sido injetado o sonífero.

— Gaara? Como...?

— Para um hacker incrível como eu, localizar sua casa através do seu celular não foi nada difícil. – e sorriu.

Sabaku no Gaara não era policial como seus irmãos mais velhos. Entretanto, fazia vários trabalhos hackeando fóruns de pedófilos, contas de redes sociais de criminosos e uma infinidade de ações do cotidiano: controlar freqüência dos semáforos, dos metros e afins. Ele era um gênio. Gaara tinha cabelos vermelhos arrepiados, olhos esverdeados iguais de sua irmã mais velha, no entanto, resolveu sair dos “padrões” de beleza raspando a sobrancelha e tinha palavra “amor” em japonês tatuado na testa. No momento, vestia uma calça preta e com alguns rasgos no joelho, moletom preto e coturnos. Além de óculos com armação preta e quadrada. Usava piercings na orelha direita.

Gaara na maioria das vezes era mal humorado. Sério e muito silencioso, mas quando está com seus irmãos, costuma liberar seu lado sarcástico e como passatempo, gosta de provocar Temari.

— Ele... Ele estava aqui...

— Acabei de chegar e me deparei contigo deitada aí...

— Ele deve ter me dopado... Mas é sério Gaara, ele estava aqui!

— Eu acredito... Mesmo que eu esteja sentindo álcool vindo do seu bafo. – Temari deu um soco no ombro de Gaara. Como o ruivo estava agachado, acabou caindo no tapete de camurça vinho.

— Sem graça. – ambos começaram a rir. Temari levantou e estendeu o braço para puxá-lo.

— Tudo aquilo era necessário trazer? – perguntou, encarando pelo menos quatro malas.

— Meus “bebes” estão ali. Se vou caçar uma pessoa, eu preciso de todos. E aí, eu tive que bancar um cuzão e falar para os seguranças do aeroporto: vocês sabem com quem está falando?

— Claramente que sabiam... – murmurou Temari.

— Venha, vou te mostrar seu quarto...

Após mostra o quarto reserva, Temari contou sobre todo o caso e os envolvidos. Sobre o que tinha descoberto sobre Sasori, a droga e agora, a desconfiança dela para com Shikamaru e Hidan. Quando falou do jornalista, acabou demonstrando certa chateação e Gaara percebeu, mas resolveu não falar nada. Montou todo seu equipamento e quando finalmente abriu o sistema da delegacia, se deparou com várias informações criptografadas e com diversas senhas. Shikamaru Nara guardava algum segredo absoluto para tanta segurança.

— Seu namorado tem segredinhos...

— Ele não é meu namorado.

— Que seja... Mesmo que eu trabalhe só para isto, vai levar uns três dias para eu terminar...

Temari assentiu e, por ainda estar um pouco sobre o efeito do sonífero, resolveu dormir de fato. Naquela noite, ela não sonhou com nada, apenas um vazio profundo. Enquanto isso, ainda naquela mesma noite, Shikamaru Nara batia na porta da casa nos fundos da igreja onde Hidan fazia suas reuniões religiosas semanais. Casa pequena não continha muitos móveis, mas, havia um porão, feito para possíveis catástrofes naturais. Quando Shikamaru desceu com Kakuzu – que havia atendido a porta, logo sinais religiosos apareciam nas paredes da escada. O sótão era grande o suficiente para ser uma mini casa. Com móveis sofisticados, como estantes, sofás, mesa de jantar e uma pequena cozinha. Tinha uma parte separada para depósito de mantimentos. Hidan estava sentado em uma poltrona de couro marrom e lia algum tipo de livro.

— Sua presença sempre irradia meu dia, mas duas vezes? Eu sou um homem sortudo. – e sorriu.

— O que você quer com a Temari?

— Ela mexe mesmo com você. – Hidan levantou e se aproximou de Shikamaru. – Você é ótimo atuando... Aquela ameaça com a arma foi digna de Oscar!

— Eu só faço alguns trabalhos para você, e gostaria que você não envolvesse a detetive nisso. – o moreno mantinha seriedade no olhar e na voz. Não era o mesmo sarcástico e preguiçoso de antes, parecia até mesmo outra pessoa.

— Enquanto você trabalhar para mim... Eu dito as regras. Por hora... Quero que descubra sobre essa droga que está matando os jovens antes da loira.

— Por que?

— Porque isso está afetando os negócios da cidade e bom, eu sou a cidade.

— Temari tem o mesmo nível de dedução que eu.

— Mas... Ela não conhece esta cidade como você conhece. Tenta conquistá-la novamente. Quem resiste ao seu chame não é mesmo? – e começou a sorrir. – Temari não pode saber mais que você, entendeu? – Shikamaru fez que sim. - Um cervo sabe quando está em perigo.

Quando Shikamaru saiu do porão luxuoso, Kakuzu pegou uma bebida para si e para seu sócio, Hidan.

— Kakuzu? Como é mesmo aquele ditado? Se você quer derrotar um homem começa por onde?

— Destrua o coração dele. – respondeu simplesmente.

***

Temari resolveu não exigir tanto assim de seu corpo, e tomou café da manhã em sua casa. Com seu irmão ao seu lado, ela sentiu mais incentivada a resolver o caso e talvez, voltar para Suna. Gaara desceu das escadas levando consigo um pequeno cacto com uma flor nascendo na ponta. Temari ergueu a sobrancelha e começou a rir.

— O maior nerd do mundo, cuida de cactos.

— Num amontoado de areia, há esperança de vida. – respondeu com ar intelectual, deixando o cacto em cima do balcão.

— Você acabou de inventar isso. – e tomou um gole de seu café. Observou Gaara preparar seu café da manhã e começar a cantarolar qualquer música. Logo, o ruivo percebeu e fitou a irmã, irritado.

— Posso comer sem estar sendo vigiado? Eu vigio as pessoas.

— É muito bom tê-lo aqui Gaara, eu achei que iria enlouquecer...

— Você é o ser humano mais forte que conheço, Tema, fique tranqüila. Bom... Eu te proponho se entrosar por aqui e descobrir informações interessantes.

— Está querendo dizer que eu fique amiga das pessoas da delegacia?

— Inclusive do jornalista, até eu saber o que realmente ele é. E se ele for um cara mau, eu vou esmagá-lo. – e sorriu de forma maligna.

— Vou tentar... – prometeu.

— Outra coisa: acho melhor não falar sobre o Sasori. Poderão achar que temos envolvimento com isso e tudo mais.

Após terminar seu café, Temari se despediu de Gaara e seguiu para o trabalho. Após alguns minutos de caminhada e com o ar gélido de outono em seu rosto, chegara à delegacia. Ao abrir as portas do edifício se deparou com vários policiais correndo e andando de um lado para o outro. Alguns rostos conhecidos, - Sai entregando desenhos para policiais, Kiba levara seu cão policial falando sobre apreensão de drogas e ao chegar a sua mesa, tinha um recado de Ino, para ir a seu escritório.

Temari respirou fundo e resolveu seguir o conselho de seu irmão mais novo e interagir. Temari bateu no vidro da porta do consultório de Yamanaka e em seguida, a porta abriu. A detetive entrou na sala muito bem arejada, cores claras e perfumada. Continha uma mesa com três cadeiras, a dela e duas da visita. Além de ter um armário, que segundo apresentações da própria médica, tinha brinquedos e lápis de cor para as crianças.

— Quero te pedir algo... Quarta-feira será meu aniversário e eu adoraria que você fosse. Eu não fiz nenhum convite, mas pode ir lá. Será no Choji. – Temari sentiu-se no fundo feliz pelo convite.

— Obrigada Ino eu realmente fico feliz. Eu irei com certeza.

— Será às dezenove horas, ok?

— Claro. Eu preciso fazer algumas apurações agora...

— Ah! Falando nisso, eu fiquei sabendo que você brigou com o Shikamaru... - Temari franziu o cenho. Não queria que assunto como este ficasse sendo comentado por aí. – Olha... Eu sei que ele é difícil, mas tentem fazer as pazes! Afinal, hoje também é um dia especial.

— Como assim?

— É aniversário dele.

Temari agradeceu novamente pelo convite e então se retirou da sala. Ao chegar a sua mesa, começou a seguir com os processos de investigação. Recebia ligações de vitimas de outros casos e ia atender em alguns mais “simples”, quando o assassino se entregava e era apenas para finalizar relatórios. Nenhuma vitima da droga até então e isso estava preocupando-a. Se o que Sasori havia dito era a verdade, agora o seu chefe misterioso não queria mais dinheiro e sim, causar discórdia ou a morte em massa. A vontade de ligar para Shikamaru era maior do que ela imaginava e isso estava atacando sua ansiedade. Finalmente deu a hora do almoço e ela resolveu sair para comer algo no Choji. Chegando ao local, ela pediu um prato executivo e sua sobremesa, bolo de castanha. Ao ver o melhor amigo de Shikamaru, Temari pensou em algo para tentar voltar a falar normalmente com o jornalista que mexia com seus sentimentos.

Após finalizar seu almoço sem interrupções, Sabaku no Temari resolveu ir ao necrotério, - ótima idéia pós almoço, para ver sobre o rapaz morto no apartamento. Quais seriam suas ligações com o caso e afins. Chegando no local tão mórbido, foi recebida por ambas médicas, Haruno e Hyuuga. Temari notou algo estranho em Sakura, todavia, preferiu seguir em frente com as explicações.

— Oliver Raphael não era nem traficante e nem rico. – resumiu Sakura. Temari fez-se uma careta.

— Bom, que não era rico, era um pouco evidente.

— Os Hyuuga são ricos, mas Hina não é. E aí? – respondeu a rosada, um pouco irritada.

— Vai mesmo fazer isso? – a policial parecia um pouco indignada.

— Desculpa... Eu estou com TPM... Este mês parece estar mais forte que o comum.

— Sabe o que é isso Temari? – interveio Hinata sentada em uma cadeira de rodinhas. – Falta de... – fechou a mão direita em forma de concha e fez movimentos para baixo e para cima. As três riram.

— Hinata sendo ousada? O que está acontecendo? – questionou Temari com sarcasmo na voz. – Uma reviravolta aqui!

— É que ela vai tentar fazer sexo via webcam! – Sakura começou a rir. – Imagine só!

— Como é?

— Sakura! – levantou envergonhada. – Vamos falar do homem...

— Explica isso aí! – pediu Temari ficando na frente de Hinata.

— Eu namoro... Mas meu namorado fica meses viajando... Então... Nós...

— Ah. Entendi... – a loira estava realmente se divertindo. Talvez elas não tenham nenhum segredo terrível para esconder.

— Voltado ao pobre morto. Ele não tem histórico criminal com nenhum tipo de crime. Era órfão e devia a alma de tanta dívida. Se drogou para esquecer a vida e acabou comprando a errada. – explicou Hinata.

— Faz sentindo. Agora a pergunta vem à tona: quem vendeu para ele? – Sakura sabia que a pergunta ficaria no ar. Porque nenhuma das três teria a resposta naquele momento.

Temari imediatamente pensou em Sasori e logo na possibilidade de ele estar realmente envolvido nessa sujeira.

— Bom. Vou voltar para delegacia, enquanto este caso está em andamento, vou conferindo outros. Obrigada meninas. Sakura coma um chocolate e Hinata, cuidado em bancar DJ todo dia, a mão cansa! Hinata levou segundos para entender, ficou ruborizada.

Alguns raios de sol teimavam em aparecer, e deixava o clima um pouco mais agradável para o frio. Temari viu o carro de Shikamaru estacionado e logo sentiu suas bochechas arderem e o estômago embrulhar. “Não posso... Não posso sentir isso”, pensou. Chegando a sua mesa, estava Shikamaru deitado. A loira deu um soco na mesa para que ele acordasse e foi exatamente isso que aconteceu.

— Caramba! Que susto!

— Não durma na minha mesa!

— Eu estava tirando um cochilo... Descobri algumas informações que podem te ajudar. – o moreno limpava um filete de saliva do canto do dos lábios. Temari fez careta de nojo.

— Primeiro, sai! E depois me fala... – a detetive apontou para o lado o posto de onde estava com o dedo polegar.

— Ok! – e saiu, ficando em pé de frente para ela. E com uma tensão sexual acima da média. - Bom... Eu acredito que quem cria as drogas não esteja por trás dos ataques, e sim um mente acima disso tudo. Quem faz droga, só quer dinheiro e não criar o caos.

Temari lembrou novamente de Sasori e também do conselho do irmão caçula.

— É uma boa hipótese. Podemos mapear os principais mafiosos e qualquer um que tenha poder pra controlar um grupo para espalhar a droga. – sugeriu.

— Temari, sobre ontem eu... – Temari pôs o dedo indicador na frente da boca de Shikamaru.

— Tenho algo para você... – e de sua bolsa tirou um pequeno embrulho, um cupcake e duas velas. Abriu o cupcake e inseriu as duas velas de número dois por cima do bolinho. – Feliz aniversário.

Shikamaru sorriu e aceitou o bolo.

Enquanto isso, Gaara havia destravado dois de três bloqueios. Ele percebia que o que tinha ali, não era para qualquer um descobrir.


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Notas finais do capítulo

Olá! Como vocês estão se sentindo com tantas coisas estranhas acontecendo?

Temari envolvida romanticamente, os negócios misteriosos de Shika e Hidan e um Gaara hacker!

Deixem nos comentários! Até a próxima!



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