Minha vida depois de você... escrita por andreane17


Capítulo 9
Capítulo 5 - POV. Edward


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, muito obrigada mais uma vez pelas visualizações e comentários. Esperamos que estejam gostando.



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Sai do escritório naquela noite pensando no nosso encontro no pub no dia seguinte, uma terça feira nunca foi tão aguardada assim na minha vida. Imagino ser o dia de menor movimento no estabelecimento por isso espero que a Bella consiga um tempo maior para nós.

      A terça feira começou muito agitada, acordei com meu celular tocando, era meu pai e queria uma reunião urgente, ele parecia estar mais atacado do que o normal, convocando uma reunião atrás da outra. Com a crise que está o país, nossa fábrica está com um fluxo menor de produção e isso está nos prejudicando exponencialmente. Por mais que meu trabalho seja feito de forma limpa e clara, não sou do tipo que mascara orçamentos ou resultados, nem preciso disso, cobro do meu pessoal relatórios diários e consequentemente tenho que mostrá-los ao meu pai, que a cada reunião surta um pouquinho mais. Não sei, mas imagino ele tendo um AVC ou um infarto na minha frente a qualquer momento e isso me preocupa. Por mais que não sou próximo a ele, não quero vê-lo debilitado ou em cima de uma cadeira de rodas, isso seria triste.


     Minha salvação é minha mãe, confesso que às vezes fujo para a sala dela procurando um pouco de paz, as vezes penso em chamar a Bella pelo Whats, para conversar ou desabafar um pouco, mas procuro não incomodá-la com esses assuntos, pois entendo que sua vida também seja complicada e corrida.
Hoje, tivemos que tomar uma péssima decisão, para reduzir gastos tivemos que demitir algumas pessoas, era a primeira vez que eu tinha que passar por essa situação e confesso que não estou nada confortável com isso. Do meu departamento decidi rescindir o contrato do estagiário, que por pior que seja essa decisão, nunca foi garantida a efetivação e só faltava 1 mês para o término do contrato.


    Minha preocupação se foca na seguinte questão: Se a crise continuar, quantos mais teremos que demitir? Talvez o antigo Edward não se preocuparia assim, afinal ele não se importaria com as família prejudicadas e talvez até riria da situação, mas o Edward de agora tem uma consciência que pesa a cada nome que lê naquela lista.


      Decidi deixar meus sentimentos de lado e continuar com o trabalho, e por volta das 10:00 liguei para Bella, senti uma grande necessidade de ouvir sua voz.

— Alô. - Ela atendeu, percebi pela sua voz que ela estava sonolenta.
— Bom dia linda, te acordei?
— Não, só estava deitada, na verdade não consegui dormir direito.
— Por quê? - Perguntei, e torci para que ela falasse que foi por causa daquilo que ela viu de melhor em mim ontem e segurei a risada.
— Depois de ontem foi difícil pegar no sono.
Meu ego inflou naquele momento.
— Você também não saiu da minha cabeça, não vejo a hora de te ver.
— Hoje a noite no pub então, te espero. Mas Edward, estou sentindo algo estranho na sua voz, está tudo bem? - Me surpreendi, afinal tentei não demonstrar como meu dia estava sendo complicado aquela manhã.
— Ta sim Bella, por quê? - Perguntei meio cínico.
— Não sei... tô sentindo você meio pra baixo, uma vozinha meio triste.
   

Não me segurei e desabei contando todos os meus problemas daquela manhã, todas as pressões e gritos do meu pai, demissão de funcionários, a empresa indo mal e para minha surpresa ela me ouviu, como nenhuma outra mulher tinha ouvido. Me senti mais leve, ela me deu vários conselhos que me fizeram refletir sobre tudo inclusive minha vida.

Meu telefone fixo toca e para meu desespero era meu pai de novo.


— Bella, tenho que ir meu pai está me chamando na sala dele.
— Tudo bem, mais tarde nos falamos
— Tudo bem, beijos te… te vejo mais tarde, tchau
— Beijos, tchau.

Congelei naquele momento, por um segundo pensei em falar “te amo”, não sei se foi pelo calor do momento ou se de fato estou amando aquela mulher. Isso me deixou intrigado.

       Passei o resto do dia pensando naquela frase não dita… como posso amá-la, só a conheço a alguns dias, mas sinto que temos uma conexão, uma ligação, quando estamos juntos o papo flui como se já nos conhecêssemos, a forma como nos entrosamos ontem mandando os nudes, isso prova de alguma forma que ela confia em mim, mas para mim, nunca foi um bicho de sete cabeças mandar nudes pra ninguém. Meu passado era promíscuo, sexo por sexo, nunca precisei pagar, pois um rapaz jovem, bonito com carrão e rico não era difícil achar qualquer uma para fazer um bom sexo. Fico pensando quando ela descobrir, se ela vai querer continuar essa relação, se terá vergonha daquele que fui, ou sentir nojo de mim, não sei, quando penso nisso meu estômago dói, pensar nela se afastando de mim seria o fim do mundo.


     O dia foi mais longo do que de costume, saí do escritório em torno das 20:00, o trânsito estava inacreditavelmente tranquilo aquela noite. No caminho passei por uma “Americanas” e decidi parar. Entrando na loja, peguei uns chocolates e salgadinhos, peguei um sorvete também, estava quente esta noite e eu adorava me esbaldar nessas guloseimas, não é porque posso comer em restaurantes caros, que não sei apreciar coisas simples da vida. Ao passar pela sessão de lingerie, vi um conjunto de calcinha e sutiã extremamente sexy, o sutiã era simples de renda, mas a calcinha  era fio dental e tinha um lacinho atrás, fiquei imaginando Bella vestida naquela calcinha e de quatro pra mim.. Algo dentro da minha calça pulsou, aquele pensamento não era o ideal naquele momento. É claro que ela merecia uma lingerie fina e cara da Victoria secrets, mas acho que ela aprecia mais o gesto de eu ter comprado porque pensei nela, mesmo sendo roupa de uma loja de departamentos. Peguei o conjunto M, e imaginei que fosse servir. Depois daqueles nudes de ontem ela teria que colocar essa lingerie pra mim hoje. Depois com mais tempo eu iria procurar umas lingeries nas boutiques que minha mãe frequenta. Esse pensamento me fez sorrir, só de me imaginar comprando lingerie para minha Bella, isso soou tão íntimo.


      Fiquei mais tempo que o esperado dentro daquela loja, a fila era enorme, foi o tempo de chegar em casa e tomar um banho, me arrumar e ir pro pub.
Chegando lá, vejo a Bella mais uma vez já sentada no nosso lugar de sempre, imagino que em algum momento durante seu dia de trabalho, ela deve ficar muito tempo de pé por isso que ela sempre está sentada quando eu chego, mas isso era irrelevante. Sentei na cadeira ao seu lado e falei no seu ouvido.


— Oi delícia. - Dei um beijo profundamente íntimo nela, fui um pouquinho mais além e apertei sua coxa. Ela segurou minha mão.
— Nossa, Edward, calma, assim você me deixa sem ar. -Disse ela recuperando o fôlego .
— Sem ar, foi como você me deixou ontem depois da sua foto. - Ela ruborizou
— Tudo bem, mas aqui não, assim fico constrangida. Calma ainda teremos muito tempo para isso. - Percebi ela um pouco insegura em sua palavras
— Trouxe um presente, mas quero que você abra depois ok? Propus, afinal não cairia bem ela abrir no meio do pub.
— O que é? - Ela me perguntou ansiosa
— Surpresa. - Respondi calmamente.


       Nos beijamos mais um pouco e não resisti e entre um beijo e outro passei a mão novamente em sua coxa, que ela insistiu em segurar. Estou um pouco confuso, afinal depois de ontem, pensei que já estávamos íntimos. Mas não questionei, afinal de hoje não passava, ela seria minha.


    Bebemos, comemos e conversamos bastante, Alice apareceu para me cumprimentar, eu gostava dela, seu bom humor era contagiante, mas ela pareceu meio preocupada.


— Olá, como está meu cunhado favorito?
— To bem e você Alice? - Perguntei intrigado
— Gente vocês não vão acreditar, o carinha que ia tocar aqui hoje deu um bolo, não apareceu e Carlos ta uma fera, pois por mais baixo que esteja o movimento, a Bella sabe, ele sempre prefere ter música ao vivo do que tocar um pen drive.- Disse ela olhando pra mim.
— Nossa que chato.- Respondi sem pretensão
— Ué Ali, isso é simples, o Edward canta. - Disse Bella num tom simples.
— O que! Eu, ta louca, Bella?
— O Edward canta? - Perguntou Alice
— É, ele canta e toca violão e guitarra. Eu não te contei? - Bella, falou para Alice como se eu nem estivesse aqui.
— Não maninha, você não me contou, então meu cunhado é uma estrela do rock? Quer dizer, é rock né cunhado, porque se for pagode eu não aprovo esse relacionamento. - Disse Alice num tom de protesto. Bella riu.
— Perai meninas, devagar, primeiro eu não toco, eu tocava guitarra e violão, faz anos que não pego em mais nenhum instrumento, segundo, sim era rock e terceiro eu não vou subir naquele palco nem ferrando.
— Por que não? - Disse Bella
— Por que não, Bella, sei lá, faz anos que não canto também, não faz sentido isso, vou espantar todos os clientes.


       Quando eu era mais novo meu sonho era ter a minha própria banda, amava cantar, mas eu tinha mais interesse em fama e sucesso. Dinheiro nunca foi problema. Lembro das garotas que eu pegava depois do pequenos shows que fazíamos nos bares próximo de casa e confesso que bebida e droga sempre nos acompanhava. Meu pai sempre odiou essa minha escolha e sempre me criticava, principalmente quando ele tinha que pagar fiança para me tirar na cadeia depois de uma briguinha ou outra que arrumamos. Minha mãe, coitada, aquela cara de decepção que ela fazia toda vez que me via chegando bêbado em casa era a morte pra mim. Mas no outro dia as coisas voltavam ao normal e ficava tudo bem.


— Planeta terra chamando Edward. - Disse Alice rindo.
— Oi Alice, desculpa fala.- Percebi que me perdi em pensamentos.
— Não Edward, eu que estava falando. - Disse Bella e continuou. - Você me falou que cantava e tocava quando mais novo, eu queria muito te ver fazendo isso, sem contar que você falou que um dia faria isso pra mim, então chegou o momento.
É de fato eu tinha falado.
— Tudo bem então, eu faço, mas por você Bella, isso me lembra uma fase bem complicada da minha vida, e não estava preparado hoje. Mas só uma música
— Vou avisar o Carlos. - Disse Alice correndo pelo pub.
— Tudo bem, só uma música. - Ela repetiu com um sorriso lindo nos lábios.


       Alice voltou até nossa mesa e me acompanhou até o palco. Peguei o violão, sentei no banco que estava no centro do palco, ajustei o microfone, abaixei a cabeça e fechei os olhos, estava tremendo e o meu coração a mil, abri minha boca e cantei a primeira música que veio na minha cabeça.

“Me sinto só,
Mas quem é que nunca se sentiu assim
Procurando um caminho pra seguir,
Uma direção - respostas
Um minuto para o fim do mundo,
Toda sua vida em 60 segundos
Uma volta no ponteiro do relógio,pra viver…”

Enquanto cantava, minha mente se esvaziou, toda aquela agitação do meu dia se reduziu a nada, o nervosismo se foi e só era eu e música.

“O tempo corre contra mim, sempre foi assim e sempre vai ser
Vivendo apenas pra vencer a falta que me faz você
De olhos fechados eu tento esconder a dor agora.
Por favor entenda, eu preciso ir embora porque!!!!...”

E nesse momento me veio na cabeça o motivo de eu estar cantando esta música, abri meus olhos e olhei para a Bella, este refrão é pra ela.

“Quando estou com você
Sinto meu mundo acabar,
Perco o chão sob os meus pés
Me falta o ar pra respirar
E só de pensar em te perder por um segundo,
Eu sei que isso é o fim do mundo”

Era isso que eu sentia, naquele momento ficou claro, eu quero essa mulher pra mim, quero ela na minha vida.

“Volto o relógio para trás tentando adiar o fim,
tentando esconder o medo de te perder quando me sinto assim
De olhos fechados eu tento enganar meu coração
Fugir pra outro lugar em uma outra direção porque”

Continuei encarando-a, quero que ela entenda que não quero ficar mais nenhum segundo longe dela.

“Quando estou com você
Sinto meu mundo acabar,
Perco o chão sob os meus pés
Me falta o ar pra respirar
E só de pensar em te perder por um segundo,
Eu sei que isso é o fim do mundo”

E para deixar mais claro do que nunca, no impulso mais impensado que tive na minha vida terminei a música, olhei para a Bella e disparei.

— Bella, você quer namorar comigo?

        O silêncio tomou conta do lugar, ouvi Alice dar gritinhos de surpresa, outras pessoas escondendo um tímido riso atrás das mãos e Bella alí sentada aparentemente paralisada, sem reação alguma.


          Me senti um adolescente em cima do palco, com o violão na mão e um sorriso bobo no rosto, esperando que a Bella corresse até a palco me beijasse apaixonadamente e dissesse sim. Mas por alguma razão isso não aconteceu.


       Quando percebi que a Bella não ia esboçar nenhum movimento para se levantar, coloquei o violão no suporte de desci do palco com cara de idiota.                

 Senti uma fúria passar pelo meu corpo, vi que Alice estava atras da Bella cochichando algo em seu ouvido.


— Bella você ouviu o que eu falei? - Perguntei em tom de indignação.
— Edward, calma precisamos conversar.- Ahh não me diga, pensei.
— Bella você me deixou igual um idiota no palco, o que está acontecendo? - Perguntei em tom de autoridade.
— Edward, calma, senta, vamos conversar. - Sentar, era a última coisa que eu queria naquele momento.
— Se você quer conversar, ok, mas não aqui, vamos para outro lugar, levanta, vamos.
— Edward… por favor. - Disse ela em um tom de súplica.
— Bella, eu já te disse quero ir embora, se você não vier comigo, ok, você fica. - Estava cansado daquilo e me virando para ir embora, meu celular toca.
— Olá. - Disse rispidamente.
— Edward vem rápido, sua mãe está no hospital - disse meu pai do outro lado da linha
— O quê, o que aconteceu?
— Ela teve um AVC filho, se sentiu muito mal e eu trouxe ela para o hospital. Agora ela está na UTI.
— Mas ela está onde?
— Está no Sírio Libanês.
— Que horas foi isso?
— Foi agora a noite. Fiquei tão desesperado que trouxe ela eu mesmo para o hospital
— Tá tudo bem, estou indo.


Abaixei a cabeça e segurei minhas lágrimas.


— O que aconteceu Edward?
Me virei para Bella e contei a notícia.
— Minha mãe está internada na UTI no hospital do Sirio Libanes, ela teve um AVC.


      E ao ver que a Bella, continuou ali imóvel, sem esboçar nenhuma reação outra vez, me virei e fui embora. Não tinha tempo de ficar esperando ela me explicar o que quer que fosse, ela me magoou muito. Me fez passar por idiota na frente de todos.  Meus olhos estavam cheios de lágrimas enquanto eu dirigia, era uma mistura de sentimentos, que eu não sabia se chorava pela humilhação de me declarar por uma mulher e ser rejeitado na frente de todos ou pela minha mãe no hospital. Esse dia não tinha como ter sido pior.
Cheguei no hospital e fui diretamente ao balcão de informações perguntar da minha mãe.


— Por favor gostaria de informações sobre a paciente Esme Cullen. -  disse aflito para a recepcionista. Esperei uns segundos enquanto ela procurava no sistema.
— Está no 5° andar senhor. Porém, como lá é UTI terá que conversar apenas com o médico, não estão autorizadas visitas por agora.
— Ok obrigado. - subi de elevador, que parecia uma lesma de tão lento.
Entrei no corredor e já avistei meu pai ao fundo, corri até ele.
— Pai.. Como ela está, me diz que ela está bem pelo amor de Deus. -  pedi com lágrimas nos olhos.
— Calma filho, eu conversei com o doutor e aparentemente foi só um susto, mas ele vai observar pelas próximas 48h ver se não tem nenhuma complicação ou se ela terá alguma sequela, mas ela está estável. -  respondeu ele claramente emocionado, acho que essa era a primeira vez que eu via meu pai demonstrando sentimentos.
— Que bom pai, vamos rezar para que nada demais aconteça, a mamãe é forte ela vai sair dessa. -  disse dando um abraço de lado nele.
— Sim meu filho, só nos resta rezar. -  concordou.  

Nos sentamos em umas cadeiras na sala de espera, como seu caso requer cuidados e já era tarde, ela não teria horário de visitas hoje e na UTI não é permitido acompanhantes. Mas daqui eu não sairia até ver minha mãe bem.

Foi uma das piores noites da minha vida, passei tenso, esperando qualquer movimentação estranha que indicaria algum agravante no estado de minha mãe. A todo momento que passava um médico ou enfermeira eu ficava alerta, mas graças a Deus logo ao amanhecer o médico de plantão nos informou que ela havia passado bem a noite. O problema de passar o tempo todo acordado, foi que eu tive muito tempo para pensar em tudo que aconteceu entre Bella e eu, me senti feito de  idiota, eu estava achando que chegaríamos em uma relação mais séria, que ela também estava se apaixonando por mim como eu fatalmente estava por ela. Ficava a todo momento afastando esses pensamentos, não queria focar nessas ideias deprimentes. Ela tentou me ligar algumas vezes durante a noite, mas eu simplesmente ignorei as chamadas, não estava com humor para lidar com o que aconteceu ainda, depois que minha mãe melhorasse e voltasse para casa eu iria atrás da Bella para colocar os pingos nos is.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?? Tenso hein o Edward querendo uma reação da Bella, e ela lá parada "sentada" sem fazer nada!!! Vamos ver até onde ela vai conseguir levar essa mentira!