Illusion escrita por Ana


Capítulo 2
Capítulo Dois - O Legado do Arqueiro


Notas iniciais do capítulo

Hey-yo!
Depois de algum tempo desaparecida eu resolvi dar o ar da minha graça; primeiramente gostaria de pedir desculpa pela demora, fui pega por um imenso bloqueio criativo e só consegui finalizar o capítulo hoje (depois de apagá-lo e reescrevê-lo, obviamente). Enfim, espero que gostem tanto quanto eu gostei.



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ILLUSION, CAPÍTULO DOIS:

O LEGADO DO ARQUEIRO

Queenie não fazia a menor ideia do que deveria fazer em um dia como aquele. Havia acordado no mesmo horário de sempre e, como habitualmente, havia escutado as reclamações constantes de seus irmãos que envolviam sua falta de vontade de ter que ir de ônibus — sim, ônibus, um transporte público muito utilizado pela maioria das pessoas em um mundo perfeito, porém com um custo beneficio incrivelmente alto — para a escola quando, em toda sua impotência, poderiam pedir uma carona para o motorista de seu pai que estava sempre à disposição.

Ainda assim, Queenie sentia que algo estava diferente naquele dia. Permitiu-se olhar pela janela e observar as comuns e habituais nuvens de chuva que sempre rodeavam Star City pela manhã; observou o pinheiro que havia pouco a frente de sua janela — seu pinheiro da sorte — e, ao perceber que ele ainda se encontrava lá, voltou seu olhar para o interior de seu quarto que, assim como aquela manhã, ainda era o mesmo.

Deu de ombros e — após um banho bem tomado — desceu as escadas com um sorriso no rosto e a bolsa pendurada nos ombros. Sabia que havia deixado seus livros jogados em algum lugar da casa, mas não tinha tempo para procurá-los — outra coisa que estava igual a todos os outros tediosos dias de sua vida. Olhou para seus irmãos e acenou com a chave do carro em um curioso ato de provocação, deixando a casa no segundo seguinte e despedindo-se rapidamente de seus pais que se encontravam conversando com Doug, o motorista, proibindo-lhe de levar Connor e Olivia para a escola. Sorriu discretamente e, após um leve aceno de cabeça para Doug, entrou em seu carro e rumou calmamente pelas ruas de Star City, ainda que soubesse que um potencial atraso mancharia sua ficha perfeita — Queenie nunca se atrasava.

Sua primeira parada foi, como sempre, em uma loja de rosquinhas onde se encheu de saborosas rosquinhas de chocolate, coco e — suas preferidas — doce de leite. Entrou em seu carro novamente e, com um sorriso no rosto, voltou a dirigir nas calmas ruas de Star City, rumo à entrada da cidade vizinha, Metrópolis, onde faria sua segunda parada. A casa onde parou era modesta — apenas um andar e um quarto com uma varanda nada florida — e, se não soubesse quem morava ali, com certeza pensaria que era uma velha reclusa e gótica que assustaria qualquer um que batesse na porta de sua casa. Para sua sorte, aquela era apenas a aparência, a vida real era completamente diferente.

Buzinou duas vezes — como o habitual — e observou enquanto a garota morena saia da casa com um pequeno sorriso no rosto; destravou a porta do carro e sorriu quando viu Megan — sua melhor amiga — abrir a porta traseira do carro e jogar sua bolsa de qualquer maneira ao lado da de Queenie, acomodando-se no banco da frente logo depois.

Megan Margareth Makar era a filha mais velha de russos extremamente conservadores; ela não falava muito de sua infância na Rússia — dizia constantemente que não gostava de se lembrar disso —, mas sempre deixava algo escapar, como o fato de que, após sua fuga, toda a vergonha que lhe era destinada possivelmente havia recaído sob os ombros de sua irmã que provavelmente havia sido forçada a casar para apagar os pecados da mais jovem. Queenie não conhecia muito da cultura Russa — nunca sequer havia se esforçado para conhecê-la —, mas não conseguia nem mesmo pensar em ter uma vida como a de Megan. Megan, por outro lado, sempre deixou claro que adoraria ter crescido em uma vida repleta de luxos como a de Queenie.

Dinah Laurel Smoak Queen — conhecida popularmente como Queenie — é a filha mais velha de Oliver Queen e Felicity Smoak; seu nome — Dinah Laurel — era uma das várias homenagens que seus pais fizeram à sua madrinha, Dinah Laurel Lance e, em contrapartida, Laurel e Tommy — Tommy Merlyn — haviam sido benevolentes e fofos e colocado o nome de sua filha mais velha de Felicity Lance Merlyn, em homenagem à Felicity, mãe de Queenie. Durante a infância isso havia rendido diversas piadas, mas, com o tempo, o nome foi esquecido e o apelido prevaleceu, fazendo com que a confusão de nomes que predominava as residências Smoak Queen e Lance Merlyn fosse facilmente resolvida e finalizada.

Não que isso tivesse resolvido em algo nos momentos de graça quando Oliver decidia tentar enganar um dos lados, chamando a atenção de Felicity — sua esposa — quando Fellie — filha de Laurel — estava por perto. E o mesmo acontecia constantemente com Laurel e Queenie.

Mas isso é uma história complexa demais que será explicada apenas em momentos futuros quando for julgado oportuno. E esse definitivamente não é um momento oportuno para narrar a origem nominal de cada um dos integrantes da família Queen.

— O dia está diferente, não acha?

Megan virou o olhar para amiga e negou rapidamente com a cabeça, os cabelos ruivos balançando ao vento enquanto ela mexia as mãos tranquilamente ao ritmo da música que tocava. Deu um pequeno sorriso e inclinou-se na direção de Queenie, tirando de seu colo o saco de rosquinhas e apropriando-se de uma de coco. Comeu a rosquinha lentamente — como de costume — e lambeu os dedos ao finalizá-la, recebendo uma careta de Queenie.

— Que foi? — Megan perguntou, um sorriso inocente dançando em seus lábios — Você sabe como eu odeio desperdiçar sabor — revirou os olhos — Você foi mal acostumada, sabe? Se tivesse crescido no meio das pessoas de classe média você faria o mesmo.

Queenie sorriu e deu de ombros, os olhos verdes e brilhantes denunciavam sua vontade imensa de rir do comentário da amiga. Megan desviou seu olhar novamente para o caminho, reparando apenas naquele momento que as duas já haviam chego a seu destino final; sorriu e apontou para uma vaga vazia ao lado de um carro azul, saindo do carro no exato momento em que Queenie estacionou e fez seu caminho até a entrada da escola, tendo a ciência de que cabular a primeira aula — sua aula favorita, diga-se de passagem — estava fora de cogitação. Queenie, por outro lado, não parecia nem um pouco atraída com a ideia de sair de dentro do carro e ter que aturar duas horas de palestra de seu professor — por quem ela acreditava que Megan tinha um precipício — sobre a Teoria da Administração de Tempo.

Céus, Queenie odiava a ideia de ser a primogênita legitima de Oliver Queen. Ou melhor, essa era uma das diversas coisas que ela odiava em sua vida pessoal e escolar; outra coisa que poderia ser citada — e ela não se orgulhava nem um pouco disso — era seu próprio precipício por Steven Kent, filho mais velho de Clark Kent e Lois Lane, principais imagens do Profeta Diário. Seu problema não era, de fato, seus sentimentos confusos pelo garoto — essa era a menor das questões em sua opinião —, seu problema era o fato de ele ter acabado de sair de um relacionamento, e não qualquer relacionamento, mas um relacionamento com a jovem e bela capitã das líderes de torcida Sara Diggle. E, devemos citar, amiga de infância de Queenie.

Respirou fundo e olhou para o céu identificando algumas nuvens presentes no local;deu de ombros rapidamente e saiu do carro travando-o logo depois. Voltou a olhar para o céu e manteve a cabeça assim por um tempo, abaixando-a ao ouvir o sinal tocar; olhou na direção da escola e novamente para o céu, os olhos verdes brilhando.

— Céus, algo está definitivamente diferente!

...

— Isso só pode ser brincadeira!

Queenie tapou a boca de Megan no exato momento em que Steve passou perto dela, sorrindo. Megan, por sua vez, lambeu a mão de Queenie fazendo com que a garota gritasse e, em um salto, batesse com as costas em uma das diversas árvores que estavam espalhadas pelo Campus, fazendo com que Megan risse mais alto ainda e atraísse a atenção de Sara que amorosamente caminhava na direção das duas em seu habitual uniforme de líder de torcida.

Sara, diferente de Megan, era a discrição em pessoa; ainda que o uniforme fosse extremamente colorido — e chamativo — ela conseguia passar pelas pessoas sem nem mesmo ser percebida. A maioria das pessoas dizia que sua presença não transmitia “a luz necessária” para que ela chamasse a devida atenção. Queenie pensava de maneira diferente, mas ela havia crescido ao lado da família de Sara e tinha a ciência de que ela agia assim por ser treinada como uma espiã desde... Bem, sempre.

Porém, devo ressaltar, essa é uma história para outro momento oportuno e não este.

— O que houve? — Sara perguntou, os olhos fixos em Megan e Queenie — Sei que Maggie é escandalosa, mas ela jamais riria tão alto sem motivação. O que disse, Queen?

— Você rirá também, Sara — Megan falou, lágrimas caindo de seus olhos — Você não vai acreditar na história que Queenie me contou!

Sara desviou o olhar para Queenie e sorriu encorajando-a a falar; ao perceber que a amiga não o faria, desviou seu olhar para Megan que acenou com a cabeça para onde Steve e Zara — sua irmã mais nova — estavam. Sara arregalou os olhos e virou sua cabeça com rapidez na direção de Queenie, cujas bochechas encontravam-se da cor dos cabelos de Megan. Sara estava pronta para fazer um comentário engraçadinho com Megan quando a última levantou-se e pegou sua bolsa, despedindo-se com um leve aceno de cabeça e caminhando com rapidez na direção do Sr. Jones, o professor de Teoria da Administração de Queenie. Sara deu de ombros refletindo pela primeira vez em como ela — uma garota discreta — e Queenie — uma garota tímida — haviam se aliado à uma garota como Megan — um furacão; ao perceber que não havia uma resposta concreta para sua divagação, apenas virou-se para Queenie e cutucou-a na costela — onde ela tinha a ciência de que a loira tinha cócegas — e acenou com a cabeça, mando-a ir falar com Steve.

— Você é incrível — Queenie sorriu — E eu vou matar a Maggie!

Sara riu alto, preparando-se para fazer seu caminho até Zara — irmã de Steve e amiga de longa data — quando ouviu um som estranho. Queenie, por sua vez, levantou a cabeça com tamanha rapidez que sentiu seu pescoço estralar; permitiu-se ler a mensagem em voz alta e, quando viu Megan se aproximar, tomou-lhe a mão e pronunciou-se:

— Eu te falei — parou — O dia está, realmente, diferente.

Bem, diferente não era a palavra.


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Notas finais do capítulo

Kisses ♥



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