Lucca escrita por littlefatpanda


Capítulo 2
I. Lar Doce Lar


Notas iniciais do capítulo

Gente bela, gente wonderful, gente maravilinda! :3

Eu percebi, tardiamente, que a essência da fic não é visível a partir da sinopse e do prólogo, até mesmo do capítulo abaixo. Eu poderia mudar a sinopse, se vocês assim preferirem, mas se eu fizer isso, acabarei com o suspense original: O que há de tão peculiar em Lucca, afinal? Hahahaha
E me gusta esse suspense.

Esse capítulo é para que conheçam um pouco à respeito de Nathaniel, ok?

Boa leitura! *-*



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2014

Maio

Era sexta-feira. O hospital estava lotado, vítimas de um trágico acidente em série de carros infestavam o local. Os médicos e enfermeiros já demasiado cansados e atordoados forçavam as pernas a andar de um lado ao outro, prestando assistência a quem necessitava.  

Na ala direita do hospital, um homem de pele branca, cabelos negros e olhos castanhos sorria ao identificar-se para uma paciente. A moça, que aparentava estar na casa dos vinte, piscou algumas vezes ao encarar o rosto bonito do homem à sua frente. Assim que o médico conseguiu chamar-lhe a atenção, fez-lhe as perguntas que necessitava para saber o que de errado havia com ela, ao passo que observava a face suja de sangue e as mãos trêmulas. Os olhos da morena à sua frente, também castanhos, disparavam para os lados, chocada demais ao ver o estado das outras vítimas do acidente.  

Nathaniel, residente de, em pouco tempo, terceiro ano no Hospital Oak Tree, franziu o cenho ao ouvir a paciente reclamar de enxaqueca, mostrando sinais de confusão mental e perturbação. O choque, no entanto, impedia a mulher de entrar em pânico.  

— Levante os braços para mim? — O residente perguntou-lhe com amabilidade. — Ótimo. Você pode sorrir? — perguntou novamente ao ver que ela o havia obedecido da primeira vez. Sorriu de volta ao ver que nada havia de errado com seu rosto.  

Pegou a prancheta, a qual havia levado de um lado ao outro o dia inteiro, e anotou os detalhes que faziam-se visíveis na paciente. Já havia feito as mesmas coisas tantas vezes naquele dia que os movimentos já haviam se tornado automáticos, algo nada respeitável para um médico. Gostava de estar sempre atento e preparado para qualquer situação que viesse a ocorrer no hospital, à despeito do sono e cansaço, ainda mais depois dos erros de iniciante que houvera cometido em seu primeiro ano.  

— Vou dizer uma frase e preciso que repita, pode ser? — perguntou ele, vendo-a assentir. — O copo caiu no chão e quebrou — falou, ao analisá-la com olhos atentos.  

— O copo caiu no chão e quebrou — repetiu com facilidade, o cenho franzido.  

O médico quase suspirou ao perceber o rumo das respostas dadas pela mulher: nada cirúrgico. Não que apreciasse o sofrimento alheio, mas acreditava que dormiria de olhos abertos se nada aparecesse para animá-lo. Apesar de todas as alas do hospital estarem uma confusão, nada fazia os olhos dos cansados funcionários pesarem menos.  

— Ótimo. Siga a luz, por favor — murmurou ao reprimir um suspiro. Inclinou-se sobre a paciente, erguendo a pequena lanterna em direção aos seus olhos, observando com atenção.  

— Nathan!  

Os olhos castanhos de residente ergueram em direção à voz que lhe chamava, percebendo tardiamente que havia desviado a atenção da paciente. Franziu o cenho ao observar seu amigo caminhar a passos largos em sua direção, os olhos verdes sobre si. Nathan olhou para a paciente com um sorriso amarelo antes de voltar-se ao loiro.  

— Nathan, chamada para você — disse o homem loiro, erguendo o celular em sua direção. Não demorou um segundo para uma careta aprofundar-se no rosto do moreno. — É a Jill. Disse que ligou várias vezes.  

Nathan, com a cara fechada, pegou o celular da mão do outro de forma brusca e desligou a chamada. Em seguida, sem nada dizer, virou-se novamente para a paciente.  

— Perdão, vou ter que olhar suas... — começou ele, logo esticando o braço para alcançar a pequena lanterna que não percebera haver largado sobre a maca.  

— Nathan — chamou novamente o loiro com um sorriso receoso, fazendo o moreno inspirar de forma intensa. — Ela fica me ligando. Se não quer falar com ela, pelo menos manda uma mensagem dizendo para que pare de me ligar — pediu. — O hospital está lotado, eu não tenho tempo para isso.  

Com um suspiro, Nathan virou-se para o amigo. Os cabelos loiros deste haviam sido penteados para o lado, dando-lhe a impressão de que estava muito bem arrumado para quem passou horas em pé. Nathan não precisou pensar muito para perceber que era essa a intenção, visto que as olheiras abaixo dos olhos verdes não podiam ser disfarçadas.  

— Está bem — resmungou, forçando-se a lembrar que o amigo não tinha culpa de nada. — Termine de examiná-la, Kellan — disse, entregando a prancheta para o loiro. — Cheque os reflexos.  

Em seguida, Nathan dirigiu-se até o balcão de entrada, entregando os papéis que já haviam sido assinados para a funcionária rechonchuda. Saiu, então, em direção às salas de descanso médico da ala esquerda do hospital, no segundo andar, com o intuito de pegar o celular que havia despejado por lá.  

Maldita fosse Jill e sua falta de compreensão!  

Estava cansado. Estava extremamente cansado devido às doze horas seguidas que passara na ala de emergência, atendendo pacientes, levando-os para fazer exames, assinando papeladas. Antes de seu turno, havia tirado oito horas para comer e dormir, precedido de outras dezesseis horas de trabalho. Sentia seu corpo querer falhar as funções adequadas, seu estômago reclamar por comida e sua cabeça latejar. Mesmo assim, apesar de tudo isto, ainda devia lidar com Jill e sua capacidade de gerar problemas gritantes ao redor dele.  

Assim que obteve o celular em mãos, deu uma rápida olhada nas vinte e duas chamadas não atendidas e nas doze mensagens não lidas. Bufou antes de discar o número de sua namorada.  

Até que enfim! — reclamou a voz no outro lado da linha, fazendo Nathan bufar novamente.  

— Vinte e duas chamadas não atendidas, Jill! Vinte e duas — resmungou, a voz firme. — Quantas vezes vou ter que falar que estou trabalhando?  

E quantas vezes vou ter que falar que não me importo? — resmungou ela em seguida. — Parece que namoro com uma porta. A gente mal se vê e você ainda se recusa a atender a droga do celular!  

— Já conversamos sobre isso, Jill. Eu estou no meio da residência, o que diabos você quer que eu faça? Largue tudo que sempre sonhei porque tenho uma namorada sem um pingo de compreensão no corpo?  

Sem compreensão? Sem compreensão? — perguntou ela, com a voz alterada. Nathan suspirou ao sentar em uma das camas do cômodo, passando uma das mãos pelo rosto. — Tudo que faço é ser compreensiva. Por três anos! Faço tudo por você e durmo sozinha quase todas as noites, vendo você se recusar a falar comigo todo santo dia. Não nos falamos há quatro dias e você sequer percebeu — falou com a voz magoada.  

Nathan deixou o corpo cair para trás, deitando na cama.  

Havia percebido que não ouvira a voz da namorada há quatro dias, apenas não se importara. Não queria admitir à ela que estava morrendo por um descanso. Um descanso de sua voz, um descanso de seu rosto e de sua presença. Não queria admitir que só queria afundar-se no trabalho e nos estudos. Estava exausto de ter que discutir, de ter que se explicar e ficar se esforçando para manter o namoro estável. Estava exausto de manter-se no relacionamento. Três anos era bastante tempo, mesmo que não o passassem sempre juntos.  

Nathan estava exausto, mas não queria nem se atreveria a admiti-lo.  

Apesar de tudo, amava a Jill como nunca amara qualquer outra pessoa. Amava os cabelos castanhos e ondulados, amava os olhos esverdeados e a postura de quem está preparada para qualquer desafio. Amava a forma como o amava também. Jill era sua alma gêmea. Três anos haviam se passado, entretanto, e não tinha ideia de como contar a ela que haviam sido suficientes.  

Jill era sua alma gêmea. Porém, não queria mais estar com ela.  

— Me desculpa — falou, sincero. — Me desculpa, Jill, mas eu ando muito ocupado. Você sabe como as coisas são aqui, eu te expliquei tantas vezes no início do nosso namoro que seria assim. Você aceitou ficar comigo mesmo sabendo que seria difícil.  

Sim, eu sabia que seria difícil, mas você está tornando as coisas impossíveis! Não difícil, Nathan, impossível!  

No segundo seguinte, a porta do cômodo fora aberta de forma brusca, fazendo com que Nathan sentasse na cama em um pulo. Ao lado da porta de madeira, estava o Sr. Russell, o chefe da residência. Os cabelos brancos já apareciam envoltos pelos fios de cor castanha e os olhos azuis ferozes combinavam perfeitamente com os traços severos de seu rosto. O homem alto e robusto podia ser bastante intimidador, mas Nathan sabia que por baixo de tanta severidade, o homem possuía um bom coração e uma alma generosa.  

A voz rígida que invadiu seus ouvidos a seguir lembrou a Nathan que seu chefe cumpria o papel de forma adequada.  

— O que você pensa que está fazendo? — perguntou Russell, com a cara fechada. — O hospital está cheio de pacientes esperando para serem atendidos por médicos incompetentes como você, que ficam descansando ao invés de trabalhar! Levanta a bunda daí e vai trabalhar, Walker, antes que eu lhe suspenda pelo resto da semana! Agora! — vociferou ele, o rosto franzido.  

— Sim, senhor — respondeu Nathan, a postura reta, antes do homem fechar a porta com tamanha brusquidão como quando a abrira. Suspirou em seguida ao ouvir o resmungo do outro lado da linha. — Eu preciso desligar, Jill. Teremos essa conversa quando eu chegar em casa, está bem? — pediu ele, já em pé de frente à porta.  

Eu sabia que você ia desligar na minha cara mais uma vez. Mais uma vez, Nathan! — gritou ela antes de soltar um suspiro pesaroso. — Muito bem. Teremos essa conversa depois. Não sei quando, porque não pretendo estar aqui quando você chegar. Tenha uma ótima noite de trabalho, Nathan. Passar bem — falou, grossa, antes de desligar o telefone assim que Nathaniel abriu a boca para pedir que ela esperasse por ele.  

— Droga! — resmungou para o cômodo vazio, jogando o celular na cama.  

Abriu a porta rapidamente e dirigiu-se mais uma vez para a ala direita do hospital, onde vários pacientes esperavam para serem atendidos, como Russell havia deixado claro. Desviou os olhos para a paciente que estava atendendo antes de pedir para Kellan tomar sua posição. O loiro levantou os olhos da prancheta onde escrevia as últimas informações da mulher e piscou para Nathan, indicando que estava tudo sob controle.  

Kellan era seu amigo desde que Nathan havia começado sua residência no Hospital Oak Tree junto dele, quatro anos anteriormente. Ambos estavam namorando à longo prazo, assim cobriam um ao outro para as respectivas namoradas. Resmungavam um para o outro, contavam seus problemas e riam juntos das diversas situações nas quais eram submetidos. Kellan era a parceria perfeita para se ter em um hospital tão competitivo quanto o qual trabalhavam.   

O moreno acenou com um sorriso agradecido antes de dirigir-se ao próximo paciente, que precisava de suturas no braço. Paciente após paciente, Nathan passou as horas lentas até chegar o momento de partir, duas e meia da manhã. Suspirou cansado antes de entregar a prancheta para o próximo residente que recém chegava da folga, indicando a sala de traumas para ele. Despediu-se de Kellan antes de pegar o carro e dirigir até seu apartamento no centro da cidade. Não pôde evitar o suspiro pesado ao chegar em casa e perceber que Jill cumprira a palavra de não estar ali quando ele voltasse do hospital.  

O apartamento espaçoso que inicialmente dividia com Kellan era pago exclusivamente por Nathan, apesar de Jill passar mais tempo ali do que em sua própria casa. As gavetas estavam cheias com as roupas da mulher formosa, assim como calçados e itens pessoais. Estavam juntos há três anos, praticamente dividiam o apartamento e conheciam as famílias um do outro. No entanto, o relacionamento deles não era oficial, segundo o tom magoado de Jill, já que Nathan não a havia convidado oficialmente para morar consigo e não fizera qualquer menção à palavra casamento em seu tempo juntos.  

Nathaniel jogou seus pertences no chão ao chegar no quarto, tirando os calçados e dirigindo-se para um banho demorado. Era a primeira folga em quinze dias, o que significava que poderia ficar em casa por dois dias seguidos, no máximo.  

Assim que vestiu-se com uma roupa confortável, encarou as olheiras profundas no espelho, contemplando também os cabelos negros molhados, já compridos demais para seu gosto. Os olhos castanho-claros, cor de avelã, estavam tremendamente abatidos, contrastando com a pele pálida. Franziu o cenho antes de desviar os olhos para a mochila que atirara no chão, pensativo ao ouvir o silêncio ensurdecedor de seu apartamento. Assim que tomou a decisão, juntou um par de roupas, assim como a escova de dentes, e jogou-os na mochila. Vestiu um calçado, pegou as chaves e saiu do apartamento, ignorando o cansaço.  

Se era para ter apenas dois dias de folga antes de acabar o mês, tendo uma namorada emburrada longe de si, os passaria então com sua família. Com esse pensamento em mente e uma pontada de saudade no peito, visto que fazia quase dois meses que não via seus pais, dirigiu até Cherub Field. A casa em que crescera estava localizada em uma parte afastada da cidade pequena, três horas de viagem de seu apartamento em Wingloush.   

Recebeu um gritinho surpreso de sua mãe assim que ela abrira a porta, às sete horas da manhã, com o roupão cor de rosa envolto em seu corpo moderadamente acima do peso. Os cabelos já esbranquiçados de sua mãe, provindos dos seus cinquenta e cinco anos de idade – embora ainda jovem ao ver de Nathan –, cobriam quase toda a cabeleira loira. Os olhos azuis sonolentos esbanjaram alegria ao pousarem sobre a figura à sua frente.  

— Ah, querido! — exclamou antes de jogar os braços ao redor do pescoço do filho, embora com esforço. Na ponta dos pés, era notável mais uma vez que Nathaniel havia herdado o gene de altura de seu pai. — Você devia ter avisado que viria, meu filho! Ah, estou tão contente que apareceu!  

— Pensei que faria uma boa surpresa — respondeu ele com um sorriso ao beijar seu rosto antes de entrar.  

— Uma ótima surpresa! — afirmou ela, sorrindo também. — Mas se eu soubesse, podia ter feito o café da manhã mais cedo para você, querido — falou, seguindo para a sala com ele.  

Nathaniel olhou pelo cômodo com um sorriso, sentindo-se aconchegado pelo aroma de flores do produto que sua mãe costumava usar na limpeza e o calor confortável que emanava da casa. Tudo estava da mesma forma que antes, da última vez em que os visitara. Os sofás confortáveis na sala ao lado da poltrona do pai, as estatuetas de anjos que sua mãe adorava e as fotografias antigas espalhadas por todos os balcões, nos porta-retratos.  

— Não precisava, mãe — disse ele antes de voltar os olhos para ela. — Eu vim direto para cá depois do meu turno de dezesseis horas, estou cansado. Se não se importar, vou dormir um pouco agora pela manhã, assim a senhora também pode voltar para a cama mais um pouco.  

— Claro — falou ela, aproximando-se para tocar o rosto do filho com a mão, os olhos pesarosos ao perceber o estado em que ele se encontrava. — Meu deus, você está tão pálido! E essas olheiras? Vai ter que comer alguma coisa antes de dormir, Nathan, está muito magro! Você não anda se alimentando direito, não é? — perguntou em tom repreendedor.  

— Mãe, estou bem — falou ele, rindo ao ouvir o que sempre ouvia desde que se mudara da casa dos pais.  

— Não quero conversa, Nathan! Venha, vou fazer alguma coisa para você comer antes de ir descansar — falou, direcionando-se para a cozinha sem esperar uma resposta. Não era uma pergunta, afinal de contas.  

Estava sentado na mesa da cozinha ao tomar o café da manhã quando seu pai, já vestido, desceu as escadas e cumprimentou o filho. Cinco anos mais velho que sua mãe, o pai também possuía os cabelos brancos em maior número, comparado aos poucos cabelos negros por debaixo, e portava olhos igualmente azuis. Os traços do rosto de seu pai espelhavam os de Nathan, embora já envelhecidos, assim como a altura que tomava conta do local. Sorriu com vontade antes de abraçar o filho, em seguida sentando-se à mesa junto dos dois.   

Nathaniel, dentre os quatro filhos homens da família, fora o único que herdara os olhos cor de avelã do avô paterno. Os dois irmãos mais velhos, Edward e Gabriel, portavam os mesmos cabelos loiros da mãe, assim como os comuns olhos azuis da família. Gustavus, o mais novo dos quatro, possuía cabelos castanhos como o do avô e os mesmos olhos azuis dos pais. A mãe optara por nomes mais incomuns para os dois últimos filhos, inspirada em um filme de romance que assistira.  

Encarou os pais com carinho, observando o quanto estavam felizes por sua presença. A casa havia esvaziado e ficado silenciosa demais, dizia a mãe, depois que os quatro filhos dali saíram. 

— Por que não trouxe seu irmão junto de você? — perguntou o pai, logo levando uma bolacha à boca.  

Os dois irmãos mais velhos já estavam praticamente casados e moravam em cidades mais afastadas. Gus, com apenas vinte e quatro anos, havia partido mais tarde que os irmãos para a aventura de morar sozinho, um ano e meio antes do momento atual. Morava na mesma cidade que Nathaniel, embora passasse mais tempo na cidade natal com os pais do que o irmão mais velho, devido aos amigos de infância que ali permaneceram. Em geral, Nathan não se incomodava em convidar o irmão mais novo para visitar os pais, supondo que na maioria das vezes em que ia até a cidade pequena, Gus já estava lá.  

— Gus não está aqui? — perguntou ele, confuso. Apesar de morarem na mesma cidade, a comunicação entre eles era um tanto quanto escassa. Gus, por estar muito ocupado aproveitando o início da idade adulta e Nathan, por estar ocupado dentro do hospital.  

— Não, ele ainda não veio — respondeu o pai, pensativo. — É interessante que vocês moram na mesma cidade, mas nós vemos os dois com mais frequência do que vocês veem um ao outro. — Riu, tomando um gole do café. O moreno riu também, dando-se conta que já sentia falta do irmão caçula, assim como os pais.  

Nathan esquivou-se das perguntas referentes à atual namorada, mantendo o assunto em seus estudos e suas horas no hospital. Contou um pouco sobre os últimos casos mais graves que envolviam muito sangue para os pacientes e muita adrenalina para os médicos. Suspirou aliviado ao perceber que havia conseguido desviar a atenção dos pais. Engoliu um último gole do suco de laranja antes de levantar-se e beijar a bochecha da mãe e abraçar o pai. Subira então para seu quarto, ainda intocado de quando era mais jovem. Mal deitara na cam;a de colcha azul quando mergulhou em um profundo sono sem nada sonhar.  

Passaria o sábado inteiro com os pais, ora em casa, ora pela cidade. Colocaria o assunto em dia, cortaria a grama à pedido do pai, assistiria televisão com a mãe e ignoraria toda e qualquer chamada de Jill em seu celular. Desfrutaria das conversas variadas do pai e dos agrados de sua mãe à vontade. Aproveitaria ao máximo o dia, sabendo que teria de voltar no domingo à noite para seu apartamento. Para sua residência no hospital. Para sua namorada. 

Não havia planejado o que aconteceria na madrugada do dia seguinte. Não havia suspeitado que sua vida daria um giro de cento e oitenta graus e nunca mais voltaria a ser como era antes. Não sabia que estava prestes à esbarrar-se, sem querer, com os olhos mais escuros que já vira até então.  

Era impossível estar ciente, portanto, que tamanha escuridão encontrada neste olhar traria tanta luminosidade à sua vida.  


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Notas finais do capítulo

Lucca, o motivo dessa fic tomar forma, aparecerá no próximo capítulo!

Estou bem na paz com comentários, ou seja: comentem, please. Sou toda olhos para críticas construtivas, o review serve para isso também, ok?

Amem, odeiem, mas me digam o que acharam! *O*



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