—Solta ele – avançou e logo parou no lugar com um movimento de dedos de Crowley

—Vocês têm merda na cabeça, que idéia maluca é essa de cuidar do filho do diabo? Ah é uma prazer revê – lá novamente – sorriu para Charlotte

—Crowley? – a voz de Sam ecoou pelo quarto olhando a cena, Charlotte travada e Crowley segurando Thomas que gritava em pleno pequenos pulmões

—Ola alce – alargou o sorriso – Você é chorão – moveu novamente os dedos fazendo o choro parar, porém a feição de choro da criança não sumiu indicando que Crowley havia lhe tirado a voz, moveu os dedos mais uma vez fazendo todos ficarem estáticos

—Crowley solta ele – Castiel disse autoritário

—Vou soltar mais sem vida – sacou do bolso do sobretudo negro a espada angelical

Desespero, era isso que Charlotte sentia um completo desespero, tentou se mexer mais não houve efeito, rosnou em frustração e mais desespero quando viu a ponta da espada apontada no topo da cabeça de Thomas.

Seus olhos brilharam, apertou os nós dos dedos os deixando brancos perfurando a palma da mão com as unhas.

Crowley soltou Thomas, que caiu de cabeça no colchão e voltou a chorar alto, o pequeno rei sentiu dor, uma dor alucinante que subia como fogo por seu corpo, os olhos transbordaram sangue e fumaça vermelha começou a sair pela boca em pequenas partes, caiu no chão de joelhos e logo em seguida já não estava mais lá, saindo de cena quando a coisa engrossava como sempre fizera.

Charlotte ao sentir o corpo pesar para frente correu em direção a Thomas pegando o mesmo no colo acalentando o pequeno.

—Ssshhhh estou aqui – sussurrava enquanto balançava o mesmo lentamente, deixando uma lágrima escorrer quando o medo invadiu seu corpo, Thomas estava vermelho pelo choro mais logo se acalmou com o aconchego da menina sentindo o calor do corpo da mesma.

—Podem me deixar sozinha? – pediu sem olhar os rapazes

Sam e Dean obedeceram prontamente e logo saíram e prepararam as coisas para a proteção do bunker, já que todos os sigilos tinham sido destruídos quando Amara invadiu.

Mas Castiel permaneceu parado olhando a Charlotte embalar Thomas que novamente entrou em um sono sereno e calmo, mas ela não o colocou na cama, apenas apertou o bebê contra seu peito em forma de proteção. O anjo observava de maneira amorosa como Charlotte abraçava o bebê.

—Pedi para me deixar sozinha – Charlotte soluçou fechando os olhos com força por se sentir tão frágil e morta por dentro, quando tornou a abri – lós se deparou com um azul intenso e brilhoso deu um passo para trás com tamanha aproximação.

—Está exausta – disse Castiel estendendo os braços para Thomas, Charlotte o apertou mais contra o peito, mas não resistiu ao que Castiel pegou o pequeno, meio sem jeito e o colocou na cama

Sua vida sempre fora isolada apenas com seus pais e alguns amigos de sua mãe, calma e serena e depois da chegada de todos e aqueles sentimentos despertos novamente ela se sentia fraca.

Sua visão estava embaçada pelo choro e deixou seu corpo mole ao sentir os braços do anjo envolver sua cintura em um abraço, ele sabia que humanos gostavam disso principalmente quando estavam tristes.

Segurou o corpo da mesma com força ao ver que iria cair no chão se a soltasse. Charlotte se deixou chorar encostada no peito do anjo que acariciava suas costas com uma das mãos e a outra segurava forte sua cintura

—Estou com medo – foi quase um sussurro seguido de um soluço baixo

—Charlotte nada vai acontecer – tentou afirmar mesmo não tendo certeza

—Estou com medo de perder Sam e Dean, medo de não conseguir proteger Thomas – deu uma pausa e fungou afundando mais o rosto no peito do anjo – E medo de perder você Castiel – disse mais baixo que o normal

—Você está cansada – o peito do anjo doeu por ter que negar, só queria gritar para o mundo o quanto queria Charlotte apenas para ele de todas as maneiras humanas possíveis, mas era errado anjos e humanos era proibido, anjos e nefilins eram além do absurdo

Charlotte suspirou frustrada se afastando cambaleante ter curado Castiel aquela noite havia lhe tirado muita força e todos os acontecimentos a deixavam atordoada e em parte desconectada do mundo. Castiel tentou segurar a mesma novamente mais foi impedido com um forte tapa na mão que foi em direção a garota.

—Por que me beijou aquele dia? – deixou mais lágrimas descerem andando para trás – Apenas para experimentar? – bateu as costas na parede deixou o corpo deslizar por ela e se sentar no chão se deixando derramar em lágrimas

Sentia-se usada e queria que nada daquilo que acontecia fosse real, queria acordar e estar na fazenda, cuidando das flores e de Cathy, bebendo café e lendo um livro sobre romances, cantarolando a tarde toda enquanto limpava a casa, ouvindo o toque suave do violino misturado com um ritmo agitado de musicas que ela gostava, ela queria sua paz de volta queria sua vida de volta, ou melhor queria se juntar a seus pais aonde quer que estejam.

Encolheu-se com a aproximação do anjo, encolhendo as pernas.

—Sabe que é errado, digo nosso envolvimento – Castiel disse com a maior frieza causando mais uma onda de choro em Charlotte o anjo se amaldiçoou por isso

—Quem somos nós pra dizer o que é errado ou não? Olha para nós estamos cuidando e protegendo o filho de Lúcifer, quem somos nós pra dizer que amar é errado? Por que a única coisa que sinto aqui dentro – colocou a mão na direção do coração – È amor Castiel, te ver e sentir o sangue borbulhar em vontade de te abraçar, te querer por perto até nos pequenos minutos do dia.

O anjo não sabia o que falar, apenas olhava Charlotte sem expressar nem um sentimento, mas por dentro só queria beijar Charlotte e dizer que nunca mais iria sair dali

—Sai daqui – soluçou

—Char...

—Sai daqui – dessa vez foi audível e firme, o anjo não se mexeu, ela por si mexeu as mãos afastando o anjo o mesmo a olhou assustado, deixou o corpo do anjo parar perto a porta, sem nem um movimento da parte do moreno Charlotte mexeu novamente as mãos o colocando para fora com um empurram invisível e fechando a porta, não se mexeu apenas ficou ali entre lágrimas e soluços, fechando os olhos deixando o corpo descansar.

—Você precisa tomar atitude Cass – dizia Dean depois do anjo explicar o que acontecerá

—É errado Dean você sabe disso – Castiel tombou a cabeça pro lado – E eu não quero mais cometer erros

O Winchester mais velho balançou a cabeça em negação

—Cass para e pensa pelas leis do céu e você ainda sendo um anjo você já deveria ter enfiado uma faca no coração da Charlotte mais não fez isso, você deveria matar Thomas por ser filho do diabo e ser um nefilim mais não fez isso, você deveria ter deixado o apocalipse acontecer da maneira natural que estava escrito mais não deixou se revelou contra o céu e contra as ordens divinas e olha só aonde viemos parar? Você é da família, Charlotte é da família e se você sente alguma coisa por ela não cometa mais uma burrada e a deixar escapar com a vida que levamos não podemos nós dar o luxo de deixar o que amamos passar pelos dedos – respirou fundo sorrindo amarelo pro anjo – Pensa nisso – bateu a mão no ombro do amigo e saiu para a cozinha, deixando um anjo afundado em pensamentos confusos e desconhecido de sua parte.

—Hey – Charlotte pegou Thomas no colo ao que o mesmo resmungava sugando os dedinhos pequenos com certa força – Deve estar com fome – sorriu ajeitando o bebê em seus braços, seguiu para a cozinha do bunker – Que susto levamos hoje – sussurrou para o pequeno passando as pontas dos dedos pelo seu rosto delicado

—Wow você está horrível – Dean riu da cara de Charlotte, ela deveria estar mesmo, chorou tanto

—Você sabe mesmo como elogiar uma dama – girou os olhos enquanto fazia a mamadeira de Thomas com uma das mãos livres

—Deixa que eu faço isso – Dean pegou a mamadeira da mão de Charlotte

—Como sabe fazer essas coisa? – Charlotte questionou curiosa

Dean suspirou pesadamente

—Eu já... Bem tive uma vida normal e a pessoa que eu estava tinha algumas sobrinhas eu acabei aprendendo algumas coisas – sorriu ao se lembrar de Lisa e Ben, ele realmente sentia saudades

—Sinto muito – Charlotte dizia em um tom baixo

—Eles não morreram mais corriam perigo perto de mim – entregou à mamadeira a Charlotte a mesma a colocou na boca de Thomas que sugou o leite sem mais reclamar – E eu não deixaria Sam por nada nessa vida – Charlotte sorriu – Charlotte

—Sim? – encarou o loiro

—De um tempo pro Cass, ele é um anjo e apesar do longo tempo aqui na terra ele ainda não se acostumou completamente aos humanos

Charlotte sorriu amarelo concordando com a cabeça em um aceno

—Sigilos estão terminado – Sam entrou pela cozinha

—E a mamãe?

—Ainda dormindo – sorriu amarelo pro loiro

—Ela vai ficar bem – Charlotte sorriu tranqüilizando os irmãos