Afterglow escrita por Anielka


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Socorro que deu tempo amém!



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James estava com tesão. Isso era o que ele repetia mentalmente para si mesmo enquanto olhava para a bagunça que estava seu quarto. Fingia não ver os corpos nus de Sirius e Remus, espalhados em sua grande cama. Seria demais ter aquela visão depois da noite que tivera. Porque, por mais que tivesse sido um dos melhores sexos que já desfrutara, era simplesmente estranho que tivesse ocorrido com Sirius e Remus ao mesmo tempo. E não era como se James não gostasse de homens, porque ele realmente gostava. Da mesmo forma como gostava de mulheres. Era só que... Ele nunca havia pensado em seus melhores amigos dessa forma. Nunca. Nem mesmo quando precisavam compartilhar o banheiro.

Então, James continuava a dizer para si mesmo que, o único motivo para aquilo ter acontecido, era porque estava com tesão, e possivelmente bêbado. Ok, muito bêbado se as garrafas vazias de firewhisky diziam alguma coisa. Mas não era como se Remus e Sirius não estivessem também. Pois James tinha certeza que Remus não estaria tão solto e tão sonoro se estivesse minimamente sóbrio.

Grunhiu internamente. Ele estava tentando não pensar, e analisar a forma como Remus estava gemendo na noite anterior não estava ajudando. Maldição!

James bufou e se abaixou para começar a limpar a bagunça — não fazia ideia de onde sua varinha havia desaparecido; teria que achá-la ou levaria uma vida para deixar o quarto da forma como deveria —, porém a pontada de dor em sua bunda fez com que se encolhesse e desistisse de pegar o abajur do chão. Sua mente, sem que pudesse se impedir, voltou ao momento em que sentira Sirius entrando em si. Suas bochechas arderam em embaraço ao lembrar do quanto havia gemido. Agradecia, naquele momento, por seus pais não estarem em casa durante a noite anterior. Seria minimamente vergonhoso.

Ele suspirou e se moveu, sentindo a dor entre as pernas se fazendo presente a cada passo, para sentar na poltrona coberta por penas de travesseiro. Ainda estava nu, sem coragem para procurar sua cueca no chão ou buscar uma no armário, pensava em como haviam destruído travesseiros o suficiente para cobrir o quarto todo com tantas penas ao mesmo tempo em que tentava não lembrar exatamente de tudo o que fizeram na noite anterior. Não era um exercício muito bom e sua cabeça já latejava quando Sirius se moveu na cama.

— Mas que merda... — Escutou ele resmungando enquanto tentava se virar. James desviou os olhos e buscou uma manta no chão para se cobrir. Não sabia porquê sentia-se tão tímido. Ele não era virgem e não era como se não estivesse confortável com seu próprio corpo. Sem falar que Sirius já havia visto tudo que havia para ver, então... — Prongs?

— Aqui — disse, a voz rouca. Tentou limpar a garganta, mas a ressaca junto com a quantidade de vezes que gemera na noite anterior a deixara seca e irritada.

Sirius se elevou nos cotovelos, finalmente notando sua própria nudez, a bagunça no quarto e onde James estava sentado.

— Ontem não foi um sonho. — Não era uma pergunta.

James elevou uma sobrancelha. Queria poder rir, mas não estava com o humor para tal.

— Você tem muitos sonhos como esse? — retrucou, em parte curioso e em parte porque não queria dizer em voz alta que sim, aquilo havia acontecido, maldição!.

Sirius sorriu de lado e levou a mão para o cabelo.

— Você não tem? — James corou. Porque não, ele não tinha. Não com Sirius e Remus. E com certeza não com eles juntos. Tentou disfarçar, sabendo muito bem que seria visível suas bochechas vermelhas, mas não havia muito o que ser feito e Sirius logo riu. — Não, você não tem. Com quem você sonha? Ruiva? Snivellus?

— Oh, cale a boca! — estalou, se remexendo na cadeira. A manta estava quente e já quase o fazia suar, mas ele se recusava a descobrir-se.

— Qual é, Prongs. Você nunca teve nenhum sonho erótico comigo? Ou com Moony? Com Wormtail eu até entendo, porque quem sentiria atração sexual por ele, mas eu sou um pedaço de mal caminho. — James bufou, revirando os olhos. Sirius, em contrapartida, negou com a cabeça em descrença. — Ninguém poderia dizer que você nunca me desejou sexualmente pela forma como me chupou.

James corou violentamente, engasgando-se com a respiração.

— Padfoot!

Sirius sorriu, voltando a se deitar.

— Quem diria que você, dentre nós três, estaria constrangido depois de ter feito sexo — comentou, encarando o teto. — É sempre assim, ou é só porque fomos eu e Moony?

James revirou os olhos e se recusou a responder. Sirius que fosse para o inferno, ele não iria manter essa conversa. Já era terrível demais ter que ficar controlando seus olhos para evitar checar os corpos de seus amigos espalhados na cama. Ele não precisava ter essa conversa também. Não quando a voz rouca de Sirius começava a fazer coisas estranhas com seu baixo ventre.

— Você acha que Moony vai surtar como você quando ele acordar? — Sirius perguntou após alguns segundos, a voz incrivelmente baixa.

— Eu não estou surtando — reclamou James, indignado.

— É. Claro — murmurou, virando-se para encarar Remus que ainda dormia. — Espero que pelo menos ele consiga me olhar nos olhos.

James bufou.

— Eu te olhos nos olhos.

— É. Claro — repetiu e suspirou, voltando a mirar o teto.

— É só que... — James se remexeu, sua força de vontade morrendo aos poucos enquanto seus olhos desciam pelo peito nu, chegando até o membro semi-ereto de Sirius. — Eu nunca... — Ele lambeu os lábios, mas não desviou a mirada. — Nunca pensei... Eu já fiz com outras pessoas; com outros garotos. Mas vocês eu nunca...

— Eu penso nisso desde os treze anos — Sirius interrompeu e James voltou a olhá-lo nos olhos, encontrando um sorriso presunçoso na face do amigo. — Não todos os dias, mas era algo comum. Sempre imaginei como seria ter você e Remus de joelhos entre as minhas pernas. — James tentou não corar, mas foi impossível. Sirius riu. — Nunca achei que fosse acontecer. Mas aconteceu.

— Você nunca disse nada.

Sirius gargalhou.

— E como esperava que eu dissesse? “Ei, Prongs, então, eu tenho vontade de ver você e Moony me chupando, ao mesmo tempo, quando podemos marcar?”

James corou mais uma vez. Aparentemente, esse seria seu estado perpétuo por quanto essa conversa durasse.

— Bem, não — murmurou.

Sirius sorriu.

— Achei que não — respondeu antes de se mexer para sentar e recostar na cabeceira da cama. — Sabe, eu achei que você realmente queria isso. Quero dizer, você me beijou. E depois beijou Moony.

James se remexeu, desconfortável, mas, incrivelmente, não corou.

— Não disse que eu não queria — murmurou, fazendo Sirius arquear uma sobrancelha em descrença. — Eu só não esperava, ok? Eu não sabia que eu queria até eu querer, e eu estava bêbado.

Sirius revirou os olhos.

— Por que vocês estão falando tão alto? — gemeu Remus, tentando se esconder por debaixo de um dos únicos travesseiros restantes.

— Prongs está tendo uma crise — Sirius respondeu sem piscar.

— Não estou em crise. Só estou... Preocupado.

— Com o que? — Remus abriu um dos olhos, procurando-o.

James limpou a garganta.

— Ontem a noite — respondeu, baixo.

Remus franziu o cenho, confuso. E então seus olhos se encheram de reconhecimento e suas bochechas se avermelharam. Ao contrário de James, no entanto, ele estava longe de parecer constrangido.

— Você não era virgem. — Não foi uma pergunta, mas, mesmo assim, James confirmou. — E você já esteve com outros caras. — James confirmou novamente. — O então problema somos nós? É sermos dois, sermos Sirius e Remus ou é eu ser um lobisomem?

James arregalou os olhos.

— O quê?

Remus se mexeu e sentou igual a Sirius, mas puxando um dos lençóis para cima de suas pernas.

— Por que está em crise? — Remus inclinou a cabeça levemente. Não havia nenhum ressentimento em seus olhos, mas era possível ver que ele escondia o medo do que escutaria como resposta. — É por minha causa?

James pareceu sem palavras por um instante e então ele se levantou da poltrona com pressa, deixando a manta para trás. Se ajoelhou na cama, de frente para Remus. Olhava-o nos olhos.

Nunca diga isso — sua voz saiu com tanta ferocidade que Sirius e Remus permaneceram em silêncio. — Você ser lobisomem nunca será pretexto para nada.

— Nada ruim — Sirius murmurou por entre uma tossida.

James o ignorou.

— Eu não estou em crise — continuou. — E mesmo que estivesse, não teria nada a ver com o fato de você ter um problema peludo. Você já deveria ter entendido isso.

Remus sorriu, desviando o olhar. Suas bochechas carregavam um leve tom de carmim e, maldito seja se James não achava aquela visão adorável.

— Então nós estamos bem? — perguntou, baixinho.

— Sim, nós estamos bem — James respondeu. — Eu só preciso de um tempo. Para entender que realmente rola algo sexual entre nós.

Remus sorriu de lado e o mirou nos olhos.

— Quem diria que de nós três você seria quem estaria mais constrangido — disse, divertido. James revirou os olhos, ignorando o fato de já ter escutado aquilo antes da boca de Sirius.

— Não estou constrangido.

Sirius gargalhou.

— Ele estava corando! — exclamou, virando-se para Remus. — Corando, Moony.

James revirou os olhos e se deitou na cama, a vergonha e a necessidade de se cobrir já esquecidas.

— Cala a boca, Padfoof.

— Eu também estou corando, Padfoot — Remus retrucou. — Pare de implicar com Prongs.

Sirius calou a boca e James sorriu para Remus, do pé da cama.

— Obrigado.

Remus somente retribuiu o sorriso. O silêncio confortável que recaiu sobre eles, no entanto, foi logo quebrado.

— É agora que pedimos um ao outro em namoro? — Sirius perguntou, diversão em sua voz.

Gemendo, James colocou as mãos sobre os olhos.

— Cala a boca, Padfoot.

Sirius gargalhou, mexendo com o cabelo. Remus deu uma leve risadinha.

— Mas o sexo vai continuar acontecendo, certo?

James grunhiu e jogou um punhado de penas na direção de Sirius.

— Cala a boca.


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Notas finais do capítulo

E é isso, fiquem ligados para uma prequel (com lemon) e uma sequel (com fluffy). It's a promise.


Sério. É uma promessa. Pode cobrar. Vou fazer :D