Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta
Asriel ergueu minimamente uma das sobrancelhas, observando a curiosa garota acomodar-se ao lado de Frisk.
— Você também é humana! – a menina não conseguiu refrear um arquejo, admirada.
— Sim – Chara inclinou a cabeça, parecendo curiosa – sou uma invulgar. Meus pais são humanos – soltou um murmúrio distraído – é a primeira criança humana que encontrei até agora. Qual o seu nome?
— Meu nome é Frisk.
A criança viu os olhos rubros de Chara saltarem.
— Você é Frisk? Aquela Frisk? – embora concordasse, Frisk já estava ficando levemente aborrecida com todo o choque que surgia seguido de seu nome – você é famosa, não é? – por fim, Chara pareceu notar a presença de Asriel ali – e... você é...?
— Asriel – o jovem cabrito fungou - clã dos Dreemurr.
— Prazer – limitou-se a dizer, voltando a atenção para Frisk – vou trazer minha mala para cá. Volto daqui a pouco.
Antes de sair, porém, ela lançou outra olhadela desconfiada para Asriel.
— Se quer saber, você tem uma coisa muito estranha no seu focinho. Bem aqui – cutucou o próprio nariz, logo em seguida saindo do compartimento.
Frisk precisou segurar o riso quando Asriel se virou, boquiaberto.
— Pela Santa Cabra – ofegou o garoto, sem, porém, deixar de esfregar sutilmente a ponta do focinho – tomara que não a encontremos outra vez no castelo.
A menina manteve-se em silêncio, achando graça no aparente desespero de Asriel. Embora Chara parecesse a exata mistura de sagacidade e psicopatia, Frisk havia realmente gostado dela.
A paisagem começava a se modificar lentamente, conforme a embarcação desbravava o longo e enregelado rio. A neve foi aos poucos substituída por grandes e escuras amuradas de pedras azul-marinho. Ao longe, podiam-se ver várias quedas d’água, cujas cachoeiras desaguavam no longo caminho fluvial. Frisk vislumbrou estranhas flores, de um brilhante azul-esverdeado, cujas pétalas pareciam emitir uma luz pulsante.
— Flores do eco – Asriel explicou – são ótimas para usar em poções.
Neste momento, Chara retornou ao compartimento. O jovem monstro disfarçou um revirar de olhos, enquanto a menina voltava a se sentar, com seus pertences devidamente acomodados no bagageiro da pequena cabine.
— E então? Animados para Hogwarts?
Asriel deu de ombros. Frisk, no entanto, não escondeu sua empolgação.
— Sim! – arquejou.
— Em que casa acham que vão cair?
— Casa?
— Ih... sinto muito, Frisk – Asriel disse, parecendo satisfeito de interromper a tagarelice de Chara – esqueci de explicar. Os alunos são divididos entre quatro Casas: Grifinória... Lufa-Lufa, Corvinal... e Sonserina. Acontece uma Seleção que vai mandar cada um de nós para a Casa mais adequada.
— De que Casa o Gaster era?
A reação de Asriel foi quase assustadora. O pequeno monstro ofegou alto, arregalando os olhos e tapando a boca.
— Você... você disse o nome dele!
— E daí? – Chara o cortou.
Asriel fechou a cara para a garota.
— Ah... é – Frisk baixou o olhar - vocês não dizem... o nome dele.
— Não mesmo – resfolegou, passando uma pata peluda pela testa – mas... respondendo sua pergunta... ele foi da Sonserina.
Um silêncio se ergueu durante alguns minutos, causado evidentemente pelo constrangimento do assunto que Frisk resolvera erguer.
Os três garotos fitaram a janela, observando a paisagem se tornar mais flamejante. Um calor escaldante entrou pelas vidraças, fazendo Frisk se enrijecer.
— Não se preocupe – Chara comentou, percebendo o desconforto da garota – é só até passarmos por Hotland. Estamos perto do Núcleo, onde toda a energia mágica do subterrâneo é criada – disse, cheia de si – eu li isso no nosso livro de História do Subterrâneo.
— Tá. Ninguém liga – rosnou Asriel, baixo o suficiente para que Chara não ouvisse.
— Como chegamos até o castelo? – Frisk indagou, percebendo que o barco começara a diminuir de velocidade.
— Há um elevador á alguns metros da plataforma onde vamos desembarcar – Asriel pareceu aliviado por finalmente poder explicar algo – ele vai nos levar diretamente para a entrada de Hogwarts. Já devemos estar chegando.
Chara deu um muxoxo desdenhoso, levantando-se de seu assento.
— Acho que vou falar com o Barqueiro – disse, abrindo a porta e saindo da cabine novamente.
— Já vai tarde – sibilou o cabrito, percebendo o sacolejar da cabeça de Frisk – ah, qual é? Ela é um demônio... quanto mais longe ficarmos dela, melhor.
Por fim, a embarcação finalmente parou, ladeando uma plataforma de pedra. Um pequeno solavanco fez os compartimentos sacolejarem, anunciando a chegada ao ponto final da viagem.
Asriel e Frisk desembarcaram com os demais, arrastando suas malas e corujas para fora do barco. Do lado de fora, recepcionando os recém-chegados, um imenso monstro de grandes chifres orientava os pequenos alunos.
— Cuidado para não caírem. O chão está pegando fogo!
Asriel riu, correndo até o grande e simpático bode.
— Papai! Papai!
O monstro sorriu, abraçando Asriel.
— Asriel! – trovejou uma gargalhada satisfeita – finalmente chegou, meu filho! – soltou o garoto, sorridente – como está sua mãe?
— Está bem – respondeu, acenando para Frisk – vem, Frisk! Vem conhecer meu pai!
Frisk aproximou-se timidamente, vendo Asgore encará-la. O grande monstro caprino tinha o mesmo olhar amável que ela havia conhecido em Toriel.
— Frisk... – ele assentiu, satisfeito – não sabe como o mundo monstro esperou por esse momento. È bom te ver outra vez, minha pequena.
Subitamente sem graça por tal declaração, Frisk limitou-se a sorrir.
— Obrigada, senhor.
Asgore esfregou as mãos, bradando alto.
— Alunos do primeiro ano! Sigam-me, por favor!
O grande grupo de monstrinhos obedeceu, reunindo-se atrás de Asgore, começando a caminhar para fora da plataforma.
Ventania piou alto atrás de Frisk, parecendo insatisfeita com o sacolejar das bagagens da menina.
— Tudo bem, garota – Asriel afagou-lhe as penas, sorrindo – já estamos chegando.
Após tomarem um longo caminho de pedras, todos chegaram defronte á um imenso elevador, no qual Asgore se pôs a acomodar os jovens monstros. Logo em seguida, o gigantesco ascensor partiu, levando-os para quilômetros acima de onde estavam anteriormente.
Houve mais uma curta caminhada quando deixaram o elevador, agora decorada por um belo trajeto de torres de pedra.
Por fim, depois de alguns minutos, Asgore parou, barrando os demais.
Com uma expressão exultante, ergueu os braços adiante, abarcando a visão majestosa de um imenso castelo, cujos portões imponentes abarcaram completamente a visão arrebatada de Frisk.
— È isso aí, meus jovens – trovejou Asgore – sejam bem vindos a escola de magia de Hogwarts!
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