Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta
Conforme as crianças viam as paisagens negras e quentes desaparecem - substituídas lentamente pelo horizonte gélido de Snowdin – Frisk, Chara e Asriel se sentiam cada vez mais ansiosos.
Embora estivesse com saudades de Taryan e Shepia, Frisk já sentia uma falta ainda maior da escola, e mal podia esperar para retornar ao castelo no próximo ano.
A garota encarou Chara, cujos pés não paravam quietos desde o início da viagem de volta.
— Chara? Tudo bem?
Para sua surpresa, a garota arquejou, virando-se repentinamente e acolhendo seu corpo num abraço apertado.
— Vou sentir sua falta, Frisk – choramingou, apertando a amiga nos braços – obrigada… por ser a minha amiga.
Sorrindo< Frisk retribuiu o gesto, afagando o cabelo de Chara.
— Eu que agradeço, Chara.
Asriel fez menção de que ia abraçar Chara, recebendo um leve empurrão da garota, que fechou a cara em sua direção.
— Não. Você não, cabrito.
Magoado, o monstrinho recuou, baixando a cabeça – o que fez com que exclamasse, espantado, quando a amiga lhe estalou um beijo na bochecha.
Frisk riu, vendo Chara sair correndo da cabine da embarcação, enquanto o cabritinho franzia o focinho, com a expressão de quem havia acabado de receber uma torta de canela e caramelo na cara.
O retorno à superfície foi mais emocionante do Frisk havia imaginado.
Havia criado um carinho indescritível por quase todos os monstros que havia conhecido. E foi com semelhante ternura que a menina despediu-se dos amigos que havia feito no subterrâneo.
— Cuide-se, minha criança – disse Toriel, abraçando-a carinhosamente – tome cuidado na superfície, está bem?
— Mamãe… deixa ela respirar – Asriel revirou o olhar, risonho.
— Vou tomar cuidado – prometeu a criança, assentindo.
A monstra afagou-lhe o pequeno rosto, abraçando o filho pelo ombro. Asriel também abraçou-a, quase choramingando.
— Nós vamos esperar por você, Frisk – o garoto garantiu, dando um soquinho brincalhão em seu braço.
— Está bem – ela riu – se cuida, bola de pelo.
Toriel e Asriel acenaram, enquanto Frisk, Chara e outras crianças invulgares eram guiadas por um teleportador de volta ao cume do Monte Ebott.
Enquanto eram teletransportadas de volta à superfície com uma magia peculiar, as meninas respiraram fundo. Frisk ergueu a cabeça, segurando a mão de Chara, sentindo o coração saltitar de expectativa dentro do peito.
— Quer saber? - Chara falou em determinado momento, humorada – Asriel é um saco… - sorriu de lado – mas vou sentir saudade daquele panaca.
Os olhos rubros da menina estremeceram, e ela mordeu o lábio, o que só fez com que Frisk achasse ainda mais graça.
— Pronto, crianças – o teleportador lhes disse – já estão em casa.
Ao longe, Frisk reconheceu o vasto limiar da aldeia dos humanos.
Uma sensação de leve vazio a acometeu. Agora que estava de volta à superfície, a realidade de que havia deixado o subterrâneo a angustiou levemente.
— Nós voltaremos, Frisk – Chara afagou seu braço - não se preocupe
— Eu sei – concordou – é que… - deu uma risadinha nervosa – o Underground… é parte do meu lar agora. É como… se eu estivesse deixando uma parte minha para trás. Faz sentido?
Percebeu que Chara suspirou, vincando o rosto numa expressão solidária.
— Mais do que você imagina, Frisk… mais do que você imagina.
Uma a uma, as crianças humanas foram levadas de volta às suas casas, numa caravana que diminuía gradativamente de tamanho, conforme cada uma voltava para suas famílias.
Quando apenas Chara e Frisk ainda acompanhavam o teleportador, a criança viu, ao longe, a aproximação de uma construção isolada, quase que distante das demais casas do vilarejo.
— Sua casa?
Chara assentiu, encurtando a distância, indo rapidamente em direção à sebe do jardim.
— Mamãe! Papai!
Duas silhuetas agitadas dispararam para fora do imóvel, indo até a garota.
— Chara!
Sorridente, Frisk assistiu os pais de Chara se ajoelharem, acolhendo a garotinha num abraço de boas-vindas. A jovem mulher humana tinha os cabelos curtos da filha, enquanto o pai ostentava o mesmo tom de íris rubras.
Chara lhe acenou do jardim, apontando em sua direção.
A família também gesticulou, voltando a se erguer, acompanhando a pequena invulgar e desaparecendo rapidamente dentro da pequena propriedade.
— Agora só falta você, Frisk.
A casa de Taryan, para o espanto da garota, não era muito distante da de Chara – pouco mais de sete quarteirões adiante do centro da vila.
Ela agradeceu ao teleportador, entrando às pressas dentro da propriedade, quase rolando sobre a grama do quintal enquanto corria.
Shepia, que estava cuidando da pequena horta da mãe, foi a primeira a avistá-la, dando um gritinho de alegria.
— FRISK!
Taryan saiu logo em seguida, levando as mãos à boca, emocionada.
— Ah, Frisk! Você voltou!
Abraçou a tia e a prima, soluçando.
— Que saudade, tia Taryan – soltou a mulher, se jogando em cima de Shepia – Shepia!
As três adiantaram-se, entrando dentro da casa, completamente eufóricas.
A menina riu alegremente. Definitivamente, até que era bom estar de volta à superfície no fim das contas.
— Me conta tudo, Frisk – Shepia disse, saltitando de animação, rodopiando ao redor da mesa da cozinha – quero detalhes. A história toda. Fala tudo que aconteceu.
Frisk ergueu uma sobrancelha.
Definitivamente, aquela história seria uma de suas melhores…definitivamente inesquecível.
— Está bem – sorriu – é melhor vocês puxarem uma cadeira….
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!