Pottertale - O Encontro de Dois Mundos escrita por FireboltVioleta


Capítulo 38
Epílogo




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Conforme as crianças viam as paisagens negras e quentes desaparecem - substituídas lentamente pelo horizonte gélido de Snowdin – Frisk, Chara e Asriel se sentiam cada vez mais ansiosos.

Embora estivesse com saudades de Taryan e Shepia, Frisk já sentia uma falta ainda maior da escola, e mal podia esperar para retornar ao castelo no próximo ano.

A garota encarou Chara, cujos pés não paravam quietos desde o início da viagem de volta.

— Chara? Tudo bem?

Para sua surpresa, a garota arquejou, virando-se repentinamente e acolhendo seu corpo num abraço apertado.

— Vou sentir sua falta, Frisk – choramingou, apertando a amiga nos braços – obrigada… por ser a minha amiga.

Sorrindo< Frisk retribuiu o gesto, afagando o cabelo de Chara.

— Eu que agradeço, Chara.

Asriel fez menção de que ia abraçar Chara, recebendo um leve empurrão da garota, que fechou a cara em sua direção.

— Não. Você não, cabrito.

Magoado, o monstrinho recuou, baixando a cabeça – o que fez com que exclamasse, espantado, quando a amiga lhe estalou um beijo na bochecha.

Frisk riu, vendo Chara sair correndo da cabine da embarcação, enquanto o cabritinho franzia o focinho, com a expressão de quem havia acabado de receber uma torta de canela e caramelo na cara.





O retorno à superfície foi mais emocionante do Frisk havia imaginado.

Havia criado um carinho indescritível por quase todos os monstros que havia conhecido. E foi com semelhante ternura que a menina despediu-se dos amigos que havia feito no subterrâneo.

— Cuide-se, minha criança – disse Toriel, abraçando-a carinhosamente – tome cuidado na superfície, está bem?

— Mamãe… deixa ela respirar – Asriel revirou o olhar, risonho.

— Vou tomar cuidado – prometeu a criança, assentindo.

A monstra afagou-lhe o pequeno rosto, abraçando o filho pelo ombro. Asriel também abraçou-a, quase choramingando.

— Nós vamos esperar por você, Frisk – o garoto garantiu, dando um soquinho brincalhão em seu braço.

— Está bem – ela riu – se cuida, bola de pelo.

Toriel e Asriel acenaram, enquanto Frisk, Chara e outras crianças invulgares eram guiadas por um teleportador de volta ao cume do Monte Ebott.

Enquanto eram teletransportadas de volta à superfície com uma magia peculiar, as meninas respiraram fundo. Frisk ergueu a cabeça, segurando a mão de Chara, sentindo o coração saltitar de expectativa dentro do peito.

— Quer saber? - Chara falou em determinado momento, humorada – Asriel é um saco… - sorriu de lado – mas vou sentir saudade daquele panaca.

Os olhos rubros da menina estremeceram, e ela mordeu o lábio, o que só fez com que Frisk achasse ainda mais graça.

— Pronto, crianças – o teleportador lhes disse – já estão em casa.

Ao longe, Frisk reconheceu o vasto limiar da aldeia dos humanos.

Uma sensação de leve vazio a acometeu. Agora que estava de volta à superfície, a realidade de que havia deixado o subterrâneo a angustiou levemente.

— Nós voltaremos, Frisk – Chara afagou seu braço - não se preocupe

— Eu sei – concordou – é que… - deu uma risadinha nervosa – o Underground… é parte do meu lar agora. É como… se eu estivesse deixando uma parte minha para trás. Faz sentido?

Percebeu que Chara suspirou, vincando o rosto numa expressão solidária.

— Mais do que você imagina, Frisk… mais do que você imagina.

Uma a uma, as crianças humanas foram levadas de volta às suas casas, numa caravana que diminuía gradativamente de tamanho, conforme cada uma voltava para suas famílias.

Quando apenas Chara e Frisk ainda acompanhavam o teleportador, a criança viu, ao longe, a aproximação de uma construção isolada, quase que distante das demais casas do vilarejo.

— Sua casa?

Chara assentiu, encurtando a distância, indo rapidamente em direção à sebe do jardim.

— Mamãe! Papai!

Duas silhuetas agitadas dispararam para fora do imóvel, indo até a garota.

— Chara!

Sorridente, Frisk assistiu os pais de Chara se ajoelharem, acolhendo a garotinha num abraço de boas-vindas. A jovem mulher humana tinha os cabelos curtos da filha, enquanto o pai ostentava o mesmo tom de íris rubras.

Chara lhe acenou do jardim, apontando em sua direção.

A família também gesticulou, voltando a se erguer, acompanhando a pequena invulgar e desaparecendo rapidamente dentro da pequena propriedade.

— Agora só falta você, Frisk.

A casa de Taryan, para o espanto da garota, não era muito distante da de Chara – pouco mais de sete quarteirões adiante do centro da vila.

Ela agradeceu ao teleportador, entrando às pressas dentro da propriedade, quase rolando sobre a grama do quintal enquanto corria.

Shepia, que estava cuidando da pequena horta da mãe, foi a primeira a avistá-la, dando um gritinho de alegria.

— FRISK!

Taryan saiu logo em seguida, levando as mãos à boca, emocionada.

— Ah, Frisk! Você voltou!

Abraçou a tia e a prima, soluçando.

— Que saudade, tia Taryan – soltou a mulher, se jogando em cima de Shepia – Shepia!

As três adiantaram-se, entrando dentro da casa, completamente eufóricas.

A menina riu alegremente. Definitivamente, até que era bom estar de volta à superfície no fim das contas.

— Me conta tudo, Frisk – Shepia disse, saltitando de animação, rodopiando ao redor da mesa da cozinha – quero detalhes. A história toda. Fala tudo que aconteceu.

Frisk ergueu uma sobrancelha.

Definitivamente, aquela história seria uma de suas melhores…definitivamente inesquecível.

— Está bem – sorriu – é melhor vocês puxarem uma cadeira….












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