Vendetta escrita por Martell


Capítulo 2
It's Summertime


Notas iniciais do capítulo

Oi,
Desculpem-me por demorar séculos à aparecer e ainda voltar com um capítulo curtinho e sem muitos detalhes. Esses dias estão sendo um inferno, meu notebook deu pau e etc.
Descobri que não sei mais tanto de Vampire Academy e estou relendo, e ainda estou assistindo os episódios de Revenge umas vinte vezes. Não está sendo fácil.
De qualquer forma, espero que gostem c:



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                                        [01 de Junho de 2016, East Hampton, NY]

Quando olhava as águas claras do mar gelado dos Hamptons, as primeiras memórias que vinham em sua cabeça eram de tempos distantes, onde a chamavam de Marie e ela era livre. O sol do verão queimando sua pele morena, a risada do pai enquanto a rodava pela praia, a sensação agradável de afundar os pés na areia. Seu sobrenome ainda era Mazur e sua vida era perfeita.

— Srta. Hathaway, está pronta para assinar o contrato?

Dando um segundo olhar para a infinidade azul logo em frente à sua varanda, voltou-se para a corretora. Com um sorriso doce, seguiu para dentro da casa que estava alugando. Casa essa em que passara o último verão com seu pai antes do mundo desabar. Cada pilastra era um lembrete constante do que havia perdido. E, no fim, essa era a intenção. Não podia esquecer.

Tudo estava praticamente igual. As paredes claras, o piso de madeira polida, o balanço na varanda. Ao mesmo tempo, era totalmente diferente. Pinturas estranhas decorando a sala, um balcão de mármore dividindo o espaço da sala de jantar e da cozinha, pequenas flores entalhadas no corrimão da escada. Era a sua casa, mas não era. O lugar estava infestado de detalhes que a lembravam que durante 18 anos outras pessoas moraram ali.

— Então, durante esse verão a casa é sua. Até mais, Srta. Hathaway. Espero que aproveite sua estadia nos Hamptons.

Lançando um olhar sobre o ombro, conseguia ver a enorme mansão Ivashkov pela janela, parecendo mais um castelo em miniatura do que uma casa na praia, a morena sorriu.

— Eu irei, Celeste. Não tenha dúvidas.
                                                                                                                                                                                                                                         [...]

 

— Rose!

Antes que a mulher conseguisse raciocinar o que estava acontecendo, uma figura loira apareceu em frente a sua porta, segurando uma garrafa de vinho, batendo tão forte no vidro que por um momento Rose considerou que esse fosse quebrar. Imediatamente um sorriso se formou nos lábios da morena, que abriu a porta de forma rápida, apenas para ser bombardeada com um abraço entusiasmado de Mia e dois beijos nas bochechas.

— Espero que seja para comemorar minha nova casa - indicando o vinho com a mão, voltou a organizar seus pequenos enfeites de decoração.

— Infelizmente é para a rainha de gelo.

— Quem?

Revirando os olhos, Mia deu uma longa olhada pelo lugar. Era comum ela ter que ficar explicando para a amiga quem era cada uma das pessoas com quem trabalhava. Pela janela conseguia ver a casa de sua mais nova chefe, a inatingível Danielle Ivashkova. Uma mulher fina, que comandava toda a elite nova iorquina com uma graça inabalável. Mas a rainha, no fim, não era ela. Tatiana Ivashkova, matriarca da família, era quem guiava cada passo daqueles que carregavam seu sobrenome.

— Sua vizinha de porta, é claro. Tenho que impressionar agora que sou oficialmente a assistente de Daniella.

— E pela sua cara, eu deveria saber quem são essas pessoas - as duas compartilharam um olhar divertido e riram da falta de conhecimento de Rose. Uma fingida falta de conhecimento, é claro, mas não era como se Amélie fosse descobrir isso.

Continuaram a conversar amenamente, Mia sentada num confortável banquinho creme e Rose organizando seus retratos e quadros e tudo que daria àquela casa um toque próprio. A última foto que colocou foi uma em que duas garotas sorriam largamente para a câmera. Uma tinha longos cabelos castanhos e olhos do mesmo tom de chocolate, enquanto a outra tinha mechas loiras tingindo os fios escuros. Era a sua foto preferida. Marcava o fim de uma etapa de sua vida e o início de outra.

— Já está na minha hora. Tenho que organizar o evento de caridade típico de abertura da temporada - o sotaque francês de Mia ficava ainda mais forte quando ela resmungava. De repente, seus olhos muito azuis brilharam e ela se virou com um sorriso enorme no rosto para onde Rose acabava de organizar seus livros. - Você vai, não é?

— Se é por uma causa nobre, coloque meu nome na lista.

— Pode deixar - mandando um beijo para a morena, caminhou em direção a porta e saiu cambaleando em seus saltos na areia espalhada pela varanda.

Quando sumiu de vista, Rose voltou os olhos para a fotografia que ficava em cima da lareira. As mãos do seu pai seguravam sua cintura, enquanto ele a girava no ar. A imagem não capturara seu rosto, apenas seus cabelos escuros bagunçados pelo vento, e os braços fortes do seu pai a levantando firmemente. Ele nunca a deixara cair. Abe Mazur fora sua fortaleza, a única coisa constante em sua vida até seus 8 anos. Então ele fora bruscamente arrancado dela. E era por isso que, a cada vez que olhava a mansão Ivashkov pela janela, não conseguia reprimir a onda de ressentimento e amargura que tomava seu peito.

Mas agora não podia deixar-se levar por seus sentimentos. Treinara duro para chegar até onde estava, para vingar o seu pai, e não poderia perder o foco. Era hora de apresentar Rose Hathaway aos Hamptons. Era hora de colocar seu plano em ação. Apenas esperava, no seu intimo, que aquela jornada por vingança não acabasse por cavar sua cova. 
                                                                                                                                                                                                                                         [...]

Lissa observava sua tia da janela do quarto. Esperava o momento certo para escapar, sem ser incomodada por questões que não queria discutir. Quando notou que seu tio Nathan ia distrair Daniella, saiu de fininho, descendo as escadas com cuidado para não fazer barulho e se denunciar. Infelizmente, havia uma falha em seu plano. De forma não muito inteligente, havia se esquecido da sua avó. Tatiana esperava por ela na porta, sua postura elegante e roupas da temporada escondendo os quase 70 anos que possuía.

— Pretendia ir a algum lugar, Vasilisa?

Fazendo uma careta de desagrado pelo uso do seu nome completo, começou a pensar em desculpas que poderia dar para estar saindo escondida de casa. Pretendia escapar com Avery e Simon, companhias altamente não recomendadas por sua família. Felizmente, o som de um carro desviou a atenção das duas. A feição rígida de Tatiana foi completamente substituída por um sorriso doce.

— Adrian chegou!

Quase como se fosse invocado, um homem passou pela porta. Seus cabelos estavam bagunçados e sua pele muito branca estava levemente bronzeada pelo sol. Os olhos verdes, iguais aos da prima, cobertos pelos óculos escuros de marca. Adrian Ivashkov, herdeiro do império Ivashkov, acabara de chegar a mansão de sua família. Enquanto Tatiana abraçava afetuosamente o neto, Lissa aproveitou a chance para fugir.

Andou até um pouco distante da casa, sempre olhando sobre o ombro para ver se não era seguida. Encontrou Avery parada ao lado do seu conversível vermelho, um cigarro frouxamente em seus lábios, enquanto Simon estava jogado no banco de trás, sua expressão em branco, como sempre que ficava chapado. Assim que a viram, um sorriso brotou nos lábios manchados de batom da menina, enquanto o garoto apenas deu um aceno lerdo com a mão.

Imediatamente entraram no carro, Avery largando o cigarro na rua enquanto começava a acelerar. Uma mão tocou o ombro de Lissa e ela se virou para ver o amigo retirar uma garrafa de whisky de dentro de uma bolsa. Pegando da mão dele, a menina tomou um gole sustancial, sentindo a garganta arder quando o líquido quente descia. Jogando os cabelos loiros para trás, finalmente sorriu desde que chegara do internato.

— Agora, sim, é oficialmente verão.
                                                                                                                                                                                                                                         [...]

Sentado do lado de fora do bar da família, Dimitri tomava grandes goles de sua cerveja preferida. Karolina e Sônia haviam partido pela manhã de volta à Rússia. Sabia que sua mãe, Olenna, queria ter ido com elas, mas ficara por causa dele e de Viktoria. Sua irmã mais nova estava terminando a faculdade e não pretendia deixar para trás a vida que tinha nos Estados Unidos. A situação dele era ligeiramente mais delicada.

Dimitri tinha 7 anos quando sua mãe, louca de paixão por um riquinho americano, resolvera levar toda a família para o outro lado do mundo. Apenas Yeva, sua avó, permaneceu em casa. Haviam firmado residência e ali tinham crescido. Viktoria, inclusive, era americana, sendo a única a ter nascido no país. Abriram um bar/restaurante no píer e foram levando a vida, um dia de cada vez. Ali era o seu lar. Não as terras distantes da Sibéria.

Fora ali que conhecera seu primeiro amor. Uma garotinha muito mais nova, com o mais belo sorriso que vira em seus 33 anos de vida. Anna Marie Mazur, filha do grande mafioso Ibrahim Mazur, que passara apenas um verão e marcara mais a vida de Dimitri do que ele gostaria de admitir. Fora uma coisa boba de criança, ela com seus 8 anos e ele com 15, sem malicia ou algo que o faria se sentir como um abusador de menininhas inocentes.

— Por que tão pensativo, Dimka?

O homem levantou os olhos das suas botas surradas e encontrou sua irmã, sorrindo de orelha a orelha, como sempre. Seus longos cabelos ondulados presos num rabo de cavalo simples e o suor em sua testa indicavam que ela estava trabalhando no bar enquanto ele lamentava do lado de fora.

— Vai ser estranho sem Karolina, Sônia e companhia.

— Bastante - a morena olhou para o horizonte, a expressão se tornando ligeiramente mais melancólica. - Não consigo imaginar como vai ficar silencioso sem as crianças.

— Agora você vai conseguir estudar em paz.

— Você fala como se eu realmente estudasse!

Ambos riram e trocaram um olhar cumplice que apenas irmãos possuíam. Não importava que ela fosse quase 9 anos mais nova, eram melhores amigos e sempre seriam. Dimitri voltou seu olhar para o mar e avistou, ancorado perto de onde estava sentado, seu barco. As letras douradas formando o nome Marie levavam-no para tempos mais simples e risadas com sabor de verão. Levantou-se num pulo, assustando a irmã.

— A mãe deve estar precisando da nossa ajuda lá dentro. É verão nos Hamptons, afinal.


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Notas finais do capítulo

Como vocês devem ter notado, eu fiz Lissa uma usuária de drogas (lícitas e ilícitas), basicamente porque aqui não existe o espírito para deixar ela insana. No lugar disso, coloquei vícios.
Eu to bem preocupada com esse capítulo. Comentem o que acharam, o que pode ser melhorado, como abordariam os personagens e etc. Eu realmente preciso do feedback de vocês para me situar melhor na história.
Com amor,
Duda.



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