A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

oi gente! Então, demorei de novo! Final de semestre acabou comigo, mas finalmente tive minha última prova de anato ontem e agora to mais relaxada! Espero que gostem do capítulo ♥



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pAsoPov Alexa Lee

Inspira.

Expira.

Precisei sentir o ar entrando e saindo de mim, junto com o ar vindo do meio da floresta ao meu redor, para realmente cair a ficha da situação em que estávamos.

—Droga...- Murmurei, enquanto observava meus três companheiros se posicionando na frente do vagão vermelho cor de sangue no meio do Terminus. Mesmo de longe, eu conseguia ver o pânico em seus olhares,e sabia que estavam com aquela constante dúvida de não saber o que exatamente aconteceria com eles e com os outros nesse momento. 

E pensando se sobreviveriam a tudo isso.

Nunca sabemos. Nunca vamos saber.

—Vai, menino. - Gareth falou depois de algum tempo, e soltei minha respiração, aliviada. Observei o mini xerife se aproximando dos três, e um momento de positividade invadiu minha mente. Pelo menos eles estavam todos juntos.

Pena que isso não era o suficiente.

— Líder, abra a porta e entre.

Não consegui afastar meu olhar até que finalmente o vagão se fechou, e eu apenas conseguia ver os inimigos na minha linha de visão.

Apenas perigo e nada de compaixão.

Me afastei da grade, sentando no chão cheio de folhas em baixo de mim, me encostando na grade , não me importando com os barulhos da floresta. 

—Mas que merda.- Falei baixo, colocando minhas mãos em meu rosto, as esfregando, tentando me focar. Quando chegamos aqui, eles decidiram que era melhor eu ficar de fora enquanto eles avaliavam as coisas. Antes , eu tinha achado uma decisão estúpida, mas agora percebi que isso salvou minha vida. O que eles fariam se tivessem me visto? Eu ainda não tinha descoberto o que exatamente eles queriam, mas tinha uma ideia. 

Bem agora que tinha encontrado com Abraham, tudo isso aconteceu.

Eles sumiram de minha visão por algumas horas, até que finalmente os avistei novamente, acorrentados e sendo escoltados até aquele maldito vagão vermelho.

Eu devia ter desconfiado. 

Me agachei, recuperando a clareza. E agora, 2 horas depois disso tudo, o resto do grupo estava aqui. Ironico, não? Reunidos em um vagão que era uma sala de espera para uma provável morte. 

Eu sabia que Daryl tinha me visto, e minha vontade era de largar toda a calma e sanidade que ainda tinha em mim e correr para seus braços, e finalmente rever meus amigos todos juntos.  Fiquei tão aliviada de ver que ele estava vivo que quase esqueci da situação. 

Mas a vida não era assim.

Isso terminaria em morte.

Como a maioria das nossas decisões. 

Foi horrível a sensação de vê-los sendo presos e não poder fazer nada, mas eu sabia que isso estragaria tudo o que a gente tinha no momento: surpresa. Eles não sabiam que tinha mais gente do grupo fora das grades. 

Fiquei feliz por um momento ao lembrar que pelo menos estávamos todos reunidos, estavamos juntos novamente. Bem, quase todos... eu não tinha visto Beth em lugar nenhum, nem Tyresse e as meninas. E nem Judith. 

Tentei afastar os pensamentos que me atormentavam, e finalmente levantei, pensando em que passo fazer agora. 

O vagão estava no meio de um pátio movimentado, o que complicava de conseguir chegar até eles. Eu poderia esperar até que os levassem a outro lugar, mas provavelmente seria tarde. 

Eu sabia mais ou menos de quanto em quanto tempo eles faziam ronda , então estava segura por hora.

Crac.

Um barulho de folha quebrando chegou até mim, e ergui meu arco rapidamente, me virando em direção a floresta. As árvores eram espessas, mas eu consegui forçar um pouco mais minha visão, e sabia que não era um errante.

—Se mova devagar até mim. - Rosnei, encarando uma sombra a alguns metros a frente, com a flecha armada, juntamente com o coração pulsando ao máximo. Eu estava tremendo, mas tentava não demonstrar. A sombra de aproximou lentamente, e uma mistura de surpresa e alívio percorreu o meu corpo. 

Abaixei o arco, chocada e com lágrimas nos olhos. 

—Alexa...- A figura de Carol apareceu na minha visão, como se fosse um sonho. Estava magra e cansada, e seu rosto estava coberto de lama, mas visível.

Era a figura de uma sobrevivente.

Carol era uma sobrevivente. 

—Estou tão feliz que você conseguiu. - Falei, enquanto nos dávamos um rápido abraço. O cheiro de floresta emanava dela, e mesmo magra, seu abraço trazia segurança e força, coisas que ela não transmitia antes. Eu realmente estava feliz de ela estar viva, mas depois de tudo que aconteceu, eu não sabia o quanto as pessoas da prisão a perdoariam. - Como você chegou aqui? - Perguntei, agora abaixada ao seu lado, encarando seus olhos claros.

—Encontrei Tyreese com Judith e as meninas na estrada, e fiquei com eles desde então. Ele me explicou tudo que aconteceu. - Ela disse, e abri a boca, mais surpresa ainda. Quase chorei de felicidade ao ouvir que Judith e as meninas estavam vivas, e fiquei pensando no alivio de Rick e Carl quando souberem disso.  – E não, Alexa, não contei a ele. - Disse ao ver minha boca surpresa. Eu não queria nem ver a reação dele. 

—Imaginei. As meninas são Mika e Lizzie? Elas estão bem? - Perguntei, alegre com as informações que tinha recebido. Parecia que tudo estava se encaixando. Mas ai o rosto de Carol se fechou, e ela apenas abaixou a cabeça, com uma linha fina em sua boca.  Coloquei a mão na boca, soltando um curto soluço e fazendo de tudo para não deixar as lágrimas sairem. Não podia deixar.

Eu não sei o que eu esperava. As duas eram fortes, mas muito puras e ingênuas para esse mundo, principalmente a Lizzie, que eu sabia que era problemática. Decidi não perguntar. Toda vez que uma criança morria, parecia que uma luz se apagava em mim, isso era a pior parte. Crianças tinham pouca chance aqui, e isso era uma realidade difícil de lidar. 

—Alexa, precisamos tira-los de la. - Ela começou, mexendo levemente , mas forte, em meu braço, e concordei, me recompondo. 

—Perto da entrada tem um tanque cheio de propano, mas não tenho armas suficientemente fortes para alcança-lo de longe. - Comecei, lembrando de avistar o tanque enquanto via meu grupo entrar no local. - Estava pensando em estoura-lo como distração, para depois tentar resgata-los. 

—Pensei a mesma coisa , estava indo fazer isso quando te vi. - A mulher grisalha disse, erguendo uma sniper . Percebi que seu olhar tinha endurecido muito, e aquela mulher de antes tinha desaparecido completamente. Carol agora era uma verdadeira sobrevivente, e eu a admirava depois de tudo que passou. - Peguei de um dos homens. Eu posso estourar o tanque e você ir atrás deles. Acha que consegue fazer isso? 

Concordei com a cabeça, encarando novamente a cerca a nossa frente. Decidi não perguntar de que homem e onde ela tinha conseguido as armas. Minha família estava em alguma encrenca ferrada: e eu não deixaria mais isso acontecer.

Ficamos algum tempo conversando sobre que caminho eu deveria seguir, e onde nos encontraríamos depois, quando olhamos novamente pela cerca, por conta de um aumento de barulho e falas que se seguiu. 

—Carol...- Falei, colocando a mão na boca. Glenn, Daryl , Bob e Rick estavam sendo levados a algum lugar, com os braços presos atrás das costas e panos na boca. - Precisamos agir. - Falei, tremendo. A visão de ver Daryl preso, indo para o desconhecido, tinha me afetado de uma maneira pior do que eu imaginava. 

As vezes é complicado estar do outro lado. 

—Certo, va direto para onde eles foram levados. Depois libertamos os outros. - Concordei com a cabeça, a encarando. Eu sabia que eles estavam em maior perigo no momento.

Antes que ela saísse, a segurei pelo braço segundos depois, assustada com o que tinha sentido. 

—Errantes. Muitos. - Falei, sentindo o formigamento me invadir de maneira muito brusca, me deixando um pouco zonza. O pânico chegou ate mim. Será que é a mesma horda que devastou a prisão? Eles estavam nos seguindo? Isso é possível? 

Não, acho que não.

—Alexa, vamos usar isso ao nosso favor, tudo bem? Depois que eu estourar o tanque, vou entrar. Tente fazer o mesmo se cobrindo com as tripas dos errantes. Vamos ficar bem.

Concordei, me acalmando. Briguei comigo internamente enquanto Carol se afastava, e finalmente me virei para a cerca, pensando na minha felicidade em poder mata-los um a um pelo que estavam fazendo com a minha família. 

Mas ai senti um gelado metálico conhecido em meu pescoço, e ergui os braços lentamente, nervosa,  sem conseguir pegar meu arco. 

—Te peguei.

E nunca torci tanto para uma explosão acontecer.

Pov Daryl Dixon

—O que foi isso? - A voz de um dos homens soou forte e assustada atrás de nós, depois que meus ouvidos se recuperaram do barulho.

Eu estava confuso, mas sabia que estava em um balcão, mais ou menos deitado sob um chão frio e com os braços presos, depois de uma explosão. 

Eles tinham nos levado para um balcão cheio de sangue, e lembro que estavam cortando as gargantas dos homens , como se fossemos porcos prontos para o abate.

O que eramos realmente.

Eles eram canibais.

Era minha vez quando o barulho de uma explosão se ergueu forte no ar, e todos ficaram atordoados.

Salvo pelo gongo.

—Fiquem aqui. - Ouvi Gareth berrando por cima do som de tiros que começou la fora, e olhei para Rick, que me encarava de volta de maneira um pouco confusa. Glenn ainda estava de joelhos, mas não tinha como se soltar. 

—Esses caras não vão..

—Fiquem aqui até eu saber o que esta havendo! - Gareth interrompeu um dos carrascos,  e saiu correndo para o lado de fora. 

—Vamos ficar aqui sentados? - Um dos homens continuou a falar, e observei que Rick tinha conseguido algo no chão, e estava tentando se soltar .

—Temos um trabalho a fazer.

Um barulho de janela se quebrando atraiu minha atenção, e um som estranho de luta foi ouvido a alguns metros de onde estávamos, mas era suave.  Encarei Rick, que tinha parado de tentar abrir a trava. 

—Esta ouvindo, Gareth? - Um dos matadores berrou no walkie tookie que tinha em sua mão, e deduzi que ele tinha ouvido o barulho. 

—Ele esta ocupado. 

—Sentiu o cheiro de fumaça? E o barulho e luta? Ele deve estar morto . - Continuou a berrar, desesperado. O pânico tinha começado e se infiltrar no ânimo do homem, e isso era bom para nós. Me movi levemente.

—Não lidamos com segurança, e sim com isso aqui. Ei , olhe para mim.!

—O que...- Sua fala foi interrompida quando uma faca cruzou a sala do nada, se cravando na cabeça do homem careca, que caiu de supetão no chão, ainda com a fala em sua boca.

Sua última falaz

Rick conseguiu se soltar nesse momento, mas sua ajuda não foi necessária. .

— Mas que merd...- Começou o outro, mas observei atônito enquanto Alexa, com seus cabelos parcialmente brancos e suja, apareceu na nossa visão, derrubando o homem no chão, enfiando uma faca ferozmente em sua cabeça. 

Sem remorso.

Não podiamos sentir remorso. Eles não mereciam.

Ela parecia saida de um filme de ação, coberta de sangue respingado, com os cabelos geralmente brancos avermelhados por causa do sangue, com uma aljava nas costas e uma faca na mão. Nem percebi quando Rick me soltou, pois estava focado na visão da minha mulher finalmente perto de mim. 

—Merecia pior. - Observei ela rosnar, e finalmente se virou para nós, com um sorriso debochado, mas com os olhos brilhando. - O que vocês fariam sem as mulheres , hein? -Disse, e revirei os olhos, mas por dentro eu estava radiante. Corri até ela e a abracei, e sentir o seu corpo perto de mim me fez pensar que eu estava sonhando. 

Eu estava acordado?

Alexa estava viva.

Estava viva e junto a mim. 

Nunca pensei que sentiria essa sensação antes, e senti suas mãos segurarem meu rosto e senti seus lábio juntos aos meus, em um beijo de alívio e saudade.

—Eles tem problemas, temos uma chance.- Rick bradou, enquanto liberava Bob a alguns metros de onde estávamos, caido no chão. 

—Parecia uma bomba. 

—Parece uma guerra !- Glenn gritou, pegando a faca de um dos homens mortos. 

—Carol explodiu um tanque de propanol. - Alexa explicou rapidamente, e todos arregalamos os olhos , a encarando. - Sim, Carol esta viva. Rick, Judith esta com Tyreese a alguns quilômetros daqui. - Ela disse, e não pude deixar de sorrir, que nem o Rick. A bravinha estava viva. 

Observei enquanto Rick chorava , aliviado, e percebi que sua motivação por meio da raiva virou por esperança, e nos preparamos para a ação, sem muito tempo para pensar. 

—Quem são essas pessoas de verdade? 

—Não são pessoas, são canibais. - Alexa bradou, com um pesar nos olhos. Eu nem imaginava o que ela tinha visto. - Venham, temos que ir logo! Tem uma horda por perto. - Falou, e todos assentimos, seguindo seus passos. 

Passamos correndo por uma das portas, e demos de cara com uma sala cheia de corpos pendurados, a maioria sem cabeça e ja sem pele. 

Esse ia ser nosso destino.

Um sentimento ruim me encheu por completo.

—Se encontrarem um deles, matem. Não vacilem, pois eles não vao. -  Rick falou, e todos nós concordamos. Agora, sentia que ja tinhamos visto de tudo nessa merda de mundo. 

—Sem problemas . - Ouvi Alexa rosnar, e avistei dois corpos recém mortos no chão, com as cabeças esmagadas. Então esse foi o som de luta que ouvimos.

Encarei Alexa rapidamente pelo canto de olho, e encontrei uma fúria que não era habitual dela. 

Quebrei um pedaço de cano para usar como arma, e Alexa me estendeu sua pistola, indicando que ia usar o arco e as facas. 

—A horda que falei , que é gigante entrou, cuidado. - Alexa nos avisou, e foi ai que entendi o desespero para saírmos. Nos reunimos na frente da porta de saída , e avistamos um vagão com errantes ao redor. 

—Temos que soltar essa gente.- Glenn bradou, e os encaramos. - Nós somos assim, temos que ser.

Gritos de socorro foram ouvidos, e concordei com a cabeça, receoso. 

—Alexa! - Rick gritou, e quando percebi, a platinada ja estava lutando com dois dos errantes, e nos aproximamos correndo, acabando com os outros dois.

—Não faça isso, é perigoso. - Falei a ela enquanto Glenn tentava abrir o vagão, muito bem fechado . Segurei levemente sua mão, e percebi que ela levou um susto e ficou tensa. Mas logo se acalmou, respirando fundo e concordando.

Algo tinha acontecido. 

 –Nós somos iguais! - Um dos homens que saiu do vagão gritou, pulando em cima de Rick, e logo se afastando, rindo freneticamente. 

—Mas que merda. - Bob resmungou ao vermos o homem correr em direção a nada, logo sendo pego por um errante. 

Pelo menos tentamos. 

—Vamos! - Bob gritou, espancando os errantes, mas o peguei e empurrei . Estávamos cercados de errantes, e por sorte eles não tinham nos percebido.

 –Temos que voltar.

—Ele foi por ali. Se voltarmos, não saberemos onde estamos. 

—Não temos escolha, não é?

E foi ai que o som de tiros nos cercou, e observamos enquanto os errantes a nossa frente caiam com balas na testa. Eram os homens do Terminus. 

—Esperem aqui. - Rick bradou, e tentei segura-lo, mas não deu.

Ele foi ver quem estava atirando, de onde estavam vindo, e quase não percebeu um errante atrás dele.

Observamos enquanto todos passavam, até que um retardatário apareceu, e encarei Rick. Concordamos com o olhar. 

Rick pulou em cima do homem, o enforcando , e logo pegou sua arma, atirando nos homens da frente. Não vou mentir, adorei essa cena. 

—Não temos que voltar. -Disse, por fim, enquanto os errantes comiam os que sobreviveram aos tiros.

E eu não senti pena.

Observei Alexa pegar uma das armas caídas no chão, e logo continuamos a correr.

—Temos que liberar os outros! Me sigam! - Alexa gritou, indicando um caminho para esquerda, e fomos correndo. Percebi que agora tinha menos som de tiros, e mais gemidos de errantes.

As pessoas do Terminus estavam sendo derrotadas.

Isso me deu uma leve satisfação.

Bati na cabeça dos errantes próximos, e observei enquanto Alexa acelerava, atirando nos errantes perto da porta do vagão. Quando chegamos la, ela ja tinha aberto a porta.

—Vamos la! Vamos lutar até a cerca! - Ouvi ela gritar, e observei a cara atônita do nosso grupo, mas logo se botaram a correr. Eles tinham feito armas improvisadas, mas joguei meu cano a Abraham, ficando com a pistola.

O barulho de tiros e gemidos se ergueu no ar, junto com a fumaça que nos atrapalhava. 

Corremos por entre os errantes, cada um focado em abrir o caminho, nos virando com as armas que tínhamos. 

Eram muitos errantes. 

—Vamos pular! -Rosita gritou, e tiros soaram, mas não eram nossos. Observei Gareth e outros em cima do telhado mirando em nós, agora para matar, mas não tínhamos tempo.

—Alexa! - Abraham gritou, puxando a platinada pelo braço, que continuava imóvel mirando no pessoal do Terminus. 

—Alexa. - Gritei também, e ela finalmente me olhou, jogando a arma pela cerca e a atravessando. Saímos bem na hora que nos alcançaram. 

—Mas que diabos...- Ouvi a voz de Glenn, e percebi que alguns metros de nós um homem jazia no chão, com um buraco de faca em seu peito. Seus braços estavam cobertos de arranhões , e foi ai que meu sangue ferveu. 

Cabelos brancos de Alexa arrancados espalhados pelo chão, junto com sua blusa rasgada também.

Foi ai que entendi o que aconteceu.

—Alexa... - Maggie se dirigiu a amiga devagar, mas todos olhamos novamente para o homem, acordando em forma de errante. 

—Seu filha da pu...- Avancei em cima dele, juntamente com Abraham, mas braços fortes me seguraram antes que eu pudesse fazer algo.

Meu sangue pulsava. Agora eu ja não ouvia mais os errantes, e a cena de Alexa com esse homem me dominava. 

Esse mundo pode ser selvagem. 

—Daryl, Abraham, parem. - Alexa falou, baixo, e se afastou de Maggie. Se aproximou do homem.

O homem começou a gemer na forma de errante, agora ja transformado, mas Alexa simplesmente cravou uma faca em sua cabeça, o segurando fortemente com os braços. 

Essa cena não era fácil de ver.

—Vamos. Eu tinha mirado no lugar errado antes. - Ela bradou e disparou para frente, e Glenn finalmente me soltou. 

—Depois, Daryl. Estou com tanta raiva quanto você. -Rick disse, e cuspi no corpo ja morto do homem, me apressando para alcança-los. 

Agora entendi por que Alexa estava usando uma blusa tão detonada.

Ela não teve escolha. 

—Por quê ainda estamos aqui ? - Abraham perguntou depois de algum tempo na floresta, e indiquei o local para Rick.

As armas ainda estavam ali. 

—Armas, suprimentos. - Rick falou, enquanto cavava. Alexa estava parada a alguns metros de nós, com Maggie, enquanto se abraçavam. - Vamos ao longo das cercas, usem os rifles. Vamos acabar com todos.

—O quê? 

—Eles não tem o direito de viver.- Rick rosnou, segurando uma das armas. 

—Rick, nós saímos, acabou. 

—Não vai acabar até eles morrerem. 

—De jeito nenhum, aquilo esta pegando fogo. Esta cheio de errantes.

—Se mexer nessa merda, vai feder. Acabamos de sair.

—As cercas caíram, eles vão fugir ou morrer.

—Carol. - Alexa falou, indicando sua presença e acabando com a discussão. Encarei rapidamente a mulher a nossa frente, muito diferente de antes, e a abracei. Parecia um fantasma saído dos mortos, e logo todos a cercamos. 

—Venham comigo. - Ela bradou depois de alguns minutos de boas vindas de volta,  e Rick esqueceu da vingança.

Andamos por alguns metros até nos depararmos com uma casa , e sorri ao ver Tyresse com Judith no colo a alguns metros. Rick e Carl correram, e observei enquanto se abraçavam.

Era um alivio. 

Ver Judith viva nos dava esperança, e ninguêm conseguiu conter as lágrimas. 

—Judith, você esta bem. - Rick disse, enquanto a abraçava, e deu o braço a Tyresse, o agradecendo.

—O que aconteceu?- Carol pergunto u ao ver alguns corpos ai redor da casa. 

—Errantes vieram para cá, e ele agarrou Judith pelo pescoço. - Disse, e vi Alexa de mexer, mas Tyreese a agarrou. - Não, ele esta morto. Foi preciso. Então, o matei, consegui. 

Percebi que Tyresee tinha dificuldades em matar humanos, e fiquei feliz que ele tinha conseguido, pelo bem de Judith. Não podia ter medo nesse mundo. 

—Não sei se ainda esta pegando fogo.- Rick bradou depois de algum tempo, enquanto segurava Judith no colo.

Estávamos sentados ao redor de uma fogueira fajuta, descansando um pouco depois dessa confusão toda. Alexa estava aninhada em meus braços, cansada, e permanecia quieta. 

Ela ja tinha passado por muita coisa, e infelizmente passaria por mais.

Era uma heroína.

—Esta sim.- Resmunguei, vendo uma fumaça preta se erguendo na floresta.

—Precisamos ir.

—Sim, mas para onde?

—Algum lugar longe de la.- Rick disse, dando de ombros, e todos nós concordamos. Tínhamos desistido da vingança, mas ainda sim queríamos nos afastar o máximo possível desse lugar.  

Fomos caminhando lentamente pelos trilhos, no caminho contrário, e segurei a mão de Alexa, que a apertou firmemente. Eu sabia que ela não queria falar sobre isso, então apenas a segurei, mostrando que estava aqui por ela.

Todos estávamos.

Caminhamos em silencio, todos concentrados e focados nos seus próprios pensamentos, mas eu sabia que estavam aliviados.

Estávamos reunidos, em grande parte.

 Passamos por uma das placas do Terminus, e observamos enquanto Rick se aproximava da placa, tornando a escrita :

” Não é santuário” 


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Notas finais do capítulo

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