A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Como estão? Tudo certo? Gente, primeiro de tudo, queria agradecer muito muito muito a todos os comentários que recebi no último capítulo! Fiquei tão feliz com a quantidade de leitores novos, e queria agradecer a Ju Winchester , Cabot, Signora , Hailee Black, Lúcia Gomes, Biana linda, Luana , Gih , e por último mas nao menos importante, Lady Arsyan! Suas lindas, estou tão feliz com esse carinho ♥

Queria pedir desculpas pela demora, estou tirando um tempinho para relaxar, dai acabo demorando mais aqui. Mas fiquem tranquilas viu!

E gentee, 20.000 visualizações e 42 favoritos! Estou tão felizzz! Obrigada a todos que favoritaram , anjos ♥

Ah! E fui dar uma olhada nos capítulos, e percebi alguns vários errinhos... juro que vou ajeitar isso!

E o Flashback desse capítulo é continuação do cap 25!

Espero que gostem gente.



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Pov Alexa Lee

Estava tudo escuro, completamente escuro. Era como se eu estivesse em um sono profundo e ameno, com uma espécie de privação de sentidos . Eu estava desmaiada a quanto tempo? Afinal, que dia eu estava? Que ano? E o mais importante, onde eu estava? Imagens dispersas passavam pela minha mente, e eu apenas as observava, em uma confusão mental de acontecimentos de uma vida toda.

Quando eu era criança, achava que a maldade era algo dos filmes, pura ficção, algo inventando por nós mesmos para termos algo com que lutarmos e vencermos. Com o passar dos anos, a inocência e fé na humanidade que tínhamos acaba se esvaindo, revelando o verdadeiro motor dos seres humanos: o poder. O apocalipse apenas potencializou esse lado dos humanos, os fazendo fazer as coisas mais impossíveis e horríveis para sobreviver. E desenvolveu , principalmente, a sede de poder.

Felizmente, algumas pessoas especiais não eram assim. Algumas pessoas ainda possuem a rara bondade, se preocupando com os outros além deles mesmos. O grupo de Rick era o maior exemplo de seres assim que eu tinha conseguido achar, e acho que a Resistência também era assim. Pena que nunca consegui os conhecer plenamente.

Então, mesmo eu não querendo, as imagens da fatídica fuga do CCD invadiram minha mente, como um longo e turbulento filme.

“ - Alexa, se abaixe! - A voz forte de Abraham soou alta ao meu lado, mas logo um barulho grotesco de explosão substituiu sua voz. Ouvi gritos e coisas batendo, e senti uma mão apertando desesperadamente o meu braço. Mesmo no escuro, eu sabia que era Harlan Carson, o médico da resistência.

O som de bombas em todos os lados pairava no ar, e o barulho do helicóptero ainda tomava o céu. Se eu deixasse os olhos fechados, pareceria que eu estava no meio de uma guerra. E na real , eu estava.

—Se segurem! - Outro grito soou ao ar, e logo senti meu mundo virar. Literalmente. Uma das bombas lançadas tinha pego o canto do nosso caminhão, e perdi completamente a noção de equilíbrio a medida que o veículo foi virando.

Felizmente, consegui cair com as mãos apoiadas na parede oposta do caminhão, mas meus ouvidos zuniam por conta da proximidade da bomba e da batida que tive em minha cabeça. A porta de onde estávamos tinha caído na explosão, e a claridade invadia o interior do caminhão, me deixando atordoada.

Ainda meio surda, tentei levantar , mas me apoiei novamente ao sentir uma tontura forte. Levantei a cabeça e consegui ver quatro pessoas ,mortas , e em posições estranhas. Por um momento, percebi a sorte que eu tive. Elas tinham morrido por conta da explosão. Meus pelos arrepiaram: eu poderia ter terminado assim.

—Vocês ai, venham! Corram! - Um soldado com um capacete meio quebrado apareceu na porta do caminhão, jogando algumas armas para dentro e correndo. Percebi que Abraham e Luke não estavam mais aqui, e torcia para que eles estivessem vivos. Será que eu desmaiei? Não tinha visto eles saindo. Além de mim, 3 pessoas ainda estavam no caminhão.

—Abraham, Luke? - Falei no ar, não recebendo nenhuma resposta além de arquejos.

Me levantei lentamente, sentindo uma forte tontura dominar meu corpo, mas dessa vez a ignorei. Estávamos em pleno ataque, não podia deixar algo assim me dominar.

Ajudei um dos soldados vivos a se levantar, e agarrei uma das armas com minhas duas mãos, sentindo o peso da mochila ainda em minhas costas. Suspirei. Logo que tudo estava dando certo, acabou. Esse era o apocalipse. Eu sentia como se nunca mais fosse ficar segura, e cada vez mais o apocalipse provava que essa teoria estava certa.

Olhei mais uma vez pelo caminhão, e antes mesmo se processar, senti lágrimas disparando por meus olhos. Luke jazia morto no chão, com a cabeça estourada na parede dura do caminhão. Ele estava exatamente ao lado da bomba quando ela estourou, e a pressão deve ter sido demais para ele. Fechei a mão, espantando a cena.

Sai trêmula do caminhão tombado , analisando rapidamente a situação. De 6 caminhões, 4 estavam tombados ao redor da estrada e da mata, 1 destruído, e outro eu não achava em nenhum lugar. Torcia para que pelo menos um ter conseguido escapar. Não sabia se existiam mais.

Observei alguns membros com um “ R” estampado no torso lutando com outros militares, provavelmente do governo. Eles usavam uniformes pretos e óculos grossos, como os de esqui. Eles tinham nos seguido? Dava para ver que estavam bem mais preparados que nós.

Abraham tinha falado de que não existia apenas aquele CCD do governo, e sim mais. E muito mais poderosos e equipados. Estava vendo que era verdade .

Não avistei Abraham em nenhum lugar.

—Alexa Lee? Venha comigo. - um homem enorme falou, agarrando meu braço e me forçando em uma direção. Ele usava as temidas roupas do governo, e logo me pus em ação. Mas antes que eu pudesse fazer algo, ele recebeu um tiro na cabeça, caindo para o chão ainda me segurando. Soltei um arquejo, arregalando os olhos, enquanto observava o corpo aos meus pés com um buraco atravessado em seu olho. Eu sabia que parte do sangue tinha espirrado em mim,mas ignorei.

—Anda, anda. Não temos tempo, precisamos andar. - Um homem loiro com um R rabiscado em sua roupa se aproximou, tocando levemente meu braço e correndo para um dos lados, no qual eu segui, abaixada. Afinal, o que mais poderia fazer?

A rua e o campo ao redor dela estava um completo caos. Corpos para todos os lados, gente ferida sendo levada dos dois grupos , e pessoas atirando umas nas outras por todos os lados. O soldado a minha frente atirou em alguns errantes que se aproximaram por conta do barulho, e fiz o mesmo. Era engraçado pensar que os humanos se tornaram mais perigosos que os errantes.

—Para onde estamos indo? - Perguntei, quando finalmente entramos na mata, me deixando um pouco mais segura, mas não tanto. Até agora, nenhum sinal de Abraham e de Harlan. Só torcia para eles não terem terminado que nem Luke.

O homem apenas olhou para trás, fazendo sinal de silencio, sem me dignar a uma resposta. Eu ja o tinha visto de longe no conflito dentro do CCD, por isso confiava que ele estaria do meu lado. Eu queria ter ficado para ajudar, queria mesmo, mas sabia que não adiantaria nada. Sentia que eu era um dos maiores motivos da confusão.

Corremos por alguns minutos na mata fechada , ou horas, não sei dizer. Eu apenas corria, desviando das folhas e matando alguns errantes que se aproximavam sorrateiramente de nós . O barulho da confusão ja estava longe, mas eu ainda conseguia ouvir o som das hélices dos helicópteros soando acima de nós. A situação era mais complicada do que eu achava.

—Ja estamos chegando. - O soldado falou, depois de algum tempo, me dando um susto. Eu ate tinha esquecido da existência dele. -Pare e abaixe, por favor. - Falou, se agachando em uns arbustos. Logo fiz o mesmo, e entendi o que ele estava tentando fazer.

A alguns metros de onde estávamos escondidos, algumas barracas de estilo militar estavam montadas entre as árvores, e avistei no mínimo 30 pessoas espalhadas . Avistei uma mulher pendurando roupas em um varal, e até senti vontade de rir .

—Esta tranquilo, podemos ir. - Disse o homem, se erguendo e sinalizando para alguém a AK que tinha nos braços. Mordi os lábios, sentindo ao mesmo tempo alívio e vontade de chorar .

Olhei para os lados, observando as pessoas andando para lá e pra cá , agitadas. Provavelmente esperando feridos da confusão. Um homem se aproximou de nós quando finalmente saímos do mato, e me fitou com seus olhos profundos.

Era alto, tinha cabelos pretos e uma barba por fazer, além de usar uma tosca jaqueta de couro. Uma mulher o seguia , e me olhou com olhos carinhosos e curiosos ao mesmo tempo.

—Ola, Alexa, eu estava ansioso para te conhecer. “

E então, o escuro novamente. Eu sentia que já tinha presenciado essa escuridão mais vezes do que realmente deveria.

Pov Daryl.

Pouco a pouco, a vida na prisão começou a voltar ao normal. Quer dizer, o melhor normal que conseguíamos no meio de um apocalipse. O cheiro de morte que estava impregnado no bloco dos doentes foi sumindo, e logo as pessoas iam sendo curadas.

Não deu para salvar todas, essa é a realidade. Quando chegamos, algumas pessoas já estavam nos últimos estágios da doença, e, como Caleb, valia mais a pena salvar quem poderia ser salvo .

Bufei, fazendo de tudo para conseguir relaxar meus ombros, que nesses dias permaneceram o tempo todo tensos.

Alexa estava a dois dias desacordada, mas acordava de vez em quando e falava coisas sem sentido. Ela já tinha recuperado um pouco de cor, e suas olheiras estavam sumindo. Ja não precisava mais da bombinha de ar, e não teve mais ataques de tosse. Hershel garantiu que logo ela acordaria.

Apoiei a besta no chão, e me sentei lentamente no chão barulhento da floresta. Rick tinha me obrigado a sair um pouco, pois eu não tinha saído do lado de Alexa desde que cheguei do hospital, mas ela não saia de minha cabeça.

Deixei o ar úmido e denso da floresta tocar meu rosto, e apoiei minhas mãos em minha cabeça, suspirando. Meus anos nas florestas me fizeram ficar totalmente seguro dento delas, por conta da minha facilidade em identificar sons, então não me preocupo muito.

Maggie, fiel escudeira da platinada, tinha me entregado o colar “ R” e um bilhete, que estava nos bolsos dela. Eu já tinha visto aquele bilhete antes, mas achei melhor nunca perguntar nada sobre isso, considerando que deve estar relacionado ao seu passado.

Ergui o bilhete, encarando o papel rasgado, como se fosse algo a ser escrito com pressa, e já amassado pelo tempo. Tinha algumas marcas de gotas nele, e me perguntei se Alexa teria chorado em cima dele.

—Adam...- Murmurei, encarando o específico nome e os números que o seguiam. Eu sabia que eram uma coordenada, e sei que eu poderia facilmente identificar o local. Decidi que falaria sobre isso com ela quando acordasse.

Adam. Seria namorado dela? Irmão? Primo? Qualquer coisa. Pai...?

As dúvidas martelavam minha cabeça, e com o colar “ R” não era diferente. Era uma espécie de amuleto feito toscamente de madeira, com algumas manchas espalhadas na madeira, provavelmente deve ter sido molhado. Bufei. Odiava não ter respostas.

Lembrei das marcas espalhadas no corpo de Alexa, e pensei em cada significado e história que poderiam ter. Eu sabia de alguns deles, mas sabia que outros eu demoraria a saber. Ela foi a única pessoa que não tive o mínimo receio de mostrar minhas marcas, e sabia que ela não deveria ter dúvidas de como elas foram feitas.

”- Daryl, onde você esta? - A poderosa e assombrosa voz de Will Dixon soou forte, carregada de raiva, enquanto entrava na pacata casa de madeira. As palavras saiam retorcidas de sua boca, e era obvio que estava bêbado. Will Dixon bêbado era sinal de confusão.

Não respondi, e eu conseguia sentir as gotas pesadas caindo por meu corpo pequeno e trêmulo, escondido fracamente em um dos armários do corredor. Não era um dos melhores lugares, mas eu o considerava menos obvio.

—Eu sei que você esta ai, seu pedaço de merda! Onde você deixou meu dinheiro? - O homem continuou a falar, e eu conseguia ouvir seus passos pesados a medida que ele andava.

Eu não tinha feito nada com o dinheiro, supostamente separado para comida, que seria torrado em bebida no bar por ele. Mas sabia quem tinha feito.

Merle o tinha pegado, junto com mais algumas economias que ele tinha conseguido no mundo do crime. O que ele fez com toda a grana? Provavelmente fugiu, como ele sempre fazia por alguns dias.

Fugiu, e me deixou aqui. Novamente.

Os passos pesados e tortos de Wil Dixon estavam cada vez mais perto, e meu corpo tremeu mais ainda quando ouvi o barulho de um cinto mexendo em seus braços. Minhas costas arderam só de pensar.

E então, a porta do armário abriu, e eu fui lançado bruscamente para fora.

—Feliz aniversário, Darylzinho. “

Fechei os olhos, afastando a lembrança tenebrosa de minha cabeça. Essa tinha sido a segunda vez que fui açoitado, aos 12 anos de idade. Eu carregava as marcas comigo até hoje, não só exteriores, mas também interiores.

Alexa tinha me contado um pouco do que ela passou no CCD, mas nunca tinha nos contado como escapou de la. Pelo menos não pra mim. Mas eu desconfiava que tinha alguma coisa a ver com esse “R”. Nunca vi ela tirar esse colar, como se fosse muito especial para ela. Provavelmente era.

Eu tentava não pensar nisso, mas por um lado minha cabeça não me deixava esquecer isso. Quem era Adam? Seria noivo dela?

Esse pensamento me deixou com uma pontada de raiva, mas tentei afasta-lo. Por que outros motivos ela guardaria um bilhete com o nome dele?

Dei um soco na arvore ao meu lado, ignorando a dor que irradiou pelo meu braço. Fechei os olhos e respirei fundo, me levantando e pondo a besta em ordem.

Eu sabia que estava sendo egoísta ao pensar assim, mas as vezes é impossível afastar a pessoa que fui por tantos anos.

Ao mesmo tempo que Alexa me acalmava, ela despertava meu pior lado.

Fiquei mais algumas horas na floresta, pois por mais que eu não quisesse sair do lado dela, não deixaria meu emocional me dominar totalmente .Os habitantes da prisão ainda precisavam de mim.

Antes de voltar, peguei alguns ramos de flor que nasciam no chão, e os juntei, como uma espécie de buquê. Imaginei Merle rindo de mim, e até ri junto.

Comecei meu caminho de volta a prisão, ansioso, e passei a mão em minha testa, tirando o suor que se acumulava ali. Era engraçado, o dia estava bonito hoje. Era a primeira vez desde o começo da gripe.

Logo as grandes e imponentes grades da prisão se ergueram a minha frente, e tive que matar alguns errantes moribundos para entrar. Logo que cheguei perto da grade, Michonne correu para abri-la, e sua expressão estava alegre. Coisa rara para a mulher.

—Daryl, Alexa acordou. - Disse, e percebi o sorriso em sua boca. Como se sentisse o que eu faria, ela se preparou e pegou os esquilos e outros bichos que peguei na floresta, que eu apenas soltei nas mãos dela.

Alexa tinha acordado.

Ela estava bem.

Corri para os blocos, ignorando as pessoas que tentavam falar comigo, e simplesmente corri, ansioso para finalmente a ver.

O bloco já estava com a porta aberta por conta dos curados, e estava bem movimentado. Entrei, desviando de algumas pessoas e indo para a escada.

A cela dela era a 98, do lado da de Glenn, que avistei em pé ao lado da dela. 

Ouvi sua risada.

Meu coração disparou. 

Me aproximei do andar de cima , encarando a quantidade de pessoas reunidas em sua cela.

—Daryl! - Maggie falou , sorrindo, e abriu espaço para mim.

—Demorou hein, caipira! - A voz de Alexa soou fraca na cama, e me aproximei, sorrindo.

Seus olhos claros e lindos estavam reluzindo, e seu sorriso estava maior do que nunca. Hershel media sua pressão, e Glenn e Sasha estavam na outra cama, encarando a cena felizes. Mas agora, eu sabia que era seu único foco.

Cheguei perto e a abracei delicadamente, tomando cuidado com seu corpo recém curado. Senti seus finos braços me envolvendo, e pousei o rosto em seu pescoço.

—Nunca mais fique doente, ouviu? - Murmurei, e ouvi sua risada de fundo. 

—Pode deixar, não pretendo.- Falou, e me afastei, segurando ela pelos dois braços, e analisando seu rosto.

Ela estava de volta.


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Notas finais do capítulo

Então, o maior objetivo do capítulo foi esses flashbacks, pois no próximo será pura ação.

Sei que foi curto, mas como estou de “ férias” não estou conseguindo focar direito aqui, mas não queria deixar vocês sem capítulo!

Espero que tenham gostado amores, to tão feliz com a repercussão que a fic esta tendo! Podem ser bem sinceros nos comentários ♥



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