A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oi amoresss! Como estão? Bem , esse sera um capítulo mais curtinho devido a minha correria do vestibular, que passou agora amem KKKKKKK.

Obrigada as minhas lindas Alpha Wolf, Printemps e Gih, vocês fazem meus dias ♥.

E obrigada a todos que favoritaramm! Amo vocês.

E oi aos vários fantasminhas!



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Daryl Dixon- Prisão

Apertei a besta fortemente contra meu corpo, parando momentaneamente para descansar e respirar. Esse dia estava sendo completamente diferente, e eu não estava sabendo lidar direito com essa nova onda de pessoas andando pela prisão. Deixei minha mente voar longe. 

Sempre achei que iria acabar vivendo o resto da minha vida em minha pequena cidade natal, nos confins de um país enorme. Provavelmente continuaria a trabalhar de mecânico , e esporadicamente iria ter que tirar o Merle da prisão pelas confusões que ele se metia. E também continuaria a ser a pessoa fechada e grosseira que eu era antes de tudo isso, evitando todo tipo de contato humano tirando transas rápidas. 

Bem, ainda sou assim, não posso negar. Mas uma das coisas que o apocalipse me deu ,no meio de tanta desgraça,  foi uma segunda chance. E uma bela de uma segunda chance.

Agora, tenho pessoas ao meu redor que considero minha família, e eu faria tudo por eles, mesmo não querendo admitir isso. E claro, encontrei Alexa.

Em minha vida, transei com um número enorme de mulheres, de todos os tipos diferentes que se possa imaginar. O máximo de relação que eu tive com elas foi um tchau resmungado e uma batida de porta, sem ter vontade de permanecer ao lado delas. Mas com a platinada , a história era completamente diferente. Ela cuidava de mim, apreciava todas as minhas cicatrizes e em nenhum momento me olhou com pena e rancor, mesmo quando eu era grosso . Essa mulher conseguiu quebrar minhas defesas sem fazer quase nada, e agora, ela era meu ponto fraco. Mas eu não queria deixar de tê-lo, pois ao mesmo tempo que era uma fraqueza, me dava forças para não desistir . 

Encarei a platinada, que corria velozmente para lá e para cá tentando alocar todas as pessoas de Alexandria  no pequeno espaço disponível. Tínhamos aberto mais um bloco, um pouco afastado do nosso, e estávamos fazendo de tudo para conseguirmos ajeitar todo mundo confortavelmente. 

Eu e algumas outras pessoas tínhamos conseguido tirar todos os corpos de errantes do bloco no mesmo dia que os habitantes chegaram, e eu percebi o olhar incrédulo de muitos deles. Eles não tinham vivenciado o mundo de fora, não conheciam a realidade em que viviamos. 

—Daryl. - Rick chamou minha atenção, e encarei os olhos claros e atentos do xerife.  Ele estava cheio de olheiras e o cansaço era nítido, e acabou se apoiando na escada ao meu lado, suspirando. - Alexa deu a ideia de treina-los, o que acha? Queria saber se você pode ajuda-la com isso. 

Bufei, encarando Rick. Eu não tinha muita paciência para quem não sabia viver nesse mundo, mas assenti. Afinal, eu mesmo tinha pensado nessa possibilidade, e iria ser bom ficar de olho em Alexa. E era bom para o nosso próprio bem não ter que ficar nos preocupando com eles toda a hora.

Voltei a observar as pessoas, enquanto andava pela prisão em busca de algo para fazer. Consegui ver mais de 10 crianças para todos os lados, alguns idosos e poucos adultos, a maioria cheio de problemas e aleios ao mundo real. Suspirei. Que belo grupo hein. 

—Daryl! - A voz animada de Alexa chegou até mim, e senti os braços finos dela segurando nos meus , os apertando. Revirei os olhos , envergonhado. Eu sabia que atraíamos olhares de todos os cantos.  - Ui, esta com vergonha, se reclamar pulo em cima de ti e começo a berrar . - Falou, e eu a segurei, negando. Sabia muito bem que ela era capaz disso.

—Assim esta ótimo. - Falei, ouvindo a risada alta de Glenn, que passou do nosso lado, o encarei feio.- O que foi, Alexa? 

—Depois vai comigo de volta Woodburry? Quero dar outra olhada por la. - Perguntou, e eu assenti, dando de ombros. Iria aproveitar e procurar mais uma vez pelo governador e seus capangas.

Olhei para Alexa, percebendo que ela ainda estava comigo, e arregalei os olhos com a ação repentina dela. A menina se ergueu rapidamente e deu um beijo em minha bochecha, correndo para longe logo em seguida. Bufei.

—Duas crianças apaixonadas . - Michonne sussurrou para mim, soltando outra risada, e fechei a cara mais ainda.

A platinada mudava de comportamento muito rapido, e conseguia se adaptar facilmente a muitas situações. Se duvidar, daqui a pouco ja estaria braba por causa de alguma coisa. 

Passamos o resto da manhã inteira ajeitando as pessoas nas camas que tínhamos, e acabamos por fazer algumas barracas do lado de fora para preparar comida, ja que agora tínhamos varias outras bocas para conseguir alimentar. Por sorte ja conseguimos dividir as tarefas entre eles, e isso ajudaria muito na manutenção da prisão. 

Me aproximei de Carol, enquanto ela me esticava um pedaço de carne para mim;  no qual eu ataquei. Não podia negar, eu era um ótimo caçador. 

—Licença, senhor Daryl? - Um dos meninos da Woodburry, acho que chamado Patrick, se aproximou sorrateiramente de nós. Parei de comer o pedaço de carne e o olhei, curioso. - Só queria agradecer pelo cervo que você trouxe para gente, estava maravilhoso. - O menino falou, exibindo um sorriso em baixo dos óculos fundo de garrafa. Ele ergueu sua mão, querendo apertar a minha.

Encarei Carol, que olhava a cena inexpressiva, e lambi todos os meus dedos, um por um, e segurei a mão do garoto, a sacudindo fortemente.

—Ao seu dispor, Patrick. - Falei, e o menino se afastou, contente e segurando sua mão. Encarei Carol, que agora exibia um sorriso .

—Você é um herói pra eles. - Falou, me estendendo outro pedaço de carne. Dei de ombros. Não estava acostumado a essa atenção.

—Só fiz o que sempre fiz . - Respondi , apreciando o cervo. E era verdade, eu sempre cacei, não era agora que iria ser diferente.

—Daryl, cuide de Alexa . - A mulher de cabelos cinzas falou depois de algum tempo, e eu estreitei os olhos, olhando para sua expressão preocupada. - Muitos a adoram e a consideram uma heroína também, mas ja ouvi alguns conversando e apontando para ela. Você sabe que eles não conhecem a história dela, não posso nem imaginar as coisas que devem falar sem saber. - Falou, e eu concordei, bufando. Eu não tinha pensado que poderia ter algum problema com isso. Decidi que falaria com Rick depois, era inadmissível Alexa se sentir insegura em sua própria casa.   

Depois disso , acabei indo preparar um carro para a viagem até Woodburry, ja que não poderíamos levar nada se fossemos com a moto.

—Ah, pensei que iriamos de moto - A platinada falou, como se lesse meus pensamentos , exibindo um biquinho enquanto se aproximava da saída, onde eu esperava com o carro.

—Você sabe que não da pra ir de moto. - Falei, revirando os olhos enquanto ela entrava rapidamente no carro e se sentava, me encarando. - Ja vou, apressada.

Ela estava linda. Usava uma calça preta rasgada e uma blusa azul muito maior que seu corpo.

Bem, era minha blusa.

Dei de ombros, não comentando sobre esse fato. Ela ficava linda até em blusas minhas.

—Peguei emprestado, pois por acaso não achei a minha quando acordeu. - Ela disse, exibindo um sorriso tímido em seus lábios. Abri um pequeno sorriso, eu quase não tinha achado minhas próprias roupas na noite anterior, imagina as dela que são minúsculas .

—Não faz mal. - Falei, e arranquei o carro, recebendo um tchau animado de Lizzie e Mika, as duas irmãs . 

—Elas são muito fofas, mas ja percebi que a Lizzie é meio perturbada. - Alexa falou depois de algum tempo, batendo com as unhas na janela. - Ja vi ela gritando com os zumbis .

—Carol comentou. Quem não é perturbada esses tempos? - Respondi, focando na estrada tortuosa a minha frente. 

—Eu. - A mulher falou convicta,e riu da minha expressão incrédula.

—Tu é mais perturbada que todos juntos. - Respondi, serio, mas ela sabia que eu estava brincando. Apertei o nariz dela , fazendo-a rir mais ainda.

Se Merle me visse agora, nem acreditaria. Provavelmente me zoaria horrores por conta disso. Pensar nele me deixava para baixo, pois eu tinha quase certeza que ele tinha ido embora junto com o governador. Espantei esses pensamentos. Ja deixei minha familia uma vez, não faria isso de novo. 

Percebi que Alexa brincava com um colar em forma fe R em seu pescoço, e comecei a revirar minha mente em busca de ja ter visto esse colar antes. Nenhum indício. 

—Que colar é esse? - Perguntei, e percebi ela estacar o movimento. Me olhou rapidamente pelo canto do olho, e o escondeu.

—Nada demais. Pelo menos nesses tempos. - Resmungou, e achei melhor deixar quieto. Eu sabia que tinha muitas coisas que ela ainda não tinha me contado, e ela sabia que eu ja tinha visto varias das coisas que ela carregava consigo dos tempos antigos. Todos nós temos o nosso devido tempo para processar as coisas .

Andamos algum tempo em silêncio, com Alexa fazendo um carinho suave em meus cabelos. No começo fiquei tenso, estranhando o contato afetivo, mas logo me deixei levar.

—Daryl... - A voz de Alexa me chamou, mas eu ja tinha conseguido ver. Comprimi os lábios.

Uma moto preta pairava sozinha jogada no canto da estrada, com vários sacos de remédio espalhados pela estrada suja.

A moto era de Merle.

”- Viu, maninho, isso que chamo de potência!”

Um sentimento ruim travou no meio de minha garganta, e quando eu vi, ja tinha freiado o carro com tudo no meio da rua , e ja estava saindo do mesmo.

Eu conseguia ouvir Alexa indo atrás de mim, alguns metros afastada, e ouvi as facas dela cortando as cabeças dos errantes que se aproximavam.

Mas eu não conseguia processar.

A moto estava caída em frente a um pequeno estabelecimento.Mais especificamente, um bar furreco e
totalmente destruído pelo tempo.

—A cara do Merle. - Sussurrei a mim mesmo, matando alguns errantes que tinham se aproximado de nós.

“- Merle, ja esta na hora de ir pra casa.”

Um frio começou a subir o meu corpo a medida que eu me aproximava da porta, que estava semi aberta. Muitos pensamentos me rondaram, e nenhum deles parecia ter um final bom.

“-Ja vou, maninho, a noite é longa . “

Senti o tempo ao meu redor parar, e joguei uma pedra em um dos vidros , atraindo os errantes para fora.

“-Não posso te defender sempre daquele vagabundo miserável. “

Eu não podia entrar. Não conseguia. Mas precisava ter certeza. Precisava ter certeza. 

Precisava ter certeza de que meu irmão não tinha me abandonado. Precisava ter certeza de que ele estava morto.

” - Obrigado, Merle”

Alexa ficou ao meu lado, atirando facas em todos os errantes que saiam de lá, que pareciam nunca acabar.

”- Maninho, consegui algum dinheiro para gente! Só não deixa o babaca do pai ver isso. “ 

A cada errante que saia, meu coração parecia acelerar mais uma batida por segundo. Conseguia ouvir meu sangue correndo perigosamente por minhas veias, e senti o suor escorrer em mim, mesmo que o dia estava nublado.

” - Sabe, maninho, agora o mundo é nosso”

 Até que o último errante saiu, andando perigosamente em nossa direção, tombando levemente para o lado.

—Daryl...- Uma voz falou meu nome, mas a minha mente ja estava longe.

Era Merle.

Meu irmão estava morto.

Seus olhos, antes azuis e destemidos, estavam cinzas e opacos, sem qualquer tipo de sentimento. Seu corpo estava cheio de mordidas, e sua mão mecânica estava completamente limpa.

” - Nunca vou cair sem lutar, maninho. Não é assim que Dixons morrem” 

Ele não tinha lutado. Era nítido.

Permaneci estático enquanto o corpo inerte de quem um dia foi meu irmão se aproximava de mim. Ele rosnava, e quando chegou a 2 metros de mim, eu o empurrei no chão.

—Era isso que queria, seu patife? - Gritei, desferindo chutes para que ele permanecesse no chão. - Cade o cara valentão de sempre? CADE A MARRA TODA? Você se entregou , merda! - Continuei gritando , enquanto Merle tentava furiosamente alcançar minha carne. 

Deixei meu pé apoiando em seu peito, e encarei seu rosto morto . 

—Você não é mais nada agora. - Falei, fincando uma faca no meio de seu rosto, deixando o sangue escorrer para fora enquanto o corpo parava de se mexer.

Agora era de verdade.

Merle não existia mais.

Me ajoelhei no chão, encarando o corpo inerte e irreconhecível que jazia a minha frente. Eu conseguia ouvir Merle zombando de mim, rindo da minha cara nesse momento.

Mas eu não tinha forças para responder.

Eu estava com raiva, muita raiva. 

Não sei quanto tempo fiquei ali, naquela posição, apenas observando seu corpo . 

Senti Alexa segurando meus ombros, e falando alguma coisa qualquer. Vi quando ela tirou a faca da cabeça de Merle e cobriu seu corpo com uma manta qualquer, prendendo- a para nã voar com o vento.

Senti quando ela me ergueu, me guiando até a porta do carro. Em nenhum momento pensei em contestar isso.

Me entreguei completamente a ela, deixando minha mente ter seu devido momento de fraqueza .

— É, maninho, o mundo não é realmente nosso. - Sussurrei ao ar, e finalmente entramos no carro, voltando para o lugar que realmente ficava a nossa família. 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Desculpem qualquer erro, e me perdoem se foi muito monótono, é que ainda estou me organizando no quesito “ sequencia de acontecimentos” .

Como vocês podem ver, eu mudei um pouco a morte de Merle, do mesmo jeito em que a perna do Hershel ainda não foi arrancada.

Bem, a morte de Merle sempre foi triste para mim, pois no fundo eu gostava dele. E mesmo ele sendo um imbecil, ele sempre cuidava de Daryl de um jeito ou de outro.

Achei importante Alexa estar com Daryl nesse momento, mostrando o quanto o caçador passou a confiar nela .

Considero os dois muito parecidos em termos de trauma, mesmo que a situação dos dois seja muito diferente. Não sei explicar KAKAKAK.

Vocês ja devem saber o que vem em seguida, certo? Vamos ver se conseguem lembrar hehe. Digamos que isso vai mostrar algumas coisas do passado de Alexa.

Ah, lembrando que ela é imune a mordidas, e não a doenças! E ela também pode morrer por conta de sangramentos e infecções, coisas que as mordidas fazem.

Bem, comentem o que acharam! Críticas construtivas são muito bem vindas, e ideias também! Até logo gente.



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