A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Devo muitas desculpas para vocês,mas fiquei sem celular por um tempo e acabei me perdendo em algumas coisas.
Obrigada a Giiih, Léo e Jay pelos comentários ♥,vocês fazem meus dias!



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Alexa Lee- Interior de Woodburry

A vida tem um jeito muito estranho de ser trilhada, e eu aposto que o apocalipse deixou esses trilhas mais confusos ainda. Quem diria que uma garota normal da cidade acabaria em um acampamento militar, e depois seria capturada para servir de cura? Pisquei três vezes, focando em meu presente. O passado era melhor ser deixado para trás.

Encarei a figura loira em minha frente , acreditando ser uma peça de minha própria cabeça, como o cachorro da última caça. Sera que eu estava perdendo a mente, delirando para a morte? Era como se um fantasma do passado tivesse voltado para me assombrar, só que esse era um fantasma vivo. Bem vivo.

—Andrea? - Perguntei novamente, piscando os olhos mais ainda, e encarando seus olhos frenéticos do mesmo jeito que os meus. Mexi as mão nervosamente, agoniada por estar sem proteção nenhuma e com uma ligeira vergonha de tudo que aconteceu.

—Alexa, pensei que estavam mortos. - Ela disse suspirando, me dando um rápido abraço desengonçado ,no qual retribui, ainda surpresa. Andrea tinha encostado a porta com delicadeza, e eu tinha medo de que alguém encontrasse ela aqui. Mas, como ela conseguiu entrar sem ser vista? Tensionei os ombros.

— Nós que pensamos isso de você! Disseram que te viram cair. - Falei lentamente, analisando a mulher a minha frente, ainda desconfiada. Ela estava bem limpa e arrumada, mas parecia mais magra e com um olhar cansado, abatido. Fiz uma careta, me sentindo mal por não termos ido a procurar, mesmo não sendo muito amiga dela.

—Eu cai mesmo, acabei me arrastando pela floresta , até que a Michonne me resgatou. - Disse, tocando meus braços levemente , parando ao perceber que eu estava acorrentada. Percebi que seu olhar mudou levemente ao falar o nome " Michonne" . Achei melhor não perguntar.

Pelo que ela explicou em nossos poucos minutos juntas, ela e a amiga tinham sido vistas pelos homens do governador em um tipo de " acidente " , e acabaram sendo levadas a esse lugar.

Não precisei perguntar para saber que Andrea acabou tendo um relacionamento mais amigável, provavelmente ate mais que isso, com o governador. Seu olhar de culpa contava tudo, eu apenas não sabia o por que de se sentir culpada.

— Onde esta essa Michonne agora? - Perguntei, mexendo meus tornozelos doloridos.

—Eu sinceramente não sei.- Disse curta, e estreitei os olhos, suspirando e relaxando logo em seguida. - Agora, precisamos de algum plano para te tirar daqui.

Concordei com a cabeça, e meus instintos me diziam que algo estava errado. O governador provavelmente sabia que ela estava aqui, percebi o jeito que ela fingia estar preocupada com a porta, mas simplesmente parecia esquecer , falando alto . Me sobressaltei quando ela perguntou como estavam os outros.

—Eles não sabem que estou viva. - Falei, seria, e observei sua expressão surpresa, que logo mudou para medo. Ela soltou um suspiro longo, e moveu seu corpo em uma posição estranha, ficando mais a minha diagonal. Andrea arregalou os olhos exageradamente, fazendo um movimento rápido para seu lado direito.

— Ah, eles devem estar desesperados. - Falou, piscando algumas vezes. Neutralizei minha expressão.

Estávamos sendo observadas.

Pov Maggie - Prisão

Tristeza.

Era isso que definia o ânimo de todos nos últimos 5 dias. Eu ainda lembrava de seus gritos, e da insistente lágrima que caiu de seus olhos no momento em que eu simplesmente a abandonei.

Minha irmã.

—Você sabe que não foi culpa sua, para de se culpar desse jeito. - A voz insistente de Glenn soou aos meus ouvidos, senti uma mão quente em meu rosto, me fazendo olhar pra cima

Nos últimos 5 dias eu simplesmente perdi o animo pra tudo, e praticamente não saia da prisão . Beth tentava fingir que estava bem, mas não conseguia esconder sua tristeza.

Ninguém conseguia.

—Onde esta Daryl? - Falei simplesmente, apertando a mão de meu namorado, presente incrível nesse apocalipse. Nem ele parecia estar fazendo efeito em mim.

—No lugar de sempre . - Disse, dando de ombros, me fazendo soltar um suspiro. Daryl ia todo dia para floresta, voltava de noite e se isolava. Eu sabia a luta interna que ele travava, e sentia a dor que ele deveria estar sentindo.

Perder alguém que amamos é a pior sensação que pode ter, ainda mais uma pessoa que deu a vida pela sua.

Ela sabia que não ia dar tempo para as duas.

Dei um tapa leve em meu rosto, tentando sair do transe em que eu me encontrava. Nao iria desrespeitar Alexa desistindo de viver, iria fazer de tudo para o sacrifício dela ter servido para algo.

Tentei ignorar Carl cabisbaixo ao meu lado, e fingir que nao via Lori com o rosto vermelho de tristeza, e fui falar com o Rick, que estava falando em voz baixa com Carol.

E acabei me vendo em um carro , encarando a janela e segurando a mão de Glenn. Ficou decidido que investigaríamos uma creche, em busca de fórmulas para a futura bebê.

Sinceramente, era esse novo ser humano que faria a gente ter forças para continuar. E eu precisava ser forte pela minha irmã, e por todos. Alexa iria querer isso.

Abri um ligeiro sorriso ao avistar a pequena e compactada creche para crianças, intitulada " jardim do castelo" . Pensei como deveria ser feliz o clima do local, crianças sorrindo e pulando por ai, alheias a todos os problemas da vida adulta.

— Vai ficar tudo bem, pode confiar em mim. - Glenn disse, segurando firmemente minha mão. O encarei, tocada por ele estar tentando do mesmo jeito que antes me mostrar que estávamos seguros, que iriamos superar isso.

— Eu sei que vai. - Respondi vagamente. Eu acreditava em minhas palavras? Nao. Sempre acaba acontecendo algo assim de novo, era isso que nos movia. Glenn deu um sorriso alto, e saiu correndo para a creche. Revirei os olhos, mas acabei indo atrás.

Acabou que Glenn chegou primeiro a creche, e esse pequeno momento de idiotice de adolescente foi o suficiente para me fazer rir, nos fazendo ignorar a situação atual por alguns minutos. Abri um sorriso verdadeiro, e o coreano me deu um beijo dócil, me fazendo um leve carinho no cabelo.

— Vamos ver quem acha fórmula primeiro. - Ele disse, e acabamos por fazer outra corrida, agora para achar a fórmula.

A creche era pequena, com uma pequena casa junta a um parque que parecia caber 5 crianças. As paredes eram pintadas de amarelo, com várias mãozinhas coloridas sobre ela. Doeu o meu coração ao ver uma sessão de arranhos marcados de sangue em cima das maozinhas.

A cozinha do lugar era menor ainda, mas acabei levando um susto com alguns ratos saindo do armario. Soltei um bufo; colocando minha mão no coração e checando meus batimentos.

— Uma garota da fazenda com medo de ratos, essa é nova. - Murmurrei a mim mesma, me virando para os armários.A maioria deles estava aberta , exibindo seus interiores vazios e empoeirados. Consegui imaginar as pessoas pegando tudo que conseguiam , tentando pensar em uma rota de fuga do apocalipse.

Soltei um suspiro incomodada, tentando ignorar esse formigamento incessante que tomava meu coração, e finalmente abri os armários fechados, e tremi de felicidade ao ver duas latas de fórmula de 500 ml depostas no fundo do armário, junto com duas latas desconhecidas. Peguei as quatro coisas satisfeita , as abraçando de um jeito maternal, e abri a boca para chamar o Glenn.

— Mas olha que cena romântica encontrei aqui. - Uma voz conhecida falou, e consegui ouvir um riso irônico preencher o ar .

— Merle?- Falei, chocada, virando lentamente e me deparando comna careca mal feita e o rosto ranzinza típico do irmao de Daryl. Ele segurava Glenn pelo pescoço, e fiquei surpresa ao ver que no lugar de sua mão tinha uma faca. Eu nunca cheguei a conhecer ele direito, mas ja tinham me contado dele. 

— Surpresa em me ver? Gostou dessa belezinha? - Perguntou, olhando diretamente para sua ex mão, que jazia no pescoço de Glenn. - Graças a vocês que consegui essa lindeza . - Terminou, e tensionei o corpo. Eu sabia o quanto ele era perigoso.

— Nao foi culpa nossa,você sabe . - Meu namorado disse, tentando manter a calma em seu rosto. Ele estava indo mal. 

— Sei. T dog ainda esta com vocês? Queria dar uma palavrinha com ele. - Merle soltou uma risada irônica, e aproveitei o momento para lançar um dos potes em seu corpo, o que o sobressaltou, dando tempo o suficiente para Glenn escapar. 

Saimos por lados opostos,mas acabamos no mesmo lugar. Dois caras ,provavelmente amigos de Merle, nos encaravam com armas em punho. Gelei nesse momento, e observei enquanto apagavam Glenn, logo vindo em minha direção. 

Quem diria, não é?


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Notas finais do capítulo

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