A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, como estão? Feliz dia dos namorados atrasado!

Primeiro de tudo, MUUUUITO OBRIGADA A HERMIONE !! Essa linda recomendou a história, e fiquei tocada com as palavras escritas da fic, fico muito feliz em saber o jeito que você considera a história ♥.

E obrugada Karoline e Jéssica por terem favoritadooo, me anima muitooo . Juro que o próximo capítulo vai ser maior e mais emocionante em homenagem a vocês!

Obrigada também a Chatastrophe, Léo ( melhor editor) , e Gail, eu amo os comentários de vocês ♥



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Alexa Lee - Localização desconhecida

Escuro. Era isso que eu considerava meu mundo no momento, completamente escuro. Sentia como se estivesse mergulhada no fundo de um denso oceano preto, e a sensação era que nem estar boiando. Onde eu estava? Seria o inferno me mandando um ola mais uma vez? 

Lembrava do frio do metal em minha testa, dos errantes, de Maggie... de um grupo? Um ataque, gritos. E era tudo que eu lembrava.

Conseguia ouvir barulhos abafados ao longe, como se uma guerra estivesse sendo travada acima do nível do mar, onde eu estava. Tic. Tic. tic. 

Dois anos antes.

Tic. TIc. Tic.

O som do relógio em meu quarto parecia aumentar de volume a cada segundo que passava, como se me perseguisse em minha fuga constante da realidade. Era como um aviso da minha solidão constante e incerta. Eu estava presa, definitivamente.

Bufei ao olhar o curativo bem feito ao redor de meu braço, pensando no branco totalmente limpo no qual o compunha. Essa mísera mordida foi minha sentença, e minha confiança cega em quem antes se importava primeiro comigo foi minha perdição.

Lembrei da felicidade extrema de meu pai ao perceber que eu realmente não apresentava sintomas da mordida, nem ao menos febre por conta da infecção. Ainda consigo visualizar os extremamente sérios cientistas me levando a uma serie de salas, sugando meu sangue e fazendo vários raios-x e exames que eu não conhecia .

Onde estava minha mãe? Essa pergunta me atormentava desde o momento em que me puseram nesse quarto, me separando dela sem dar mais explicações. Eu torcia para ela estar bem.

Pensei no meu irmão por alguns momentos nesse tempo por aqui, tentando imaginar se ele tinha parte nisso. Eu torcia para que não, mas não tinha tanta certeza. 

Observei as paredes brancas e sem o indicio de janelas do cômodo, parando o olhar ao passar pela porta grande e cinza, com uma pequena abertura na região onde ficavam os rostos . O quarto era composto por uma cama sem graça e uma escrivaninha tosca, que destoava do tom claro das paredes, mas que mesmo assim não conseguia afastar a feição fria do lugar.

O banheiro era praticamente a mesma coisa. Um chuveiro minúsculo, uma pia sem espelho e uma privada da mesma cor. Eu me sentia em um cubo sem fim, como se fosse parte de um experimento .

Eu estava aqui a o que? Cinco dias? Não lembro direito. Não sabia diferenciar o dia da noite, pois as luzes nunca apagavam, nem mesmo quando eu me forçava a dormir. Seria uma espécie de castigo?

Só sei que todo dia eles entravam pela porta acompanhados pelo som se um código sendo escrito, me trazendo comida e tirando mais do meu sangue, eu não sabia por qual motivo. Eu passei a me acostumar com o confinamento, e já conhecia o quarto como a palma de minha mão. Na realidade não tinha muito o que conhecer.

Minha roupa tinha sido substituída por um avental sem graça e nada aconchegante, e acabei não recebendo nenhuma das coisas nas quais eu tinha trazido comigo de minha casa . Eu estava muito irritada.

Quem eram eles para me prender desse jeito? E o que meu pai planeja com isso? Não entendi por que me prender , não era como se eu tivesse capacidade de fugir sozinha ou acabar me matando.

Bufei irritada novamente, e me sentei na cama virada em direção a porta, decorando cada detalhe do muro que me prendia da liberdade. O portal cinza era completamente feito de metal, e eu torcia para ele de repente ser derrubado , mesmo que por errantes.

Não sei quanto tempo fique encarando a porta distraidamente , mas acabei sendo surpreendida por ela sendo aberta rapidamente, e logo sendo fechada na mesma velocidade. Tencionei os músculos.

Pisquei os olhos umas três vezes, tentando entender o que tinha acontecido e fixar em minha mente que não era um sonho. Observei a figura que se projetava a minha frente, ainda confusa. Era uma pessoa alta, larga , que usava roupas militares, e tinha seu rosto parcialmente coberto por um pano preto, mas que deixava escapar alguns fios cor de fogo por baixo. Pela estatura deduzi ser um homem, e isso me assustou mais ainda.

—Você precisa me ouvir, não tenho muito tempo. - A figura ruiva disse, exibindo uma voz poderosa e mal humorada. Tencionei meu corpo mais ainda, e assenti, indicando que estava ouvindo. Por algum motivo, perdi o medo. - Eu tenho acesso total a todos os dados e saídas desse local, e tenho acompanhado o seu caso desde o começo.

—Meu... caso? - Falei, interrompendo o homem. Eu me considerava uma prisioneira, não uma paciente.

—Não tenho tempo para explicar, agora só te peço para não confiar no seu pai, de jeito nenhum. Sua mãe esta segura. - A pessoa disse rapidamente, olhando para um relógio em seu pulso a todo o momento. Fiz o maior esforço possível para decorar cada detalhe de sua vestimenta e o tom de sua voz.

—O que te leva a crer que posso confiar em você? E como vou saber que posso? - Perguntei, cruzando os braços e o encarando. Recebi um olhar irritado da pessoa, e encarei mais ainda seus olhos claros.

— Você não vai, não tenho como provar. - Disse apenas, e logo como chegou, ele se foi, deixando apenas o leve som da porta e o tic tac do relógio se misturando com meus pensamentos incessantes . O que estava acontecendo?

Agora.

Depois de um tempo inconsciente, os sons começaram a soar mais nítidos ao meu redor, como se eu finalmente me aproximasse da superfície . Comecei a voltar a ter o tato, e senti que estava apoiada em cima de algo macio. Me sentia na fazenda novamente, como quando acordei pela primeira vez no meio do meu novo grupo. 

Junto com a volta dos sentidos, veio uma dor de cabeça excruciante, além de uma dor intensa no corpo todo. O que diabos tinham acontecido? Eu estava no inferno e não sabia?

E finalmente abri os olhos, temendo o pior. As memórias restantes voltaram a minha mente em um baque, e senti meus pelos eriçarem. Os homens tinham me levado a algum lugar? Eu estava sozinha, suspirei mais aliviada.

Eu estava em um quarto sujo e mal iluminado, com um soro conectado ao meu braço. Observei as outras marcas recentes em meu braço, e percebi que tinham tirado meu sangue. Estreitei os olhos, onde eu estava afinal?

Fiquei triste ao lembrar de que minha nova família não iria voltar para me buscar, obvio que não. Eu deveria estar morta. Eu mesmo achava que estava. 

Rapidamente tentei me levantar, mas percebi que tinha correntes atadas aos meus pés, o que impedia meu movimento. Puta merda, por que eu sentia que sempre acabava na mesma situação?

—Parece que a Elza acordou. - Uma voz conhecida disse, e observei o tal de Governador , o tal do moço que iria me matar, adentrar o cômodo por uma porta estranha. Elza? - Desculpe a estadia, não estamos acostumados com visitantes.

— Por visitantes você quer dizer pessoas que você sequestra? - Perguntei, quase cuspindo as palavras. O Governador tinha cabelos castanhos claros, olhos escuros e face calma, me lembrando vagamente Rick. Fraquejei ao pensar neles.

—Se você prefere ver por esse lado. Prefiro pensar que te resgatamos.  - Disse, dando de ombros. Observei seu olhar enquanto me analisava, e vi eles se moverem como se pensasse em todos os caminhos que essa conversa poderia seguir.

—Onde diabos eu estou? - Perguntei finalmente, apoiando meu corpo de volta na cama no qual eu estava antes. Eu estava fraca, conseguia sentir isso pela dificuldade que eu tive para ficar de pé. Iria ter de entrar no jogo dele.

— Você esta em Woodburry. - Disse simplesmente, contornando lentamente o quarto, fazendo barulho com seus sapatos pesados. - Uma comunidade construída a base de suor e sangue para a segurança da população.

Continuou, e revirei os olhos. Praticamente tudo no apocalipse tinha sido construído a base de suor e sangue, isso ja não era novidade. Nao estava com o mínimo interesse de saber dessa comunidade. 

— E por que não estou me sentindo segura? - Respondi ironicamente, elevando os pés para mostrar minhas correntes bem apertadas.

—Ah, isso foi para a NOSSA segurança. - Disse, exibindo um sorriso irônico , e fomos interrompidos pelo aparecimento de outro homem, no qual irrompeu na sala sem o menor respeito. Bufei. Assim ficava difícil de conseguir informações.

—Peter, precisamos de você. A porra do Milton vira logo. -  Disse, e virou seu olhar para mim. Era um homem careca, grande e tinha grandes orbes azuis, e seu jeito me lembrou imediatamente Daryl, inclusive o modo de andar. - Ate mais, gracinha. - Falou se dirigindo a mim com uma piscada, e lembrei mais ainda de Daryl. O homem se afastou, fazendo um sinal com seu braço, exibindo uma faca afiada onde deveria estar sua mão. Estreitei o olhar, curiosa com a figura que se projetava para fora da sala.

—Depois continuo a conversa, Milton vai cuidar de você. - O governador falou, e me deixou sozinha na sala novamente. Suspirei.

Depois que o tal de Milton chegou, eu fiz totalmente tudo ao contrario do que ele falava. Já tinha entendido o propósito dele, eles perceberam que eu não tinha morrido com as mordidas, o que deixava minha vida em perigo.

Por que eu sentia que já tinha passado por isso antes?

Por fim decidi esperar quieta, aceitar tudo que ele falava e me comportar. Não estava totalmente forte ainda, e precisaria de toda a força no momento de escape. Obviamente eu ja estava formando um plano, e talvez conseguisse a ajuda do cientista a minha frente.

— Desculpe. - Milton falou, ajeitando seus óculos enquanto soltava a borracha de meu braço. Não o respondi.

Ele era bem gentil, e eu conseguia dizer com toda certeza que ele não queria fazer isso, mas fazia pelo governador. Não tentei tirar nenhuma informação dele.

Depois de duas horas ele finalmente saiu, e despenquei chateada em minha cama. Eu estava com saudades de meu grupo, cansada de passar por isso sempre, e principalmente esgotada de tantos testes.

Fui surpreendida por um barulho alto, e arregalei os olhos, ficando em posição de ataque. Mesmo algemada eu ainda tentava. Fiquei mais surpresa ainda ao ver quem me visitava. 

—Andrea?


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Notas finais do capítulo

Comentem ♥
Desculpem pelo capítulo pequeno, estou com falta de criatividade



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