A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi nenems, desculpem a demora, semana de prova é foda para mim.

Fiquei mtmtmt feliz pelos comentários no último capítulo, obrigada Gail, Giih , Léo (♥),giulia, Lare, e um agradecimento especial a Elister , juro que vou me esforçar sim!

Espero que gostem, estou com alguma noia com a minha escrita , mas não queria esperar mais tempo para postar.

OBRIGADA A TODOS QUE FAVORITARAM ♥



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Pov Alexa - Floresta.

" Engraçado o quanto algumas coisas nunca mudam" . Pensei, enquanto caminhava pela densa floresta que abrigava os muros escuros, nosso novo lar. " A gente realmente nunca sabe onde podemos estar no final" .

Eu confiava muito no Rick, juro que confiava, mas no momento em que minha solidão foi quebrada senti falta de ser dona das minhas próprias decisões, de minha independência.  Por esse motivo, alêm de falta de alimentos, eu estava aqui agora, explorando os novos caminhos que acabaram sendo abertos para nós.

Rick tinha insistido para que eu não fosse, que esperasse o Daryl para ir comigo, mas eu obviamente não esperaria e ele não iria querer ir de qualquer jeito. Então aqui estou eu.

A prisão estava bem localizada no começo de uma longa mata, o que poderia ser um ponto muto positivo para nós se soubéssemos aproveitar. Ja tinha ate conseguido ouvir alguns passos apressados e movimentos furtivos, indicando ter animais na região. Torcia para encontrar um cervo algum dia.

O inverno estava chegando, e eu ja conseguia sentir uma leve queda na temperatura, antes bem alta, evidenciando ainda mais esse fato. Logo teriamos que nos preparar novamente, arrumar a prisão para se tornar realmente uma casa.

Me concentrei em meus passos, eliminando os sons desnecessários e focando em outros possíveis rastros de animais espalhados por todos os cantos, alguns recentes. Ergui meu arco, passando a flecha pela aljava lisa e perigosa, sentindo o som leve do deslisar da mesma.  Eu amava isso.

O silencio acolhedor da mata era algo que eu sempre apreciei , ainda mais depois de ter saído do laboratório. O laboratório...

Era inevitável, por mais que eu sempre tentasse esquecer esses eventos, eles voltavam associados a muitas coisas do meu dia a dia. Eu achava que isso acontecia por conta de algum sentimento de não conclusão que eu tinha, mas não sabia dizer. E nem sabia o que faltava fazer.

Parei para soltar um suspiro irritado, me amaldiçoando por me desconcentrar desse jeito por conta do passado. Passei a mão na testa, mas logo estaquei completamente, virando a cabeça em direção a um estranho som que se aproximava rápido de minha direção.

Mais de um.

—Mas o q...- Exclamei, sendo interrompida por um latido estridente, e logo um cachorro totalmente sujo chegou em minha visão. Por um momento me deixei relaxar, mas para minha boa sorte ele não estava sozinho. Tinha aproximadamente 5 errantes juntos o perseguindo.

Não tive tempo para pensar , e menos ainda tempo de pensar na probabilidade do cachorro me atacar, então logo me joguei em cima dos errantes, matando dois com minhas facas e voltando a andar para trás, conseguindo uma brecha para ataca-los novamente. Chutei outro e enfiei uma flecha de mal jeito na cabeça do mais próximo, e finalmente me livrei de todos. Joguei o arco no chão e escorreguei por uma árvore, ofegante. Precisava de um tempo.

Esfreguei minhas mãos geladas em meu rosto, e fiquei irritada ao observar o sangue que manchou minhas roupas. Só por que eu tinha tomado banho não queria nunca mais me sujar.

Senti outros passos se aproximando, e entrei em posição de ataque novamente , ate que vi um rabo balançando feliz em minha frente, com a lingua pra fora. Ele estava... agradecendo?

—Oi garoto, você quase me matou do susto. - Falei, elevando a mão lentamente para ele, que parou de mexer o rabo e me encarou de maneira desconfiada. Bufei.

Ja tinha visto alguns cachorros depois do apocalipse, mas a maioria era totalmente agressiva e ja selvagens, alguns nascidos no meio de tudo. Esse era estranhamente diferente.

O observei. Seus pelos eram de uma cor difícil de deduzir pela quantidade de sujeira impregnada nele, mas os olhos eram bem claros .Não conseguia deduzir que raça ele era, ou se não tinha raça. Revirei os olhos, desistindo de dar carinho nele. E bem quando fiz isso, ele se aproximou e bateu com a cabeça em minha mão, e não pude deixar de abrir um sorriso enorme.

E no final nao pude mais esperar e acabei tendo que me levantar, e para minha surpresa o cachorro não saiu do meu lado, e mesmo com os meus esforços ele não se afastou. E acabou que ele mais me ajudou do que qualquer coisa. Nao tinha lembrado do fato de que ele provavelmente vivia nesse mundo ao mesmo período que eu, e ate essas criaturinhas fofas tinham se adaptado a sobrevivência. 

Mas o que diabos eu faria com ele?

Fiquei tanto tempo pensando em uma solução que mal percebi quando finalmente cheguei a prisão, com o cachorro ainda do meu lado. Senti seu focinho sujo roçar em minha mão novamente, e um breve sentimento de nostalgia se apossou do meu corpo.

Ouvi um latido.

"— Alexa, deixe o Marley em paz cinco minutos e vem logo comer! - Minha mãe disse, soltando risadas ao me ver dando beijos em nosso cachorro dourado e brincalhão, que tentava lamber meu rosto a todo custo.

Estava passando duas semanas na casa de meus pais, matando a saudade que tinha deles, e era bom estar de volta. 

Dei mais um abraço nele e finalmente o larguei, observando seu rabo mexendo ao meu lado. Sorri satisfeita,a alegria do meu dia era esse cachorro.

Olhei para o relógio branco em nossa parede, e me assustei ao perceber que era aproximadamente 15:00 e eu ainda nem tinha almoçado , por conta da correria no qual estávamos em casa. Ultimamente meu pai deu um chá de sumiço, saindo no meio da noite e voltando nas tardes seguintes, com uma feição decepcionada e preocupada. 

—Onde esta o Pai? - Perguntei, sentando na mesa em frente a janela.  Eu amava esse lugar na mesa, pois sempre dava direto para o jardim da casa do vizinho, cheio de cachorros. Mas hoje eles não estavam lá.

Uma sensação ruim se apoderou de mim por algum motivo ao pensar em meu pai, mas logo passou. Deve ser medo bobo. 

—Eu não s...- A mulher madura começou a falar, mas foi cortada por um estrondo alto vindo da porta, junto a gritos de meu pai nos apressando para algo, como se estivesse extremamente animado. Não entendi nada, mas me levantei. E logo meu pai chegou a cozinha, dando um longo abraço em minha mãe.

—Consegui!  - Ele gritou, com os olhos extasiados."

Abri os olhos arfando longamente, e tossindo logo depois. Eu tinha desmaiado? Senti minhas mãos tocarem em um chão úmido, e percebi que estava encostada em uma árvore a frente da prisão, com as mãos apoiadas na grama. Como diabos eu não tinha sido atacada?

E que tipo de visão foi essa agora? E... onde esta o cachorro?

Encarei todos os lados e tentei chamá-lo , mas não adiantou. Eu estava finalmente ficando louca? Não posso mentir, eu ja tinha pensado nessa possibilidade.

Bufei frustrada e observei a prisão, avistando Hershel com Carl começando a fazer uma espécie de horta, e acenei, recebendo acenos animados de volta.

Me aproximei do portão maltrapilho que me separava do interior e percebi o perigo que estávamos correndo ao dependermos apenas desse portão: Ele estava praticamente enferrujado e cheio de brechas, parecia que se eu o empurrasse ele cairia sem esforço no chão. Mais um problema na lista para resolvermos. Dei de ombros.

Apertei mais os poucos esquilos que tinha conseguido em minha mão e os ergui pra cima enquanto Maggie e Beth se aproximavam para abrir para mim, e depois de cinco minutos consegui tirar a carranca de Maggie pelo fato de eu ter saído sem a avisar.

—Você sabe que sou bicha da mata, não sabe? - Falei rindo, enquanto entrávamos no bloco. Entreguei os esquilos para Carol, que foi fazer alguma coisa com eles, provavelmente os preparar.

—Sabemos. Muito bem aliás. - Uma voz grossa soou atrás de mim, e fiquei totalmente envergonhada ao olhar Rick com os braços cruzados me encarando. Parecia que eu era sua irmã mais nova que ele acabou pegando no flagra voltando de um encontro.

Fiz sinal com a cabeça para irmos conversar, e observei os olhares atentos dos outros sobre nós. Soltei uma risada, mas logo voltei a ter a feição séria.

—Você tem noção do perigo e da preocupação que você nos faz passar? Se algo acontecesse com você nós nunca saberíamos, e imagina o que poderia acontecer se você fosse sequestrada. Meu deus Alexa! - Disse, e me senti uma criança levando uma bronca, mas fiquei comovida com sua preocupação, e por alguns segundos me arrependi. Mas só por alguns segundos.

—Rick, olha só, eu juro que tento seguir tudo certinho e acompanhar o ritmo de vocês, mas acho que você esquece o tempo que vivi sozinha, e sabe muito bem que não consigo ficar parada muito tempo. Nunca iria colocar vocês em perigo. Só... confia em mim, ok? - Falei, e acompanhei o movimento suave do xerife controlando sua respiração, e vi seus músculos relaxarem. Eu o driblei novamente.

—Tudo bem, só não me olhe com essa cara vitoriosa. O Daryl vai com você da próxima vez. - Falou, e me senti levando um balde de água fria. Ele não tinha desistido ainda não. - E nada de mais. - Disse, e antes que eu pudesse protestar , acabei me vendo falando sozinha. Mas que mania era essa que eles tinham?

Desisti de tentar o convencer e fui dar uma volta ao redor da prisão, ja que por enquanto todos estavam ocupados fazendo alguma coisa. Comecei a procurar pontos que pudéssemos melhorar, captar dados do local, e ainda por cima comecei com a ideia de sair logo para procurar suprimentos.

E quando dei por mim, estava no começo das escadas de uma das torres, e , como não tinha visto o lugar direito por cima, decidi subir, animada com a visão que poderia ter da floresta.

Apreciei o barulho constante que minhas botas faziam ao entrarem em contato com o metal frio das escadas, e com algum esforço finalmente cheguei ao topo, me espreguiçando.

— O que você quer aqui? - Ouvi a voz grossa e forte do caçador , o que me pegou de surpresa, e a vermelhidão me tomou novamente. Mas dessa vez era outro tipo. Belas boas vindas essas.

Eu só me metia em encrenca, realmente não estava afim de lidar com o mau humor oscilante de Daryl, mas algo me dizia para ficar.

— Encher o seu saco. - Falei, soltando um suspiro e fazendo menção de me aproximar. Ele estava usando uma blusa solta de manga cinza, o que combina com seu colete, que jazia apoiado em uma das cadeiras. Por um momento me deixei levar para longe, pensando no que poderia ter debaixo dessa blusa.

Sacudi a cabeça, corando mais ainda, e torci para ele não ter visto isso. Mas eu estava errada. Seu olhar não tinha desviado de mim em nenhum momento. 

— Vai se aproximar ou vai bater uma foto minha para ir embora logo?- Ele respondeu, grossamente, e novamente me deixei levar para longe, imaginando como seria dar um soco na cara rancorosa dele.

— Preferia te desenhar, o que acha? - Falei, e acabei por soltar uma risada, me aproximando, mesmo ouvindo o bufo irritado do homem. Jurava que tinha visto um pequeno sorriso.

—Belo show saindo furtivamente hoje de manhã, quase nem deu pra ouvir você derrubando as coisas na horta do Hershel. - Ele disparou depois de algum tempo,e juro que se tivesse tomando algo teria cuspido tudo. 

—Você viu isso? - Perguntei, arregalando os olhos. Nunca fui a melhor pessoa em questão de senso.

Ele assentiu, fazendo seus cabelos compridos sacudirem juntos. Sua barba estava por fazer, o que lhe dava um ar ainda mais de perigo. Pena que eu não fujo do perigo. Me repreendi por ter pensado isso .

Ficamos mais algum tempo em silêncio, mas por incrivel que pareça não foi um silêncio constrangedor, e sim tranquilizador. Eu não tinha medo dele, realmente achava que não precisava ter, e sentia que no fundo ele gostava da nossa companhia.

— Por que você não se afasta de uma vez? - Ele perguntou, me tirando de meus pensamentos, e o encarei séria. Ele tinha lido minha mente?

—Você realmente quer isso ? - Perguntei de volta, colocando meus pés, antes apoiados na mesa do local, no chão, ficando diretamente em frente a ele. Seu rosto estava virado para mim, e seus olhos indicavam pensamentos rápidos.

O que eu achava dele? O que eu sentia por ele? E essas mesmas perguntas martelavam em mim, desde o primeiro momento que coloquei os olhos nele. Não sabia o motivo.

Daryl abriu sua boca , e ja me preparei para ouvir uma grosseria, mas ela não veio. Conseguia muito bem ver suas duas mãos fechadas fortemente, como se lutasse contra algo, e soltei um suspiro, quebrando a troca de olhar que estavamos tendo. Não estava com paciência. E não seria eu que forçaria algo de Daryl Dixon.

Desviei o meu olhar para frente, me preparando para descer , e senti sua mão forte e calejada segurar meu pulso, com uma certa força. Estremeci. 

O encarei novamente, e no breve momento que me permiti parar de pensar me aproximei de seu rosto, ficando a milimetros de tocar sua boca. Conseguia sentir sua respiração em minha face, junto aos batimentos acelerados de seu coração. O olhei nos olhos, e me senti como uma presa aos olhos do predador.

Seus olhos. Conseguia ver tudo neles. 

E isso foi o gatilho.

Nossas bocas se juntaram por esforço de ambos, e logo senti suas mãos relutantes passarem por meu corpo, como se estivesse o descobrindo. Era um beijo rápido, desesperado, e era nítido o desejo dos dois. Senti sua mão passar por de baixo de minha blusa, segurando em minha cintura, e percebi que sentia falta de um contato assim.

Daryl segurou em minhas coxas e me colocou sentada em cima da mesa , sem o menor cuidado, indo logo em direção a meu pescoço exposto, me fazendo soltar arquejos, enquanto afastava com uma das mãos os cabelos que decidissem atrapalhar. Arranhei levemente suas costas com minhas unhas compridas, e pude sentir sua pele arrepiar, e me deixei soltar um sorriso malicioso. 

Levantei levemente seu rosto e logo estavámos nos beijando novamente. Conseguia sentir seu volume em contato com meu corpo, o calor que emanava dele,o desejo, tudo. E a relutância. 

E na mesma rapidez com que tudo começou, logo acabou. O caçador se afastou sobressaltado, e pude distinguir uma expressão de vergonha e mal humor em seu rosto.

— Sim, realmente quero isso. - Disse por fim, com a voz grossa e rouca. Eu nem pude ver seu rosto quando disse isso, e se apressou em pegar seu colete e sair do local, me deixando boquiaberta ainda em cima da mesa.

Se Daryl Dixon queria guerra, era isso que iria ganhar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem , o próximo capítulo provavelmente vai sair em menos tempo que esse, e me ajudem a ter ideias, minha cabeça esta estourada .

Obrigada a todos que acompanham, e mandem oi fantasminhas! Amo vocês tambêm ♥



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