A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Por favor leiam.
Eu sou realmente muito cara de pau de aparecer aqui 1 mês depois sem postar capítulo nenhum, mas eu realmente fiquei muito desanimada e triste com essa fanfic. 87 pessoas acompanhando e apenas 3 comentários! Gente, até um "continua" eu fico feliz, e é isso que me dava vontade de continuar.
Com os comentários decaindo acabei simplesmente me afastando daqui, tentando focar em algo mais, e por coincidência entrei aqui ontem e decidi dar alguma explicação a vocês, meus lindos leitores e a maioria dos fantasmas.
Sei que muitas vezes é chato ter que comentar, mas realmente é algo que ajuda muuuito!
E era frustrante tirar boa parte dos meus dias para escrever e editar e acabar ficando sem nenhuma resposta!
Vou prestar vestibular para Med esse ano, e estava usando o Nyah como um momento de descontração e relaxamento, mas acabei ficando meio triste.
Enfim, sinto muito mesmo pela demora, sei que vários de vocês não mereciam esse tratamento!
Não postarei mais com tanta frequência, talvez uma ou duas vezes por semana.
Me digam o que acham!

Obrigada Léo ,Bianca, e a nova leitora Serena Dixon ♥

Boa leitura, desculpem o desabafo ♥



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Pov Alexa - Dois anos antes- Central do CCD

Segurei fortemente a mão de minha mãe , parando momentaneamente sua tremedeira excessiva que começou desde nossa saida. Soltei um suspiro longo e cansado, e decidi parar de pensar em qualquer coisa e apenas olhar para fora.

Observei o cenário mudar a medida que o chique carro preto se movia pela estrada dura, balançando durante o caminho por conta da pressa. Passamos ate mesmo em cima de corpos mortos na rua.  

Cidade. Campo. Campo. Grades. Cidade. Campo. Sangue. Mortes.

Eu ja tinha visto 24 andantes e 20 vivos no caminho.

Nao paramos para ajudar nenhum dos vivos, mesmo com minha insistência. Parei de tentar depois de algum tempo. Eu mantinha os gritos deles vivos em minha mente.

Meu pai dirigia insistentemente , e em nenhum momento respondeu aos meus chamados. Seus óculos redondos pendiam perigosamente por seu nariz, e eu conseguia ver um olhar cheio de loucura estampado em sua face. 

Por que eu estava aqui?

Eu tinha sido mordida.

Mas estava viva.

Como? 

Observei o sangue vermelho passar pelas faixas pálidas em meu braço, e praguei levemente pela minha própria burrada. Eu simplesmente queria ver a luz do sol, respirar o ar puro da manha, e acabei esquecendo de checar o lado de fora. Qual o mal nisso?

Eu estava com medo.

Muito medo.

Por pura sorte eu tinha decidido passar duas semanas na casa de meus pais, então eu ja estava la com Marley quando tudo começou. Eu tinha conseguido convencer minha mãe a me deixar pegar algumas coisas em casa, a duas horas dali, e acabei me enchendo de coisas. Peguei minhas armas, arco e facão, e algumas roupas, alêm de um kit médico pacato. Ri ao lembrar que sempre me achavam estranhas por preferir essas armas, e não as de fogo que eu tinha acesso. Elas eram muito barulhentas, e barulho não era uma boa opção.

Meu pai era um cientista renomado do CCD, e desde o começo do surto observei uma mudança brusca em seu comportamento. Eu e minha mãe tínhamos decidido ficar em casa , enquanto meu pai preferiu continuar trabalhando, por isso quase nunca o víamos, apenas de vez em quando.

Minha mãe, igual a meu pai, era uma cientista, mas tinha se negado a sair depois que tudo isso começou. As vezes eu ouvia eles conversando escondidos de mim, e consegui captar algumas pacatas informações. Sabia que o vírus que causou isso era uma mutação no vírus da ebola, e descobri que a mutação foi feita artificialmente. 

Adivinha por quem? Isso mesmo, CCD. 

Minha mãe não teve um grande papel nisso pelo que ouvi, e a maioria das vezes que eles conversavam era para discutir. Alguém tinha vasado o vírus de propósito. Nunca descobriram quem exatamente. 

Faz 58 dias desde o começo da praga.

—Estamos chegando- Ouvi meu pai falar, e arrepios subiram por meu corpo, junto com uma pontada de ódio. Eu ja não confiava mais em meu pai , não sabia se ele poderia me machucar.  Eu tinha quase certeza que ele faria de tudo para concluir sua pesquisa, do jeito que ele sempre fazia. 

Por que não fugi junto a minha mãe? Eu também nao sabia. Acho que pelo medo, e pela incerteza .  E não tenho certeza que minha mãe teria coragem de fazer isso, abandonar meu pai em meio suas loucuras. Ela era assim, sempre foi.

Minha mãe apertou minha mão mais forte, e sorri para ela, a acalmando. Notei suas olheiras profundas, e resmunguei.  

Quatro horas antes , ambas ficamos esperando os temíveis efeitos da mordida me derrubar, mas por incrível que pareça não tive sintoma algum. Apenas sentia a dor do local, e muitas vezes ela começava a sangrar novamente, mas nem febre tive. Eu ja tinha aceitado meu destino, mas por uma brincadeira do universo fui escolhida para sobreviver. Não sabia se isso era bom ou ruim.

Eu tinha insistido para minha mãe me dar um tiro, mas ainda bem que ela não fez isso. Se recusou , e implorou para eu não desistir. Ainda bem que não o fiz. 

Quando meu pai chegou em casa e contamos o ocorrido a ele, vi sua expressão mudar de um jeito que me deixou muito chateada e surpresa.

Ele não estava feliz por eu estar viva, e sim por ter uma chance de encontrar uma cura. 

Ironia , não? Ter a cura naturalmente na própria filha do cara que ajudou a causar isso tudo. O universo tem um jeito engraçado de lidar com as coisas. 

Arrumamos rapidamente uma bolsa para cada e fomos com meu pai, mesmo a contragosto. E agora estamos aqui, nesse desconfortável carro , indo em direção a um futuro incerto .

Senti todos os pelos de meu corpo eriçarem juntamente com o meu instinto indicando perigo. Observei meu pai mostrar o crachá para um homem no portão branco, e logo ele se abriu.

Os muros altos e brancos do CCD sempre me deram calafrios, e conseguia relembrar de muitos eventos de minha infância vividos nesse local. Lembro de implorar muitas vezes quando nova para minha mãe ir me buscar. Os corredores brancos e infinitos eram um labirinto para mim, e eu costumava brincar de esconde-esconde com alguns filhos de outros cientistas. Onde sera que eles estão hoje em dia? Vivos? Eu torcia para que sim. 

Consegui distinguir uma movimentação acalorada a frente da entrada, e arregalei os olhos ao avistar uma cerca com vários errantes dentro. Que tipo de show de horror eles estavam fazendo aqui?

Tudo depois disso foi uma espécie de borrão para mim.

Lembro de ter entrado na construção e ter sido apresentada novamente para rostos conhecidos e alguns desconhecidos. 

Lembro de ter sido levada para um laboratório claro e frio, e de me botarem em um avental branco de mesma cor em meu corpo. Não sei onde botaram minhas antigas roupas. 

Lembro de terem costurado a mordida que se tornou o marco inicial de uma cura para eles, e que se tornou minha primeira cicatriz.

Lembro de quando meu pai enlouqueceu e aparentou esquecer totalmente que eu era sua filha.

O desespero de minha mãe com toda essa situação era notável, e o que antes eram exames necessários se tornaram experiências abusivas no mesmo dia. 

Vivia praticamente trancada no quarto, e lembro perfeitamente minha primeira tentativa de lutar contra isso.

" - Bom dia Alexa, vim checar o seu estado - A simpática Senhorita Paige falou, se aproximando de mim com um sorriso frio. Eu a odiava.

Nao me dei ao favor de responder, e simplesmente deixei ela fazer o que quer que ela tinha que fazer. Obviamente tirou mais uma seringa de meu sangue, deixando mais uma marca em meu braço. Eles não tinham cuidado algum comigo, eu era apenas um experimento.

Antes que ela pudesse injetar o líquido queimante que sempre colocavam em mim todo dia, a chutei com minha perna, atingindo de surpresa sua barriga.

Eu tinha conseguido me soltar da cama. Devem ter esquecido de quem eu era antes de me prenderem. De quem eu sou. Treinamento militar ainda servia para algo, mas nao tive tempo de comemorar.

Porém esqueci do fato de que eu tinha emagrecido bastante por conta dos testes e que estava debilitada pelo tempo deitada, e foi ai que meu plano falhou.

Acabei escorregando no piso e caindo, o que deu tempo dos guardas entrarem e deixarem meu mundo escuro."

Por um tempo acabei desistindo de lutar, e passei a observar tudo ao meu redor, toda a cansativa rotina e a personalidade das pessoas que me cercavam, principalmente os cientistas. Ah, os cientistas.

Minha mãe vinha me ver de tempos em tempos, e eu conseguia sentir o medo em seu olhar, mesmo quando a boca dela dizia o contrário. Eu não sabia onde estavam a mantendo.

Acho que a única pessoa alêm de minha mãe que me ajudava a passar por tudo isso era Abraham. Ele tinha sido designado para ficar de olho em mim, e acabou deixando a carranca para trás e se tornou meu amigo. Lembro de seu sorriso triste ao trocar de lugar com os humanos de jaleco branco.

E sim, acabaram por descobrir que meu corpo realmente era imune ao Vírus Z, no qual o nomearam. De algum jeito meu corpo tinha conseguido combater a invasão das células, criando anticorpos poderosos contra os invasores. 

Mas eles não estavam conseguindo duplicar esse feito.

E eu é quem acabei sofrendo as consequências disso.

E sabe o pior? Descobri que alguns errantes na cerca eram próprios cientistas e parentes de cientistas do CDC, que por algum estranho motivo decidiram ser cobaias para esse experimento.

Pelo menos eu torcia para terem sido voluntário. 

 


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Notas finais do capítulo

Leiam as notas iniciaiss!

O que acharam? Eu sei, foi um capítulo bem curto, mas queria a opinião de vocês sobre como vou contar o passado dela. Provavelmente farei varios desses "flashbacks"

Comentem, e obrigada a todos pela compreensão!