A Cura Entre Nós escrita por Duda Borges


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Bom dia amoress! ADIVINHA QUEM QUASE MORREU DE FELICIDADE HOJE? EU! A cura entre nos recebeu a SEGUNDA RECOMENDAÇÃO!! obrigada mesmo a Léo Yashima, amei muuuito suas palavras e fiquei muito feliz mesmoo! Obrigada mesmo ♥3
E obrigada a Nathalia, Signora , Bianca Rocha, Maggie e Poupee( apareça mais por aqui ♥) pelos lindooss ocmentários! Espero que gostem do capítulo. Qualquer erro me avisem!



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Pov Maggie Greene - Arredores da prisão.

Soltei um longo e demorado bocejo, aproveitando os pálidos raios solares que passavam por entre as janelas opacas do veículo vermelho. Acabei me acostumando com o fato de dormir em carros ou muitas vezes no próprio chão, mas infelizmente minhas costas ainda não. Me alonguei rapidamente, soltando um gemido baixo de dor.

Levantei lentamente da cama improvisada, fazendo soltar um rangido no velho banco do carro escolhido. Incrivelmente também tinha me acostumado a dormir de roupa e sapatos, e a maioria daqui fazia o mesmo. Isso nos salvou de algumas situações de urgência varias vezes.

—Bom dia. - Uma voz sonolenta falou, e senti um beijo seco em minha testa. Abri um sorriso na hora, mesmo sem ter visto quem é que era. - Café? - Glenn perguntou, me erguendo uma xícara com o líquido preto cor de petróleo e uma barrinha de cereal. Sorri e assenti, pegando da mão dele. Belo jeito de começar o dia.

—Preocupado com hoje? - Perguntei, enquanto ele se sentava ao meu lado. Avistei Carl conversando com Lori ao longe, que passava a mão na grande barriga.

—Para ser sincero, não estou nada preocupado. - Falou, e o encarei, surpresa. Sabia que ele era bem confiante, mas não tanto. - Quer dizer, estou, sempre estou, mas depois de tudo que passei com esse grupo, não duvido nada deles. - Deu de ombros, passando a mão pelos cabelos escuros.

— Verdade. - Assenti com a cabeça, pensativa. Nem ligávamos mais para a nossa aparência de manha, o que tornava a cena até cômica. Avistei Alexa saindo de trás de um carro, totalmente descabelada e com a cara inchada, alêm dos olhos vermelhos. Abri um sorriso, logo o fechando. Soltei um suspiro, nao achava legal a ideia de ela entrar la sozinha. 

—Você sabe que ela vai ficar bem. - Disse Glenn, reparando para onde eu olhava. Assenti novamente, dando uma mordida na barrinha, que fez o gosto de maça se espalhar por minha boca. Barrinha de cereais de frutas.

—Não é bem com ela que estou preocupada.- Admiti, olhando a minha doce irmã dormindo no carro do lado. Seus cabelos loiros estavam caídos por seu rosto, que apresentava uma expressão calma e contida, como se não estivessemos em um apocalipse.

Beth não pode ser considerada a melhor pessoa para lidar com situações extremas, e tinha conseguido manter sua pureza mesmo em todos os momentos de crise , o que quase ninguém tinha mais. Sabia muito bem que ela era fraca, fraca para essa vida, fraca para as perdas continuas que temos, e tinha muito medo de ela tentar algo novamente. Não ia aguentar minha irmã partindo por escolha própria.

—Ela vai se acostumar, fique tranquila . - O coreano falou, e sorri grata para ele. Me achava privilegiada e muito feliz por ter tantas pessoas amadas ao meu redor, e para mim ele foi um presente. Alexa também. Únicos presentes que o apocalipse me trouxe. Sorri para meu pai, que nos encarava ao longe.

Pov Alexa Lee.

Você ja se perguntou o que é viver?

Correr, achar um lugar seguro, procurar comida, matar, e correr novamente. Esse é o ciclo continuo que o apocalipse nos proporcionou , tentando sobreviver a cada dia com o que conseguimos. Isso é viver?

Tenho saudades de nadar, de meus amigos, minha família, o doce gosto de um picolé derretendo em minha boca, do animado latido do meu cachorro, de voltar caminhando da faculdade na ansiedade de poder chegar em casa e ler um livro. Pra mim , aquilo era viver. 

Por algum tempo depois do começo de tudo isso, sobreviver era o suficiente, permanecer viva e respirando era um presente. Ja pensei muitas vezes em tirar minha vida, mas para mim seria uma espécie de egoísmo jogar fora a sorte , ou azar ,que a vida me trouxe.

Por mais estranho que pareça, a presença de outras pessoas foi como um tapa para mim. Eu realmente não pensava que viveria mais junto a outros, e isso tinha me dado um objetivo, uma vontade. Agora eu não estou apenas sobrevivendo, estou vivendo em busca de um mundo melhor. Para eles, e para mim mesma.

—Alexa, quer café? - Uma voz fraca chegou aos meus ouvidos, e fiquei momentaneamente confusa por conta de meus pensamentos acelerados. Lori me olhava com um sorriso contido, enquanto me alcançava uma pequena xícara com café dentro. 

—Desculpe, estava distraída, muito obrigada.- Falei animada, abrindo um sorriso longo, o que a pareceu animar mais. Nunca tive problemas com Lori, e nesses tempos de estrada tinha me aproximado bastante da mesma. A observei enquanto se afastava , indo em direção ao marido, que parecia conversar algo importante com o caçador.

Sua barriga ja estava enorme, e me batia uma grande tristeza ao ver como ela estava magra ao mesmo tempo. Mesmo com todos os nossos esforços de manter ela alimentada direito, esse período na estrada tinha acabado com a gente. Mas eu sei, sei muito bem, que esse neném vai sobreviver.

— Se preparem pessoal, daqui a pouco vamos. - Rick avisou, passando pelo acampamento. O encarei, assustada. As pessoas mal tinham acordado.

Avistei Carl arrumando algumas coisas junto a Carol, que sorria alegre para o menino. Eu não tinha o mínimo de rancor em relação a ela, ainda mais sabendo de sua história, e tentava manter a melhor relação possível . Não fazia nem noção da tristeza que deve ser perder uma filha para esse mundo, mas o que nos dava um certo alivio era pensar que ela não precisa mais sofrer por conta disso.

— Pronta para arrasar hoje? - T-Dog perguntou, sentando ao meu lado rapidamente, animado, e sorri para ele. Incrivelmente, ele conseguia me fazer rir sempre, como Glenn e Maggie, e eu era muito feliz por conta disso. Estavam sempre ajudando um ao outro.

—Quando que nao estou? - Perguntei, risonha, terminando meu café. Algumas pessoas começaram a se aproximar de nós, tendo o café entrego por Lori, que agora tinha deixado de falar com o marido.

Café. Como eu amava essa palavra. Pelo menos era um luxo que ainda tínhamos, mas tambêm estava no fim.

O caminho ate chegar na prisão foi silencioso e contido, todo mundo apenas apreciando os sons da floresta de manha. Tentei me equilibrar sob os trilhos abandonados que tinham la, e logo Maggie e Carl me acompanhavam.

—Poxa Carl, acho que tu ganhou! - Falei, quando dei um tropeço e cai de cima dos trilhos, fazendo o menino sorrir vitorioso. Ri e desarrumei seus cabelos, logo botando o chapéu de volta.

E quando eu percebi, ja estávamos todos com as coisas prontas e postos perto da prisão, a alguns metros de nós. Soltei um suspiro , nervosa.

Eu estava usando uma legging rasgada que eu ja tinha antes, alêm de uma blusa comprida listrada que antes pertencia a Maggie. Estava com o meu cinto de facas bem preso ao redor de minha cintura, alêm de ter meu facão e meu arco bem postos em minhas costas.

— Isso que eu chamo de pronta para guerra. - Maggie falou, se aproximando de mim. Ela usava sua típica blusa vermelha soltinha, e usava uma calça surrada, com alguns furos estilosos. 

—Estilo do apocalipse, fazer o que.- Continuei, dando risada com a minha amiga. Beth sorriu também, tímida como sempre.

— Vou repetir mais uma vez. Eu e Carl vamos para a torre ao norte, Carol e Daryl na localizada ao sul , Gleen e T dog nessa aqui - Rick falou, apontando para as respectivas torres ao redor do pátio, nos fazendo ficar quietas. Rick tinha decidido dar uma chance para Carl.

—E a gente? - Lori perguntou, com uma expressão impaciente e preocupada. Lancei um olhar significativo para ela.

—Os que eu nao falei o nome vão permanecer entre a grade de fora e a de dentro, chamando a atenção dos errantes para longe de Alexa, enquanto os matamos das torres. Estao com ar armas ai? - Falou, e avistei as pessoas concordando com a cabeça. Tinhamos conseguido lanças de madeiras, pás, pedaços de ferro, tudo para conseguir mata-los por entre as grades.

— Fica tranquila, eu mato todos os errantes que se aproximarem de você. - Carl falou, me dando um leve abraço. Sorri, contente. Esse menino tinha de teimoso o mesmo tanto que tinha de amoroso, mesmo tentando ser um adulto sério a maior parte do tempo. Comecei a pensar em locais para conseguir quadrinhos para ele.

—Alexa, você vai entrar e correr direto para o portão, entendido? Nada de se arriscar, e nem fazer loucuras.- Rick continuou, agora olhando diretamente para mim.

—Com o que ela vai fechar o portão? Acho que esta com o fecho arrebentado. - Glenn perguntou, e senti um frio na barriga. Problemas agora não eram uma boa ideia.

—Ja cuidamos disso. - Disse Daryl, e Rick tirou uma espécie de algema de seu bolso. Movi a cabeça, confusa.

Depois que eles finalmente me explicaram como usar a algema estranha, achamos um ponto estratégico na primeira cerca, e Glenn veio com um alicate gigante.

Nao quero nem saber onde ele conseguiu isso.

— Alexa. - A voz do caçador chegou aos meus ouvidos, e senti todos os meus pelos se eriçarem por conta da voz grossa. Permaneci imóvel. Senti o toque de suas mãos puxando delicadamente meu braço, e finalmente o olhei. - Tome cuidado, por favor.

—Você também. - Falei, abrindo um sorriso mínimo. Sua presença tinha efeitos duvidosos sobre mim, mas ambos orgulhosos não queriamos admitir isso.

Ficamos nos olhando por mais alguns segundos, e nenhum de nós conseguia e nem tinha forças para desviar o olhar. Até que um aviso de Rick nos chamou a atenção, e decepcionante nossos olhares se desencontraram.

—Prontos? - Rick falou, e todos nos assentimos, a postos. Segurei meu facão firmemente em minha mão , reconhecendo a inutilidade de meu arco no momento. Senti o peso da algema em meu cinto.

 Glenn abriu a primeira grade, e logo todos nós começamos a passar por ela rapidamente, sendo fechada por T- dog bem a tempo do primeiro errante atraido pelo grupo aparecer. Me arranhei um pouco, e o formigamento aumentou. Gleen soltou uma risada nervosa. 

Estavamos cercados pelos dois lados, pois estavamos em uma espécie de corredor entre grades que se seguia por praticamente todo o campo, me causando uma espécie estranha de claustrofobia. Tentei ignorar os gemidos insistentes dos mortos ao nosso redor. 

Começamos a correr. Eu sentia a adrenalina pulsando em todas as partes de meu corpo, e me ocorreu um arrepio intenso na espinha, me mantendo alerta. Avistei Carl subir em uma torre, e logo Lori , Hershel e Beth começaram a gritar mais para o lado, abrindo um espaço livre de errantes. Chegou a hora.

 

T dog cortou o  outro arame. Eu estava dentro.

Após fecharem de qualquer jeito o buraco, comecei a ouvir gritos de incentivo e de distração, mas em momentos de pura ação eu passava a ignorar totalmente barulhos desnecessários, focando apenas no essencial.

Os errantes antes distraidos por conta dos outros passaram a me notar, e logo alguns deles me alcançaram. Consegui ouvir Lori gritando mais alto a medida que eles se afastavam, e me senti grata por sua tentativa. Entrei em ação. Girei meu corpo rapidamente, avistando meu objetivo. O portão a uns 200 metros de mim. Soltei um suspiro e trinquei os dentes, tentando me concentrar. 

Decepei a cabeça de um errante podre que erguia a mão para me alcançar, e derrubei outro ao chão, me pondo logo a correr. Como Rick disse, foquei menos nos mortos ao meu redor e coloquei mais energia em meus pés, em uma corrida incessante e frenética.

Insipira, expira, inspira, expira.

Consegui avistar de canto de olho Beth matando um errante com uma pá, alêm de ouvir alguns tiros pelo caminho. Uma flecha foi cravada na cabeça de um errante bem ao meu lado, mas nao tive tempo para analisar a situação. A corrida continuava. O formigamento aumentava.

Quanto mais perto eu chegava do portão e da torre que tinha ao lado, mais preocupada eu ficava. Não tinhamos visto antes, mas o outro lado do portão estava completamente tomado de andantes destraidos, que saiam de todos os cantos. E eles tinham começado a me notar. 

Simplesmente joguei meu facão em um errante, nao tento tempo de checar se tinha acertado, e peguei as algemas na mão, acelerando o passo ao máximo.

Senti algo me segurar, então me joguei no chão, desviando de alguns errantes que estavam pertos demais de mim. E finalmente cheguei ao portão, praticamente pulando em cima do próprio. Minhas mãos estavam tremendo e suando, o que dificultou meu trabalho. O pânico aumentou.

—Droga,droga. - Murmurrei a mim mesma, quando quase deixei as algemas cairem no chão. Sentia eles se aproximando.

E finalmente consegui prender elas nos dois lados, fechando com força o portão. Mãos mortas me seguraram quando a fechei, e logo me afastei, encarando meu trabalho recêm-feito. Errantes prensavam seus rostos podres nos buracos da grade, em uma tentetiga inútil de me alcançar.

Soltei um suspiro nervoso, e olhei para trás, me deparando com uma pequena multidão de mortos que seguiam em minha direção, sedentos por sangue e carne . 

Abri um sorriso vitorioso, e soltei um grito, pulando. Segui correndo para a porta da torre, e logo pude ouvir tiros a todo o vapor do lado da porta.

Conseguimos.

Abri outro sorriso, sentindo o cansaço da corrida cair sobre mim, e o formigamento diminuir.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Esse capítulo foi mais ação mesmo, mas mesmo assim , espero que tenham gostado!



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