Kandor: as chamas da magia escrita por Sílvia Costa


Capítulo 1
Prólogo - Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Esse prólogo é narrado pela personagem principal, Diana. Se passa quando ela tinha 5 anos. Dei um título a ele e não somente 'prólogo' porque ocorreu um imprevisto no site e esse capítulo ficou indisponível para acessos por um tempo.
Nos outros capítulos ela estará crescida.

Algumas coisas eu vou explicando ao longo da fic.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726742/chapter/1

Nunca houve um só dia em que eu me cansasse de olhar as flores do jardim do palácio de Kandor. As rosas dominavam o ambiente mas outras espécies, de diversas cores, enchiam os canteiros em qualquer época do ano. Eu gostava de correr pelos jardins e brincar com as outras crianças, principalmente com Ariana, ou de ouvir histórias de Nãna, minha babá, debaixo das árvores. Ela dizia que o reino era muito grande, de muitos segredos e que havia mais a se conhecer além do muro branco que protegia minha família. Eu não entendia do que alguém deveria nos proteger já que os dias passavam calmos. Naquela época eu não via a necessidade de termos homens armados para vigiar os portões ou o motivo de haver guardas na entrada do palácio e outros que eu, escondida atrás das cortinas, costumava ver saírem da Sala de Segredos. Era assim que eu chamava a sala do trono já que ninguém me deixava entrar lá quando meus pais estavam reunidos com o Conselho, um bando de sete "vovôs" que andavam sempre juntos. Eu achava que eles saíam dessa forma para não se perderem pelos corredores do palácio. Admito que não eram tão vovôs assim mas alguns tinham pelo menos uns bons fios brancos.

— Que garotinha mais linda — dizia um deles.

— Garotinha, por que não vai brincar em seu quarto? É muito pequena para ficar espiando os outros atrás das cortinas. — Completava o outro com um meio sorriso no rosto.

Eu tinha apenas 5 anos e acreditava que muita coisa estava errada ou era desnecessária, mas o tempo veio me mostrar que havia muito mais do que eu conseguia ver com aqueles olhos de criança.

Certa vez, meu pai saiu com muitos guardas e eu não conseguia dormir por mais histórias que ouvisse. Em um momento em que Nãna saiu do quarto, eu desci as escadas como um raio procurando pela minha mãe. Os guardas estavam agitados e circulavam pelo palácio cumprindo ordens de meu tio e armados com espadas, lanças e ainda outros com flechas. Mamãe estava na varanda da Sala de Segredos, os olhos fixos no horizonte onde nuvens cada vez mais negras se multiplicavam. Ela tinha o semblante preocupado e apertava fortemente algo nas mãos que estava ligado a um colar. Fios de luz escapavam por entre seus dedos e eu fiquei admirando eles, raios azuis que se estendiam por poucos centímetros mas que me prendiam, me chamavam.

— O que eu já lhe disse sobre espiar, Diana?

Mamãe nem olhara para trás para me chamar, provavelmente tinha olhos nas costas. Assustada eu derrubei um dos vasos na porta e entrei tropeçando nos meus próprios pés vendo que Nãna corria em minha direção, provavelmente zangada por não me encontrar no quarto.

— Diana... Imperatriz eu sai para buscar um chá e... nós já vamos voltar para o quarto...

— Deixe a criança Nãna. — Disse mamãe me pegando no colo. — Você não consegue dormir, não é?

— Por que o papai saiu? — Perguntei com os olhos fixos no colar, tentando ver o pingente que ela escondeu sob o vestido longo, verde com detalhes dourados nas mangas e na barra, que ficava muito bem nela. Aliás, mamãe ficava linda não importava que vestido usasse. Seus cabelos castanho-claros emolduravam o seu rosto com perfeição. Sempre desejei ser mais parecida com ela mas acho que, na disputa para ver como eu seria, os cabelos escuros de meu pai venceram.

— Para resolver algumas coisas, querida. Não vai demorar.

Naquela noite eu lembro que fiquei horas brincando com mamãe mas de vez em quando eu me virava para a janela, onde as nuvens negras ainda cobriam o céu, hora agitadas, hora mais calmas. Quando meu pai retornou no final do outro dia eu tive a impressão de que voltaram menos guardas do que tinham saído, entretanto por mais que eu perguntasse ninguém quis me dizer o que exatamente eles foram fazer. Eu perdera um primo, Adones, para a tristeza de meus tios John e Martha, meus pais me prometeram que tudo ficaria bem dali para frente e isso foi tudo que pude saber.

Alguns meses depois uma sombra se abateu sobre o palácio e eu fiquei órfã. As brincadeiras perderam a graça, meu tio Clermon assumiu o trono e Solano, o chefe do Conselho, assumiu minha educação. E assim todos esperavam me preparar para um reinado feliz e tranquilo mas não era bem isso que o destino tramava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Vou contar um pouco sobre a família de Diana. Ela é filha de Frida e Arth, Imperatriz e General da Guarda, respectivamente. É filha única e tem 3 primos: Adones, Marcon e Ailla. Vocês vão conhecê-los depois, bem como os pais deles; Martha e John, Aurora e Clermon.
O que teria acontecido naquela noite?

Ficou curioso (a)? Então é só acompanhar que está só começando essa aventura!

Comentem :*