Maura e Jane.

— Será que elas se perderam no meio do caminho? -Perguntou Jane.

— Não. Elas devem ter pegado alguma fila no supermercado. O bom da demora e que terminamos a tempo a limpeza. Agora e só esperar elas chegarem para decidirmos qual filme iremos ver. Maura respondeu.

— Será que elas já estão se pegando? – Jane perguntou pensativa.

— Se depender da Regina, nem resfriado. Ela não é de se jogar assim de primeira. – Maura respondeu.

— Então ficarão no eterno “0x0”, por que a outra lá também e assim. Emma sempre foi muito cautelosa, em relação a relacionamento.

— Não sei não, mas acho que elas só estão com medo do sentimento não ser reciproco. E você Jane?

— Eu o que? – Jane perguntou sem entender o porquê da pergunta.

— Você também e como a Emma, ou vai atrás da pessoa que você gosta? – Maura perguntou de repente, e tentava saber de onde tirou coragem de fazer aquela pergunta.

— Hum... eu... Creio que seja assim como a Emma. Mas também depende muito da pessoa na qual eu esteja interessada.

— Compreendo. Mas você e muito namoradeira? – Maura perguntou já curiosa com resposta.

— Não. Na verdade, e difícil eu ficar muito tempo com alguma namorada, elas não aceitam muito o meu serviço, ainda mais por que as vezes fico mais tempo dentro do departamento do que em casa mesmo. – Jane disse.

— Não e isso que escutei no departamento. – Maura comentou.

— Como? O que você escutou no departamento? – Jane perguntou preocupada, já pensando que dependendo do que a loira havia ouvido suas chances com ela estavam caindo.

— Que você é daquelas que nem vento passa. – Maura disse rindo pois viu a cara que Jane fez ao ouvir aquilo.

— Really? Me diga quem está falando isso de mim que amanhã irei tirar satisfações, isso e mentira. Eu não sou desse jeito. – Disse uma Jane com a cara emburrada.

Maura havia achado fofa a expressão da morena a sua frente. E se aproximou.

— Não se preocupe Jane, eu não acreditei em nada que eles disseram, sei que você não e desse jeito. – Disse, mas já sendo interrompidas por duas pessoas que chegavam em casa.

— Chegamos meninas. – Emma disse entrando em casa.

— Nossa você duas formam uma bela dupla, quem é “Marinete” e a “Solineuza”? – Regina brincou.

— Nossa quanta graça. O que vocês trouxeram para comermos? – Jane perguntou.

— Trouxemos coisas para cada uma fazer. Regina disse que fará uma brusqueta, Maura ela disse que você sabe preparar uns drinques, eu ficarei responsável por estar limpando a sujeira e você Jane fará a parte mais difícil.

— O que? – A morena perguntou ansiosa.

— Desinformar a lasanha que está congelada e colocar no forno. – Emma disse já rindo da situação.

— Não achei graça nenhuma dessa brincadeira sua. Aguarde e verá, isso terá troco. – Jane respondeu.

As mulheres juntaram-se na cozinha em meio a risadas e brincadeiras, elas estavam fazendo cada uma o que foi dito. Regina, Emma e Maura terminaram seus afazeres, queriam ir para a sala, mas antes pensaram como deixariam Jane sozinha naquela cozinha, Maura então resolveu ficar deixando as outras duas mulheres mais à vontade. As outras duas foram para sala tentar escolher um filme para que elas pudessem ver.

— Eu prefiro  uma animação. – Emma disse sorrindo.

— Como? Será que estou com uma criança aqui e não sabia?  Prefiro algum assim de suspense ou terror, são os meus favoritos. – Regina falou.

— Serio? Não gosto muito disso. Prefiro então os filmes de ação da Jane, do que ver terror. – Emma respondeu.

— Isso tudo e medo senhorita Swan? Uma mulher da sua idade com medo de ver um filme de terror? – Regina brincou.

— Medo, Eu? Jamais Mills. Só não gosto desse tipo de filme. Qual tipo de filme a Maura gosta? – Perguntou Emma tentando tirar a atenção dela.

— Ela gosta daqueles romances agua com açúcar que se você prestar atenção se torna diabético. – Regina respondeu revirando os olhos.

As duas mulheres acabaram rindo do comentário feito, elas então se olharam e parece que o mundo havia parada para as duas, era como se tivesse somente as duas naquela casa, sozinhas perdidas em seus pensamentos, uma ou a outra querendo quebrar uma linha imaginaria que se formou entre elas, olhares mais do que penetrantes e intimidantes, o verde tentando penetrar o castanho, pequenos sorrisos eram demonstrados, olhos caíram para os lábios que se tornavam tão convidativos.

Maura havia deixado Jane um pouco sozinha na cozinha para ver se as outras duas mulheres haviam escolhido que tipo de filme iriam ver, mas ao chegar na porta parou, pois não queria atrapalhar aquele momento que estava instalado, ela parou e sorriu. A loira sempre teve um carinho por sua amiga morena, Maura sempre desejou que Regina encontrasse o amor verdadeiro, alguém que a fizesse feliz, até com um simples sorriso.

Maura havia prestado atenção em sua amiga quando ela estava perto da loira, parecia que Regina havia derrubado o muro criado pelo passado da mulher. Ela não via Regina sorrindo com tanta vontade desde de quando conheceu a jornalista e elas começaram a ter uma amizade.

Várias vezes Maura havia reparado que ao tocar no nome de Emma, Regina sempre soltava um sorriso, mesmo que fosse um sorriso tímido, mas ele sempre estava lá, ou até mesmo quando a morena estava cozinhando algum tipo de comida e ela lembrava que Emma havia dito se gostava ou não daquilo.

Emma e Regina ainda estavam em sua bolha particular, Emma por sua vez foi mais além, tirou uma mecha de cabelo que estava caído sobre os mais belos olhos castanhos que ela já havia visto. Deixando um Regina vermelha de vergonha por tal ato. Suas faces foram se aproximando ficando em uma distância que só poderia escutar um sussurro dentre as duas mulheres.

Mil pensamentos se passavam na cabeça de Emma, mas nenhum que captasse mais a atenção do que os lábios visto a frente, tão pertos, tão vivos.

— Você fica tão linda quando está envergonhada. – Emma disse quebrando o silêncio.

Antes que Regina pudesse responder a observação, as três mulheres que estavam na sala elas escutaram um alarme de fumaça sendo acionado.

— JANE!!! – As Três gritaram ao mesmo tempo, vendo uma Jane correndo em direção a sala.

— Não foi eu dessa vez, sou inocente. – Jane disse mais assustada que as outras mulheres.

— Espera esse não é o alarme de fumaça e sim de incêndio. – Emma fala, já puxando Regina que ainda estava sentada no sofá estática.  Única coisa que deu tempo foi delas pegarem suas bolsas, e saírem em disparada para a saída do prédio que já estava tomado por fumaça.

Ao saírem do apartamento perceberam que a fumaça estava vindo de um dos apartamentos que ficava ao lado do de Jane.  O corpo de bombeiro havia sido acionado e tinham acabado de chegar. Ficaram um certo tempo esperando para que o fogo fosse apagado, mas de acordo com o corpo de bombeiro nenhum dos moradores poderiam voltar para seus apartamentos antes que a defesa civil fizesse a vistoria em todos os apartamentos, e essa vistoria só seria feita no dia seguinte.

— E lá se foi nossa noite. – Jane disse sentada

— E lá se foi mesmo. – Emma retrucou.

— E agora para onde vamos? Lá na casa da Ma não cabe mais nem vento. - Jane perguntou olhando para sua amiga.

— Vamos para um hotel, aquele que tem aqui perto. – Emma deu a ideia.

— Vocês podem ficar lá em casa conosco. – Maura falou sem ao menos pensar.

— Podem? – Regina perguntou assustada olhando para sua amiga.

— Não queremos atrapalhar vocês, eu e Emma vamos para um hotel, e só até amanhã mesmo.

— Que isso Jane, vocês não iram atrapalhar, agora vamos, porque precisamos descansar.- Maura disse caminhando para seu carro. Vendo que não tinha outra alternativa as outras mulheres seguiram a loira.

Apartamento Maura e Regina.

— Então Jane e Emma, temos um sofá cama aqui na sala e outro no escritório de Regina, quais das duas ficará aqui e outra no escritório? – Maura perguntou.

— Eu posso ficar aqui na sala e a Emma para o escritório, ela ronca. – Jane brincou.

— Eu? Olha quem fala, até parece que sou eu a sonâmbula da família.

Maura e Regina estavam paradas lado a lado vendo as duas mulheres parecendo duas crianças brigando uma com a outra.

— Tudo bem crianças o Playground está fechado hoje anoite. Vamos senhorita Swan, me siga que te levarei até meu escritório. – Regina disse já caminhando para o local. Emma a seguiu e ao entrar ficou assustada com a beleza.

— Nosso como e lindo. – Disse Emma olhando as várias esculturas que tinha na mesa e quadros nas paredes.

— Sim. Sempre gostei de arte. Todos os tipos em geral. – Regina disse sorrindo, e olhando um em especial.

— E aquele ali, quem pintou? – Emma perguntou ao ver os olhos da mulher brilharem.

— Foi meu pai. Ele pintou um momento em que eu e a Mamãe estávamos brincando no parque.

— Nossa deve ter sido emocionante esse momento, vocês lá brincando e ele as pintando. – Emma comentou mas viu o sorriso da mulher desaparecer.- Regina o que houve? Falei alguma coisa de errado.

— Tudo bem Swan. São coisas do passado que vieram em minha mente, um dia te contarei a minha história. Agora pode ficar vontade, vou trazer um travesseiro e um edredom para você se acomodar. Você gostaria de uma roupa para dormir?

— Não obrigada. Eu durmo com a minha roupa mesmo. – Emma agradeceu.

Regina saiu do local e deixou Emma pensativa e curiosa para saber um pouco mais da vida da morena, foi tirada dos seus pensamentos com o retorno da mesma.

— Senhorita Swan aqui está, espero que você tenha uma boa noite caso preciso de alguma coisa, meu quarto e no final do corredor. – Regina disse já se despedindo a loira.

— Sim, e Regina muito obrigada, e desculpo pelo incomodo. – Disse Emma tentando não focar naqueles olhos cor de avelã que a deixava totalmente perdida.

— Não tem de que. E não há incomodo algum.- Regina disse sorrindo e saindo do local.

Sala – Apartamento

— Jane, espero que você esteja confortável aqui. – Maura disse.

— Não se preocupe Maur, estrei sim. – A outra disse sorrindo.

— Então tenha uma ótima noite e até amanhã. – Maura disse já se encaminhando para o seu quarto, mas foi parada por Jane a segurando pelo braço.

— Maur, muito obrigado por está nos ajudando. – Jane disse e antes que toda sua coragem se desvairasse ela levou seus lábios até o rosto da mulher deixando um beijo bem próximo a boca.

— Por nada, Jane. – Maura disse sorrindo e deixando a morena parada na sala.

— Será que fiz o certo? – Jane ficou se perguntando por um tempo e depois resolveu deitar, pois o que havia feito estava feito, agora era só aguardar as consequências.

Escritório Regina

Emma estava deitada, mas rolava de um lado para outro, havia se arrependido de não ter pego uma roupa de dormir quando Regina havia a oferecido. Pensou se levantava ou não para ir ao quarto da mulher pedir uma roupa emprestada. Ficou um tempo parada olhando para o teto e resolveu ir até o quarto de Regina ver se ela estava acordada.

Ao sair pela porta do escritório viu que a porta do quarto estava entre aberta, então pensou que a outra estava acordada ainda, foi em direção ao quarto e quando se aproximou um pouco mais teve uma visão que não sabia explicar se estava sonhando ou se era verdade mesmo.

Após sair do seu escritório, que agora seria o quarto de Emma, Regina foi em direção ao seu  para se preparar para dormi. Resolveu tomar um banho, pois estava cansada e queria relaxar um pouco, ligou a torneira da banheira e a deixou enchendo por enquanto que se despia. Ficou um certo tempo dentro da banheira só sentindo a agua sobre seu corpo a deixando relaxada, mas no fundo seus pensamentos estavam longe, longe até certo ponto pois, eles paravam dentro do seu escritório.

Regina se pegou pensando se Emma já estava dormindo ou acordada. Sentia que algo dentro de si estava mudando em relação a loira. No fundo ela tinha medo desses sentimentos de aflorassem e ela não pudesse se controlar. Resolve sair da banheira pois a agua já estava esfriando, quando levou sua mão para pegar sua toalha percebeu que ela não estava lá, então teria que ir nua para seu quarto pegar uma toalha, levantou mesmo assim, mesmo que teria de enxugar o caminho que estava sendo feito pelas gostas de agua que caiam do seu corpo.

Ao chegar perto da cama percebeu que porta do seu quarto estava entre aberta, mas a luz do corredor estava apagada, não se importou então virou-se para seu guarda roupa pegando uma toalha, quando de repente sentiu uma presença, ao se virar viu que era Emma.

A loira ver que tinha sio vista, saiu mais que depressa voltando para seu quarto, se xingava mentalmente por ter ido até aquele quarto, porque não deixou isso de roupa para lá, ou então até mesmo dormia somente de roupas intimas. Ela rezava para que Regina na a tivesse visto. Emma rezava para que seu anjo da guardar intercedesse por ela, mas parece que ele estava dormindo, pois em questão de minutos ouvi batidas na porta.

— Senhorita Swan. – Regina a chamou.

Emma não sabia o que faria se levantava e atendia, ou se fingia que já estava dormindo.

— Sei que você está acordada, por favor pode abrir porta? – Regina tentou mais uma vez.

Emma vendo que não havia saída, resolveu abrir a porta.

— No que posso ajuda-la? – Emma perguntou tentando disfarça todo o desconforto que estava sentindo.

— Na verdade eu que faço essa pergunta. O que a senhorita queria? – Regina perguntou.

— E por que acabei arrependendo de não ter aceito a roupa de dormir que você me ofereceu, então fui até lá para te pedir uma, mas acabei vendo o que não devia. – Disse sem graça.

— Por que você diz que viu o que não devia? – Regina perguntou, pois, estava gostado de ver a mulher toda vermelha de vergonha.

—. Voc... Você, estava em seu quarto, totalmente acomodada, e eu acabei vendo você nua. – Emma atentou explicar.

— Senhorita Swan, até parece que não temos as mesmas coisas. E você nunca viu uma mulher nua? – Regina perguntou.

— Só que você e bem mais bonita nua. – Emma soltou sem sentir o que havia falado. – Me desculpe.... Eu não quis dizer isso.

— Então quer dizer que você não me acha uma mulher bonita? – Regina perguntou mais uma vez, mas entrando escritório a dentro.

— Que isso. Você e muito bonita sim, tanto vestida quanto nua. – A cada vez que Emma tentava se explicar, acaba se atrapalhando mais e mais. Regina sorria com toda a confusão que loira estava fazendo.

Senhorita Swan posso te fazer uma pergunta? – Regina a perguntou.

— Sim, e claro.

— Você já se sentiu atraída por alguma colega sua de trabalho?

 Emma pensou por um momento e respondeu. – Sim, já. E você?

— Sim.

— E onde essa pessoa está? – Emma perguntou.

— Estou olhando para ela. – Regina deu alguns passos próximo a Emma.

A loira estava com as palavras presas na garganta, não sabia o que pensar ou fazer. Apenas olhava assustada para a mulher sorrindo a sua frente.

— Emma... – Mias um passo, era possível sentir a respiração descompassada de ambas. – Acho que temos um assunto pendente.

Sem um segundo de pensamento, a jornalista fechou o espaço entre elas, só teve tempo de ver um sorriso nascer nos lábios da morena, um sorriso que foi completado com um beijo.