Entre elfos e vampiros escrita por neko chan


Capítulo 29
Rock and Riot


Notas iniciais do capítulo

as meninas pareciam muito ocupadas ultimamente, então resolvi matar a saudade de fazer um momento fofo entre as duas e dar uma folga para elas



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Passaram-se alguns meses depois do primeiro incidente de pegarem alunos com armas suspeitas, mas o caso só pareceu ter parado a algumas semanas atrás quando um dos soldados novato foi pego com uma mini bomba, até agora nenhum deles falou o que pretendia com as armas, mas me sentia um pouco mais aliviada de terem parado, só que depois de pensar um pouco seria mais assustador ainda se ainda fizessem isso e não os acharem. Tentei afastar esse assunto da cabeça enquanto saia com Meren pela rua para comprarmos nossos vestidos para o casamento de Madeleine e Safira que seria em poucos dias.

— Emma. - escuto ela me chamar e me viro a vendo alguns passos atrás de mim - Para de sonhar acordada, já chegamos. - aponta para a loja

— Ah, desculpa. - vou até ela

— Se preocupando atoa, aposto

— Acho que sim. - dou uma pequena risada

— Vamos, não temos o dia todo, não quero gastar a única tarde livre que temos escolhendo roupa

— Pode parecer meio insensível, mas ainda bem que o senhor Lucius teve que resolver as coisas da próxima missão e nos dispensou

— Nem me fale, espero que nossa primeira missão não seja tão complicada

— Eu não confiaria nisso já que o senhor Lucius vai cuidar de tudo, ele provavelmente está escolhendo a pior que pode pegar para os novatos

Entramos na loja e passamos algum tempo escolhendo o vestido, nós duas pegamos um vestido azul, mas os dois tinham aparência diferente, o meu era um simples com algumas rendas na parte de baixo e no fim das mangas, o dela era poucos centímetros mais curto que o meu, era um tomara que caia e tinha um laço enrolado na cintura. Ainda não havia começado a escurecer quando saímos de lá, então tínhamos tempo até termos que voltar para o quartel.

— Quer fazer algo enquanto estamos aqui fora? - pergunto

— Poderíamos ter um encontro, não me lembro a ultima vez que tivemos um

— Já tivemos um encontro?

— Você fez aquelas coisas comigo sem ao menos me pagar um lanche?

— Eu te paguei um lanche a vida toda

— Mas o pagamento para fazer aquelas coisas tem que ser recente

— Ok, então não vamos fazer

— Acho que experimentar coisas novas não faz mal, quem se prende ao passado o tempo todo, não?

— Está tão desesperada por isso que até recusa comida?!

— Veja bem, não desesperada, mas talvez um pouco necessitada

— Se não fossem pelas outras pessoas no quarto você ia me atacar o tempo inteiro, não ia?

— Iriamos fazer aquilo até você não conseguir mais andar

— Nunca achei que diria isso, mas, obrigada Serafina, Francine, Max e Maya, vocês são as grandes salvadoras da minha-

— Ok, ok! - ela me interrompe antes que eu termine a frase e ri - Mas eu mal posso esperar para morarmos sozinhas

— Acho que ainda vamos ter mais alguns anos até isso acontecer

— De qualquer forma, você está me distraindo para não termos um encontro, tenha um encontro comigo! - ela agarra meu braço e fica de balançando para lá e para cá

— Tá, você venceu, o que quer fazer?

— Eu queria-

— Nada de fazer aqui. - a interrompo

— Sem graça. - ela ri - Podemos ir em uma lanchonete então

— Você só pensa em comer?

— Não, não, quer dizer... é, é pra comer sim, mas é um lugar diferente que a Serafina me falou

— Se veio dela provavelmente é uma lanchonete que simula um ritual macabro no meio de uma floresta. - rio

— Parece um lugar normal dessa vez. - ela ri também - É uma lanchonete com tema de cultura humana

— Cultura humana? Achei que fosse quase proibido isso hoje em dia

— O nascimento de humanos é raro hoje em dia e, de toda forma, é um direito dos vampiros e bruxas terem contato com sua cultura passada, vocês são os que tem um elo mais forte com os genes humanos

— Acho que faz sentido de alguma forma.... - suspiro pensando se era mesmo bom ter traços humanos em meu DNA - Como é um lugar?

— É cheio de coisas de uma época que os humanos chamavam de "anos 60", ela explicou um pouco sobre isso, mas não entendi muito

— Ela realmente sabe muito sobre eles. - digo começando a andar

— Ela disse que lê muito

— Não me lembro de termos livros sobre seres humanos em bibliotecas comuns.... - murmuro pensativa para mim mesma

— Ah, é ali. - ela aponta depois de uns poucos minutos de caminhadas

Entramos num local e uma garçonete vampira muito bonita veio até nós com seus patins de 4 rodas, 2 de cada lado, a garota tinha cabelos longos e negros presos com uma fita rosa fazendo um laço, usava uma saia cintura alta de cor rosa bebê e uma camisa listrada que estava com a barra por dentro da saia, eu não me lembro de já ter visto alguém se vestir assim, mas todas as garçonetes pareciam seguir o mesmo padrão, apenas algumas que tinham cabelo solto e saias de cores diferentes, mas sempre variando entre o rosa, o vermelho e o azul claro.

— Bem vindas ao Rock and Riot, eu vou leva-las até uma mesa, me acompanhem, por favor. - diz com um grande sorriso amigável

Era um lugar bem grande bonito, tinha um grande balcão com cadeiras onde algumas pessoas comiam tranquilamente enquanto as garçonetes iam para lá e para cá levanto e trazendo bandejas da cozinha, o chão era alternado entre cerâmicas brancas e pretas fazendo um grande jogo de xadrez nos nossos pés, as mesas espalhadas pelo lugar pareciam os carros antigos que uma vez eu vi em um dos livros do meu pai, no canto havia uma maquina grande que tocava uma musica com uma batida animada e envolvente, no outro lado havia um palco vazio. Nos sentamos e pedimos a comida, Meren comia hambúrguer em qualquer oportunidade que tinha, eu não tinha muita opção além de beber sangue, mas como aquele lugar recebia muitos vampiros eu tinha maiores opções, no fim pedi um milk-shake com sangue de raposa-lagarto.

— Serafina me falou que dividir milk-shake era romântico. - ela diz dando uma mordida no hambúrguer

— Deve ser romântico para 2 vampiros. - ponho a boça no canudo e continuo bebendo

— Não me exclua assim, seu monstro. - ela choraminga - É nosso encontro especial!

— Você bebe sangue?

— Não

— Então acho que não posso fazer nada

— Sem graça. - ela faz beicinho, mas antes que eu respondesse ouvimos um barulho de alguém falando no microfone

— Muito bem, senhoras e senhores, agora começaremos o evento de dança participativa da noite. - diz uma garçonete loira encima do palco e todos aplaudem - Os clientes que quiserem participar venham para os fundos do palco e prepararemos a roupa de vocês, e vale lembrar que os vencedores da noite receberão um vale presente de 500 hons* em qualquer loja da cidade. "De fato é um belo presente, mas quase não vale a pena se não podemos sair muito do quartel", penso olhando para o palco e me viro para ver o olhar animado de Meren, sabia o que isso significava e aparentemente seria obrigada a fazer isso de qualquer jeito.

— Você quer fazer isso, não é? - pergunto suspirando

— Eu quero! - ela diz animada

— Tudo bem. - eu me levanto depois de dar o ultimo gole no milk-shake e ela coloca na boca o ultimo pedaço de hambúrguer e as 3 ultimas batatas

Fomos para trás do palco passando pela grande cortina vermelha, alguns outros casais estavam lá e as garçonetes entregavam as roupas de época para eles, até que uma delas para em nós com uma roupa masculina e uma feminina e percebe seu erro.

— Ah, desculpem, eu deveria ir pegar outra roupa feminina? - ela pergunta educadamente

— Não há necessidade. - digo pegando a roupa masculina das mãos dela, que sorri e nos deseja boa sorte indo para fora

Fomos para uma das cabines que estavam lá propriamente para nos trocarmos, era uma roupa interessante, um casaco preto de couro preto, uma blusa branca, calças jeans marrom claro e um par de sapatos pretos.

— Emma. - ela dá umas batidinhas na minha porta - Já acabou?

— Estou indo. - digo juntando minhas roupas e as deixando no cabide para ficarem ali até a apresentação acabar

Abro a porta e vejo a roupa de Meren, ela usava uma camisa preta sem mangas que se ajustava bem ao seu corpo, uma saia preta com bolinhas brancas de tamanho mediando, uma fita vermelha em sua cintura parecia fazer o trabalho de um cinto e usava uma tiara também preta no cabelo, Meren era bonita por natureza, desde a primeira vez que eu a vi ela era como um raio de sol, mas nunca achei que me apaixonaria de novo por ela apenas a observando, meu maior desejo naquele momento era beijá-la apaixonadamente até poder olhar aquele belo rosto corado com os batimentos cardíacos acelerados.

— Emma? - ela me acorda do meu breve delírio

— Ah, desculpe, é que você está.....

— Ficou estranho em mim, não? - ela diz esboçando um pequeno sorriso e olhando para suas roupas enquanto mexia na barra da saia

— Não, não..... você está maravilhosa. - digo pegando em seu ombro com uma mão e brincando com uma mexa de seu cabelo com a outra

— Obrigada. - ela sorri e cora um pouco - Não vai usar o gel que te deram?

— Meu cabelo não ia dar certo com um topete

— Tentar não mata. - ela diz pegando o gel e tentando ajeitar meu cabelo num topete

Ela conseguiu fazer um topete para o lado, não ficou tão mal, as garçonetes voltaram e disseram que tínhamos que entrar no palco, a loira voltou a falar no telefone e falou as regras que já devia saber decorado, era basicamente, as duplas que parassem de dançar estavam classificadas e a ultima que sobrasse era a vencedora, parecia fácil no começo, apenas acompanhamos os passos que as outras duplas pareciam fazer, talvez aquela fosse a dança dos "anos 60", era bem animada e me fez pensar que era um tipo de valsa para jovens com alguns giros na garota com quem dançavam. Depois de quase 20 minutos começava a ficar cansada, quase todos os outros já haviam se cansado e só sobrara nós e outra dupla, era 2 lobisomens, o garoto parecia estar se esgotando e a garota provavelmente já estava com o pés doendo.

— Meren, aguente só mais um pouquinho, ok?

— Ok, mas oq eu vai fazer

Eu sorrio para ela e começo a dançar um pouco mais rápido e puxando para mais perto, ela logo começa a rir se empolgando com a brincadeira e dança ao meu ritmo, o outro casal tenta acompanhar nossa velocidade sem sucesso, eu giro Meren um pouco mais forte e consigo escutar um pouco de seu riso em meio a musica alta e os outros cliente gritando animadamente para nós, o outro casal fica tão cansado que simplesmente desistem caindo no chão ao mesmo tempo que eu paro Meren a inclinando gentilmente para baixo olhando seu rosto risonho e cansado enquanto o publico aplaude alegremente, a garçonete loira anuncia nossa vitória e entrega nosso premio, fomos para trás do palco para nos trocarmos e falamos um pouco com os outros competidores, que nos parabenizaram e foram bem gentis.

— Viu como Serafina também tem bom gosto? - ela fala enquanto saímos do local, estava começando a escurecer lá fora

— Ela realmente não pode ser classificada como uma coisa só, aquela garota sabe tanto que até parece humana as vezes

— Por que humana?

— Meus pais diziam que eles eram muito curiosos, mas cometiam muitos erros por causa disso, acabavam criando coisas perigosas para si mesmos e para seu mundo

— Por isso os livros deles são confidenciais?

— Provavelmente

— Eles parecem ser uma espécie interessante, seria legal conhecer o mundo deles um dia

— Parece perigoso

— Mas aprenderíamos muitas coisas sobre eles, já sabemos que a musica deles era muito boa e eles tinham um tipo de dança engraçada

Voltamos para o quartel e Meren foi diretamente para o banheiro para tomar um banho alegando que não aguentava seu cheiro de suor, Maya e Max estavam fora, apenas Serafina e Francine estavam no quarto alimentando um corvo e um rato na janela.

— Como foi o dia? Gostaram da lanchonete humana? - Serafina pergunta

— Foi muito bom, obrigada pela diga que deu para Meren..... - parei para pensar um pouco - Porque falou do lugar para ela?

— Vamos dizer que... - ela para um pouco olhando para o teto - Eu achei que se divertiriam lá se tivéssemos uma folga

— Ok.... - apenas aceitei como sempre - O que são esses animais, eles são seus?

— Não são "nossos", são parte de nós, nossos animais familiares

— Achei que eles ficavam com as bruxas o tempo todo

— Eles gostam muito de vagar por ai, fazem alguns trabalhos para nós, não gostam muito de ficar em um lugar só, se acostumaram com a vida nômade depois de um tempo. - o rato sobe nas costas do corvo e eles são embora - Ah, quase esqueci, comprei um presente pra você!

— Mesmo?

— Tcharan. - ela fala tirando um pênis de plástico debaixo de seu travesseiro

— Você quer morrer?

— Não precisa ser assim, Meren pode gostar. - ela sorri e o coloca em minhas mãos, meu primeiro impulso e joga-lo pela janela - Que cruel, eu paguei por aquilo. - ela faz beiço

— Você é estranha, quem te ensinou a ser assim? - deixo escapar uma risada

— Eu aprendi isso com um velho amigo. - ela ri

Jantamos juntas no quarto, era normal Maya nunca chegar cedo no quarto, mas Max realmente chegou tarde no quarto, não era bem uma surpresa, ela viera andando até aqui e suas pernas eram bem curtas. Brincamos de um jogo de adivinhação depois e fomos dormir para estarmos prontas para mais um dia de trabalho.

— Eu vi como você me olhava com a fantasia. - ela diz de olhos fechados do meu lado - Você quer que eu consiga uma pra gente brincar depois?

— Você ficou linda, é normal que eu queira olhar para você assim

— Só olhar? Tem certeza? - ela abre os olhos e esboça um sorriso maldoso

— Talvez um beijo

— Você me pagou o lanche, tem passe livre pra fazer aquilo agora

Eu a beijo enquanto acaricio sua bochecha por alguns segundos.

— Você nem imagina o quanto eu quero

— Temos treino amanhã, vamos dormir. - ela diz sorrindo e me dando mais um beijo de boa noite


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Notas finais do capítulo

*é o dinheiro deles
O nome da lanchonete foi inspirado em uma webcomic não muito famosa com o mesmo nome (Rock and Riot) que pra mim parece uma versão LGBT de Grease, antão resolvi fazer uma pequena homenagem nesse capitulo



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