Entre elfos e vampiros escrita por neko chan


Capítulo 19
Amigos?




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A manhã seguinte foi bem bagunçada, todas começamos a tirar nossas coisas do quarto e colocar nas malas, a parte mais complicada foi voltar a ajeitar o viveiro da Hana numa mala enquanto ela passeava pelo meu braço. Quando terminamos, olhamos juntas para o quarto vazio, não havia mais viveiro na mesa, nem lençóis na cama, nem roupas da Safira jogadas pela chão ou revistas da Meren, sentia falta até mesmo dos objetos de costura de Madeleine que ela perdia pelo chão vez ou outra e eu acabava pisando e machucando o pé, eu me sentia tão vazia por dentro quanto aquele quarto e tinha certeza que todas sentiam o mesmo apenas pelo olhar.

— Bem, acho que está na hora. - diz Madeleine quando já estamos do lado de fora

— Vamos por caminhos diferentes daqui. - suspira Safira

— Não se preocupem com isso. - Meren parece bem tranquila ao falar, o que era estranho, ela geralmente seria a mais propensa a chorar nessas horas - Não vai ser a ultima vez, vamos visitar vocês assim que conseguirmos ou vocês podem tirar umas férias desse negocio de liderar lobos

— Certamente iremos. - ambas dizem

Demos um abraço longo de despedida e fomos para lados opostos do caminho, elas iam em direção a floresta e nós em direção à parada onde a carruagem iria nos buscar. Levaram apenas alguns minutos para que o veiculo chegasse e, assim que o vimos, ambas engolimos em seco. Era uma carruagem grande e escura, era puxada por cavalos negros e o condutor, bem......... tinha uma cicatriz no olho esquerdo e parecia absurdamente forte, não parecia o tipo de pessoa que você gostaria de ver irritado. De todo modo, entramos depressa pela porta que foi aberta por alguém de dentro, e se ele era assim do lado de fora, por dentro não era muito melhor, parecia bem maior por dentro do que por fora, tanto que cabiam 3 centauros, todos homens, 2 elfos, um homem e uma mulher, e apenas uma sátiro, que foi quem abriu a porta para nós, todos além dela pareciam completamente desinteressados em falar qualquer coisa para nós ou entre si.

— Eh...... b-bom dia..... - diz a sátiro timidamente para nós duas assim que sentamos

— Bom dia. - respondemos

— Eu não v-vi vocês no exame de classificação do exercito, o que fazem aqui?

— Fomos recomendadas pela mestre. - Meren abre um sorriso

— Oh, pela mestre? Incrível! - ela se anima, mas logo leva as mãos a boca para se calar por ter feito os outros a olharem com desaprovação - A proposito, meu nome é Maxine, mas sempre dizem que é muito grande pra mim, então me chamam de Max. - a observo de cima a baixo e noto que ela era realmente pequena, devia ter entorno de 1,55

— Emma e Meren. - aponto para mim e para ela respectivamente

— Espero que possamos nos dar bem. - ela estendeu suas duas mãos para nós e apertamos

A viagem foi um pouco longa, mas dá conseguia dizer por onde estávamos passando, a carruagem não tinha janela para poder transportar vampiros tranquilamente, a porta se abriu já dentro de um lugar com paredes de pedra, a frente havia um corredor e um centauro. Ela era forte, tinha o cabelo preso em dreads, uma barba semi feita e pele marcada de sol, não pude deixar de notar Maxine abanando seu pequeno rabinho para ele, de certa forma era cômica a cena, mas qualquer comentário sobre isso poderia ser facilmente interpretado como pré-conceito.

— Bem vindos, recrutas. - falou o centauro com uma voz grossa - A força armada da nossa mestre é extremamente seletiva quando se trata da escolha de novos membros, então esperamos não nos decepcionarmos com vocês, agora sigam-me. - ele começa a trotar corredor a dentro

O corredor nos levava a um grande salão de teto alto, de baixo eu podia ver a escada que levava aos vários quartos de cima

— Esse é o salão onde podem passar suas horas livres, do primeiro andar da escadaria até o quinto são os dormitórios e do quinto ao décimo são as salas de treinamento especializado, como criação de armas, venenos, poções, discursão de estratégia e etc. - ele para e me encara por um segundo - Os vampiros, ficam com o outro grupo, com o coronel Kan, o lobisomem, esse grupo é apenas para criaturas não noturnas

— Isso não será necessário coronel Lucius. - diz uma voz familiar se aproximando - Essa aqui foi escolhida especialmente para esse grupo para se destacar

— Mestre.... - ele faz um reverencia à mestre Ophis - Treinamos ao ar livre de dia, não seria uma boa ideia

— Lucius, Lucius, pequeno Lucius. - ela ri e fica na ponta dos pé para apertar-lhe a bochecha - Eu já dei um jeito nisso também. Emma - ela chama - Depois que forem liberados de suas instruções vá até a sala de alquimia, procure por Serafina, diga que foi mandada por mim e ela te ajudará

— C-certo, mestre

— Não haja tão formal com uma velha amiga. - ela me abraça e abraça Meren

Quando ela foi embora, Lucius limpou a garganta e retomou com as explicações sobre o local, o que levou pouco mais de 30 minutos, eram tantas regras, mas aparentemente a mais importante era não sair do quartel sem supervisão à noite, depois recebemos nossas fardas e ele nos deu a localização de nossos dormitórios, deu a permissão para que olhássemos por ai por hoje e amanhã começaria nosso treinamento pesado.

Assim que livre, eu e Meren nos encaminhamos para a sala de alquimia, era uma sala escura, parecia estar vazia, mas eu conseguia ouvir o barulho de algo borbulhando e barulho de faísca, fomos um pouco mais a dentro.

— Eh..... tem alguém aí? - pergunto

— Ah...... - escutei alguém derrubando algumas coisas como se tentasse esconder algo desesperadamente - P-professora, n-nós juramos que não estávamos fazendo bombas de novo

Estava difícil de ver naquele escuro, Meren encontrou um interruptor e a sala se clareou, a frente do caldeirão havia uma menina de óculos grossos, usava uma túnica preta, tinha cabelo castanho extremamente longos e era bem alta, parecia ser a garota que falou antes, no chão havia uma garota baixinha sentada, cabelo curto de cor azul turquesa, usava um macacão de eletricista e luvas maiores que suas mãos enquanto mexia em uma caixa mecanizada que eu não tinha certeza do que era, mas ela apenas nos ignorava e continuava a mexer no objeto fazendo sair faíscas

— Ora. - disse a garota alta - Não nos assustem assim, achávamos que era........ bem, não importa, o que fazem aqui?

— Eu sou Emma e essa e Meren. - Meren se aproxima e dá um pequeno "olá" e um aceno - A mestre me mandou aqui e me pediu pra procurar por Serafina

— Ah, sou eu mesma. - ela gargalhou e deixou o caldeirão de lado - Viu, Fran? Eu disse que tinha que ser alguém bem singular para a própria mestre se importar tanto

"Singular?" pensei enquanto Serafina se afastava e analisava os frascos encima da mesa.

— A propósito. - Serafina continuou falando - Aquela ali é Francine, minha parceira de encrencas, minha aliada, minha mecânica e todas essas coisas bonitas que se pode falar de amizade, simplesmente a melhor mecânica do mundo

Francine levanta a cabeça para nós, suas sobrancelhas grossas a faziam parecer um tanto irritada mesmo quando ela fazia uma expressão normal, ela acena com a cabeça e volta ao que estava fazendo.

— Mulher de poucas palavras. - ela continua sorrindo - E eu, Serafina, a melhor alquimista que encontrarão num raio de...... bem..... nunca verão alguém como eu. - ela gargalha novamente - Pois bem, pois, bem, podem nos chamar de Fran e Sefi, mas só em casos necessários, somos ocupadas e passamos a maior parte de tempo no dormitório ou aqui, por "problemas de saúde" somos dispensadas da parte física do exercito, mas somos as melhores criadoras de armas que eles poderiam querer, agora me dê seu braço. - ela me puxa e espalha pelos meus braços uma poção branca, depois passa no meu rosto - Certo, certo, todas as partes exportas cobertas, então se meus cálculos estiverem certos irá funcionar ou se estiverem errados irão te matar, mas precisa ser feito em favor da experiência

Ela corre e puxa a corda da cortina a fazendo se abrir e enchendo o ambiente com a luz do sol, Francine se esconde embaixo da manta dela e continua trabalhando, meu assusto por um segundo, mas percebo que a luz não está me machucando como deveria.

—Emma.... - começou Meren - Vocês esta se sentindo bem?

— Eu não sinto dor, isso é..... - digo ainda surpresa

— Ora, ora, parece que me sai bem mais uma vez, o que me diz, Fran? - a garota coloca a cabeça para fora e a encara com a mesma expressão que fez conosco e faz um sinal positivo com a mão - Me sinto lisonjeada, parceira, - ela volta a fechar a cortina e Francine volta ao seu lugar de antes - Agora, acredito que..... - ela olha pra cima e põe a mão no queixo pensativa - Qual era aquela palavra mesma, minha querida Fran? Aquela que usamos para quando nos damos bem com outras pessoas e a temos por perto não como cobaias na maioria das vezes? - a garota a encara de novo com a mesma expressão - Ah, sim, essa mesma! Acredito que agora somos amigas? - ela estende uma mão para mim, que a aperto, e depois para Meren - Vamos, Fran, não seja tímida, ganhamos novas coba... eh eh eh... amigas!

Francine se levanta e faz o mesmo que a amiga, depois volta ao trabalho.

— Bem, de volta ao trabalho, bem lembrado, se não se importam, meninas, podemos nos ver mais tarde, agora estamos realmente sem tempo algum. - ela nos leva pra fora e fecha a porta

— O que achou delas? - pergunto a Meren

— Eu as adorei. - ela ri

— Você sempre teve um gosto estranho para pessoas

— Tanto que estou namorando você. - ri

— Ok, vamos logo ver os quartos, ficamos juntas de novo

— Espero que nossos colegas de quarto não sejam malucos

— Você esta pedindo demais depois do que acabou de acontecer


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