Os Mistérios de Santa Rosa. escrita por Caçadora Literaria


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi oi meus amores! Desculpa a demora, a escola está exigindo muito de mim e então fico sem tempo para postar e escrever para vocês, mas espero que gostem desse capítulo!

Até as notas finais!



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Acordo no dia seguinte sem ter nenhum pesadelo ou sonho, o enterro foi como uma confirmação do que aconteceu e isso acabou comigo, era como se uma parte de mim tivesse morrido junto com eles, mas tinha que falar com o advogado sobre o testamento e administrar o programa de ajuda à vila que meus pais eram donos, então levanto e caminho para o banheiro onde meu banho já havia sido preparado, tomo meu banho e me seco indo vestir o espartilho, roupa íntima e crinolina, escolho um vestido em um tom rosa pastel com detalhe em azul bebé e em renda, calço um sapato do mesmo tom de azul bebê, prendo meu cabelo com um laço cor creme e coloco um colar de pérola assim como brinco e saio do quarto.

 

Ao chegar na sala de jantar avisto Sofia com seus pais ,Beatrice e Carlos amigos dos meus falecidos pais e participantes do programa que ajuda a Santa Rosa.e o que me deixou mais surpresa foi a presença de Gustavo Albuquerque e seus pais Isabel e Antônio, não o via desde quando fui para a casa de minha vó, ele costumava me irritar, mas ele parecia tão diferente, mudado até maduro, não sei por quanto tempo fiquei parada olhando aquelas pessoas até que Alfredo me tira do transe.

 

—Senhorita, me desculpe não avisar da presença das visitas, fui pego de surpresa e fui atrás de Marisa pra reforçar o café da manhã - diz ele visivelmente constrangido por não ter me comunicado.

 

—Tudo bem Alfredo, todas visitas são bem vindas, afinal essa casa precisa de um pouco de agitação - falo o olhando.

 

—Desculpe por não avisar Anna, estava preocupada e meus pais também - fala Sofia se aproximando e me abraçando forte e retribuo o abraço.

 

—Anna querida, queria muito ter ido no enterro da minha irmã mas infelizmente estávamos em uma viagem de negócios, meus pêsames querida - diz minha Tia Beatrice me abraçando logo após Sofia.

 

—Além de te dar o apoio que precisar viemos olhar quando vamos ter a primeira reunião - diz Carlos

 

—Assim que resolver umas coisas com o advogado mandarei uma carta avisando sobre a reunião - digo séria depois de soltar Beatrice e ele assente e os três se sentam à mesa.

 

—Como cresceu Anna - sorri singela a Senhora Albuquerque - Está muito bonita.

 

—Obrigada Senhora Albuquerque - falo educadamente.

 

—Sentimos muito pelos seus pais, eles eram ótimas pessoas - diz o Senhor Albuquerque visivelmente abalado.

 

—Verdade, agradeço pela força - falo forçando um sorriso e o Sr. e a Sra. Albuquerque se afastam indo para mesa e Gustavo se aproxima.

 

—Oi, sinto muito pelos seus pais, eles eram ótimas pessoas, mas o importante é que você está bem. - diz ele meio encabulado.

 

—Bem não é a palavra certa para me descrever nesse momento - suspiro séria.

 

—Certo, corrigindo: você está viva. - suspira ele.

 

—Eu estou morta por dentro...mas sobrevivo - digo o olhando.

 

—Só espero que não vire uma morta-viva querendo devorar meu cérebro. - ele ri baixo.

 

—Nem isso eu iria conseguir - falo esboçando um fraco sorriso.

 

—Não se preocupe, vai passar mais rápido que a primavera. - ele sorri fraco.

 

—Não acho isso, mas vamos nos sentar esse café já está bem atrasado - suspiro e caminho para mesa e me sento.

 

—Parece bom. - sorri ele se sentando.

 

O café segue em silêncio, ter a mesa cheia me trazia um pouco de conforto, mesmo sendo um pouco estranho ver o Gustavo novamente ele estava tentando ser legal comigo e isso me tocou um pouco, mas sobre a tristeza passar rapidamente duvido que irá acontecer, quando todos terminam Marina tira tudo da mesa enquanto todos vamos para a sala de visitas.

 

—Todos vieram ver como eu estava ou tem algo mais pendente? - pergunto olhando todos.

—Eu e meus pais viemos para lhe ver - fala Sofia sorrindo para mim.

 

—Eu e meus pais também, para dar-lhe o apoio que precisar.

 

—Também viemos para falar com você após o advogado ler o testamento - diz o Senhor Albuquerque e assinto.

 

—Fiquem a vontade, estarei de volta quando o advogado terminar - falo e faço uma reverência e saio indo para o escritório do meu pai, chego lá o advogado ,Sr. Harumi, já estava lá presente.

 

Assim que nos apresentamos ele me entrega o testamento e explica como funcionará o que eles deixaram para mim, me surpreendi em ver que deixaram o programa de ajuda a Santa Rosa, mas para a minha tia a loja de roupas da minha mãe , o herança era minha mesmo, me despeço do Senhor Harumi e volto para a sala de visitas vendo que Sofia e seus pais já foram embora e apenas os Albuquerque estavam.

 

—Então querida, como foi lá com o advogado? - Pergunta a Senhora Albuquerque ao me ver chegar.

 

—Foi bem, eu irei herdar a casa, a herança e o projeto de ajudar a cidade… - falo suspirando.

 

—Eu sei que difícil Anna, mas vamos te ajudar assim como seus pais nos pediram, eles nos deixaram uma carta caso algo acontecesse com eles na viagem - fala o Senhor Albuquerque tirando um envelope de dentro do terno me entregando e pego o abrindo encontrado a caligrafia tão conhecida da minha mãe.

 

—Sr. Albuquerque, meus pais achavam que iam morrer? Se sim porquê foram a essa viagem do mesmo jeito? - o olho sem entender e depois volto meus olhos a carta.

 

—Sua mãe havia comentado comigo sobre sentir que algo ruim ia acontecer, mas não pensávamos que fosse algo desse tipo - fala a Sra. Albuquerque me falando sorrindo docemente, suspiro e começo a ler a carta.

 

“Minha doce Anna

Faz muito tempo que não nos vemos mas tenho certeza que está uma linda e encantadora dama, mal posso esperar para te ver assim como seu pai que está morrendo de saudades tanto quanto eu.

Escrevi essa carta e a entreguei para Isabel por estar sentindo uma sensação de algo ruim pode nos acometer, se isso acontecer os Albuquerques vão morar com você e cuidar de você como uma filha e ao longo dos dias verdades irão surgir mas aos poucos tudo será explicado, com uma carta que chegará em suas mãos na hora certa, te amamos muito querida, nunca se esqueça…

Com Amor

Papai e Mamãe”

 

Ao terminar de ler percebo que estava chorando quando sinto uma gota de lágrima escorrer pelo meu rosto e a seco rapidamente tentando recuperar a compostura e olho o Senhor e a Senhora Albuquerque e Gustavo que me olhavam com dó, isso era tudo que eu não queria, então dou um pequeno sorriso.

 

—Quando pretendem se mudar para cá? - pergunto os olhando.

 

—Amanhã se for possível, não queremos a incomodar mas temos que cuidar da senhorita - fala o Sr. Albuquerque.

 

—Amanhã está ótimo, serão muito bem vindos - falo já pedindo para Marisa e Alfredo cuidarem dos quartos e de outros detalhes.

 

—Gustavo meu filho, vai querer ir a ópera ou ficar aqui com a Senhorita Annabel se ela não se importar - fala a Sra. Albuquerque e eu assinto, se o Gustavo quiser ficar não veria problema.

 

—Eu prefiro ficar aqui, não estou com clima pra òpera. - responde Gustavo dando de ombros.

 

—Tudo bem querido, voltamos para te buscar - sorria a Senhora Albuquerque beijando a bochecha de Gustavo e me abraçando.

 

—Se comporte meu filho, está na casa de uma dama - fala Senhor Albuquerque olhando Gustavo.

 

—Pode deixar pai. - diz Gustavo com um sorriso.

 

—Espero mesmo rapaz - Senhor Albuquerque abraça o filho e faz uma mesura para mim e sai com sua esposa para ópera.

 

—Porque não quis ir? Parecia ser um espetáculo incrível - falo sentando no sofá e Amanda entra colocando em uma mesa o chá e duas xícaras assim como uns biscoitos saindo logo em seguida.

 

—É, mas eu estou cansado da viagem e sem clima para isso depois da morte dos seus pais. - diz ele pegando um biscoito.

 

—Você sabia do conteúdo da carta? - pergunto servindo um pouco de chá para mim.

 

—Não, eles não quiseram me mostrar. - diz ele servindo chá também.

 

—O que acha de morar aqui agora? Vai ser estranho, faz 10 anos que não nos vemos - falo sem o olhar bebericando o chá.

 

—Seria legal, morar numa casa mais aconchegante e espaçosa… O que fez durante esses 10 anos? - pergunta ele comendo outro biscoito.

 

—Não sei se essa casa é isso agora… Achei que soubesse que passei todos esses anos com a minha avó Catarina, nos vimos pela última vez quando tinha 5 anos e você me sujou de terra - falo sorrindo fraco por lembrar daquele dia.

 

—Sim, eu sabia que você tinha ido morar com sua avó, mas eu achei que você tivesse feito bastante coisa durante esse tempo. E você deve ter ficado feliz por eu ter me afastado né? Afinal nunca mais te sujei de terra. - suspira ele.

 

—Eu fiz amizades e fui a muitos bailes, nenhuma grande coisa, não podia sair muito da casa. Aí que você se engana… Eu senti sua falta, mesmo você sempre me irritando você era um dos meus únicos amigos rapazes - digo bebendo o chá.

 

—Sério? Que legal, eu também senti sua falta. - ele sorri de leve.

 

—Com quem você aprontava ? Era só eu ou tinha mais senhoritas? - o olho tomando um pouco do chá comendo um biscoito

 

—Senhoritas e senhores. Suas amiguinhas não contavam pra você? - ele me olha comendo mais biscoito.

 

—Elas falavam mais de como você era bonito mas irritante - falo o olhando.

 

—Você era a única delas que achava de mim a última opção. - ele ri.

 

—Eu sofria mais com você do que elas, por eu conviver mais com você meu caro - rio fraco colocando a xícara vazia na mesa.

 

—É, elas sabiam como escapar das minhas garras. - ri ele terminando o biscoito.

 

—Sou por acaso uma pessoa especial por escapar e você sempre ter outra esperando? - pergunto me virando para ele.

 

—Não, mas é especial por sempre ser minha amiga mesmo eu te irritando tanto. - ele me olha nos olhos.

 

—Você me considera sua amiga? Achei que não me considerasse assim - falo desviando os olhos meio constrangida.

—Claro, sempre considerei. - ele me olha confuso.

 

—Por sempre estar me irritando achei que não gostasse de mim - falo ajeitando uma mecha do meu cabelo que tinha soltado do coque.

 

—Não, eu te irritar era o modo como eu demonstrava ser seu amigo. Eu te irritava, mas eu irritava pra brincar, coisas de amigos. - diz ele me olhando.

 

—Sinto muito por não ter mantido contato… - falo tentando mudar de assunto, aquilo estava me confundindo.

 

—Sem problema, não tinha como. - diz ele tentando pegar minha mão.

 

—Acho que o carteiro não sairia de lá para vir a vila mesmo - falo levantando subitamente.

 

—Por quê? Escreveu cartas pra mim? - pergunta ele se levantando.

 

—Apenas uma...mas ela nunca foi mandada, provavelmente a perdi - falo lembrando que havia escrito sobre perceber que o amava com a distância.

 

—Eu escrevi umas duas ou três pra você, mas não devem ter chegado. - diz ele.

 

—Escreveu? Acho que não chegou...Achei umas no meu quarto, será que são as suas? - falo caminhando para o outro lado da sala de visitas.

 

—Não sei, temos que ver se a letra é minha mesmo. - diz ele dando de ombros.

 

—Vejamos, irei buscar as cartas e vamos ver se são as suas - falo e faço uma mesura saindo em direção ao meu quarto, subo as escadas e entro na segunda porta a direita e vou até a escrivaninha e abro a gaveta tirando 3 cartas amarradas por um laço e desço de volta para a sala de visitas. - Trouxe as cartas que me entregaram.

 

—Elas me são familiares. - diz ele pegando uma carta e abrindo olhando. - É a minha carta mesmo! Acho que quando você recebeu não estava mais aqui aí guardaram no seu quarto. - ele sorri largo.

 

—Posso ler a carta? - abro um pequeno sorriso ao ver o dele.

 

—Claro que sim, faz 10 anos que eu queria que você lesse. - sorri ele me entregando a carta.

 

—Imagino que ler agora é o meu dever - falo pegando a carta e me sinto mais confortada vendo uma letra familiar e leio atentamente.

 

Querida amiga Annabel, não sei quando essa carta irá chegar em suas mãos, mas eu quero que saiba que apesar de estarmos tão longe, eu nunca esqueci dos nossos momentos de risadas, de brincadeiras, enfim, dos momentos felizes que tivemos quando eu não estava irritando você. E também agradecer por você não se afastar de mim quando eu fazia brincadeiras maldosas com você, já que todas as suas amigas se afastaram. Eu era muito criança mesmo, mas hoje vejo que realmente era irritante. Espero que você se divirta na casa da sua avó e cresça sendo a garota extrovertida, inocente e engraçada que eu conheci. Espero nos encontrarmos um dia e quero que responda à essa carta quando receber ok? Grande beijo no seu coração.

Gustavo”

 

—Adorei a carta, queria poder ter respondido - falo sorrindo guardando no envelope novamente.

 

—Pelo menos você conseguiu ler. - sorri ele me ajudando a guardar a carta.

 

—Posso ler as outras também? Elas estão me ajudando bastante - falo sorrindo fraco o olhando.

 

—Ajudando? Em quê? - ele me olha curioso sorrindo.

 

—A me sentir confortável em minha própria casa novamente, me lembra de tempos felizes - falo o olhando.

 

—Ah, que bom que está te ajudando. Pode ler as outras então. - ele sorri.

 

—Pode me entregar a segunda que mandou? - pergunto estendendo a mão.

 

—Claro. - ele assente e me entrega a carta e eu leio.

“Anna, apesar de já fazer bastante tempo que não nos vemos, estou com muita saudade de todas as nossas brincadeiras, mesmo que eu ainda possa irritar outras pessoas, quando não estou brincando ou irritando, tudo fica tão sem graça que até perde a vontade de brincar. Espero que um dia, quando nos encontrarmos de novo, você me reconheça e possamos retornar a amizade, porque meus pais estão com muitas saudades de você, sempre falam com seus pais e quando eles vêm pra cá, eu penso que eles virão com você, mas não, sempre sozinhos. Por um lado eu até acho que não seria tão bom se você tivesse previsão de volta, porque isso me deixaria mais ansioso ainda, querendo que nosso reencontro acontecesse logo. A ansiedade não é mole não viu? Quando receber essa carta, espero que o meu perfume ainda esteja com ela, para que você se lembre de mim sempre que for dormir. Sinto saudades, um beijo grande.

Gustavo”

 

—Meus pais iam visitar os seus muitas vezes? E eu ia voltar quando tivesse completado 15 primaveras, ou seja tinha uma previsão - falo guardando a carta.

 

—Sim, iam às vezes lá pra casa conversar, tomar um cafezinho. - ele suspira me olhando - Não me contaram isso. Acho que pra eu não ficar ansioso aguardando sua chegada.

 

—Você sabe o que eles conversavam? - pergunto curiosa.

 

—Não, sempre que eles iam conversar, mandavam eu ir para o meu quarto porque eram assuntos de adulto e eu não entenderia. - ele me olha.

 

—Tudo bem..  .Posso ler a última carta? - suspiro.

 

—À vontade. - diz ele me entregando a carta.

 

“Anna, lembra de quando na véspera do seu aniversário de 5 anos você e eu demos um passeio naquele lago? Pois então, hoje eu estava caminhando com nossos amigos, tentando me distrair um pouco, até que nós passamos por ele e adivinha? O lago não está mais congelado. Quando nós fomos, era inverno e você ficou com muita vontade de pular na água né? Mas hoje o lago estava com a água bem gostosa e levava para um lugar tão lindo, você tem que conhecer esse lago. Eu prometo um dia te trazer aqui, tenho certeza que vai adorar. Se bem que o inverno é muito melhor né? Chocolate quente, ouvindo rádio debaixo do edredom ou de frente pra lareira. Seus pais ainda gostam muito de mim, mas sempre que eu pergunto sobre você pra eles, só o que fazem é desconversar, falam que você apenas está bem, ainda está na casa da sua avó e eu fico triste por eles não dizerem nada a respeito, até me preocupo de vez em quando. E não, não pense que eu estou falando isso por sentir saudades de te irritar, sinto saudade de você mesmo, das nossas aventuras e brincadeiras. Sempre peço para meus pais me levarem à você, mas eles sempre recusam, porém, acredito que um dia irão aceitar e me levarão. Sei que você também acredita né? Espero que não se esqueça de mim, pois eu nunca esqueci de você. Um beijo.

Gustavo”

 

—Imagino que o lago esteja descongelado agora, já que é primavera - falo sorrindo.

 

—Com certeza, eu passei por ele enquanto vinha pra cá. - sorri ele.

 

—Podemos ir um dia lá, mas não para nadar - falo guardando a carta no envelope e os amarro novamente com um laço.

 

—É, só pra admirar mesmo. Relembrar os velhos tempos. - sorri ele.

 

—Como passou esse tempo que fiquei longe? - falo sentando novamente colocando as cartas na mesa vendo que Amanda já havia recolhido a bandeja.

 

—Passei sempre me divertindo sabe? Indo às óperas, à igreja, dando passeios pela cidade, levando minha vida. - sorri ele.

 

—Me parece bem interessante, teve alguma pretendente? - o olho contendo a curiosidade.

—Não, não pensei nisso. E você? - ele me olha igualmente curioso.

 

—Só um senhor que dançou duas danças em um baile comigo, nada demais - falo o olhando.

 

—Baile de quê? Máscaras? - ri ele me olhando.

 

—Não, um baile de aniversário, Luiza completava 16 primaveras - falo me lembrando.

 

—Ah sim, se eu tivesse sido convidado eu teria ido. - fala ele.

 

—Você teria que ser convidado com semanas de antecedência, mas como eu disse o carteiro não faz entregas tão longas - explico - Mas nenhuma garota se aproximou de você? Seus pais não falaram de compromisso? - o olho querendo saber sobre como andava a vida dele.

 

—Sim, falavam. Mas eu não queria ter nada sério com nenhuma garota, apenas queria ser amigo e nada mais. - ele me olha - No começo meus pais queriam saber porquê, mas depois respeitaram.

 

—Achei que teria muitas garotas ao seu redor, o nome da sua família é renomado e você não está...desagradável ao olhar - falo sentindo um leve rubor.

 

—Obrigado, eu acho… - ele ri corando um pouco também - Mas na verdade eu até tinha algumas sim, só que eu falava que não queria nada sério e elas respeitavam sabe? Não ficavam insistindo.

 

—Elas já deviam ter outros pretendentes para desistir - falo olhando minhas luvas.

 

—Mas se já tinham outro pretendente, era mais fácil elas nem me pedir pra ficar com elas né? - fala ele rindo fraco.

 

—Não sei,elas devem gostar de você não se subestime, mudou muito na personalidade e na aparência, talvez pela distância ou por se tratar de 10 anos longe um do outro - falo olhando para as cartas.

 

—Pode ser um pouco dos dois mesmo. - sorri ele.

 

—Posso te fazer uma pergunta? - o olho respirando fundo.

 

—Pode sim. - diz ele me olhando confuso pela minha respiração.

 

—O que você está achando de mim até agora, tirando tudo de triste que há - falo meio receosa com a resposta.

 

—Uma garota incrível, inteligente e madura. Nem parece mais aquela menininha de 5 anos que eu conheci. - sorri ele me olhando.

 

—Mudei muito então na sua opinião, para melhor? - o olho pelo canto dos olhos.

 

—Sim, mudou bastante. - ele ainda me olha.

 

—O que mais acha, já que vamos voltar a amizade vamos ser sinceros - falo o olhando.

 

—Sim, eu concordo. Eu acho que mudou muito também fisicamente. - ele me olha.

 

—Crescemos, então acho que o físico muda junto não - falo sentindo um rubor.

—Talvez sim talvez não. Eu mudei? - pergunta ele.

 

—Mudou, tanto na aparência quanto na personalidade - falo sorrindo fraco.

—Se eu disser que apesar de não ter mais idade pra essas coisas, eu sinto saudade da época que eu aprontava com você, o que você me diria? - ri ele me olhando.

 

—Eu fugiria e você mudou mais na aparência então - falo o olhando.

 

—Relaxa, não vou mais irritar você. - sorri ele.

 

—Vamos ver se isso é verdade ao longo dos dias - falo cruzando as pernas  e o olho. - O que mudou fisicamente em mim?

 

—É, você vai ver. - ri ele e me olha - Bom, seus cabelos estão mais longos, seus olhos mais escuros e você parece que está um pouco mais alta.

 

—O cabelo e a altura me parecem normais pelo tempo mas meus olhos continuam na mesma tonalidade de verde - falo com convicção.

 

—Então acho que eu fiquei meio míope. - ri ele.

 

—Talvez eu apenas não tenha reparado - rio fraco.

 

—Pode ser também. - sorri.

 

Alguns minutos depois avistamos o Sr. e a Sra. Albuquerque entrarem na sala de visitas e nos levantamos fazendo uma mesura.

 

—Como foi a ópera? - pergunto dando um leve sorriso.

 

—Foi ótima querida, meu filho se comportou direitinho? - pergunta Sra. Albuquerque indo até Gustavo ajeitando seu terno.

 

—Sim Sra. Albuquerque, ele foi uma ótima companhia. - falo a olhando e ela sorri.

 

—Ficamos felizes que tenham retomado a amizade, será mais fácil desse jeito, não é meu filho? - fala o Sr. Albuquerque.

 

—Com certeza pai, estávamos aqui conversando disso mesmo. - sorri Gustavo.

 

—Se despede da Anna porque vamos agora e só voltamos amanhã a tarde - fala a Sra. Albuquerque que sorri me abraçando forte.

 

—Até amanhã Anna - fala o Sr. Albuquerque sorrindo e me abraça e vai para porta com sua esposa onde esperam Gustavo.

 

—Até amanhã Anna, fique bem tá? - diz Gustavo me abraçando.

 

—Até amanhã, não prometo mas tentarei ficar bem - falo retribuindo o abraço meio surpresa.

 

—Tudo bem. - ele diz sorrindo fraco e vai até seus pais na porta.

 

Aceno para ele o vendo sair subo as escadas para o meu quarto onde a Marisa me ajuda a me despir e vestir a camisola, ela sabe que falar nada é a melhor opção então apenas deito escutando meus pensamentos que estavam em confusão e meu coração se enchendo um pouco de esperança, talvez eu conseguiria ser feliz...talvez.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, compartilhem, divulguem! Até o próximo!

Bjs da Caçadora!



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