Love Is a Losing Game escrita por msnakegawa


Capítulo 7
Caught In The Middle


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, eu espero muito que vocês gostem desse capítulo, foi com certeza o mais difícil que eu já escrevi. Li e reli várias vezes essa parte do Ordem da Fênix para ser o mais fiel possível, me desculpem se tiver algum errinho e me avisem ok?
Música do capítulo do álbum novo do Paramore, porque esse álbum tá uma trilha sonora para momentos tristes.



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I'm just a little bit caught in the middle

I try to keep going but it's not that simple

Eu só estou um pouco no meio do fogo cruzado

Eu tenho que continuar mas não é tão simples

Caught In The Middle - Paramore

 

As coisas aconteceram tão rápido que Tonks não parecia estar presente na cena. Remus e ela tomavam um sorvete no Beco Diagonal quando receberam uma mensagem do patrono de Snape os avisando que Harry estava indo para o Ministério, pois acreditava que Voldemort havia capturado Sirius.

Os dois se apressaram e aparataram em frente ao Largo Grimmauld, entrando apressados em casa. Remus correu para o telhado, onde Sirius estava tranquilamente cuidado de Bicuço, vendo o rosto pálido de Lupin percebeu que tinha algo de errado.

— Seu cachorro, ainda bem que você está aqui! — Remus colocou a mão na testa, uma mistura de alívio e preocupação. — Harry teve uma visão, acha que você foi pego por Você-Sabe-Quem.

— Então vamos, não temos tempo a perder. — Sirius saltou da cadeira em que estava e começou a descer a escada para o corredor.

— Sirius, você não pode sair. — Tonks correu atrás de Sirius, que pegava seu casaco e se aprontava para sair perto da porta. A porta foi aberta rápido por Alastor, que o encarou de mau humor. Atrás dele entrou Kingsley Shacklebolt, outro auror membro da Ordem, ambos pareciam um tanto preocupados.

— Onde você pensa que vai? — O olho tonto de Moody encarou assustadoramente Sirius.

— Se Harry não me vir, não vai acreditar que eu estou bem. E eu já estou preso a tempo demais! — Sirius estava nitidamente desesperado, não cederia facilmente.

— Sirius, nós estaremos no meio do Ministério. Todos lá ainda acham que você é um fugitivo. — Remus tentou ser calmo e racional, mas por dentro estava tão desesperado quando Sirius.

— Eu vou salvar meu afilhado, nem que seja a última coisa que eu faça! — Ele deu a palavra final, abrindo a porta com força. Os outros não puderam fazer nada além de o seguir. Alastor contou que todos da Ordem tinham sido avisados e aparatariam direto no Ministério, e foi o que os cinco fizeram.

Já no Átrio do Ministério, eles se encolheram dentro do elevador. Tonks apertou várias vezes o número nove, como se aquilo fosse fazer com que o elevador fosse mais rápido.  

— Não adianta apertar mais de uma vez. — Sirius falou o óbvio, um sorriso enorme estampado em seu rosto. Remus conhecia aquele sorriso, tinha o visto milhares de vezes quando eles se esgueiravam para fora do Salão Comunal depois do toque de recolher. Ele estava adorando ter toda aquela adrenalina, poder ver algo que não fossem aqueles móveis velhos da Sede.

Já Tonks, estava apreensiva como nunca ficava. Mordeu os lábios e percebeu o olhar de Remus sobre ela. Seu cabelo estava num tom um pouco apagado de roxo, diferente de antes, que estava no habitual rosa chiclete.

— O que foi? — Ela levantou uma das sobrancelhas. O olhar sinistro de Moody encarou os dois, assim como Sirius com seu sorrisinho maroto.

— Nada. — Ele sorriu para ela, fazendo-a relaxar.

Uma voz feminina calmamente anunciou que o elevador chegara ao Departamento de Mistérios e as grades douradas se abriram, liberando o caminho para que os cinco corressem pelo corredor até passarem pela porta entreaberta que daria para uma grande sala circular. Haviam sinais de duelo e algumas portas estavam marcadas com um "X".

— Hermione. — Remus reconheceu o feitiço, sabendo que mais ninguém pensaria naquilo no meio de uma batalha.

Logo, os cinco de espalharam pelo salão a procura de uma porta que não estivesse trancada. Tonks encontrou o que parecia ser a única porta que não estava destruída ou trancada e a escancarou.

Por um segundo tudo pareceu congelar quando entrou na sala, vendo do alto que Harry olhava apreensivo para Neville, antes de levar seus olhos à pequena bolinha que segurava e estender a mão para Lucius Malfoy, que parecia ansioso para finalmente tê-la em suas mãos.

A sala era grande, pouco iluminada e seu centro formava um grande poço de pedra. Havia vários bancos de pedra em volta da sala, alguns já destruídos por feitiços errantes, formando algo que lembrava a um anfiteatro. Tonks não se lembrava de ter visto essa sala durante seu treinamento. Havia um estrado no centro do poço e sobre ele um arco de pedra que parecia tão antigo e desgastado que mal parecia poder se  sustentar, sendo fechado por um véu preto esfarrapado que esvoaçava calmamente contrastando com toda a ação que circundava a sala.

Percebendo o que estava acontecendo, Sirius, Lupin, Moody, Tonks e Kingsley entraram correndo pela sala. Malfoy se virou e ergueu a varinha, mas Tonks foi mais rápida, lançando um feitiço estuporante nele e dando tempo ao Harry, para fugir dos disparos que eram lançados entre os aurores e os comensais. Remus lançou um olhar preocupado para Ninfadora, temendo que algo acontecesse com ela, e quase foi atingido por um raio vermelho disparado na direção deles.

— Eu fui preparada para duelos como esses, agora vá ajudar Harry e os outros! — Tonks tentou parecer mais confiante do que realmente estava e lançou um último olhar para Remus, pedindo à Merlin que o protegesse.

Momentos depois, Sirius estava duelando com um Comensal da Morte a uns três metros de distância de onde Harry estava, Kingsley lutava com dois deles ao mesmo tempo. Tonks não conseguia ver Remus e, ainda na metade da descida até a sala, disparava feitiços contra Belatrix. As duas duelavam arduamente, Lestrange não hesitava em disparar maldições e feitiços estuporantes na direção da sobrinha, que se protegia o máximo que conseguia antes de amaldiçoá-la com sua varinha também.

— Sua mãezinha traidora de sangue vai ficar bem triste ao saber que fui eu quem a matou! — Belatrix ria escandalosamente, tentando distrair Tonks.

— Ela vai ficar orgulhosa quando souber que eu mesma acabei com você. — Ninfadora aproveitou o momento de distração e atordoou Belatrix, conseguindo descer mais alguns degraus em direção a sala onde todos duelavam.

Sirius estava aterrorizado. Mal podia imaginar o que teria acontecido com Harry se tivessem demorado mais para chegar, aqueles Comensais não estavam dando descanso. Ele e o Comensal da Morte duelavam com tanta ferocidade que ambas varinhas pareciam simples borrões, mas quando Sirius viu que Harry estava sendo atacado por Dolohov e aproveitou a deixa que seu oponente deu, para estuporá-lo e mandar o Comensal para longe, partindo para ajudar Harry.

Rapidamente, Sirius batera em Dolohov com o ombro o afastando para longe e os dois começaram a duelar, suas varinhas cortando o ar como espadas, faíscas voando de suas pontas. Dolohov puxou a varinha e começou a fazer um movimento cortante, mas foi impedido.

Petrificus Totalus! — Harry berrou, fazendo com que os braços e pernas de Dolohov se juntassem ao corpo dele e com a perda de equilíbrio, o Comensal caiu para trás com um estrondo.

— Boa! — Sirius gritou, empurrando a cabeça de Harry para baixo quando uns dois feitiços estuporantes voaram em direção a eles. Tinha tanto orgulho de Harry, sabia que James ficaria orgulhoso ao ver como ele era talentoso. Mas, não podia deixar que o menino corresse mais perigo. — Agora quero que vocês saiam d... — Sua fala foi interrompida e os dois tornaram a se abaixar porque um jato de luz verde quase atingiu Sirius.

Harry e Sirius viraram na direção de onde veio o jato de luz e viram que Belatrix havia atingido Tonks, seu corpo rolou pelos últimos degraus da escada e a Comensal pareceu triunfante ao ir na direção da briga.

Sirius correu ao encontro dela, mandando Harry fugir com Neville e a profecia. Enquanto Black e Lestrange duelavam no estrado próximo ao arco, Harry e Neville tentavam se livrar de Malfoy, que insistia em tentar pegar a profecia.

— Harry, reúna os outros e vá! — Lupin pulou entre os dois garotos e Malfoy, depois de ter deixado dois Comensais desacordados no chão do salão. Agora, Remus e Lucius investiam um contra o outro, atirando faíscas pelo salão.

Demorou para que os poucos que ainda lutavam percebessem a presença de Dumbledore, que desceu calmamente as escadas até a sala. Alguns Comensais tentaram fugir e logo só havia mais uma dupla duelando: Sirius e Belatrix estavam tão concentrados na luta que não pareceram ver Alvo chegar. Sirius se desviou de um raio vermelho de Belatriz e ria dela.

— Vamos, você sabe fazer melhor que isso! — berrou ele, sua voz ecoando pela sala.

Sentindo-se ainda mais desafiada com as provocações de Black, fez com que o segundo jato de luz o atingisse bem no peito. O riso ainda não desaparecera do rosto de Sirius, mas seus olhos se arregalaram de choque. Harry não percebeu que estava andando para o centro da sala, puxando a varinha, ao mesmo tempo que Dumbledore também se voltava para o estrado.

Sirius pareceu levar uma eternidade para cair: seu corpo descreveu um arco gracioso e ele mergulhou de costas no véu esfarrapado que pendia do arco.

Remus, que estava parado perto do corpo de Ninfadora, correu para o estrado desacreditado. "Não era verdade, Sirius não podia ter ido embora daquela forma", repetia em sua mente, até que o grito triunfante de Belatrix o trouxe para a realidade. Sirius não ia mais voltar e isso fez com que uma dor imensa se espalhasse pelo corpo de Remus.

Porém, Lupin sentiu que ainda não podia desabar. Tinha alguém que precisava dele. Harry estava perto do poço, com a respiração ofegante e gritando por Sirius.

— Não há nada que você possa fazer, Harry. — Remus o segurou pelo peito pouco antes dele segurar o véu que pendia sob o arco. Harry protestava, se debatia e insistia que podiam salvá-lo. Por mais que Remus quisesse acreditar nisso, sabia que tinha perdido mais um amigo. — É tarde demais, Harry. Ele se foi. — Sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha.

Os duelos continuavam pela sala quando Lupin finalmente conseguiu afastar Harry do arco. Remus conseguia entender a dor de Harry, mas não podia deixar que ele corresse perigo e tentou acalmar o menino, que começava a suspeitar de que ele estava certo.

Enquanto o mundo de Harry e de Remus desabava, Dumbledore reuniu a maioria dos Comensais da Morte que restavam no meio da sala, os imobilizando como se tivesse cordas invisíveis. Olho-Tonto se arrastou pela sala até onde Tonks caíra e tentou reanimá-la. A visão de Tonks se remexendo no chão de pedra aliviou um pouco a consciência de Lupin, se ele a perdesse também, não saberia se poderia aguentar.

O resto da noite passou como flashes para Remus. Ele tentou segurar Harry o máximo que podia, mas em certo momento o garoto se desvencilhou dos braços dele e foi atrás de Belatrix. A próxima coisa que ele se lembrou foi de ver Harry caído no chão e uma porção de bruxos e bruxas aparecendo no Átrio pela rede de Flu. Tonks parou ao seu lado, ambos não conseguindo distinguir o que Dumbledore e o Ministro discutiam.

— Ele se foi, Tonks. — Remus sussurrou, parecendo que se falasse aquilo alto demais, seria ainda mais real. As lágrimas escorrendo tímidas pelo seu rosto pálido. Tonks o abraçou, afagando os cabelos cor de areia dele e se impedindo de chorar também.

Não havia nada que eles pudessem fazer naquele momento. Dumbledore tratou de cuidar dos garotos para que voltassem a Hogwarts por uma chave de portal e explicou tudo o que havia acontecido no Departamento de Mistérios antes de mandar os membros da Ordem de volta para a Mansão dos Black. Seria assustador demais voltar para aquele lugar sem Sirius, Tonks segurou no braço de Lupin e girou para aparatar, surgindo num lugar bem diferente do Largo Grimmauld.

— Onde estamos? — Remus perguntou, com os olhos embaçados demais para conseguir distinguir o lugar. A noite escura estava pacífica como se o céu não soubesse tudo o que havia acontecido

— Na minha casa. — Tonks, não soltando o braço de Remus desde que aparataram, começou a andar na direção de uma casinha pequena e simples. — Simplesmente não podíamos voltar para lá hoje.

 


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Notas finais do capítulo

Eu só consegui tremer enquanto escrevia, nunca vou me conformar com essa morte desnecessária! Consigo imaginar a dor do Harry e do Remus, perdendo mais uma pessoa tão importante que tinha acabado de voltar para suas vidas...
Me contem o que acharam, espero ter atingido a expectativa de vocês! Beijos e até logo.