Love Is a Losing Game escrita por msnakegawa


Capítulo 6
For You


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas da internet, como hoje é 2 de maio eu resolvi postar um capítulo para "comemorar" os 19 anos da Batalha de Hogwarts. É uma data super triste para a maioria dos potterheads, mas vamos nos alegrar porque nessa história Remus e Tonks ainda estão vivos e maravilhosos!



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If I talk real slowly
If I try real hard
To make my point dear,
That you have my heart.
Se eu falar bem devagar
Se eu realmente tentar
Esclarecer meu pensamento, querido
Que você tem meu coração.
For You - Angus and Julia Stone

A manhã de sábado parecia mais bonita que qualquer outra. O céu finalmente havia deixado o sol atravessar as pesadas nuvens escuras que eram tão presentes no verão. Tonks se perguntava se seus poderes de metamorfomaga estavam se aplicando ao clima também, pois o céu estava azul claro assim como os cabelos dela.

— Bom dia! — Ela faz uma entrada triunfal na cozinha, aparecendo na porta de braços abertos e gritando saudações.

— Vejo que tem alguém de bom humor... — Sirius olhou por cima do Profeta Diário que estava em suas mãos, uma grande caneca de café apoiada na mesa.

— Pelo visto você ter exagerado na bebida era só uma desculpa. — Ela olhou para ele, cínica. — Acho que café não ajuda a curar ressaca. — Tonks observou Black dar longos goles da bebida, esperando que despertasse mais rápido. Ela preparou uma xícara de chá para ela e roubou um pãozinho caseiro que Molly tinha deixado. — Cadê o Remus?

— Já está com saudade do seu namorado? — Um sorriso malicioso iluminou o rosto de Black. — Ele saiu cedo, mas disse que voltava logo.

— Ele não é... Como você... — Tonks se perdeu nas palavras e ficou corada.

— Eu não vou contar para ninguém. Você acha que esse ser magnífico aqui não percebeu que vocês dois estão apaixonados? — Ele lançou o sorriso maroto de sempre. — Eu sou quase um cupido, querida.

— Já acordaram? Pela quantidade que beberam ontem achei que não fossem acordar até eu voltar. — Remus chegou na cozinha segurando uma porção de livros, vestindo uma camisa listrada desbotada sobre o blazer acinzentado.

— Bom dia lobinho! — Sirius cumprimentou. — A noite foi boa? — Sirius não ia perder uma chance de fazer os dois ficarem completamente vermelhos, ambos tentando disfarçar. Tonks fingiu estar totalmente concentrada nas migalhas de pão espalhadas pela toalha de mesa e Remus decidiu que seus sapatos eram incrivelmente interessantes. Satisfeito com a reação dos amigos, ele deu uma gargalhada e mudou de assunto: — O Olho-Tonto avisou que vai passar aqui hoje. Tem uma nova missão para vocês que estão livres e podem sair por aí... — Ele ficava realmente triste por não poder sair daquela casa nunca.

— E acabou a moleza, voltando a ativa! — Tonks se espreguiçou e falou animada. Mesmo naquele período sombrio ela adorava ser convocada para uma missão, toda a expectativa e a aventura a animavam muito. Remus puxou uma cadeira entre Sirius e Tonks, servindo-se de uma xícara de café.

— Estarei no telhado com bicuço, se precisarem de mim. — Sirius percebeu que estava sobrando e terminou seu café rapidamente.

— Então... — Tonks tentou puxar assunto. Ela era sempre muito falante, se incomodava com momentos de silêncio, principalmente quando eram com Lupin. Ele parecia nervoso e muito concentrado na torrada sobre a mesa.

— Como você acha que vai ser essa nova missão? — Remus tentava manter o assunto numa zona segura, ele não sabia como voltar a falar sobre a noite anterior.

— Ah, eu imagino que seja só mais uma ronda por algum vilarejo bruxo... Se dermos sorte, vamos para Great Hangleton, lá é sempre bem tranquilo e tem uma sorveteria muito boa. Nunca é uma má hora para sorvete... — Tonks estava se esforçando para quebrar o gelo e sabia que ganharia Remus com a ideia da sorveteria, ele adorava doces, principalmente chocolate. As cadeiras de ambos estavam bem próximas e eles trocavam sorrisos. Quando Remus se atreveu a pegar a mão de Tonks, eles foram interrompidos.

— Sinto em informar para vocês que não vão ter tempo para sorvete. — Alastor entrou na cozinha mancando com sua perna de pau. Seu rosto coberto de cicatrizes parecia preocupado e carrancudo.

— Oi Moody! O que tem pra gente hoje? — Tonks sorriu para o antigo mentor.

— O plano é o seguinte: eu sei que pode ser perigoso, ainda mais depois do que aconteceu com Arthur no ano passado, mas não temos pessoas suficientes para fazer ronda em grupos então só nos resta vigiarmos a profecia em duplas. Assim se ocorrer algum ataque, ambos se protegerão e poderão chamar ajuda.

Algumas semanas antes do último Natal, a Ordem recebeu um chamado urgente de Dumbledore dizendo que Arthur Weasley tinha sido atacado enquanto fazia ronda no Departamento de Mistérios protegendo uma profecia que poderia ser a peça chave para Voldemort dominar o mundo bruxo. Depois do ocorrido, a Ordem usou todas as suas forças para mandar grupos maiores para o ministério, mas ataques em vilarejos vizinhos desviaram a atenção desse problema e diminuíram o número de aliados para cuidar da segurança do Departamento de Mistérios.

— Essa maldita bolinha azul! — Tonks reclamou, num tom dramático. Ela podia estar sendo egoísta, mas seria muito mais interessante passear por algum vilarejo com Remus do que ficar naquela sala enorme e sinistra cuidando de uma profecia  que guardava um segredo que ela ao menos conhecia.

— Já falamos sobre isso, Tonks. Vocês devem ir para lá depois do almoço, Severus vai me informar se souber de algum ataque. — Olho-Tonto explicou.

Ele havia sido o instrutor de Tonks durante seu treinamento como Auror e ela era uma de suas favoritas, sendo quase uma filha para ele e por isso a preocupação em mandar a jovem para aquela missão perigosa. Ele tentava se tranquilizar pensando que era algo necessário e Remus estaria lá se algo desse errado. "Eles estão sentados próximos demais ou era apenas impressão?", ele notou com seu ar protetor. Dada a missão, Olho-Tonto deixou a Sede novamente porque, de acordo com ele, alguém precisava trabalhar, um pouco carrancudo demais por ciúmes de Tonks.

— Bem, já que ficamos sem sorvete, que tal passar na Florean Fortescue antes de irmos? — Tonks propôs, deixando implícito o convite para sair com Remus.

— Eu... Pode ser. — Remus concordou e, com isso, o silêncio preencheu a cozinha novamente. Ele lembrava de alguns flashes da noite anterior, o modo como Tonks o abraçava com ternura, caindo em seus braços, toda a adrenalina de fazer algo que era tão almejado pelos dois. Ele queria repetir aquilo, mas como conseguir um clima sem a ajuda do Firewhisky e de Sirius? Talvez tudo aquilo só tivesse dado certo por Sirius ter armado, ele mesmo não tinha nenhum talento para encontros ou para conquistar garotas.

— Você sabe que está fazendo caretas aí pro nada não é? — Tonks observava a expressão de Remus, que mudava do sorriso relaxado para a cara de preocupação em segundos.

— Eu estava pensando. — Ele tentou disfarçar a vergonha de ser pego em seus pensamentos, passando a mão pela nuca e bagunçando levemente seus cabelos cor de areia.

— O que pode fazer você mudar de expressão tão rápido assim? — Ela ria e imitava as feições dele, tendo a cor dos cabelos bem parecida com a dos cabelos dele.

— Eu prefiro rosa. — Ele apontou para o cabelo, sorrindo também. Ela era o motivo para esquecer a cara de preocupação e colocar um sorriso no rosto. Aproveitando que o clima finalmente estava mais agradável ele se aproximou dela lentamente dela e passou a mão pelas madeixas rosa chiclete. Porém, antes que seus lábios se encontrassem, foram novamente interrompidos, dessa vez por Sirius, que começou a falar antes mesmo de chegar na cozinha.

— Quando vocês saírem, vocês podem... Ah, por que vocês não colocaram um aviso que estavam namorando aqui? — Sirius parecia estar realmente arrasado por ter atrapalhado os dois.

— Por Merlin, ninguém entende que as coisas já são lentas demais aqui? Não precisamos de interrupções toda hora... — Tonks cruzou os braços, fingindo estar mais brava do que realmente estava. Remus, que normalmente teria ficado nervoso numa situação dessas, estava rindo da garota.

— Eu acho que se vocês querem privacidade, deveriam ir para um quarto. É o que eu sempre faço... Ou fazia, antes de ficar preso aqui. — Sirius tinha a costumeira expressão marota no rosto. — Ou então fiquem na cozinha mesmo, vai que o adorável Snape aparece aqui também.

— Ok, já estamos deixando a área livre para você e para o Ranhoso. — Tonks não tivera boas experiências com Severus como professor e, ciente da rixa entre ele e os marotos ela sabia que podia chamá-lo assim.

Tonks levantou e puxou Remus pela mão, um pouco irritada por tantas interrupções. Lupin tinha agora a típica expressão de ansiedade, fazia anos que não namorava alguém ou ficava as sós num quarto com uma mulher. Ninfadora abriu a porta do quarto dela para que os dois entrassem, ainda de mãos dadas. Ela encostou na escrivaninha e pegou a outra mão dele.

— Bem, ainda temos algum tempo até sairmos. O que quer fazer? — Ela sorriu olhando para Remus, que era bem mais alto que ela.

— Tonks, eu não sei se isso foi uma boa ideia... — O medo estava o vencendo, ele não sabia como agir, talvez fosse mais seguro que ele ficasse sozinho. Ela merecia um homem com mais atitude, que gostasse das inúmeras bandas que estampavam as paredes de seu quarto e que pudesse fazê-la mais feliz.

— Ah, você não vai começar com isso de novo. — Ela soltou as mãos dele e sentou na cama, deixando Remus plantado perto da escrivaninha. — Você não pode me beijar numa noite e vir com essa conversa depois. — Talvez o desfecho da noite passada fosse crédito apenas da bebida.

— Dora, me desculpa. — Ele se aproximou, ficando de pé perto da cama com as mãos bagunçando o cabelo. Ele usou o apelido carinhoso que apenas sua mãe e Sirius usavam, como ele podia ser tão fofo e tão egoísta ao mesmo tempo? Ele não se importava com os sentimentos dela? — Eu não posso fazer isso com você, eu nem sei o que fazer...

— Pelas cuecas sujas de Merlin, para de se lamentar, Remus! — Ela revirou os olhos, pensando que mesmo ele sendo mais velho, ela parecia a mais madura do quarto. — Eu quero você. Você pareceu me querer. Pra que colocar empecilhos?

— Eu quero que você seja feliz. — Ele sentou ao lado dela, repetindo a última fala dela em sua mente. Por um momento, ele lembrou de um conselho que James lhe deu quando ele tentou se esquivar do namoro com Dorcas: "Cara, vocês dois se gostam então para de enrolação. Se eu pudesse, eu teria largado todas as garotas de Hogwarts para ficar com a Lily antes do último ano!". Isso o deu forças para tomar atitudes e se arriscar nesse relacionamento com Tonks.

— Então me faça feliz, seu lerdo. — Ela bagunçou os cabelos dele, dando abertura para que ele lhe fizesse cócegas na barriga, num momento de coragem. Essa atitude fez a menina rir tanto e tentar fugir que ela acabou caindo da cama.

— Meu Merlin, você está bem? — Ele ajudou ela a se levantar, mas ela ria tanto que era difícil fazê-la se mexer e era difícil não rir ao ouvir a risada dela. O talento para o desastre de Ninfadora, somado o nervosismo dos dois, resultava numa cena engraçada demais.

— Para de rir de mim. — Ela falou, sentando novamente na cama.

— Achei que era para te fazer feliz. — Ele deu de ombros. Tonks pensou que Remus podia ser bipolar por mudar tão rápido de ideia e, além de tudo isso, parecer tão mais novo quando era espontâneo dessa forma.

— Eu tinha outra coisa em mente. — Ela agarrou o pescoço dele rapidamente e juntou seus lábios, trazendo para os dois a mesma sensação da noite anterior. Era como se todos os conflitos que assolavam a mente de Lupin fossem em vão, por mais que ele soubesse que Tonks merecia mais, ele não conseguiria ficar sem aquele beijo. Era calmo, carinhoso e tímido no início, mas quando Tonks sentiu os dedos dele em sua cintura, a puxando para mais perto, o beijo se intensificou.

Logo, ela estava deitada praticamente em cima de Remus, uma das pernas em cima das coxas dele, os braços entrelaçados atrás da cabeça dele enquanto ele segurava sua cintura com uma mão e acariciava os cabelos mais cheirosos e coloridos que qualquer um já havia visto.

Lupin começou a sentir seu corpo latejando como não sentia a muito tempo, cada parte dele implorando pela garota deitada ao seu lado e, por mais que essa não fosse a sua vontade, ele interrompeu os beijos e a olhou nos olhos, um pouco atordoado com a intensidade do momento.

— O que foi? — Ela apoiou o queixo no peito dele, o olhando de um ângulo mais baixo. Seus dedos contornavam uma cicatriz que aparecia perto da gola da camisa dele e se estendia pelo pescoço.

— Eu acho que chega, por hora. — Ele sorriu, um pouco incerto do que dizia por estar num conflito interno entre seu corpo, que queria que aquilo continuasse, e sua mente, que sabia que aquilo tinha que parar. Acariciou a bochecha de Tonks, num momento de deleite diante a beleza excêntrica dela, antes dos dois se levantarem e se aprontarem para a missão.

Tonks colocou seu sobretudo vermelho por cima de uma camiseta cinza, que estava mais amassada do que deveria, guardou a varinha no bolso da calça enquanto descia as escadas para encontrar Remus, que apenas havia colocado seu blazer novamente.

Aparataram perto do Caldeirão Furado e apontaram para um dos tijolos, para abrir passagem para o Beco Diagonal. Para a felicidade de Remus, o Beco estava relativamente vazio. Algumas crianças que ainda não tinham idade para irem à Hogwarts corriam da Gemialidades Weasley para a loja de Artigos de Qualidade para Quadribol animadas.

Quando avistaram a Florean Fortescue, Tonks pegou Remus pela mão e o fez andar mais rápido. A sorveteria tinha uma bela vitrine mostrando todos os infinitos sabores de massas coloridas e deliciosas. Remus pediu uma casquinha de chocolate e Tonks, uma Banana Split Explosiva, cujo sorvete dava pequenas explosões dentro da boca.

— Isso é muito bom! — Ela ofereceu uma colherada para Remus, que não teve como recusar, diante da animação dela. Com uma cara de surpresa, ele concordou que um sorvete que explodia na boca era sem dúvidas mais legal que uma casquinha normal e sem graça.

Talvez ele precisasse de alguém que lhe desse essa animação diária e o tirasse da rotina mais vezes, e ele começava a acreditar que finalmente tinha achado essa pessoa. Ele olhou suavemente para Tonks antes de lhe dar um beijo na bochecha suja de sorvete. Tudo parecia perfeito, até que uma imagem de uma corça surgiu perto deles.

A sorveteria estava vazia, portanto a mensagem só poderia ser para eles. Como se o próprio Severus Snape estivesse falando com os dois, o patrono transmitiu a mensagem:

— Harry Potter foi pego pela Dolores Umbridge tentando se comunicar com vocês, ele disse que Você-Sabe-Quem está com Sirius no Departamento de Mistérios. — Ouve uma pausa, Lupin e Ninfadora se entreolharam, um tanto confusos. Eles sabiam que Sirius não estava lá. — Pela forma que ele estava se comportando, pareceu que Potter pretende ir ele mesmo salvar Black. Achei que deveriam saber. — E o patrono sumiu tão rápido quando havia aparecido, deixando os dois atordoados e preocupados com o que aconteceria a seguir.

 

 


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Notas finais do capítulo

Vocês tem ideia do que vai acontecer no próximo capítulo não é? Eu vou caprichar bastante nele, mesmo que demore um tempinho.
Espero que os momentos fofinhos do nosso casal lindo tenham alegrado tanto vocês como me alegrou. Me contem o que acharam!
Beijos e até logo.