Love Is a Losing Game escrita por msnakegawa


Capítulo 4
Green Light


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, eu sei que demorei um pouquinho e peço que me desculpem! Eu tenho alguns capítulos escritos mas to tento que modificar algumas coisas para combinar com as minhas ideias novas e isso leva tempo. Além disso, a faculdade não tá dando descanso... Espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu!



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 'Cause honey I'll, come get my things
But I can't let go
I'm waiting for it, that green light, I want it

Pois querido, eu vou pegar minhas coisas
Mas não consigo esquecer
Estou esperando por isso, o sinal verde, eu o quero
Green Light - Lorde

Remus e Ninfadora estavam parados em frente a porta nº12. Tonks tentara entrar rápido e evitar uma conversar com Lupin, mas ele não deixou. Ela não seria justa com ele se precisasse falar sobre o que tinha acontecido, deixaria seu coração falar mais alto e isso não era o que ela queria.

Ele tocou de leve na mão dela, que já estava quase girando a maçaneta. Ele não sabia nem o que deveria dizer naquele momento, as coisas pareciam ter fugido do controle repentinamente. — O que você quis dizer com aquilo? — Ele expressava toda essa confusão em seu rosto, com a testa franzida e o olhar hesitante. Ela olhou para a mão dele apoiada em cima da sua, impedindo que ela entrasse e ficou quieta alguns segundos como se estivesse pensando no que fazer.

— Você sabe o que eu quis dizer. — Ninfadora levantou as sobrancelhas e tentou manter-se séria quando, por dentro, ela estava uma pilha de nervos. Ela tinha falado sem pensar, deixando entendido que estava apaixonada por Remus, mas ela não estava pronta para falar sobre isso. Ela só queria entrar na Sede e se esconder em seu quarto.

E com isso, Tonks abriu a porta e passou rápido pelo corredor, tropeçando no porta guarda-chuvas de perna de trasgo antes de seguir seu caminho até a sala. Remus ficou parado na porta, um pouco atônito com a situação e quando resolveu entrar foi direto para o quarto, ouvindo de longe a voz de Tonks contando o que o comensal havia dito.

Ele se deitou na cama e encarou o teto, pensando em tudo o que aconteceu. Estava tudo bem até ela elogiar Sirius, e foi nesse momento que as coisas desandaram, ele não deveria ter reclamado que Black sempre ficava com as garotas porque sabia que na verdade, por mais que os marotos tentassem arranjar uma namorada para Remus, ele acabava a afastando por causa das suas condições.

Será que Tonks estava reclamando dessas atitudes dele? Ele já não sabia mais o que deveria pensar, quando alguém bateu na porta. Lupin torcia para que fosse Tonks indo esclarecer a situação, mas encontrou o mesmo cachorro sarnento que lhe fez companhia em grande parte da sua vida.

— Sirius. — Remus falou um pouco desapontado e o deixou entrar.

— O que aconteceu na missão? — Sirius se sentou numa cadeira e começou a balançá-la para frente e para trás.

— Ela não contou? — Remus estendeu os braços por cima da cabeça, se espreguiçando. Ele decidiu não falar sobre o elogio dela, talvez ainda estivesse com uma pontada de ciúmes. Sirius continuou observando Lupin enquanto ele andava pelo quarto, impaciente. — Resumindo a história, ela disse se eu não estivesse tão ocupado sentindo pena de mim, eu saberia por quem ela é apaixonada.

— E ai você beijou ela? — Sirius quase caiu da cadeira em que balançava, tamanha a empolgação, ficando então de pé em frente ao amigo. Black tinha um brilho nos olhos que só era visto nos tempos de escola, quando a Grifinória ganhava um jogo de quadribol ou quando um dos três outros marotos faziam algo incrível.

— O que? É claro que não... E o cara que nós investigávamos chegou bem na hora. — Remus explicou, numa mistura de tristeza e alívio. — Você acha que...

— Que ela está apaixonada por você? Eu já tinha falado isso antes. Você é incrivelmente lerdo, Aluado. — Sirius colocou a mão no ombro de Lupin e fez uma cara de dó forçada, depois riu.

— O que acha que eu devo fazer? — Remus perguntou sinceramente. Ele sempre recebeu conselhos de James e Sirius, as vezes até da Lily.

— Vamos lá embaixo jantar, a Molly e o Arthur vieram jantar conosco. Você saberia disso se não tivesse vindo direto para o quarto. — Ele laçou um olhar severo e forçado, fazendo Remus rir um pouco. — Se estivermos com fome, não vamos conseguir pensar na coisa mais óbvia do mundo que é VOCÊ IR CONVERSAR LOGO COM A TONKS! — Sirius começou a frase num tom baixo e no final, falava alto para que ficasse claro para o amigo o que ele deveria fazer.

Enquanto Sirius dava uma aula para Remus sobre seus problemas com o coração, Tonks estava no quarto de hóspedes no final do corredor. Ela decidiu subir um pouco antes do jantar, pois precisava de um tempo sozinha para pensar em tudo o que tinha acontecido. Eles precisavam conversar sobre aquilo, mas seu coração de lufana não lhe deixaria mentir e dizer a verdade poderia afastar Lupin ainda mais.

Quando já estava perdida em seus pensamentos, Ninfadora ouviu a voz de Sirius ecoando pelo corredor. Ele devia estar falando com Remus, talvez isso ajudasse um pouco a situação. Confiando nos talentos de seu primo, ela resolveu tomar um banho rápido antes de descer para o jantar, com isso ela com certeza melhoraria seu humor.

Quando Molly chamou todos para o jantar, Tonks seguiu o aroma maravilhoso e encontrou a mesa ainda vazia. O cheiro de comida caseira que vinha da cozinha contribuía para que ela se distraísse um pouco.

— Estou faminta, esse cheiro maravilhoso estava me deixando até tonta de fome! Molly, você precisa me ensinar a cozinhar assim... Eu mal sei ligar o forno sem que ele exploda!  — Tonks ria enquanto ajudava a Sra. Weasley a arrumar a mesa, ela era realmente desastrada e sempre acabava causando algum acidente quando tentava se aventurar na cozinha.

— Ah querida, não fale assim! Vou te ensinar e você fará apenas a melhor comida para o... — A Sra. Weasley foi baixando a voz, percebendo que falava demais.

"Será que está tão na cara assim? Até mesmo a Molly notou que eu estou afim de Remus, como o homem podia não ver o que estava na sua cara?", a garota se perdeu novamente em seus pensamentos, lembrando do que havia dito sem pensar e no que aconteceria a seguir e despertou somente quando ouviu uma voz conhecida.

—Como vai, Molly? — Remus entrou na cozinha e sentou-se na cadeira ao lado da que Tonks estava apoiada, ainda de pé. Ainda que ele tivesse sentado perto dela, era estranho que ele não aparentasse nervosismo ou algo do tipo. Talvez confiar no Sirius para fazê-lo tomar uma atitude não tenha a melhor escolha. "E se ele resolvesse simplesmente ignorar o acontecido? Tudo bem, não era algo muito típico dele, mas nunca se sabe..."

— Muito bem, querido... Por que não senta, Tonks? — Molly lançou um olhar parecido com o de Fred e George quando estavam aprontando alguma coisa.

Logo, Sirius se juntou aos três, assim como o Sr. Weasley. Todos desfrutavam do jantar delicioso e conversavam sobre assuntos do Profeta Diário e sobre as novidades entre os informantes da Ordem.

— Ouvi dizer que o Greyback está recrutando seguidores... Sinto muito, Remus. — Arthur contou. Ele sabia como isso afetada Remus e, na situação que ele se encontrava, o homem não precisava que o responsável pelo sofrimento de cada lua cheia estivesse buscando outros lobisomens por aí.

— Tudo bem, é bom que eu fique em alerta. Me pergunto quando vou receber o convite de entrar para a alcateia. — Ele respondeu, talvez com um pouco de mal humor. — Pelo menos não tivemos relato de mais nenhum ataque não é? — Ele percebeu que tinha descontado um pouco de seu humor na conversa e tentou consertar.

— Você está certo, Remus. Precisamos ser otimistas ou vamos enlouquecer. — Molly concordava, já retirando os pratos da mesa, assim como algumas travessas ainda cheias de comida. — Eu e Arthur vamos ter que ir para a Toca no fim de semana, mas vai ter muita comida para vocês. Tonks e Lupin ficarão aqui fazendo companhia para o Sirius? — Aquela senhora já estava fazendo Tonks corar, com tantas indiretas em relação ao casal. Ela não sabia tudo o que havia se passado naquele dia, as coisas não eram assim tão fáceis.

— É uma boa ideia, Molly! — Sirius entendeu o que ela estava tentando fazer e exclamou, apoiando as mãos sobre os ombros dos dois, que ainda estavam sentados. — Pode deixar, meus amigos maravilhosos vão arrumar a cozinha para você. — Ele precisava colocar aqueles dois para conversar e as indiretas da Sra. Weasley ajudaram bastante, só esperava que nenhum dos dois o estuporasse por aquilo.

O olhar de Remus e de Tonks caiu sobre Black, que tinha apenas um sorriso maroto no rosto e jogava suas longas madeixas para trás. Remus tentou lembrar quantas vezes tinha visto aquela expressão durante seus anos em Hogwarts, quando ele, Sirius, James e Peter estavam planejando alguma confusão. Tonks pensou que confiar no juízo de seu primo para fazer Remus conversar com ela foi um tanto arriscado.

O Sr. e a Sra. Weasley se despediram e partiram para casa, no vilarejo de Ottery St. Catchpole, deixando os três sozinhos na sede da Ordem.

— Que ideia foi essa, Sirius? — Tonks olhava encabulada para ele. Ela tinha que admitir que estava começando a ficar um pouco aliviada de ter uma chance de falar com Remus, ainda que não se sentisse totalmente segura para isso. — Você quer sua cozinha destruída ou coisa assim? Eu sou desastrada demais... — Esse comentário fez Sirius e Remus rirem.

— É por isso que o meu amigo Aluado aqui vai te ajudar. — Remus foi praticamente empurrado de volta para a cozinha, olhando para Sirius em reprovação.

Seu amigo sabia que Remus precisava daquela força extra e de uma situação sem escapatória para esclarecer o assunto com Ninfadora. A imagem calma que Remus tentou passar durante o jantar estava se desfazendo e Tonks logo percebeu que ele estava nervoso e um pouco perdido.

— Remus, que cara é essa? — Tonks perguntou, ao ver a cara fechada que preenchia seu rosto.

— Ah, eu só estava pensando... — Ele voltou a atenção para os pratos sujos, acenando com a varinha e agilizando o processo de lavar a louça.

— Talvez você devesse parar de pensar tanto. — Ela deu de ombros. Por algum motivo, ela estava perdendo a raiva que sentiu mais cedo.

— O que você quis dizer com eu sentir pena de mim mesmo? — Ele foi direto ao assunto e nesse momento, como se não esperasse por isso, Tonks derrubou um prato que antes era guiado por sua varinha até o armário.

— Ops... — Ela olhou para o prato despedaçado e não pode deixar de rir, diante da situação tensa, era óbvio que ela quebraria alguma coisa.

— Você poderia só ter respondido. — Ele conjurou um feitiço e refez o prato, rindo do rosto corado de Ninfadora. Só a risada dele já a fazia perder o foco, ele era tão bonito quando não estava com o semblante preocupado.

— Não é tão fácil assim... — Ela ficou de costas para ele, virada para os armários onde guardava os pratos e as panelas limpas. — E sobre a sua pergunta, eu não deveria ter falado dessa forma. Sei que as coisas não são fáceis para você. — Ela continuou e depois virou novamente para ele, apoiando na bancada. — É só que você fica com essas suas justificativas de "sou muito velho, sou um lobisomem..." e não percebe que tem gente que não se importa com isso. — Ela falou, com toda a sinceridade. A esse ponto, ele já tinha acabado de lavar a louça e caminhado na direção dela.

— Você quer dizer que não se importa que eu não tenha dinheiro e que eu tenha que me esconder da lua todo mês? — Ele parou na frente dela, falando com um tom triste e esperançoso ao mesmo tempo.

— Por Merlin, é o que eu estou dizendo o dia todo! — Ela riu, tentando quebrar o gelo e fazendo-o rir também. — Você é bem lerdo sabia? — Tonks tinha um certo talento para botar um pouco de humor em qualquer situação, mesmo quando estava nervosa.

Ele olhou nos olhos dela e eles pareciam estar dizendo a verdade, como sempre. Estava ali, parada na frente dele com um sorriso tímido nos lábios rosados, seus cabelos voltaram ao tom habitual de rosa chiclete.

Ele se aproximou ainda mais dela e segurou a mão dela com ternura, a pele branca e macia de Tonks tocou a mão grande e cheia de cicatrizes de Lupin. Não eram necessárias palavras naquele curto momento, que foi acidentalmente interrompido por Monstro, o elfo doméstico da família Black. Eles soltaram as mãos e voltaram a arrumar a cozinha em silêncio, presos em seus pensamentos e levemente corados.

— Nossa, alguém morreu aqui? Se eu soubesse que vocês iam ficar nesse silêncio mortal, eu não teria sugerido isso... — Sirius entrou na cozinha para encher sua taça de vinho de novo..

Tonks saiu rápido do cômodo, envergonhada, mas com um sorriso tímido no rosto, sendo acompanhada pelos olhares dos dois.

— Eu perdi alguma coisa aqui? O meu plano deu errado? — Sirius franziu a testa.

— Eu acho que nós esclarecemos as coisas e... Ela está mesmo apaixonada por mim. — Lupin falou, passando a mão na nuca e sorrindo feito bobo.

— O que está esperando para ir atrás dela então? Eu garanto que a noite não vai simplesmente acabar assim. — Sirius indicou o caminho para a sala e deu uma piscadela para Remus. Os planos do Black sempre davam certo, de um jeito ou de outro.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acham que vai acontecer lá na sala? Sirius sempre arrasa né? Eu adoro ele e não consegui deixá-lo de fora dessa história... Muito obrigada a todos que estão acompanhando e comentando, cada um de vocês é muito importante para mim!
Até o próximo capítulo!