Red Line escrita por Yume


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o capítulo 1, ele está bem "grandinho" em comparação aos próximos, já que estou dividindo em capítulo de 1.000 e poucas palavras.
Eu deveria ter postado no final de semana passado, mas aconteceram tantas coisas que acabou não dando. Então, aqui está. Próxima semana posto o 2.
Lembrando que se alguém quiser escutar as músicas que eu tenho usado para me inspirar, aqui está a playlist: https://www.youtube.com/playlist?list=PLgYGIupXofe6RvApQqxG1L6tetRbCV75Q
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726295/chapter/2

CAPÍTULO I

20 anos antes

            Hoje é um dia especial, se não fosse pelo fato de Natsu não ter chegado ainda. Estou fazendo 21 anos, finalmente poderei ter meu carro! Natsu prometeu estar aqui e ser o primeiro a me dar os parabéns, porém, Levy e Erza já ligaram e Gray mandou um vídeo.

            Moramos juntos desde que nossos “pais” morreram a cinco anos, Igneel, me criou como filha desde meus cinco anos, quando ele e mamãe casaram, desde então, tenho um “irmão” mais velho, cinco anos mais velho para falar a verdade. A seis anos, um acidente com o avião particular da empresa fez com que Layla e Igneel morressem e consequentemente, Natsu acabou por tornar-se responsável por mim, com apenas 20 anos, também assumiu a companhia e tudo que vinha junto com o nome Dragneel.

            - Droga Natsu! – Joguei o livro que estava lendo sobre a cama e levantei, já era quase uma da manhã e meu querido “irmão” não havia chegado ainda – Você prometeu! – Suspirei cansada e decidi comer alguma coisa.

            O apartamento que moramos é na cobertura de um prédio absurdamente grande no centro de Magnólia. Decidimos vender a mansão que crescemos e vir morar em um lugar mais moderno. Quando desci para cozinha, escutei risadas femininas vindo da entrada, suspirei e contei até dez, sabendo muito bem de quem era a risada. Antes de descer o último degrau já estava com o sorriso forçado no rosto.

            - Boa noite Lisanna – A albina me encarou sorrindo e piscou, logo dando um beijo exagerado em Natsu.

            - Tchau meu amorzinho – Segurei a vontade de colocar o dedo na garganta e induzir o vômito.

            - Até mais Lisanna – Natsu sorriu e fechou a porta, logo virando-se para mim, com um sorrisinho amarelo, cruzei os braços e o ignorei, indo até a cozinha – Luce!

            Abri a geladeira e peguei um pudim de chocolate que havia feito mais cedo, desisti de pegar apenas um pedaço e me sentei com o refratário inteiro sobre a mesa, estava preparada para dar a primeira colherada, quando Natsu a tomou de mim.

            - O que pensa que está fazendo cretino? – Bati em seu braço com toda força que tinha, o que não era muito, ele apenas riu e continuou comendo – Você prometeu! – Falei com a voz chorosa, estava realmente magoada, Natsu suspirou – Disse que ficaria comigo e faríamos maratona dos meus filmes favoritos, disse que seria o primeiro a me dar os parabéns...

            - Desculpe Lucy, eu sei que prometi, mas acabei ficando preso... – O interrompi levantando e indo até a pia.

            - Preso no meio das pernas da Lisanna!

            - Não é assim Lucy.

            - Sabe que não gosto dela!

            Natsu respirou fundo mais uma vez – Lisanna me levou a uma exposição de arte onde alguns de seus quadros estavam sendo expostos e acabei encontrando com alguns investidores que me puxaram para conversar sobre o novo projeto... realmente me desculpe, fiquei pensando em você por toda noite.

            O encarei em silêncio por alguns segundos – Levy e Erza já me ligaram, Gray me mandou uma mensagem em vídeo super fofa – Vi que Natsu riu, eu deveria estar com meio metro de bico.

            - Aquele desgraçado não se prestou a te ligar também?

            - Não mude o foco Natsu, sabe que Gray está nos Estados Unidos e o fuzo horário é outro, e ele fez o que prometeu ao menos.

            - Ok Lucy, eu realmente peço desculpas, de verdade, queria estar com você desde cedo – Ele veio até mim e beijou minha testa – Mas vou manter o acordo e amanhã estarei a sua disposição.

            Tentei não sorrir, mas foi impossível – Eu te amo! – O abracei com força e afundei meu rosto em seu pescoço, ele é tão quentinho e tem um cheiro tão bom... – E meu presente?

            Natsu riu – Interesseira – Levantei o rosto e o mordi no queixo – Au! Calma! – Ri e voltei como estava – Comprei um par de meias novas.

            O encarei indignada e ele gargalhou – Qual é Natsu! Você tem prometido isso desde que fiz dezoito!

            - Eu sei, estou brincado! Vem – Pegou minha mão e foi me levando até a garagem, não consegui parar de sorrir por nenhum momento, paramos em uma vaga onde um carro, coberto por uma lona preta, estava, o encarei com os olhos brilhando.

            - É sério? – Ele apenas acenou, pulei nele e entrelacei minhas pernas em sua cintura, o enchendo de beijos pelo rosto – Eu te amo irmãozinho lindo! – Natsu riu.

            - Quando lhe é conveniente.

            O larguei e fui até o carro, tirei a lona mais rápido do que devia, descobrindo o esportivo que estava babando desde que decidi que queria ter um carro, um Ford Mustang 1969, preto fosco. Fiquei paralisada por alguns segundos apenas admirando a beleza daquele carro.

            - O preço desse carro equivale a pelo menos dois dos meus esportivos – Encarei Natsu, ele estava escondendo um sorriso de canto – Espero que cuide bem dele - Concordei e ele ficou sério – Estou falando sério Lucy, sem rachas.

            Revirei os olhos – Só fiz isso uma vez.

            - E quase morreu! Nunca vi papai tão preocupado.

            - Não foi tanto assim – Falei distraída enquanto alisava a lataria do carro.

            - Ficou internada por quase dois meses e...

            - Eu já entendi Natsu – O encarei e abri mais o sorriso – Sem rachas! – Antes que ele abrisse a boca novamente, segurei seu rosto – Agora vai dar uma volta comigo, quero ver esses cavalos todos na estrada.

            Natsu suspirou e sorriu – O que não faço por você loirinha!

            Pulei no lugar e lhe dei um beijo estalado na bochecha esquerda – Obrigada!

{...}

            - É realmente uma beleza – Erza estava quase lambendo meu carro – Natsu foi muito generoso com você.

            - Ele prometeu – Dei de ombros e acionei o alarme.

            Fomos andando até a entrada da faculdade – E então como foi passar o dia com ele?

— Perfeito, ele me levou no shopping e fomos na loja de jogos como quando éramos crianças, depois almoçamos hambúrgueres e batatas e então passamos o resto do dia em casa, assistindo a filmes e comendo.

— Um dia perfeito, com certeza – Erza riu e afastou-se um pouco, assim que enxergou Jellal parado, conversando com Eric, a segui.

— Bom dia Lucy – Os dois me cumprimentaram como de costume, sorri e respondi.

— Lucy! – Senti um peso nas costas e ri com Levy abraçada em meus ombros – Quero dar o seu presente!

— Eu já dei o meu! – Erza sorriu maliciosa e Levy lhe deu a língua, as duas sempre competiram entre si, para ver quem fazia qualquer coisa primeiro, desde quem comia mais salgadinhos a quem chegava primeiro na faculdade, uma vez Erza veio a meia noite para cá... mas isso é outra história.

— Aqui – Levy estendeu um embrulho azul de tamanho médio, peguei e lhe dei um beijo.

— Obrigada! – Abri e tirei um conjunto de espátulas de madeira que estava querendo a algum tempo – Oh meu Deus! Levy! Onde achou isso?

— Droy viajou para o Brasil no último mês e pedi para trazer.

A abracei quase a levantando do chão – Muito obrigada!

— Não teve essa reação quando dei meu presente – Erza resmungou emburrada, ri e fui até ela a abraçando.

— Você me deu uma coleção de calcinhas comestíveis exóticas, fiquei meio em choque – Erza era assim, um poço sem fundo de surpresas, a cada ano, ela me dava um presente diferente e cada vez mais ousado, ano passado ela me deu um livro de receitas Maias, segundo ela, eram receitas usadas em rituais de acasalamento, para dar mais virilidade aos homens e fertilidade as mulheres.

— Achei que fosse gostar!

— E gostei! – Ri com sua cara de falsa magoa – Amo tudo o que me dá!

Ela sorriu e me abraçou com força – Assim que se fala!

— Ok, que tal irmos para aula? – Jellal que até então apenas observava tudo com Eric, se pronunciou – Vamos nos atrasar Erza.

— Oh sim, temos aula prática agora – Ela saiu arrastando o namorado que acenou para nós. Erza e Jellal estavam cursando biologia, ambos tinham vontade de sair pelo mundo catalogando as mais estranhas espécies de animais e plantas que se possa encontrar.

— Bom, eu também já vou indo – Eric sorriu e saiu. Apenas eu e Levy ficamos, logo fomos para aula.

Cursávamos gastronomia, as aulas ficavam em um bloco um pouco distante da entrada, então fomos caminhando até lá, com um pouco de pressa.

— Quando Gray volta?

— Acho que semana que vem, ele ainda não sabe ao certo – Suspirei, estava com saudades do meu namorado, entendia que ele tinha que viajar muito, ser um modelo envolvia esse tipo de coisa. Gray é lindo, já esteve em diversas agencias, mas devido ao temperamento forte, sempre acabava batendo de frente com alguém, saindo de onde estava e consequentemente gerando um escândalo que ficava pairando pela mídia por algum tempo.

— Ele viaja bastante não é mesmo?

— Desde que entrou com essa agencia, está indo para outros países com uma campanha publicitária.

Levy suspirou assim que chegamos em frente ao bloco – Teremos uma professora nova hoje.

— Verdade?

— Sim, a Sra. Stuart saiu no semestre passado, fiquei sabendo que é uma professora que veio da Europa – Ergui as sobrancelhas surpresa.

— Só teremos esse semestre com Enologia, mas vai ser bom ter alguém estrangeiro dando aula – Levy concordou e entramos, pegando o elevador até o terceiro andar.

Assim que chegamos na sala, alguns alunos já estavam sentados conversando, entre elas, Cana, que tomava “agua” em uma garrafa preta, sorri, eu sabia que o que ela tinha ali era alguma bebida de álcool, o motivo de ter escolhido cursar gastronomia, era porque poderia aprender a fazer bebidas sem que o pai desconfiasse da motivação.

Sentei próxima a parede, Levy ao meu lado, alguns minutos mais e todos chegaram, então, o reitor entrou seguido de uma mulher, jovem, bem jovem, parecia ter minha idade. Séria, com traços delicados, cabelos azuis presos em um coque solto e olhos tão profundos quanto o mar, a postura altiva dava um ar de superioridade não intimidadora, usava roupas com corte sofisticado, porém, um tanto reveladoras e saltos altos.

— Estou apresentando a nova professora, a Srta. Lockser irá acompanha-los daqui em diante, ela fará as devidas apresentações sobre si mesma, obrigado – Makarov, nosso querido reitor, parecia um senhor sério e responsável, mas na verdade era um “arruaceiro”, a noite era fácil encontra-lo em alguma boate, bar ou bordel. Ele sempre encobria Cana quando algum professor a acusava de estar bêbada nas aulas.

Ficamos em silêncio até que Srta. Lockser se ajeitasse, em sua mesa. Assim que arrumou a bolsa na cadeira, foi à frente da mesa e sentou-se na mesma, cruzando as pernas longas, a saia subiu ainda mais, deixando as coxas a mostra, ela sorriu doce, encarando cada par de olhos na sala.

— Bem, vamos as devidas apresentações – Suspirou e encarou a janela – Meu nome é Juvia Lockser, tenho 23 anos – Nesse momento ela nos encarou novamente, e riu, acredito que minha cara de surpresa esteja refletida em todos na sala – Terminei a faculdade aos dezessete – Escutei alguns murmúrios ao fundo, é realmente surpreendente, temos um gênio como professora – Antes que perguntem, nasci aqui em Magnólia, mas passei boa parte da vida na França – Ela suspirou e ficou séria por alguns segundos – Gostaria que me chamassem apenas de Juvia, sou mais nova que a maioria de vocês, então, sem formalidades – Seus olhos eram analíticos sobre cada um de nós. Vi que ela encarou alguém e sorriu de canto, levantando.

Todos observaram ela ir até Cana e pegar a garrafa que a mesma estava bebendo, vi alguns prenderem a respiração, eu fui uma dessas. Juvia tomou um generoso gole e logo devolveu a morena, que riu, já estava um pouco alterada, como sempre. Juvia encarou o teto enquanto saboreava a bebida, sorriu e voltou para sua mesa.

— Amanhã quero que traga uma garrafa desse Tawny, vou mostrar como essa belezinha fica com alguns ingredientes secretos – A azulada piscou e Cana gargalhou.

— Para mim a melhor professora do mundo nos achou! – Todos riram e então a aula começou.

Juvia era incrivelmente inteligente e divertida, não era como se estivéssemos em uma aula, mas sim em uma conversa em grupo, ela também tinha uma garrafa com bebida na bolsa, uma Graspa que ela mesmo havia feito, deixou que cada um experimentasse um pouco, senti o gosto amargo descer queimando pela minha garganta, nunca fui de beber, nunca gostei, por isso imaginava que aprender sobre vinhos e seus derivados, seria incrivelmente entediante, porém, Juvia era incrível.

Depois da aula, que durou a manhã inteira, estava guardando minhas coisas e rindo com Levy, quando vi Juvia se aproximar, ela sentou na cadeira que antes eu estava e apoiou a cabeça sobre as mãos.

— Lucy Heartfilia – Um sorriso pequeno e um brilho perigoso estampavam a face delicada. A encarei e sorri, esperei que falasse mais alguma coisa – Já ouvi falar muito sobre você – Não fiquei surpresa, afinal de contas, meu “irmão” era o dono de uma das maiores empresas de exportação do país e eu namorava alguém bastante... chamativo, para dizer menos.

— Espero que coisas boas – Peguei minha bolsa e ajeitei o cabelo que caia sobre os olhos.

— Gray me falava muito de você, quando ia em meu apartamento em Paris – A encarei com mais interesse, ela e Gray se conheciam? Juvia riu – Não pense besteiras, eu moro com meu primo, ou resumindo, o melhor amigo de Gray.

— Gajeel Redfox é seu primo? – Eu sabia que Gray tinha um melhor amigo, um rockeiro, tão escandaloso como ele, não o conhecia pessoalmente, já que o mesmo morava na França e vivia em turnês.

— Sim, aliás, estava curiosa em conhece-la pessoalmente – Alguma coisa no olhar de Juvia acendia um alerta na minha cabeça. Fiquei um pouco intimidada com a maneira que ela me encarava e desviei o olhar, Juvia suspirou alto e levantou – Aqui – Pegou um cartão do bolso na saia e me entregou – Vou dar uma festa mais tarde no meu apartamento novo, Gajeel estará também, acho que você vai gostar, o endereço está aqui – Ela piscou e deu um sorriso doce – Pode ir também Levy – Pegou a bolsa sobre a mesa e saiu.

Fiquei alguns segundos parada ainda encarando a porta – O que acabou de acontecer aqui? – Levy perguntou passando a mão na frente dos meus olhos.

— Realmente não sei – Encarei o cartão em minha mão, apenas um retângulo branco, com número de telefone e endereço – Ela mora perto do meu prédio.

— Nós vamos não é mesmo?

— O quê?

— Qual é Lucy? Gajeel Redfox vai estar nessa festa, você não vai ser cruel e não me levar, não é?

Ah! Esqueci de mencionar um detalhe. Levy era completamente apaixonada por Gajeel Redfox, apesar da aparência pacífica, Levy amava um rock pesado, justamente o estilo de Gajeel. Ela tinha diversos pôsteres dele no quarto, foi em todos os shows que ele já fez por perto e o stalkeia em todas as redes sociais possíveis.

— Natsu não vai gostar disso – Natsu era super protetor, visto que quando nossos pais morreram, eu tinha feito quinze anos a pouco tempo, ele se sentia responsável por qualquer coisa que pudesse acontecer comigo, por essa razão, só me deixou ir em uma festa, quando me formei na escola, detalhe, ele foi o meu acompanhante.

— Ele nem é seu irmão de verdade, fora que você já tem idade para ir em uma festa – Nisso Levy tinha razão, Natsu não era meu irmão – Fora que você pode falar que é na casa de uma professora – A azulada piscou para mim, sorri balançando a cabeça.

— Deveria ter tentado cursar direito Levy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!