Quando descobri que era semideus... escrita por Tsubasa Valdez


Capítulo 1
Fomos adotados por um monstro


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura



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Pov’ Maya

Acordei com alguém balançando meu corpo, abri meus olhos e, no meu da escuridão reconheceu um par de olhos cor de mel. Ícaro.

—Maya, estou com medo

— Você sabe que se te pegarem aqui, você vai para o quarto do pânico?- falei sonolenta

—Sei, mas eu tive aquele pesadelo de novo- respondeu com olhos marejados. Ultimamente ele estava tendo pesadelos com a medusa e o minotauro, o que é estranho- Posso dormi aqui?

—Você vai ter que acordar cedo antes das funcionárias acordarem.

Assentiu, se deitando na minha cama.

Sou Maya Parker, tenho 12 anos, sou órfã, e como sei meu sobrenome? bom, está na minha certidão de nascimento. Estou aqui no orfanato desde que me entendo por gente, minha mãe morreu e meu pai nos abandonou antes de eu nascer. Tenho cabelos negros e olhos verdes e pele bronzeada.

Ícaro Jones, é um menininho de 7 anos que considero como irmão, cuido dele desde que chegou aqui, tem uma história bem parecida como a minha. É loirinho de olhos cor de mel, pele clara. Ás vezes percebo que quando ele está com raiva, algumas pessoas por perto dormem de repente, o que acontece raramente, sendo que quase nunca está com raiva.

Deixei o sono me levar e adormeci.

Acordei com a luz do sol no meu rosto, com as meninas com quem divido o quarto olhando para mim como se eu fosse um e.t. que caiu do céu.

— você e seu irmão estão ferrados- falou uma e olhou para a porta. Todas acreditavam que Ícaro realmente era meu irmão.

Olhei também para a porta, e lá estava a diretora do orfanato, Sra. Granger.

—Sr. Johnson, Srta. Parker, estejam em minha sala em meia hora-  falou e saiu

— Vamos Ícaro, vá para seu quarto se arrumar.

[...]

Entramos na diretoria, e a Sra. Granger estava com um sorriso no rosto. Aí tem coisa

—Sentem-se. Quero conversar com vocês

— O que ele aprontou?- me referi a Ícaro. Ele me olhou indignado. Dei –lhe um sorrisinho- Desculpe, foi reflexo.

— Nada, ele não aprontou nada, Maya- ela me chamou pelo nome?

— Então, o que fazemos aqui?- ela me ignorou

—Ícaro, você tem tendo sonhos estranhos, com seres mitológicos?- agora seu semblante era preocupado

—S-sim, senhora.

— hum... isso tem lógica, sendo você quem é.

— é quem eu sou?- perguntou receoso

— um semideus. - respondeu normalmente. Tanto eu quanto Ícaro olhamos para ela com uma cara de “ essa velha ‘tá gagá?”. Ícaro ficou de queixo caído- Você também, Maya. –é, ela está gagá 

— Como assim semideuses? Isso não existe. Só na Grécia antiga, que provavelmente devia ser só mito para explicar a existência de pessoas que correm rápido, tem inteligência acima do normal..

—Sim, e provocam fenômenos meteorológicos, controlam água, fazem pessoas dormir- Me interrompeu- Sarah, essas coisas existem, deuses, medusa ciclopes, e vocês, agora, fazem parte dela.

Fiquei estática, se isso é verdade, eu sou filha de um deus.. não, isso não é verdade, não pode ser verdade, né?

— E de qual deus eu sou filho?- olhei para Ícaro, incrédula

—Eu não sei, sua mãe não me contou- falou com um sorriso amigável no rosto- Mas também vocês estão aqui porque tem alguém que quer adotá-los-  nossa, isso é novidade. A maioria dos casais que queriam adotar a gente, pensou duas vezes quando descobriram que temos TDAH e já tacamos fogo no orfanato.

Ouvimos uma batida na porta e em seguida uma funcionária entrou.

— Senhora Granger, a Sra. Eme está aqui.

Em seguida, atrás dela entrou uma mulher de turbante e óculos escuro.

— Olá, crianças. Sou a tia Eme, vim adotar vocês.- A voz dela tinha um sotaque do oriente médio.- Que lindos, ótimos para fazerem uma estátua de vocês- essa última parte foi quase um sussurro, mas eu consegui escutar claramente, e ao ouvir isso meu corpo estremeceu. Ícaro pareceu não escutar. Seus olhos estavam brilhantes, ele sempre sonhou em ser adotado.

— Você não vai ouvir como nós nos comportamos?- perguntei estranhando. Era costume do orfanato os pais terem uma conversa com as crianças antes de adotá-las.

—Ah, não, criança, eu já amo vocês. – Agora estranhei ainda mais. Ícaro olhou para mim, com nervosismo .

—Então, vamos arrumar nossas coisas, Sra. Eme.

— Me chame de Tia Eme

Saimos da sala e fomos para o nosso quarto.

— Algo nessa mulher me deixa nervoso, ainda mais depois que a diretora falou aquilo pra gente- Ícaro quebrou o silêncio

—Sei, mas acho que aquilo era só brincadeira. Imagina, nós, semideuses. Capaz de a gente destruir o olimpo- Dei uma risada e Ícaro me acompanhou, entrando em seu quarto.

—Tchau, vejo você depois. - Assenti e fui para meu quarto.

Arrumei minha mochila com as minhas poucas roupas, e saí rumo a sala da diretoria.

Chegando lá, encontrei Ícaro com sua mochila do Batman, sorrindo.

— Vamos para uma casa- respondeu com brilho nos olhos. Eu não estava muito contente.

Entramos em um carro vermelho e vemos a paisagem ir mudando. Paramos em uma loja próxima a um posto numa estrada deserta de duas pistas.

—Venham, crianças, vou fazer um almoço especial para vocês.- Falou tia Eme.

Entramos na lojinha, cujo o nome era Empório dos anões de jardim da tia Eme. Lá dentro tinha muitas estátuas, e quando digo muitas estátuas era muitas estátuas mesmo, dezenas delas. Sentamos em uma mesa com quatro cadeiras. Já podíamos sentir o cheiro de Hambúrgueres. Não como Hambúrguer desde uma excursão do orfanato no Mc Donalds.

Tia Eme chegou com um prato com quatro chesseburgues.

— Aqui, crianças, comam a vontade. Mais tarde vamos tirar uma foto.

—OK. – respondemos devorando o chesseburguer.

Quando acabamos, ela nos dirigiu para perto de uma estátua de uma escoteira vendendo biscoito. Seu rosto estava assustado.

— Você que faz essas estátuas? – perguntei

—Sim, criança. Mas tenho dificuldade no rosto- ela falou com tristeza- vamos tirar uma foto para eu me inspirar para novas estátuas- isso soou como uma ordem.

Ela nos arrumou de um jeito que ficássemos abraçados. Forçou nossos sorrisos até que parecêssemos o coringa.

— Agora digam “xis”, filhotes de deuses- Sua voz saiu como um silvo de cobra. Arregalei os olhos

— O que?

Ao perceber o que falou ela rapidamente tirou os óculos.

— Ícaro, feche os olhos- gritei fechando os meus. Se ele me obedeceu, não sei. Senti a “ tia Eme”, ou melhor a medusa  vir até mim. Algo estava arrastando no meu rosto

—Vamos querida, abra os olhinhos, adoro ver os olhos das pessoas. Dizem que os olhos dos filhos dele são lindos - Ela passava a mão pelo meu rosto. Tentei agarrar a mão de Ícaro sem sucesso. Em vez disso agarrei discretamente uma barra de ferro sabe-sei-lá-onde-estava.

— M-mas você é a M-medusa!? Você tá viva!? Você e-existe!?- gaguejei

— Ah, mais é claro que existo filhote de deus, ou você achou que era papo-furado da diretora do orfanato?-  falou tentando abrir meus olhos.- Aquele garotinho fugiu e deixou você para trás

Bati a cabeça dela com força com a barra de ferro que eu tirei sabe-sei-lá-onde fazendo-a gritar. Senti-a cambalear e gritar de dor novamente.

— Isso foi pelo o que você fez pela minha irmã no meu sonho, monstro feio. – Ouvir a voz de Ícaro foi um colírio para meus ouvidos (que?). Arrisquei abrir os olhos e vi Ícaro de olhos fechados e uma Medusa desmaiada. Peguei a barra de ferro, que percebi que era de bronze e bati mais uma vez na cabeça dela. Ícaro chutou cinco vezes cabeça dela.

— Meu Deus- Ícaro gritou quando viu a Medusa. Um trovão soou- OK. Meus deuses. – corrigiu- tenho que me acostumar com isso. -falou- fomos adotados pela medusa - Voltou a gritar.

— É o que parece. – olho ao redor- Ela está desmaiada, vai acordar no máximo, daqui a duas horas, e é melhor que estejamos longe daqui.

Dirijo-me até um balcão, onde tinha uma caixa registradora, peguei o dinheiro que estava lá, talvez uns 200 dólares.

—Você está roubando, uau, não esperava isso de você- Ícaro aparece do nada e faz com que eu derrube 5 dólares

— Faz mão pegarmos a nossa mesada?- pergunto com sarcasmo. Vou até uma fonte com várias moedinhas dentro. – que tipo de moeda é essa? Parece de ouro. Vou levar. – As ponho na mochila – Vamos rápido.

Saimos correndo daquela lojinha. Passamos por um monte de árvores, sempre correndo, até chegarmos a uma estrada, e desabamos ofegantes.

—Nunca corri tanto em minha vida- diz Ícaro

— Você nunca correu na sua vida- retruco e deito no acostamento

—E agora?- eu também estava me perguntando isso. E agora. Não podíamos voltar para o orfanato, não sabíamos o caminho e capaz da medusa nos encontrar lá-     Não temos para onde ir. Somos semideuses, acho que isso deveria ocorrer sempre, não é?- ele parecia tentar convencer-se.

Nesse instante um ônibus vinha em nossa direção, demorei a ler seu destino por causa da TDAH, mas quando li ele ia para manhattan. Subimos no ônibus e sentamos. Ícaro imediatamente adormeceu e pouco tempo depois também deixei o sono me levar.


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Notas finais do capítulo

Postarei só a partir do dia 18. espero que tenham gostado.



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