Você é uma garota extraordinária, Marinette. Clara como uma nota musical, sincera como uma melodia... Você é a música que vem tocando na minha cabeça desde o primeiro dia que nos conhecemos...
Marinette não conseguia dormir. Rolava pela cama colocando o travesseiro sobre seus ouvidos, remoendo-se tentando afastar todos os pensamentos que a atormentavam naquela noite. Céus...
Por quê, Luka?
As palavras do menino invadiam sua cabeça deixando-a à beira da loucura total. Não era para ela estar pensando nele. Não, com certeza, jamais. Devia estar pensando naquele loiro com orbes de safira que tanto admirava, que tanto a deixava sem palavras que era incapaz de olhar sem se derreter por completo. Então, por que aquela noite era tão diferente? A razão era que estava perdida na memória daquela tarde quando, repentinamente, encontrou-se em frente a um vilão que lhe disse coisas muito belas.
Marinette grunhiu. De fato, logo ela surtaria. Será que aquilo era realmente uma declaração de amor? A garota não havia ouvido aquelas palavras por uma só vez, mas duas. Duas vezes que Luka a encarou ternura, a encantou e a deixou sem reação... E achava que só havia um garoto que era capaz de fazer isso com ela.
Já estava cansada. Precisava de uma resposta urgentemente. Talvez até por isso não tenha notado quando se levantou da cama com uma determinação tremenda no olhar, sequer tinha controle sobre si mesma quando seguiu para a sacada de seu quarto e encarava o céu estrelado de Paris. Enquanto Tikki a acompanhava silenciosamente, a kwami mal pôde perceber quando a garota chamou por seu nome para, então, cometer uma das maiores loucuras já havia feito.
- Tikki, transformar!
Sua voz soou calma e pacifica enquanto se transformava em Ladybug. Era como se já não comandasse seus movimentos, estava a mercê da curiosidade e aflição que atingiam seu coração. Pulou com seu ioiô de prédio em prédio. Sorte que era o meio da madrugada e estava escuro, poucas pessoas notariam a heroína mais amada de Paris percorrer a cidade em sua loucura. Ela sabia para onde estava indo. Embora não tivesse um plano e estivesse pouco consciente – o que era raro para a joaninha – ela tinha um destino certo. Porém, havia uma parada no meio do caminho que não era capaz de ignorar. Chegando perto da mansão da sua não tão secreta paixão, dirigiu-se para o lado dela e pousou no prédio a frente da janela do quarto dele.
Do quarto de Adrien Agreste.