Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 9
Fúria


Notas iniciais do capítulo

Heey! Achei que o feedback do capítulo anterior teria sido muito maior ): enfim, as pessoas que sempre comentam........ estão recuperadas? Espero que sim. Hahahahaha
Não se esqueçam de olhar as notas finais. Lá sempre tem algumas curiosidades/esclarecimentos.
Boa leitura! ❤



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       (Pov Jasper)

    A noite foi longa, mas Alice me ajudou a melhorar. Passei a semana com ela na floresta em meio a choros e acessos de raiva. Ela me acalmou e se esforçou para tentar ver o meu futuro, mas nada vinha em sua mente, apenas cenas da Bella preocupada com a minha ausência. Ela ainda não havia se decidido sobre nós, o que era óbvio; Bella sequer sabia do que estava acontecendo.    
    Assim que o sinal tocou, corri para fora da sala. Olhei em volta do refeitório, me sentido subitamente ansioso. Apesar de eu ter faltado a semana toda e de ser sexta, ela não era de faltar. Eu precisava vê-la. Não havíamos nos falado nesse intervalo de tempo em que surtei. Era ridículo, mas agora eu conseguia entender toda a minha urgência em querer estar com ela e era torturante esperar.
— Vou dar uma festa. – Disse Alice, me pegando de surpresa.
— Outra? – Perguntei, sem ânimo.
— Vai ser legal.
— Você disse isso da última vez. – Disse Rosalie.
— Nossa formatura precisa de uma festa.
— Claro. Quantas vezes nós iremos nos formar no ensino médio, não é mesmo? – Disse Emmett, zombeteiro. Não pude evitar de rir com ele.
— Dessa vez é especial. – Disse Alice e olhou para mim, sorrindo. Seu olhar vagou brevemente para a porta de entrada do refeitório e eu acompanhei. Bella estava conversando com aquela menina de óculos; Angela, eu acho. O sorriso em meus lábios foi instantâneo assim que nossos olhares se cruzaram. Ouvi Alice suspirar ao meu lado, mas não fui capaz de interromper o momento. Era tão bom vê-la.
— Olá. Você sumiu... – Disse ela, olhando para mim com tristeza.
— Precisei de um tempo para reorganizar umas coisas. Desculpe. – Respondi, exercendo toda a minha esmagadora força para me manter sentado e não abraça-la.
— Onde está Edward? – Uma pontada de ciúmes cutucou meu estômago. Ótimo.
— Ele não veio hoje. – Respondeu Alice. Notei que ela estava em um vulcão de sentimentos enquanto olhava para Bella, passando por tristeza, ódio, medo, inveja... apertei sua mão discretamente por baixo da mesa e ela pareceu relaxar, murmurando um “desculpa”.
— Maninha, adivinha! – Gritou Emmett, batendo as mãos na mesa e fazendo Bella pular. – Alice dará outra festa. – Ela se virou e encarou Alice com os olhos arregalados.
— Será uma festa de formatura. – Explicou minha ex esposa.
— Vocês já não se formaram umas mil vezes? – Todos na mesa riram, menos Alice. Ela levava essas coisas muito a sério.
— Você ainda não, então supere. Será em algumas semanas e eu vou escolher o seu vestido. – Os sentimentos de Alice finalmente aliviaram e ela sorria. Enquanto ela olhava para Bella agora, só sentia carinho e amor e eu me sentia mais tranquilo. Ela ainda a amava como uma irmã.

                                

                                                     
                                               (Pov Bella)

    Caminhei ansiosa para o refeitório. Eu e Jasper não nos falamos durante toda a semana e aquela angústia irritante só crescia em meu peito.
— Está tudo bem? – Perguntou Angela. – Parece... nervosa.
— Estou sim. - Assim que passei pela porta, meus olhos procuraram a mesa dos Cullen. Alice e Jasper me olhavam, e não pude evitar sorrir ao ver o sorriso dele. Era tão bom vê-lo. – Com licença. – Pedi, me apressando para sentar com eles.
    O dia chegou ao fim e Edward ainda não havia aparecido. Isso estava muito estranho, mas naquele momento minha mente só conseguia focar no fato de que Alice daria outra festa. Sei que Jasper não irá tentar me matar, mas tenho medo do que pode acontecer. Será uma festa com humanos pela primeira vez, mais precisamente, toda a escola. Eu não sei o que esperar.
— Bells! – Disse Jasper atrás de mim, me fazendo pular e bater o cotovelo na porta da minha caminhonete. – Desculpe. Não quis te assustar.
— Jesus! Vocês vampiros precisam lembrar que humanos podem sofrer infartos! – Eu disse, me apoiando e tentando respirar enquanto ele ria. – O que houve?
— Já que Edward está ocupado, fiquei com a função de guarda-costas.
— Onde ele está?
— Está conversando com Carlisle.
— Sobre?
— Fofoqueira. – Disse ele, cutucando minha barriga. – Porém, eu não sei mesmo. – Estranho. Ele não sumiria assim sem me avisar, mas pelo jeito isso me causaria mais tempo ao lado de Jasper. Como reclamar?
Entramos no carro e liguei o aquecedor. Ele retirou o casaco e eu observei; sua camisa azul marinho ressaltava todos os seus músculos. Ele me olhou com curiosidade e eu virei a cabeça. Droga.
— Como está Alice? – Perguntei, levando-nos para a estrada.
— Está bem.
— Ela me olhou diferente quando chegou da caçada no domingo. Achei que talvez ela pudesse ter visto algo que... não gostou. – Eu não queria lembrar daquelas coisas, elas ainda não faziam sentido em minha cabeça.
— Ela com certeza viu, mas nada mudou. – Disse ele, meio rude. Suspirei. Alice sabe mais de tudo isso do que nós mesmos, ela deve ter visto que não era nada demais.           
 Conversamos levemente sobre assuntos escolares durante todo o caminho. Ao chegarmos em minha casa, Edward me esperava na varanda. Senti Jasper enrijecer do meu lado enquanto eu saia da caminhonete.
— Oi. – Murmurei. Ele me abraçou levemente e se virou para Jasper.
— Obrigada por traze-la.
— Não há de que. – Ele se aproximou dois passos de nós, olhando em minha direção, mas parou. Eu conseguia sentir a dúvida no seu ato. – Até mais, Bella. – Então ele se virou subitamente e disparou para a floresta. Me senti angustiada de imediato; tinha algo de errado com ele.
— Como você está? – Disse Edward, me puxando de meus devaneios.
— Estou bem. Por que faltou a escola? – Perguntei, passando pela pequena porta da sala. Não precisava olhar para saber que ele estava atrás de mim.
— Precisava conversar com Carlisle. – Sua voz soava triste.
— Algum problema?
— Espero que não. – Ele se aproximou e me puxou pela cintura, fazendo com que eu o olhasse diretamente nos seus olhos. Ele se aproximou e me beijou de um jeito que nunca havia beijado antes. Suas mãos desceram e passaram para a parte de trás de minhas coxas, me erguendo e me sentando na pia. Há algum tempo atrás eu estaria em chamas, mas agora só conseguia me sentir assustada com aquela aproximação íntima. – Eu quero você. – Ele sussurrou em meu ouvido. Suas mãos passeavam furiosamente pelo meu corpo, enquanto seus beijos desciam pelo meu pescoço. Eu estava completamente em choque; não conseguia me mexer ou falar. Uma de suas mãos entrou embaixo de minha blusa, em direção ao meu seio e isso pareceu me despertar.
— Edward. Edward! – Chamei, com urgência. Ele parou - confuso - para me olhar. – Eu não tenho certeza... – Murmurei.
— O que?
— Eu não tenho certeza se estou pronta. – Eu disse, olhando para o chão. Ele me soltou abruptamente e se afastou. – Desculpa.
— Você disse que queria.
— Sim, eu queria... mas agora eu não tenho tanta certeza. – Eu ainda encarava o chão, não queria olha-lo. Me sentia mal comigo mesma, pois havia pedido por aquilo e agora estava recusando. Toda aquela determinação que eu tinha se esvaiu e eu não sabia explicar o porquê. E ele explodiu, socando uma das cadeiras da cozinha e quebrando-a em vários pedaços.
— Qual o problema, Bella? Me diz!
— De-desculpa, eu só não me sinto bem agora para...
— Não estou me referindo só a isso. Qual o problema com nós? – Ele gritava assustadoramente. Seus olhos estavam negros.
— O que quer dizer? – Sussurrei.
— Mais ou menos desde a época de seu aniversário que você não é mais a mesma comigo!
— Edward, se acalme, eu não...
— Não me peça para me acalmar! Você acha que não percebo? Acha que sou idiota?
— Do que está falando?
— Não seja cínica, Isabella. Você e Jasper estão amiguinho demais para o meu gosto. – De repente tudo parecia fazer sentido e eu pulei da pia, me aproximando dele.
— Você está me tratando assim porque está com ciúmes? – Gritei, me sentindo furiosa.
— Eu estou assim porque estou de saco cheio de ver outra pessoa te fazendo feliz. Qual é o ponto de estarmos juntos?  
— Eu só posso me sentir feliz com você?
— Você entendeu o que eu quis dizer.
— Não, Edward. Eu não entendi.
— Filmes, penhasco, boate... Deuses, Bella! Você odeia dançar! Você está se tornando outra pessoa!
— Eu não estou me tornando outra pessoa, Edward. Com Jasper eu sou uma pessoa realmente feliz! Eu não tenho medo de ser julgada. Ele não fica me tratando como uma humana estúpida, ele não me proíbe de fazer o que eu gosto e nem fica cheio de frescura para me tocar! – Merda. Falei demais. Edward se virou como um vulto e me empurrou na parede; doeu. Ele segurava meus braços e me sacudia.
— O que você disse? O que você quer dizer com isso? Responde! – Ele gritava, a centímetros do meu rosto. E novamente, tudo foi muito rápido: Alguma coisa nos atingiu, fazendo-me escorregar. Edward estava fora de alcance e um som horrível alcançou meus ouvidos.
— Bella! Você está bem? – Jasper? Jasper! Levantei-me de qualquer jeito e me joguei em seus braços, tremendo de tanto chorar. Enfiei minha cabeça em seu peito e inspirei seu cheiro, me sentindo melhor no mesmo segundo. – Edward, pelo amor de Deus, vá embora. Eu não quero lutar com você. – Ouvi ele dizer, mas não quis me virar para olhar. – Olha o estado em que você a deixou. Vá embora! – Sua voz endureceu. Alguns segundos se passaram e um silêncio se formou. – Pronto, estamos sozinhos.
— Jas-jasper, foi horrível! – Eu disse, ainda em seu peito. – Eu falei demais, eu sei, ma-mas ele me machucou. – Seu corpo vibrou levemente quando terminei de falar e ele me afastou para me olhar melhor. Seus olhos pararam na altura no meu braço, perto do ombro. Ele suspirou, virando-se de costas para mim, apoiando-se na parede. Suas mãos estavam em punhos tão firmes que suas veias estavam saltadas. Olhei para onde ele havia encarado e entendi seu espanto; a mão de Edward estava impressa ali em tons de verde e roxo, em ambos os lados. Aquilo seria difícil de esconder, principalmente das minhas lembranças.



                                                (Pov Jasper)



    Após o estranho encontro com meu irmão, estava correndo para casa, tentando não pensar muito. Vê-los juntos após descobrir como me sinto verdadeiramente por Bella quase me fez perder o juízo, mas a forma que os sentimentos dela murcharam me fez sorrir; era um sinal que havia algo de diferente entre eles. Mas a parte consciente da minha mente não deixou o sorriso durar muito. Era ele que ela amava e queria para sempre, não eu. Meu celular tocou.
— Oi Ali, já estou voltando.
— Não! Não pode! — Ela gritou do lado da linha, fazendo-me parar de correr abruptamente. – Você precisa ir à casa da Bella! Edward está descontrolado! – Antes que ela continuasse, dei meia volta e comecei a correr em direção a casa dela.
— O que aconteceu?
— Eles estão brigando, ele está perdendo o controle. Está quase acontecendo! – E eu desliguei, me empurrando para frente com toda a força possível. Em todos esses anos, pouquíssimas vezes eu vi Edward descontrolado. Era até meio difícil de acreditar nisso, mas a mínima chance de Bella estar em perigo me fez voar pela floresta.
Estava ainda a quase um quilometro da casa, mas conseguia ouvir as vozes. Eles estavam gritando alto o suficiente para que um humano conseguisse ouvir de longe, imagina um vampiro.
— Filmes, penhasco, boate... Deuses, Bella! Você odeia dançar! Você está se tornando outra pessoa! — Droga, Edward estava brigando com ela por minha causa. Diminui o ritmo, tentando entender melhor do que se tratava.
— Eu não estou me tornando outra pessoa, Edward. Com Jasper eu sou uma pessoa realmente feliz! Eu não tenho medo de ser julgada. Ele não fica me tratando como uma humana estúpida, ele não me proíbe de fazer o que eu gosto e nem fica cheio de frescura para me tocar! — Em qualquer outro momento eu ficaria feliz de ouvir aquilo, mas não agora. A irritação dele me alcançava e eu temia por ela.
— O que você disse? O que você quer dizer com isso? Responde! – Com a deixa perfeita entrei pela porta da sala, quase arrancando-a. Ele estava levantando Bella pelos braços e sacudindo-a, batendo com suas costas na parede. Aquela imagem me mandou para o limite e tudo ficou vermelho em minha visão; toda a culpa e a dor que eu sentia por meus sentimentos, se esvaiu. Voei sobre ele, puxando seu pescoço para trás. Ele se virou e tentou se desvencilhar com uma cotovelada, mas eu esquivei e torci o seu braço esquerdo, aplicando um excelente soco em sua barriga.
— Bella! Você está bem? – Ela olhou para cima meio desorientada e depois se levantou, pulando em meus braços e escondendo seu rosto em meu peito. A envolvi gentilmente; ela se sentia aliviada, assim como eu. – Edward, pelo amor de Deus, vá embora. Eu não quero lutar com você. – Eu disse, tentando manter a sanidade. Ele não havia levantado do chão e nos olhava com cara de choro. Ele estava sentindo muita dor, tanto física quanto emocional. Seu corpo se moveu, fazendo menção de se aproximar, mas eu não iria permitir. - Olha o estado em que você a deixou. Vá embora! – Repeti, entredentes. Ele olhou para ela – que ainda estava com o rosto escondido em meu peito e tremia da cabeça aos pés – e suspirou, virando-se de costas.
— Sinto muito. – Ele sussurrou e partiu.
— Pronto, estamos sozinhos. – Eu disse, acariciando seu cabelo.
— Jas-jasper, foi horrível! Eu falei demais, eu sei, ma-mas ele me machucou. – O que? A afastei o suficiente para conseguir olhar seu corpo. Seu rosto estava inchado de tanto chorar, seus cabelos estavam em pé e então desci meus olhos no mesmo momento em que desejei não ter feito... em cada braço estava a marca da mão de Edward em um tom forte de roxo e verde; hematomas assustadores. Virei-me de costas para ela, apoiando-me na parede. Eu não queria que ela visse a minha expressão de ódio, mas eu queria mata-lo. Não, melhor, eu queria arrancar-lhe todos os membros, um por um. A ideia quase me fez sorrir.
— Jas? Eu estou bem agora. – Ela disse, se aproximando e tocando minhas costas. Me virei devagar e ela se aproximou mais, colocando as duas mãos em meu rosto. – Estamos bem. – Meu corpo cedeu ao seu toque e eu relaxei. Cada vez mais ela tinha poder sobre mim.
— Tem certeza?
— Tenho. Você salvou a minha vida. Ou melhor, meus braços. – Ela riu, tentando fazer piada. Inacreditável.
— Como você consegue rir disso? – Fisicamente eu estava melhor, mas ainda me sentia irritado.
— Já chorei muito. – Ela respondeu, fungando. Era verdade. Seus olhos pareciam duas bolas de beisebol de tão inchados. Eu odiava vê-la assim. – Preciso de ajuda para jogar o resto da cadeira fora.
— Eu faço isso, pode deixar. Vai se recompor, eu espero. – Ela assentiu e subiu as escadas. Desmembrei o resto que faltava da madeira e coloquei tudo em um enorme saco de lixo preto, deixando-o na frente da casa. Senti meu celular vibrar no bolso e o peguei.
Alice: Ele está aqui. Está muito mal, mas agradecido
que você tenha o impedido de fazer algo pior.
Cuide dela por hoje, eu passo aí e te deixo
uma muda de roupa.

Não conseguia sentir mais um pingo de pena do meu irmão, mas sorri com a ideia de passar o dia com ela. Todo espaço de tempo agora seria importante.


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Notas finais do capítulo

Música tema: https://www.youtube.com/watch?v=LamNFrK5foU (The Fray - How To Save a Life)

Estou cansada de Edward ser sempre o mocinho que nunca erra, o Sr. Perfeito. E se ele não fosse assim? Pois bem, ele NÃO É e vocês ainda vão me dar razão. Na história original a Bella quase não explora esse lado dele, mas podem apostar que eu irei.

Não esqueçam do feedback do capítulo, por favor. É muito bom e inspirador ler comentários/críticas.
Um beijo e até o próximo! ❤