Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 4
Alívio


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Apesar de ter 38 pessoas acompanhando (e muitas visualizações) e apenas doze comentários, fico grata com aqueles que estão participando e valorizando o meu trabalho. ♥
Aqui vai mais um capítulo muito fofinho.
Não esqueçam de checar as notas finais; tem uma surpresinha. hihi
Boa leitura!



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                                        (Pov Bella)

     Alguns meses se passaram sem nenhuma grande novidade. O ensino médio estava se aproximando do fim e eu não podia negar que estava ansiosa, mas Edward queria me convencer de que não havia o que ansiar. A verdade é que com o fim desse ciclo fica cada vez mais difícil me negar a imortalidade.
     Apesar de ver os Cullen todos os dias no refeitório, nunca mais nos reunimos ou algo do tipo. Sabia que esse afastamento repentino tinha o dedo de Edward, porém, para desgosto dele, eu e Jasper conversamos por mensagens o tempo todo. Sempre que eu acordava o seu “bom dia” já piscava na tela do meu celular e o meu último “boa noite” era sempre dele. Era engraçado perceber que nós tínhamos tantas coisas em comum. Aos poucos eu estava percebendo também que Jasper era tão especial quanto o resto de sua família e cada vez mais me incomodava o fato deles o tratarem com tanta indiferença. Apesar da distância física, nunca estivemos tão próximos.
Bella: Por que você deixou Alice te vestir de Ken hoje?
Enviei a mensagem, olhando para sua mesa. Ele pegou o celular de imediato e sorriu, levantando o rosto em minha direção e revirando os olhos.
Jasper: Pode rir, um dia será você sendo a boneca.
Antes que eu pudesse digitar a próxima mensagem, um baque na mesa me fez pular e olhar para cima. Edward me encarava, carrancudo.
— Será que você pode me dar um pouco de atenção? – Exigiu ele. Olhei rápido na direção de Jasper e ele abaixou a cabeça.
— Desculpe, só estava fazendo um comentário.
— Vocês estão sempre trocando comentários. – Abri a boca para responder, mas fechei em seguida; não queria brigar com Edward. Era verdade, nos falávamos sempre mesmo. Da minha parte acho que já havia se tornado uma necessidade, era muito bom ter um amigo que eu não precisasse esconder nada. Afinal, ele também era parte do segredo.

 

                                             (Pov Jasper)

    Depois de alguns dias após aquela mensagem da Bella, me peguei digitando outra para ela perguntando como estava seu corte na mão e desde então estávamos sempre nos falando. Trocamos fotos de coisas aleatórias, indicações de filmes e livros, arquivos de música... ela realmente havia se tornado minha grande amiga, como Alice previra. Bom, na medida do possível já que Edward nos deu uma ordem disfarçada de pedido, para que não nos aproximássemos dela com a desculpa de que era para o seu “bem”. Eu fiquei bem irritado após a pequena ceninha que ele deu no refeitório. Era ridícula aquela situação de estarmos a menos de dez metros de distância e usarmos o celular para conversar, mas por um pedido de Carlisle eu não iria questionar ou transpor o limite que meu irmão havia imposto.
     Estava na floresta esperando Alice e Esme terminarem de caçar, quando dois cheiros desconhecidos me atingiram. Nômades por aqui não era algo comum, nosso cheiro e presença os amedrontava. Corri de encontro a elas e elas estavam em posição de defesa, também sentindo o perigo.
— Alice? – Perguntou Esme.
— Não posso ter visões enquanto caço. – Ela reclamou. A direção do vento mudou novamente, revelando que eles estavam se afastando. Ao que tudo indica, eles não estavam ali para brigar.
— Vocês duas. – Chamei. - Vão para casa. Vou investigar até onde isso vai dar.
— Pode ser perigoso, Jas. Eles não se decidem, não consigo ver.
— Fica tranquila, eu sei me cuidar. – Dei-lhe um rápido beijo nos lábios e comecei a seguir o rastro cuidadosamente.
 Eles correram em direções aleatórias por um tempo, mas alguns minutos depois a floresta começou a se tornar mais familiar e eu sabia para onde estávamos indo. Me espantei, incrédulo; a sua falta de sorte não deveria ser subestimada nunca.
O breve pensamento dela nas mãos deles me fez voar para frente como uma bala. Atravessei a floresta pulando de árvore em árvore e consegui vê-los abaixo de mim, mas não consegui raciocinar; tudo o que eu sabia naquele momento é que tinha que chegar primeiro.
A pequena casa começou a aparecer em meio ao verde e eu dei um salto tão grande devido a ansiedade, que me surpreendi. Sem dúvida fora o salto mais alto da minha existência. Entrei pela janela do seu quarto e ela estava ressonando tranquilamente, seus cabelos estavam esparramados ao redor de seu rosto e um livro repousava em sua barriga. Onde estava Edward “protetor” Cullen? Olhei o relógio e me choquei com a hora: duas da manhã, claro que ela estaria dormindo. Apesar de vê-la bem, a sensação de desconforto ainda passeava pelo meu corpo. Fechei sua janela lentamente e me encostei nela; meus olhos não captavam nenhuma movimentação do lado de fora. Talvez a minha aparição tenha pego-os de surpresa e eles fugiram assustados. Para falar a verdade, eu estava assustado com a minha reação.
Era minha primeira vez em seu quarto e era um tanto... estranho. O cheiro de Edward estava levemente empreguinado em todos os lugares, mas o eflúvio de Bella era predominamente. Pigarreei desnecessáriamente, tentando fazer o fluxo de veneno descer. Parecia um tanto mais fácil agora.
Seu quarto parecia normal para uma adolescente, exceto pela cadeira de balanço. Olhei em volta e pude notar fotos dela bebê e com a mulher que deveria ser sua mãe; ambas tinham um sorriso adorável, daqueles que você sabe que é verdadeiro. Peguei uma das fotos – talvez a mais recente – onde ela estava sozinha, sentada em um banco de praça aos seus quatorze ou quinze anos; me vi sorrindo ao devolver a foto para a mesa.
— Jasper, Jas... – Ouvi Bella murmurar. Ótimo, acordei a garota.  
— Oi Bella, desculpa te acordar. – Eu disse, mas ao me aproximar da cama, notei que seus olhos ainda estavam fechados e sua respiração não havia mudado. Ela estava sonhando comigo. Sentei-me ao seu lado com cuidado e deliberei meu poder para ela. Seus sentimentos eram puros, alegres e intensos.
— Eu não... não, eu não quero ficar longe... Jasper... – Ela murmurou novamente, se remexendo um pouco. Seus sentimentos mudaram para saudade e angustia. Me curvei sobre ela; daria tudo para poder ver o que estava sonhando. – Jasper... fica. – Ela disse, firmemente. Não consegui conter o sorriso que se espalhou em meus lábios no exato momento em que uma onda de calor saiu de meu peito. O que é isso? Pela primeira vez desde que me transformei, me sentia aquecido por dentro. Não sabia o que era ou o que significava, pois praticamente não lembro da minha humanidade, mas era bom. Muito bom.
    Fiquei observando Bella dormir e sentindo seus variados sentimentos por algum tempo. Ela repetiu meu nome mais três vezes e toda vez que ela o vazia, a sensação de calor inundava o meu corpo. Era irresistível.
Senti meu celular vibrar e o peguei.
Alice: Estou preocupada.
Volte...
Bloqueei o celular com força, desejando taca-lo na parede. Ela sabia exatamente onde eu estava e o que estava fazendo, porque estaria preocupada? O celular vibrou novamente, era Edward.
— Alô? – Sussurrei.
— O que você está fazendo?— Pelo tom de sua voz, ele deve ter visto alguma visão de Alice. Por que essa irritante insistência em perguntar o que já sabem?
— Eles estavam vindo para a casa dela. Você queria que eu a deixasse só? Foi um milagre chegar aqui primeiro.
Não estou falando disso. Eu vi você sentado na cama dela, velando o seu sono carinhosamente.
— Ela disse meu nome, eu achei que ela tivesse acordado e me aproximei, só isso.
— Ela disse o seu nome? – Qual era o espanto? Uma das muitas peculiaridades de Bella era sua boca frouxa em seu sono.
— Ela sempre sonha com todos nós. – Respondi de má vontade.
Estou indo. – E o telefone ficou mudo. Tive que me refrear novamente para não destruí-lo. Eu havia, possivelmente, salvado a vida de sua namorada e era assim que ele me agradecia? Me virei para Bella novamente e, para meu espanto, ela estava acordada e me encarando com os olhos enormes.
— O-oi.- Gaguejei. Desde quando eu gaguejo?
— O que houve? – Ela perguntou, desconfiada. Sentei-me mais próximo e expliquei tudo o que havia acontecido. Ao final, Bella estava aos prantos.
— Ei, está tudo bem. Nunca vou deixar alguém te machucar. – Eu disse, tentando desesperadamente consola-la, mas não estava preparado para aquilo; no auge de seu medo ela pulou em meu colo, passando seus braços pelas minhas costas e enfiando seu rosto em meu pescoço. A primeira sensação foi de espanto e depois sede, mas a sensação seguinte me invadiu avassaladoramente: alívio. Eu estava aliviado de tê-la ali em meus braços depois de uma situação de risco. Percebi que havia querido fazer isso desde que entrei naquele quarto. A abracei de volta, me sentindo aquecido por dentro e por fora.
— Obrigada Jasper, você salvou minha vida.  – Ela disse, ainda em meu pescoço. Encostei minha bochecha em sua cabeça, enquanto acariciava seus cabelos.
— Achei que a essa altura você já estaria acostumada a ser salva.
— É primeira vez que alguém que tentou me matar, me salva. Acho que isso é um pouco maior do que das outras vezes. – Pude sentir o sorriso em sua voz. Ela estava mais calma.
— Sempre irei proteger você. – Soltei, sem ter certeza de que ela havia escutado, mas com toda a certeza do mundo de que aquela promessa era real.
Alguns minutos se passaram e ela se afastou, bem a tempo de Edward aparecer e quase arrancar a janela. Ele cruzou o quarto em meio segundo e a pegou nos braços.
— Bella, amor, como você está? – Perguntou ele, nervosamente.
— Estou bem, foi só um susto.
— Me desculpe, estava resolvendo uns assuntos com Emmett. Sinto muito.
— Está tudo bem, não se culpe. Jasper chegou a tempo. – Seus olhos desviaram dos dele para os meus e ela sorriu. Edward colocou as duas mãos possessivamente em seu rosto e a beijou. Abaixei a cabeça e me levantei, saindo pela janela; não queria ver aquilo.
    A noite estava começando a se despedir, dando espaço para o dia. Alice já havia me mandado dez mensagens, mas eu não tinha ido para casa ainda.
​Quando humano, eu não tive muito tempo para explorar esse meu outro lado. Sempre tive que trabalhar para ajudar minha família e logo depois entrei no exército. Eu não possuía uma vida sentimental, apenas uma vida no automático. Depois que me transformei essa pouca “humanidade” sumiu por completo. Achei que ela tinha morrido junto com o meu coração, mas estou começando a achar que ela só se enterrou no fundo do meu ser. A pergunta era: Como e por que ela estava desenterrando isso? Bella era uma humana normal. Sim, normal, mas eu não poderia dizer que era comum. Quando me juntei aos Cullen fui forçado a interagir com alguns humanos ao longo do tempo e nenhum era interessante, o que é totalmente o oposto dela. Sua espontaneidade, sua sagacidade... não conseguia explicar exatamente o que me atraia para sua presença, então comecei a entender a frase favorita de meu irmão: “A Bella é tão... Bella!”. Parecia ser a única explicação plausível. Bella era ela e ela era incrível.

 


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo não terá música tema porque... eu fiz um novo teaser para vocês!!!! Fiquei animada e resolvi elaborar um segundo teaser para ajudar na imaginação e para dar um gostinho do que virá pela frente. Não esqueçam de me dizer o que acharam! https://www.youtube.com/watch?v=rGloSF1V_3A :)

Eu amei escrever esse capítulo por vários motivos. O fato de Bella e Jasper não conviverem tanto não atrapalhou em nada, pois eles se falam todos os dias e o tempo todo. As vezes esse tipo de aproximação vale muito mais do que uma física. Preferi não ficar detalhando eles se conhecendo em um primeiro momento ou a história ficaria muito grande e repetitiva, mas imagino que vocês tenham entendido e captado.
O outro motivo foi fazer Jasper se sentir um passo mais perto de ser humano, de sentir algo real dentro de si e é bem engraçado porque ele nunca sentiu antes, ou seja, ele não consegue entender o porquê por trás dessas sensações.

Enfim, espero que estejam gostando tanto quanto eu estou amando escrever. Não esqueçam o feedback pois é o melhor incentivo para um escritor.
Beijos e até o próximo. ♥



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