Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 2
Auto Controle


Notas iniciais do capítulo

Olá! Queria agradecer a todos que comentaram. Muito obrigada por me darem motivação para continuar.
Enfim, lembrem-se que a música tema está nas notas finais junto com outras informações legais.
Consegui postar esse capítulo mais rápido porque ele já estava pronto, mas nem sempre poderá ser assim. Dependerá do meu tempo.
Aproveitem!
Boa leitura. :)



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                                     (Pov Bella)

    Apesar de ser acusada de não ter amor à vida, não conseguia ter rancor de Jasper. No dia que ele me atacou fiquei muito surpresa sim, mas não apavorada. Graças a ele Edward havia desistindo daquela ideia maluca de ir embora. Como ficar longe de mim me salvaria de algum jeito? Eu me surpreendia as vezes com a quantidade de paciência que eu tinha quando se tratava dele. Eu sentia vontade de dar-lhe alguns tapas, mas sabia que isso só causaria hematomas a mim mesma.
      Algumas semanas se passaram após o incidente e tudo parecia normal. Após sair bem mais cedo da aula, notei um bilhete de Edward no banco do carro:
"Bella, irei caçar com minha família.
Quando sair da escola, vá para minha casa e nos encontraremos lá.
Amo você."
Suspirei, enquanto girava a chave na ignição. O dia estava atipicamente claro, quase ensolarado e eu não queria perde-lo.
Dirigi tão distraída que não percebi que já havia chegado. Pulei para fora da caminhonete e abri a porta da mansão.
— Claro que não está trancada. – Murmurei para mim mesma, sentando-me no sofá.
— Acho que ninguém assalta residências por essas bandas. – Disse Jasper, sorrindo, enquanto descia as escadas.
— Achei que vocês tinham ido caçar. – Eu disse, tentando esconder a surpresa.
— Eles foram, eu fiquei. Fui ontem e estou, digamos, satisfeito. – Um arrepio correu por minha espinha enquanto minha mente registrava que estávamos sozinhos.
— Edward pediu para encontra-lo aqui depois da aula, mas dois professores faltaram.
— Não tem problema, a casa também é sua. Se preferir, vou para o meu quarto. Sei que ainda tem um pouco de medo de mim. – Ele sorriu novamente, mas seu sorriso não chegou aos olhos.
— Você está controlado? – Perguntei, sem querer parecer rude.
— Desde que você não comece a sangrar, acho que estamos bem. – Respirei fundo e me levantei, caminhando em sua direção. Me sentei ao seu lado, mantendo uma distância razoável. Seus olhos estavam excepcionalmente âmbar.
— Deve ser um saco, não é?
— O que? – Perguntou ele, virando sua cabeça para me olhar.
— Tanta gente desconfiando de você o tempo todo. – Ele franziu o cenho, mas depois relaxou em um suspiro pesado.
— Você não faz ideia.
— Na verdade, eu faço sim. – Ele voltou a me olhar. – Edward é louco. Ele em breve me colocará numa bolha de... ferro. – Jasper soltou uma graciosa gargalhada e eu não pude deixar de rir junto. Todo o meu nervoso por estar sozinha com ele já havia passado.

 

                                 (Pov Jasper)

    Nem nos meus sonhos mais loucos eu poderia imaginar que Isabella Swan se sentaria comigo no sofá e adivinharia o meu dilema dos últimos dias. Ninguém suspeitara do meu súbito afastamento, nem mesmo minha esposa. Ela ainda ria quando eu parei para observa-la. Eu conseguia sentir o seu coração pulsando, o sangue correndo por suas veias e o seu cheiro maravilhoso, mas aquela ardência demoníaca havia diminuído um pouco. Eu realmente deveria estar empanzinado de sangue animal.
— Jasper? Tudo bem? – Perguntou ela, percebendo o meu olhar sério.
— Tudo, só estava me conferindo. – Ela suspirou.
— O dia está tão bonito.
— Sim, está. – Concordei.
— Vamos dar uma volta? – E eu travei. A ideia de andar sozinho com Bella pela floresta parecia errada. Perigo gritava o meu cérebro. – Desculpe, esquece. – Ela percebera minha alteração de humor. Captei seus sentimentos e ela estava envergonhada. Era engraçado, ela sempre estava se desculpando.
— Não, eu só estava pensando por um momento. Vamos sim, mas não muito longe. – Seu sentimento era de alívio e ela sorriu.
      Entramos na mata e caminhamos em silêncio por alguns minutos, até ela se sentar em um tronco de árvore recém derrubado; parei, sentando-me ao seu lado. Aqui parecia mais fácil não me concentrar em seu cheiro, pois ele se mesclava com outros milhares. Me permiti espiar seus sentimentos esperando pelo pior, mas ela estava calma e plena, nenhuma sombra de medo.
— Como você pode confiar tanto em mim depois de tudo? – Perguntei, não me aguentando de curiosidade.
— Eu sei que você não é quem eles dizem que é. O seu passado pode ter sido muito ruim, mas você é uma nova pessoa agora. Posso sentir, Jasper. – Ela disse, sem se virar para mim. Seus olhos estavam fechados enquanto ela absorvia a pequena porção de sol que entrava pelas folgas das copas das árvores. A intensidade daquelas palavras foi como um tapa, eu podia ver que ela estava sendo sincera. Como Bella pode ter essa opinião formada, se ela sabe tão pouco sobre mim? Eu sequer sabia o que ela sabia sobre minha vida antes dos Cullen, mas pela parte “passado ruim”, imagino que Edward contara.
— Eu não tenho certeza disso... – Murmurei. Ela abriu os olhos e virou sua cabeça para me olhar.
— Só por causa da desconfiança de sua família? Eles podem pensar o que eles quiserem de você, mas nada disso importa. Só o que importa é quem você realmente sente que é. – Ela disse, sorrindo gentilmente. – Sobre o meu aniversário... bom, imagino que seja difícil ter que administrar os sentimentos dos outros e ser envolvido com outras sedes... cinco, para ser mais exata... isso te mandou para o limite. Não lhe culpo, de verdade. - Eu não sabia o que dizer. Bella Swan era humana, mas tinha um dom único: sensibilidade. Ela era sensível a tudo ao seu redor e percebia os mínimos detalhes. Sagaz. Não me surpreende mais o fato de ela ter descoberto quem Edward realmente era tão rápido.
— Como eu sinto quem eu sou? – Perguntei, tão baixo que não tinha certeza se ela conseguiu ouvir. Seu olhar pareceu me atravessar, tocando - se eu tivesse - minha alma.
— Sinta o seu coração.
— Bella, o meu coração está morto. – Eu disse, rispidamente, tentando desviar do seu olhar penetrante. A ideia de alguém me invadindo me assustava. Ela abaixou a cabeça por um tempo e eu já estava pronto para pedir desculpas, mas ela estava sorrindo ao me olhar novamente.
— Fisicamente ele está, mas emocionalmente não. Parece bobeira, mas eu sei que o coração também manda na gente, tanto quanto o cérebro. Você nunca sentiu nada vindo dele? – Essa pergunta me pegou de surpresa. O que ela quis dizer com nada? Eu sentia amor pela minha família e por minha esposa. Eles estarem bem me fazia bem. – Alice, por exemplo. – Continuou ela, interrompendo meus pensamentos. – Você a ama, então você já deve ter sentido algo aí dentro. – Disse ela, cutucando onde meu coração parado estava. Eu ainda não entendia o que ela queria dizer ou o que eu deveria responder.
— Não tenho certeza. – Admiti.
— Como não? Edward disse que sente, então vampiros também podem sentir. – Então eu mais ou menos comecei a entender o que ela queria dizer. Todas as vezes que ele voltava dos encontros com ela, seus sentimentos quase o faziam voar. Era algo tão intenso que as vezes eu me desligava de tudo, sentindo apenas o que ele sentia porque trazia um calor gostoso para o peito. Eu apenas conhecia isso por ele, mas nunca sentira isso por minha esposa ou em qualquer momento da minha existência. Merda. A culpa fez uma bola em minha garganta. Apoiei minha cabeça nas mãos. – Jasper? Me desculpe, eu sempre falo demais. Não quis te perturbar. – Ela sussurrou. Senti uma de suas mãos se aproximarem de mim; ela estava afagando minha cabeça, em uma tentativa de me confortar. Seu carinho era quente e bom, mas estava longe de aliviar o que eu sentia.
— O que há de errado comigo? – Perguntei, me sentindo um tanto idiota por estar me expondo tanto com uma humana que mal conheço.
— Jasper, eu não tenho como ter certeza de nada. – Ela disse, titubeando.
— Seja honesta comigo. Eu quero sua opinião. – E, estranhamente, queria mesmo.
— Não me leve a mal e eu posso estar errada, mas... talvez Alice não seja o seu grande amor. A alma gêmea, sabe? – Ao pronunciar a frase, ela encarava as mãos, com medo.
— Do que tem medo?
— Tenho medo de vocês se separarem. Eu amo a Alice e não quero vê-la sofrer.
— Não iremos nos separar. – Afirmei. - Até porque, eu não teria para onde ir e não quero voltar para Maria.
— Esse é o primeiro motivo que vem a sua mente para não se separar? – Senti uma pontada de julgamento em sua voz, mas ela estava certa. Isso deveria ser um dos últimos motivos da lista, mas quando eu pensava nesse assunto, era sempre o primeiro a vir em minha mente.
— Como consegue fazer isso?
— Fazer o que? – Ela perguntou, com uma insuportável e, ao mesmo tempo, encantadora inocência.
— Alguém que é fechado há mais de cem anos, se abrir com tanta facilidade. – Ela sorriu e nossos olhares ficaram presos um no outro. A sensação de que ela poderia atravessar minha alma apareceu novamente e me levantei abruptamente, fazendo-a se desequilibrar e cair. Não tinha percebido o quão próximos estávamos. - Você está bem? – Eu disse, pronto para ajudá-la a levantar.
— Jasper, não! Acho melhor você não chegar perto. – Antes de entender o que estava acontecendo, o cheiro de seu sangue me invadiu. Meu corpo tremelicou e eu fechei os olhos, sentindo o veneno inundar minha boca. Bella arregalou os olhos, mas eu só conseguia ouvir o ritmo frenético de seu coração. – Jasper! Você não quer fazer isso, por favor. Sou eu, Bella! A humana maluca, sem amor à vida! – Ela gritava, mas eu ainda me aproximava lentamente, em uma postura de caça. Não era algo que pudesse lutar contra, cada músculo do meu corpo me empurrava para frente. – Por favor, Jasper! Eu não quero morrer ainda. Você não é um monstro. Eu confio em você. Eu sei que você não é assim! – A sua última frase se repetiu em minha mente e eu parei. Seu sangue ainda estava fresco no ar, mas minha mente parecia ter clareado o suficiente para voltar a comandar meus passos. Eu não era assim, eu não tenho que ser. Eu não quero matá-la. Ela é importante.
— Eu... preciso ir... embora. – Eu disse entredentes, respirando o mínimo possível. Corri de volta para a casa e voei até meu quarto, entrando no chuveiro de roupa e tudo. A água gelada fez minha mente clarear por completo. As palavras de Bella rodavam em minha cabeça “talvez Alice não seja o seu grande amor”. E se ela estivesse certa? Droga, droga, droga, droga!



                                      (Pov Bella)

    Ainda no chão da floresta, eu tentava entender tudo o que havia acontecido. Eu estava assustada e feliz ao mesmo tempo. Consegui parar o Jasper. Realmente devo ter o tocado de algum modo e isso me deixava com um sentimento de missão cumprida. Eu estava certa o tempo todo; ele não era um monstro. Levantei-me e sentei de volta no tronco. A palma da minha mão estava cortada, mas não sangrava mais. Minha mente girava sobre aquela tarde. Como será que ele está agora, percebendo que talvez não ame Alice como deveria? Pelo jeito o que diziam sobre vampiros amarem para sempre sua ‘escolha’ era mentira. Uma enorme vontade de conforta-lo me atingiu.
— Você fala demais, Isabella. – Murmurei.
— Principalmente dormindo. – Disse Edward, brotando entre as árvores. Ele me abraçou e me deu um beijo leve nos lábios. – O que faz aqui?
— Dois professores faltaram, então cheguei mais cedo. – Disse, tentando parecer despreocupada. Todos os dias agradecia por minha mente não funcionar direito para a leitura de Edward.
— E então resolveu ficar na floresta sozinha... com Jasper? – Ele ergueu uma sobrancelha, parecendo desconfiado.
— Quando cheguei na casa ele já estava lá. O dia está tão bonito e eu não queria perder o sol, mas também não queria larga-lo lá, então o convidei para caminhar comigo. Conversamos um pouco e depois ele entrou, nada demais. – Respira direito gritei mentalmente.
— E nisso tudo, onde chega a parte em que você cortou sua mão? – Claro que ele notou.
— Eu caí. Nada de novo sob o sol. Ou chuva, melhor dizendo. – Ele riu e me abraçou novamente.
— Espera. Você cortou sua mão com Jasper aqui?
— Sim. – Murmurei.
— E? Você parece viva. – Ele ainda sorria, não parecendo estar bravo. Eu não queria que ele ficasse com raiva de Jasper agora. Ele já tem muita coisa para se preocupar.
— Ele ficou tentado, mas eu pedi para ele não me atacar e ele foi embora.
— Você pediu? – Perguntou ele, incrédulo.
— Eu lembrei a ele quem ele realmente é e não quem vocês insistem que ele seja. – Cuspi a frase, sentindo como se a desconfiança que tinham por ele também fosse assunto meu. Edward franziu o cenho e seu olhar era indecifrável. 
— Vem, vou te levar para casa. – Caminhamos de volta a minha caminhonete. No fundo eu estava aliviada que aquele dia estava chegando ao fim.


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Notas finais do capítulo

Música tema: https://www.youtube.com/watch?v=-9kII_pSrAQ (One Republic - Say (all i need))

Bella é muito sensível, então tudo o que ela precisava para ultrapassar a casca de Jasper era um momento a sós com ele. E tudo o que ele precisava era enxergar que Bella era muito mais que apenas um sangue atraente. Vencer a sede foi o primeiro passo.

O que acharam? Não esqueçam do feedback, já que ele é o maior incentivo para o escritor, por favor. Eu não tenho como continuar sem saber se estão gostando ):
Ah, me digam também se pararam para ouvir a música e se gostaram dela.
Beijos e até o próximo! ♥



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