Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 13
Impasses


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como estão? Desculpem a demora...
Bom, eu queria fazer um agradecimento especial a Korais, que fez uma recomendação muito legal para a história.
Korais, MUITO OBRIGADA! Você me deixou feliz de verdade e um tanto emocionada. É sensacional ver que seu trabalho está agradando e só da mais vontade de melhorar e continuar. Eu amei!!! Leitores como você são sempre especiais. ♥

Bom, agora vamos para o capítulo que interessa hahahah



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/725961/chapter/13

 

 

                                 

           (Pov Jasper)
    A luz da lua me acalmava de alguma forma. Observar a imensidão do meu rancho me fazia sentir um pouco melhor, um pouco mais vivo. Dali eu podia ouvir os passos de Bella pela casa. Senti que ela me observava pela janela e seu nervosismo me incomodou. Por que eu tinha que gostar justo dela?
— Oi. – Ouvi sua voz fraca atrás de mim.
— Olá. – Respondi. Ela se sentou ao meu lado e o desconforto causado pelo seu nervosismo se intensificou. 
— Obrigada pela comida.
— Não há de que.
— Está tudo bem? – Assenti, impossibilitado de responder em voz alta. Ela esticou mão, tocando de leve o meu rosto. Todos os meus músculos se contraíram dolorosamente em resposta, mas a afastei. Era ridículo o poder que essa garota tinha sobre mim. - Me fala... Jasper, o que eu fiz? – Ela implorou. Notei sua voz embargada e suspirei, puxando-a para o meu colo. Ela relaxou de imediato.
— Você não fez nada. Só estou com medo.
— Medo de que?
— Do meu futuro. – Admiti.
— Por quê?
— O para sempre é muito tempo para se viver sozinho, Bella. – Principalmente quando se é apaixonado pela mulher que nunca poderá ter.
— Você não está sozinho agora e eu estarei no seu para sempre. Mais cedo ou mais tarde irei me transformar. – A dor retornou para o meu coração, me fazendo tremelicar. Coloquei-a na grama de volta. Era demais para mim imagina-la imortal ao lado de Edward. – Não quer que eu me transforme?
— Sim, quero.
— Então qual é o problema? – O problema é que você não será imortal ao meu lado.
— Não quero falar sobre isso. – Eu disse, tentando encerrar o assunto. Seria inútil discutir aquilo.
— Por favor... fala comigo. – Ela pediu e eu neguei veemente. – Me diga o que tanto pensa, principalmente se tiver algo a ver comigo. Não acha que mereço saber?
— A única coisa que eu acho é que terei que quebrar a minha promessa. –  Infelizmente era isso que iria acontecer. Eu não ia aguentar. – Terei que partir. – Ela levantou rapidamente, me pegando de surpresa.
— Não! Você não pode fazer isso comigo! – Ela gritou e eu franzi o cenho, confuso.
— Você tem a minha família. – Argumentei.
— Sim, mas não será completo. – Sua agonia me fez arfar. Seu medo beirava a irracionalidade. Era difícil de acreditar que ela estava assim por minha causa.
— Será sim. – Insisti.
— Você não pode me deixar! – Ela exigiu.
— Você tem Edward.
— Mas eu quero você na minha vida! Não posso... ficar sem você. – Me pus de pé assim que ela proferiu as palavras. Já senti as emoções de várias pessoas em diversas situações, portanto nada me convenceria naquele momento que o que Bella sentia por mim era apenas amizade. A lembrança do dia em que cheguei em casa e Edward estava tentando ir embora passou pela minha mente. Ela sentiu a dor da possível perda, mas o que ela sentia agora era o triplo daquilo. Não, não pode ser só amizade. A esperança me inundou fortemente.
— Quer? – Perguntei, não contendo a surpresa em minha voz. Seu coração explodiu em resposta.
— Jasper... eu... – Seus sentimentos eram tão intensos que a deixavam claramente desnorteada. Talvez ela ainda não tenha se dado conta do que realmente sente. Eu precisava tirar essa dúvida ou me arrependeria pelo resto da eternidade.
— Bella... – Chamei, olhando-a nos olhos melhor. – Eu gosto muito de você. Gosto mesmo. – Admitir isso para ela havia sido estranhamente libertador.
— O q-que?
— Porque você acha que eu te beijei? – Bella era tão esperta em certas coisas, mas tão cega para outras.
— M-mas... – Seus sentimentos estavam uma loucura. Ela não conseguia discernir o que sentir ou dizer e isso estava doendo. O medo me atingiu, deixando o gosto do arrependimento em minha boca. Será que eu havia estragado tudo por conta de um simples ato impulsivo?
— Essa descoberta é recente para mim também e espero que ela não atrapalhe nossa amizade, porque ela é mais importante do que qualquer coisa. Só que... eu não posso mais mentir. - Por favor, não saia correndo.
— Jasper...
— Eu quero que você entenda o que está acontecendo aqui. – Respirei fundo, cedendo toda e qualquer barreira que eu havia levantado. - Bella... eu quero ficar com você. Esse é o principal motivo para eu ter terminado com Alice. – A boca dela se escancarou e ela arfou audivelmente. Mas eu sabia, bem no fundo, que ela sentia algo a mais. A pergunta era: O quão forte esse ‘a mais’ seria em seu coração? - Bella... se permita sentir, por favor. – Sussurrei, segurando-a pela cintura. – Você está lutando contra o seu interior. Deixe fluir. – Ela não parecia estar entendendo, então me aproximei ainda mais, roçando meu nariz em seu ombro. Seu corpo respondeu rapidamente. – Você já se sentiu assim antes? – Perguntei em seu ouvido. Ela estremeceu e eu a apertei contra meu corpo.
— Não. - Ela sussurrou. Involuntariamente a puxei para mais perto, colando nossas testas e, para minha surpresa, ela não apresentava nenhuma resistência. Eu estava sonhando?  — Jasper... – Ela fechou os olhos com força e deu um passo para trás, se desvencilhando dos meus braços. - Eu não posso. – Disse ela, cobrindo o rosto com as mãos. Cruzei os braços nas costas, tentando não abraça-la novamente. Por um momento minha mente clareou e eu percebi que aquilo, mesmo parecendo certo, era errado. Eu não poderia pressiona-la dessa forma; tudo era muito recente e delicado ainda.
— Por que? – Perguntei baixinho. Ela abaixou as mãos, cruzando-as nas costas como eu. Será que ela também queria me tocar?
— Por que se eu me permitir sentir isso... – Ela deu de ombros. – Tudo irá desmoronar a nossa volta. – Antes que eu pudesse responder ela se virou, caminhando até a casa. Era a segunda vez que ela me dava as costas hoje e eu não achava que doeria mais do que da primeira vez, mas ela tinha razão. Por outro lado, seus sentimentos eram mais do que apenas amizade, ela só não parecia saber ainda. Eu poderia continuar sendo seu amigo, não poderia? Ela ainda poderia ver as coisas de outra maneira.
Sentei-me na grama, encarando o luar enquanto deixava aquela pequena onda de esperança me confortar.


                                            (Pov Bella)
    Caminhei ansiosamente para dentro da casa – pela segunda vez no dia – tentando não pensar. Assim que passei pela porta do quarto sem muita noção dos meus movimentos, me joguei na cama e deixei o cansaço me embalar em um sono pesado. Provavelmente eu não sonharia durante a noite e eu aproveitaria essa pausa.
    Ao retomar uma parte da minha consciência, percebi que meu corpo estava estranho. Metade dele estava em algo quente e a outra metade em algo gelado. Rolei para a direita e todo o calor me preencheu, mas pareceu errado. Rolei para a esquerda e um par de braços gelados me envolveram.
— Bom dia. – A voz disse. Demorei alguns segundos para abrir os olhos e perceber que eu estava em cima de Jasper. Literalmente. Levantei abruptamente e assustada enquanto Jasper sorria, zombeteiro.
— O que está fazendo? – Perguntei, irritada. Tropecei nos lençóis aos meus pés e cai sentada. Uma gargalhada explodiu; ele estava rindo da minha cara? – Não é legal fazer isso. – Murmurei, levantando-me. – Por que estava na minha cama? – Ele se levantou, recolhendo o lençol do chão.
— Não tinha nada para fazer. É legal te ver dormir.
— E quando que você decidiu se aproveitar da minha inconsciência? – Virei de costas, fingindo mexer em minha mala. Ele contornou o móvel, parando em minha frente.
— Eu estava quieto no outro canto, foi você que se jogou em cima de mim. Você que se aproveitou da minha inocência e estou profundamente ofendido. – Ele fez uma careta e eu não consegui segurar a risada. Seu humor estava completamente diferente de ontem à noite e eu me senti curiosa para saber o porquê daquilo. Sua revelação beirou minha mente e eu tentei afasta-la; era covarde demais para lidar com aquilo no momento. De qualquer jeito, não precisávamos correr com nada.
— Minhas desculpas, Jasper Hale... Cullen... Whitlock... Sei-lá-o-que. – Eu disse, entrando em seu jogo. Ele riu também e eu fechei os olhos por um segundo, me permitindo aproveitar aquele som reconfortante. As vezes eu ainda me pegava surpresa por vê-lo agindo naturalmente, sorrindo e conversando sem aquele clima tenso em que ele sempre esteve envolvido nos Cullen.
Ele parou de rir e me analisou de volta, cruzando os braços sobre o peito. Seu olhar, apesar de sério, ainda estava leve.
— Eu te desculpo, Swan. – Disse ele, formalmente. – O que gostaria de fazer hoje?
— O que temos para fazer? – Perguntei, tentando esconder a excitação. Em vão, é claro. Seu sorriso aumentou ainda mais e meu coração disparou; era muita beleza para um homem só.
— Temos uma cachoeira que fica a uns cinco minutos de corrida daqui. Podemos andar a cavalo novamente ou podemos chamar Petter e Lole para conversarmos e vermos algum filme. O que você escolhe?
— Tudo. – Respondi, sem titubear. Jasper havia se prontificado a se deslocar até aqui apenas por um capricho meu, então o mínimo que eu poderia fazer era aproveitar o que a viagem tinha para oferecer.
Tudo? – Ele repetiu, espantado.
— Quanto tempo levaria para irmos a cavalo para a cachoeira?
— Talvez uns vinte e cinco minutos em um trote médio.
— Então vamos com ele. Na volta podemos chamar Petter e Lole para ficarem conosco e fazemos alguma coisa. - Ele mal conseguia conter o sorriso no rosto e eu só podia fazer o mesmo.
— Você que manda. Imagino que queira um tempo como humana, não é? – Assenti. – Tem comida para você na cozinha, fique à vontade. Vou organizar os cavalos e deixá-los por perto. – Disse ele, piscando para mim antes de deixar o quarto. Eu não sabia que poderia sentir tanta energia circular por meu corpo, mas tinha certeza que só ele era capaz de me deixar assim.

                                               (Pov Jasper)
    Passei a noite ao lado de Bella trabalhando para superar o dia anterior. Foi mais mágico do que das outras vezes ouvi-la chamar por meu nome em seu sono. Era tão nítido e tão intenso que por várias vezes pensei que ela havia acordado. Naquela noite ela não chamou por mais ninguém além de mim e eu me permiti sentir um pouquinho presunçoso. Eu havia dado muito para ela pensar e agora era esperar para ver qual seria a sua decisão. Eu não precisava estragar a viagem com drama desnecessário, pelo contrário, eu queria que ela conhecesse e aproveitasse o meu lugar favorito no mundo. Claro que isso se tornara subjetivo já que o meu lugar favorito agora seria onde ela estivesse.
    A manhã começou inusitada, mas logo Bella captou o meu estado de espírito e se envolveu nele, tão animada quanto eu.
Corri para o estábulo, me demorando propositalmente para arrumar os cavalos. Conseguia ouvir seus passos pela casa, a escova em seu cabelo e o suco sendo despejado no copo; isso só me deixava mais ansioso.
Assim que arrumei tudo, levei os cavalos para perto da entrada e, para minha surpresa, ela já me esperava encostada na porta. Bella vestia uma calça jeans justa e uma blusa lilás – parecida com a verde de ontem – junto com o conjunto de bota e chapéu. Dolorosamente linda.
— Achei que não havia gostado do estilo. – Eu disse, sorrindo. Ainda era estranho sentir essa vontade de sorrir o tempo todo, mas era inevitável. Não sei dizer se eu era uma nova pessoa ao seu lado ou se eu era quem deveria ter sido quando humano.
— Não é dos piores. Sei que você gosta. – Disse ela, sorrindo timidamente. Tentei ignorar o pedaço da minha mente que registrou o fato de que ela estava tentando me impressionar.
— Pretende nadar com isso? – Ela riu, puxando um pouco a gola da camisa, mostrando que por baixo usava um biquíni. Oh, eu mal podia esperar para vê-la usando apenas isso novamente. – Quer ajuda para subir em seu cavalo? – Perguntei, educadamente. Ela olhou pensativa para mim e para o cavalo, mordendo o lábio inferior. A memória de nosso beijo passou em minha mente e eu sacudi a cabeça discretamente, tentando afasta-la.
— Na verdade, eu pensei se não poderíamos... dividir.
— Dividir?
— É. O cavalo. Eu apenas como passageira, não condutora. – Pensei por um momento e tentei visualizar a cena. Perfeito.
— É claro. Venha. – Peguei sua mão, ajudando-a a subir em Niklaus. Montei em seguida, colocando um braço protetoramente em sua cintura. – Segure-se igual da outra vez, ok? Iremos um pouco mais rápido, mas não sinta medo. Não te deixarei cair.
— Confio em você. – Disse ela, decidida. Suas emoções só emanavam contentamento e excitação, então deveria ser verdade. Ainda era estranho ouvir isso também.  
       O caminho foi mais difícil do que eu imaginei. Ter Bella ali tão perto, com seu corpo se movimentando junto com o meu, era torturante. Estava começando a me preocupar se ela iria sentir em suas costas o quanto eu a queria.
— Chegamos! – Anunciei, descendo do cavalo e a trazendo comigo. Sua expressão ainda era tranquila, então talvez ela não tivesse notado nada. Inocente.
— Nossa... aqui é lindo, Jas! – Disse ela, olhando em volta. O sol estava brilhando forte em cima de nossas cabeças e água da cachoeira estava cristalina. Era realmente um visual estonteante.
Paramos perto da margem, onde a água não nos alcançava. Retirei as minhas roupas, ficando apenas de short. Antes que eu pudesse me recuperar de nossa aproximação, Bella começou a se despir também, revelando o biquíni; era o mesmo que ela usara para mergulharmos do penhasco.
— Pronta? – Perguntei, virando-me de costas. Eu precisava me controlar ou aquilo ficaria muito embaraçoso.
— Sempre. – Disse ela, caminhando até o meu lado. Entrei na água primeiro e estiquei a mão, ajudando-a a deslizar pelas pedras.
— Tudo bem? – Perguntei. Ela assentiu, estremecendo enquanto seu corpo se acostumava com a temperatura. Respirei fundo, aproveitando cada segundo daquele momento em que eu era apenas um simples e humano garoto do Texas.
    Nadamos por algum tempo em silêncio. Nós não sentíamos necessidade de preencher cada segundo com conversa desnecessária; nossos olhares fixos bastavam.
Era engraçado ver que Bella não tinha a mínima noção do quanto era bonita. Ela sempre se escondia atrás de pilhas de roupas largas, sempre de cabeça baixa e evitando chamar atenção, mas a mulher que nadava animadamente na minha frente não era assim. Ela não sentia vontade de se esconder e, mesmo sem querer, esbanjava beleza em cada leve movimento que fazia.
— O que você está olhando? – Ela perguntou, desconfiada. Não havia percebido que eu parara de nadar e a encarava sem disfarçar.
— Admirando a vista. – Respondi, sincero. Ela deu uma risadinha e bateu com a palma da mão na superfície, jogando água em meu rosto. Em milésimos de segundo eu estava envolvendo-a em meus braços, prendendo-a como ferro.
— Quero ver você jogar água em mim sem poder usar os braços. – Ela riu enquanto se debatia, mas era inútil.
— Não é justo. – Disse ela, fazendo biquinho.
— A vida não é justa. – Murmurei, soltando-a devagar. Seus braços subiram, envolvendo meu pescoço. Eu não iria conseguir me controlar assim. – Bella...
— Shhhh. – Ela pediu, enquanto encaixava a cabeça em minha clavícula. A abracei de volta, o mais apertado que sua fragilidade permitia. Suas emoções estavam confusas como sempre, mas o desejo estava ali. Segurei seu queixo e puxei seu rosto para cima, encaixando nossos lábios delicadamente.
— Jas, por favor... – Ela murmurou, ainda em minha boca. – O Edward... – Assim que ouvi o nome dele, a soltei abruptamente.
— É sério que você está pensando nele enquanto eu te beijo?! – Gritei, saindo da água.
— Não! Quer dizer, não desse jeito. É que... ele não merece isso. – Disse ela, caminhando desajeitadamente atrás de mim. – Por favor... – Saltei na árvore mais próxima, escalando até o topo. Ainda conseguia senti-la, mas a brisa me ajudou a clarear a mente. O pior de tudo é que ela tinha razão; Edward não merecia isso. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Música Tema: https://www.youtube.com/watch?v=uxRZCXLhvHc (Ariana Grande - Touch It)

Sim, a vida não é justa e esse não será um amor fácil. Mas os melhores não são, não é mesmo? Hahahahahaha

Espero que tenham gostado! Não esqueçam do famigerado feedback e até o próximo. Estou tentando ao máximo postar rápido.
Beijos! ❤