Heart By Heart escrita por Lizzie Fyts


Capítulo 1
Promessa


Notas iniciais do capítulo

***IMPORTANTE***

PLÁGIO É CRIME!

1) A história se mantém a mesma da obra original até o dia do aniversário da Bella. Ela começa na manhã seguinte ao evento.
2) Os capítulos são divididos pelos pontos de vista de Bella e de Jasper, intercalados. A ideia é que vocês consigam ter os dois lados dos acontecimentos e consigam visualizar ainda melhor a história.
3) Todo capítulo terá uma música ‘tema’ (com exceção desse), digamos assim, e ela sempre terá a ver com o assunto/momento da história. O link dela estará nas notas finais e é uma experiência interessante.

De resto, espero que gostem e que aproveitem. Eu me dediquei muito para escrever algo bom e que transmitisse uma possibilidade diferente para nossos amados personagens. Eu amo Jasper/Alice e Edward/Bella, mas gostaria que vocês percebessem pelos meus olhos que, talvez, tudo o que Jasper precisava eram de coisas que Bella seria a única capaz de dar.
Boa leitura.



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                           (Pov Bella)

    A claridade entrava pela janela do quarto, me obrigando a acordar. Me remexi de má vontade, tentando cobrir meus olhos com o travesseiro, mas algo me impediu. Xinguei baixo ao sentir uma dor aguda vindo do meu antebraço e percebi que meus pontos haviam agarrado nos fiapos do cobertor. Cuidadosamente fui desenganchando os nós e me estiquei, encarando minha enorme ferida ainda manchada de sangue. Levantei e fui até ao banheiro, me olhando no espelho, tentando evitar – inutilmente - lembrar da noite anterior.
“Eu peguei o pequeno pacote, rolando meus olhos pra Edward enquanto colocava meu dedo na boda do papel e o puxava por baixo da fita.
— Droga. - Eu murmurei quando o papel cortou meu dedo; eu o puxei para examinar o estrago. Uma pequena gota de sangue saia do pequeno corte. Depois disso tudo aconteceu muito rápido.
— Não! - Edward rugiu. Ele se jogou por cima de mim, me jogando por cima da mesa. Ela caiu, assim como eu, derrubando o bolo, os presentes, as flores e os pratos. Tudo caiu numa bagunça de cristais quebrados. Jasper se chocou contra Edward, e o som pareceu com o de um deslizamento de pedras. Houve outro barulho, um terrível rosnado que parecia ter saído de dentro do peito de Jasper. Jasper tentou passar por Edward, mostrando seus dentes a apenas alguns centímetros do rosto de Edward. Emmett pegou Jasper por trás no outro segundo, prendendo ele no seu volumoso aperto de aço, mas Jasper lutou com ele, seus olhos, selvagens, vazios, só se focavam em mim. Depois do choque só ficou a dor. Eu caí no chão ao lado do piano, com meus braços jogados para trás instintivamente para aparar a minha queda, jogando-os nos cacos de vidro quebrado. Só agora eu sentia a dor queimando, pulsante, que corria desde o meu pulso até a dobra do meu cotovelo. Confusa e desorientada, eu olhei para cima por causa do sangue pulsante que saía do meu braço - e olhei para os olhos de seis vampiros repentinamente vorazes.”
Sacudi a cabeça numa tentativa idiota de afastar a cena. O olhar de Jasper havia me causado pesadelos por toda a noite, mas não pude deixar de sentir pena dele. Ele odiava ser daquele jeito, tão diferente de seus irmãos, e sempre fora o mais solitário dos Cullen; a preocupação da família. Apesar disso tudo, ele era extremamente educado, charmoso e misterioso. 
    Cheguei ao estacionamento da Forks High School e me permiti ficar um pouco mais dentro do carro usufruindo do calor.
Edward reagiu muito friamente a noite anterior e aquilo estava me deixando desconfortável. Eu não queria que sua obsessão por minha segurança atrapalhasse o nosso namoro.
O relógio apontava uma hora além da que eu esperava e notei que a aula já começara. Olhei em volta e nenhum carro dos Cullen estavam por ali. Eu sabia que tinha pouco tempo antes de Alice descobrir, então acelerei minha idosa caminhonete ao máximo que pude e peguei a estrada em direção a casa deles.
   Antes de estacionar, pude ver Edward sentado na escadaria da frente da grande casa e isso inundou o meu coração em alívio. Caminhei até ele me controlando para não correr e para não tropeçar nos meus próprios pés. Me joguei em seus braços, que me acolheram instantaneamente.
— O que faz aqui? – Perguntou Edward. Sua voz era dura, diferente da voz aveludada que ele geralmente tinha.
— Matando aula para namorar como qualquer adolescente. Experiências humanas, lembra? – Eu disse, tentando soar engraçada, mas sua expressão não relaxou. Levantei do seu colo, me sentando ao seu lado. – O que foi, Edward? – Ele relutou, mas virou-se para me olhar.
— Isso não é certo, Bella.
— É só um dia de aula, Edward. Eu nunca falto, não vai ter problema.
— Não! – Berrou ele, se levantando numa velocidade inumana e parando alguns metros distantes de mim. O seu não havia me feito estremecer; ele nunca havia gritado comigo antes.  – Eu não estou falando disso. Como pode ter coragem, ou melhor, tamanha insanidade para voltar aqui depois do que aconteceu ontem? Você não tem o mínimo de amor pela sua vida? – Edward andava furiosamente de um lado para o outro enquanto falava, gesticulando. Eu me encolhi no degrau da escada, abraçando os meus joelhos. – Acho que o melhor é irmos embora. Eu não posso ficar... não posso, você sempre acaba se machucando. – Ele continuou falando, sem olhar para mim. Meu coração batia aos solavancos em meu peito, eu sentia o ar passando com dificuldade em minha garganta e minha visão ficou turva.
— Vo-você está terminando comigo? – Murmurei, entre soluços. Ele me olhou e se aproximou, limpando as lágrimas que caiam.
— Eu acho que seria o melhor para você, Bella. Não posso abandonar minha família e não posso te privar de viver de forma saudável. – Eu não conseguia acreditar nas palavras que estava ouvindo. A dor era tão ruim quanto cortar todo o braço em meio ao vidro.

                                   (Pov Jasper)

    Eu era ótimo em controlar as emoções alheias, mas quando se tratavam das minhas, eu era tão ruim quanto no autocontrole. Após o pequeno quase assassinato, eu não suportava olhar para a minha família ou para minha esposa. Todos foram muito compreensivos, mas eu não queria a pena de ninguém. Passei a madrugada vagando pela floresta, relembrando do rosto apavorado de Bella. Eu não era seu amigo – tinha ordens para não me aproximar -, mas graças a falta de assunto do Edward sabia muita coisa sobre ela e isso dava a estranha sensação de que ela era alguém para... me importar. Quando tivemos que protege-la de James, eu realmente me senti preocupado.
“Aguardava Alice encostado na Mercedes, quando o olhar de Bella cruzou com o meu. Seus olhos estavam imensos e eu conseguia sentir sua autoestima no chão. Ela não se considerava digna de tamanha proteção.
— Sabe que está enganada. – Murmurei, automaticamente.
— O que? – Ela perguntou, franzindo o cenho.
— Posso sentir o que você está sentindo agora... e você vale tudo isso. – As palavras pularam para fora da minha boca e só depois me dei conta do que havia falado.
— Não valho. – Ela sussurrou, desviando dos meus olhos. – Se alguma coisa acontecer a eles, terá sido em vão.
— Está enganada. – Eu disse, forçando um sorriso. Isso havia sido estranhamente intenso e... sincero.”

“ Alice e eu paramos em um hotel em Phoenix, com Bella. Estávamos na sala e minha esposa recebia uma visão, enquanto a companheira de meu irmão surtava.
— Bella, você não tem nada com o que se preocupar. Você está completamente segura aqui. – Eu disse, tentando acalma-la. Nem o meu poder estava sendo suficiente naquele momento.
— Eu sei disso.
— Então porque você está assustada?
— Você ouviu o que Laurent disse. Ele disse que James era letal. E se alguma coisa der errado, e eles se separarem? E se alguma coisa acontecer com algum deles, Carlisle, Emmett... Edward... E se a fêmea machucar Esme... Como eu poderia viver comigo mesma sabendo que é minha culpa? Nenhum de vocês devia estar se arriscando por mim. – Seu tom de voz havia aumentado e beirava pânico. Ela realmente estava preocupada com todos nós, ao invés de se preocupar com sua vida que, até então, era o motivo de cobiça de outro vampiro. Ela era humana e fraca, nós não. Será que ela não conseguia perceber?
— Bella, Bella, pare. – Interrompi, fechando os punhos e segurando a vontade de avançar até ela e tocar-lhe o rosto. - Você está se preocupando com as coisas erradas, Bella. Confie em mim, nenhum de nós corre risco. Você já tem coisas demais com as quais se estressar; não adicione isso tudo a preocupações desnecessárias. Me ouça! – Ordenei, quando ela abaixou a cabeça. Seu olhar voltou timidamente para o meu e ela estava com os olhos marejados, envergonhada e corada. Aquilo não ardeu minha garganta como deveria, mas apertou o meu coração. - Nossa família é forte. Nosso único medo é perder você. – Senti a cabeça de Alice virar em minha direção no mesmo instante que proferi as palavras e conseguia perceber a confusão no meio de seus sentimentos. Bella suspirou pesadamente e assentiu. O que havia sido aquilo? Falei por minha família, sim, mas... eu também possuía aquele medo? Tentei pensar em James conseguindo o que queria e um leve tremor passou por mim; sim, inexplicavelmente eu também sentia medo de perde-la.”

Sacudi a cabeça, tentando afastar as lembranças de alguns meses atrás. De fato, eu me importava com Bella. O jeito que ela me olhou era de partir o coração; tão pequena, tão indefesa. Analisando-a daquele jeito eu conseguia entender o desespero de Edward para mantê-la segura. Ela era um imã para perigos, um letreiro enorme para a morte.
   Algumas horas já haviam se passado desde que o dia clareou, então resolvi voltar para a casa. Alice me confortaria e aquilo, brevemente, seria esquecido.
— Vo-você está terminando comigo? – Ouvi a voz falhada de Bella ao me aproximar da casa. Ela não deveria estar na aula? E ela... estava chorando?
— Eu acho que seria o melhor para você, Bella. Não posso abandonar minha família e não posso te privar de viver sadiamente. – A voz de Edward também era pura dor. Abri meu poder para sentir o que estava acontecendo e me arrependi automaticamente; a dor de Bella me atingiu em cheio, fazendo-me tropeçar. Edward percebeu minha aproximação e um rosnado explodiu em seu peito enquanto ele se agachava protetoramente na frente de Bella. Sai de trás das árvores com as mãos levantadas em sinal de paz. Eu havia caçado e estava sob controle. Edward, eu estou bem. Percebi que Bella me olhava com a mesma expressão de ontem à noite.
— Bella, não vou te machucar, eu prometo. – Eu disse, sem realmente saber se conseguiria cumprir aquela promessa. Inspirei fundo e seu cheiro foi como um soco no estômago, fazendo minha boca salivar, mas nenhuma ponta de falta de controle. Bom, naquele momento eu não a machucaria. Edward explodiu em outro rosnado. Maldito poder de ler mentes.
— Edward, está tudo bem. Ele não vai me machucar. – Disse Bella, se levantando e contornando-o. Estiquei meu poder até ela novamente e percebi que seu medo havia ido embora. Ela realmente acreditava em mim? – Jasper? Eu queria pedir desculpas por ontem.
— O que? – Perguntei, atônito.
— Você sabe... – Ela pausou, mordendo o lábio inferior. – Ter me cortado com um estúpido pedaço de papel, depois quase ter perdido o braço no meio do vidro. Essas coisas bem típicas minhas. – Ela sorria levemente, mas eu sentia o embaraço emanando de seu corpo, junto com o calor do seu sangue. Foco, Jasper.
— Você está me pedindo desculpas por eu ter tentado te matar? – Chequei para ver se eu não havia entendido errado.
— Acho que isso soa meio estranho, mas sim. Foi minha culpa, não sua. É apenas a sua natureza. – Ele tinha razão; Bella era inacreditavelmente altruísta. Maluca também.
— Você entende meu desespero agora? – Perguntou Edward, parecendo um pouco mais relaxado. Com certeza.
— Acho que vocês estavam tendo uma conversa pessoal, eu não queria atrapalhar.
— Jasper! – Disse Bella, pulando até mim e segurando meu pulso. Deuses! Eu tentei matá-la noite passada, como ela consegue acreditar na minha palavra e agir normalmente? Não conseguia sentir nenhum medo vindo dela, apenas... esperança. – Edward quer me deixar porque ele acha que você ainda vai me matar. Por favor, diga a ele que não é verdade. – Implorou ela. Seus enormes olhos marrom-chocolate me fitavam, me deixando pouco à vontade. Olhei para Edward esperando alguma coisa, mas ele encarava firmemente o chão.
— Bella, eu não posso me meter no relacionamento de vocês. – Eu disse, tentando inalar cuidadosamente o ar estando tão perto dela.
— Aparentemente você se tornou o nosso problema, Jasper. Por favor, diz que você não vai me matar. – A pressão de seu aperto mudou um pouco; ela deveria estar fazendo muita força, como se quisesse – e fosse possível – me manter ali. Eu sempre acabava sendo um problema e odeio isso. Eu poderia dizer que não a machucaria, é claro, mas não sabia se seria verdade.
— Não, Jasper. Não posso viver com essa incerteza. – Respondeu Edward. Olhei de volta para Bella e uma lágrima silenciosa escorria por seu rosto.
Eu não era mais um monstro, poderia me controlar. Não posso ser egoísta ao ponto de privar meu irmão de ter seu grande amor, apesar de que facilitaria muito as coisas se ele parasse com essa merda de “experiências humanas” e a transformasse logo.
— Edward, eu não vou machuca-la. – Eu disse, para que Bella pudesse entender além da conversa mental. – Eu vou me esforçar, eu prometo. Ninguém precisa ir embora. – E ao terminar as palavras, Bella se esticou e me abraçou. Segurei minha respiração e passei levemente um braço por suas costas. Cinco segundos se passaram e ela me soltou, correndo para Edward, que a beijou.
— Obrigado. – Ele sussurrou sem que Bella ouvisse. Me limitei a forçar um sorriso, entrando em casa. Eu não estava acostumado a fazer o papel de bom moço, mas era interessante de vez em quando. Olhei pela janela e pude sentir a felicidade de Bella explodindo no ar, me fazendo ficar feliz involuntariamente.
— Estou orgulhosa de você! Estava observando suas decisões e fico feliz que você tenha decidido o certo. – Vibrou Alice, pulando em minhas costas. Que bacana, o meliante da família não destruiu um casal apaixonado ou a vida de um deles. Estava começando a ficar cansado dessa desconfiança, mas agora eu havia dado motivo e só tinha a piorar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Olá novamente.
Achei mais interessante não deixar Edward ir embora, como li em outras histórias. Seria muito mais fácil, entendem? Ele tem que ficar e lidar com tudo.
Eu achei que recitar partes do livro original traria mais realidade para a fic, pois aqueles diálogos das lembranças de Jasper foram retirados de lá.

O que acharam? Lembrando que o feedback é o maior incentivo do escritor, principalmente no começo de uma nova história, então não deixem de comentar. Eu preciso saber se estou agradando para continuar escrevendo. Qualquer dúvida é só deixar aqui que também responderei com o maior carinho. Obrigada e até o próximo capítulo. ♥



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