Over Game escrita por Kang SoRa


Capítulo 8
Uma Quarta de Manhã


Notas iniciais do capítulo

Devido ao peso na consciência de ter ficado tanto tempo sem postar, estou disponibilizando outro capítulo hoje.

Além disso, lembrei que tenho esquecido de acrescentar um glossário, algo fundamental para a compreensão de alguns diálogos dessa história.
Sendo assim, agora, haverá um ao final da história (nas notas finais) .

Boa leitura.



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Entro no elevador. Ou melhor, entro no elevador DE NOVO. Estou com a cara fechada, um misto de cansaço e tédio. Mas o que se esperar depois de lidar com uma situação dessas? Estou quase caindo de sono depois de um dia bem ativo com direito a perseguição e tudo mais.

Ao contrário de como muitos ficariam numa situação como essa, não estou clamando pelo capeta, explodindo de raiva, tacando o foda-se ou algo assim. Estou sendo -mesmo que indiretamente- obrigada a manter um relacionamento amoroso com um idol-olho-puxado qualquer e estou totalmente normal. Com isso, quero dizer entediada, já que esse é o meu normal.

Ao me posicionar no canto do cubículo, olho para o chão, evitando olhar para as outras pessoas que entram. Devido ao extremo cansaço, encosto, ainda, a cabeça no metal frio, puxando o capuz mais para baixo para cobrir os olhos, que vão se fechando…

—O que você está fazendo?

A voz não é alta, mas devido a proximidade aos meus tímpanos, faz com que eu dê um pulo como um gato acuado e termine o movimento numa posição de defesa de uma luta qualquer, com os braços esticados frente ao corpo e os olhos arregalados.

—Você é realmente estranha, né? -diz Hongbin.

Continuo encarando-o com olhos grandes, ainda assustados, e o coração batendo forte no peito.

As portas abrem-se e eu volto a mim, saindo o mais rápido possível.

Filhodaputadocaraítomanoolhocú…

—Aonde está indo?

Lanço-lhe um olhar de extremo desgosto, chegando a alcançar o desprezo.

—Do que te importa saber aonde eu vou? -digo, complementando o olhar.

—Ok, ok. Já entendi. -ele parece me olhar como se eu fosse louca. Mas o que eu posso fazer se fui obrigada a ficar com a bunda colada numa cadeira, falando, ou melhor, ouvindo uma longa discussão totalmente desinteressante acerca de algo menos interessante ainda e que tomou o meu domingo INTEIRO? NADA. É isso que posso fazer. Absolutamente PORRA NENHUMA.

Um silêncio se instaura, enquanto saimos do prédio lado a lado. Ao alcançar a porta, olhamos um para o outro, como se nos medíssemos, o que rapidamente vira um olhar de nojo. Assim, viramo-nos para o outro lado, andando em direções opostas como se nada tivesse acontecido.

 

 

 

Triii! Triii! Triii!

Ah, vai… mais cinco minutos…

Triii! Triii! Triii!

Na moral, só mais cinco…

Triii! Triii! Triii!

—CINCO MINUTOS, PORRA!!!

Sentada na cama, olho ao redor do meu quarto vazio, evitando me sentir uma total idiota. E esse foi mais um tutorial de como iniciar MUITO BEM mais um dia. Nos vemos semana que vem aqui no A FODA VIDA DE ANA MORALES.

Alguém me mata.

Levanto da cama e começo a colocar o uniforme calmamente, apesar de faltar 15 minutos para a aula começar. Vou ao banheiro, jogo uma água na cara, tento melhorar o estado do meu cabelo de acabei- de-levar-um-choque para levei-um-choque-a-10-minutos. Isso é que eu chamo de evolução.

Passando pela cozinha, pego uma singela maçã e sigo para a entrada, onde coloco meu sapato, enquanto tranco a porta. Tudo isso em menos de cinco minutos.

Dentro do elevador, confiro as aulas que tenho no dia, já pensando na desculpa que darei aos professores por não ter feito qualquer porra que eles tenham pedido. Aliás, essa é a única coisa, relacionada a escola, que faço fora dela. Um verdadeiro exemplo de estudante.

No hall, passo reto pelo porteiro que nem me cumprimenta, já que sabe que, caso o fizesse, seria friamente ignorado. Nesse momento, sinto meu celular vibrar. Olho para o número desconhecido e atendo.

—Alô? -estou com uma voz grossa, não de quem acabou de acordar, mas de alguém que não queria estar fazendo isso.

—Estou na frente do seu prédio. -uma voz fala.

—Quê? -pergunto, na verdade, sem o menor interesse. Caralho, bixo. Hoje é uma quarta-feira de manhã. Tem um dia mais merda que esse? -Quem é você?

—Quem você acha? -só pela grosseria dá para ver que a pessoa do outro lado da linha tem total consciência do fato de ser uma  quarta de manhã.

Ignorando a pergunta, passo pela porta do prédio, prestes iniciar a caminhada-barra-corrida que faço todas as manhãs para a escola sempre nos sete minutos que sobram, até que a voz misteriosa no telefone resolve se pronunciar:

—PERA, ISSO É UM UNIFORME?!

 

 

 

—Não acredito nisso, hyung! Como assim ela é uma colegial?! -grita o imbecil ao meu lado ao telefone.

Olho para o relógio no painel do carro -cujo modelo desconheço, mas deve ser um desses fodões por aí- faltam dois minutos para a minha aula começar e cá estou eu, presa a esse acento de couro ou seja lá que merda é essa.

—Dá para andar aí? -falo para Hongbin.

Ele me lança um olhar, mas, fora isso, sou totalmente ignorada.

—Ok, hyung. Eu sei, eu sei. Mas...

—É sério, cara. Vou chegar atrasada…

—Pera aí, hyung. -ele se vira para mim- Dá para calar a porra da boca?!

Oi? Como assim? Ele me vê saindo do meu prédio de manhã, fica todo revoltadinho e me manda entrar no carro dele que está estacionado bem em frente, por um motivo desconhecido, para simplesmente ficar berrando com alguém ao telefone, achando que sou obrigada a ouvir seu pseudo-surto-de-TPM?

—VAI SE FODER!

Abro a porta e saio andando em direção ao prédio. Não dá mais para chegar à escola sem estar atrasada e, para mim, antes faltar do que ter que ficar ajoelhada com os braços apontados para o céu como se estivesse participando de um culto, quando, na verdade, só está sendo humilhado por um funcionário qualquer, cujo feitiche é dar uma de sádico para uns pivetes com um terço de sua idade ás sete da manhã de todo o (não) santo dia.

Chegando ao meu quarto, jogo-me na cama e dou uma mordida na maçã, até então inteira na minha mão, enquanto fecho os olhos e respiro fundo, tentando me acalmar.

 

 

 

—WHERE’S THE TRUTTTTHHHHH, I’M TRYNG TO FIND MY… I’M TRYNG TO FIND MY WAY… I DON’T NEED YOOOOOOU, SOMETIMES I’M…

Toque. Saio da cozinha e agarro o celular que quase cai do sofá.

—ALÔ?!

—...

—OI?!

NOONA, ABAIXA ESSA MÚSICA!

Desligo a música e volto ao telefone.

—Oi, Davi!!! Como você está? Bem?

—Sim, eu estou. Estou ligando para saber se você virá ao aniversário da mamãe nesse final de semana.

—Haha, você me ligou para isso? A resposta já não é meio óbvia não?

—Lembre-se de que ela está se aguentando com as coisas que você tem feito… ela nem falou nada quando você faltou aula duas semanas atrás…

—Já disse que a culpa não foi minha! Foi aquele imbecil, filho da…

—Ok, noona, só estou falando. Pense bem sobre isso. Lembre-se que todas as suas ações estão sendo friamente calculadas por ela. Além disso…

—Que é?

—O vovô estará aqui.

Silêncio.

—PUTA QUE PARIU!

—Exatamente. Direi que você virá, ok? Depois dessa, é impossível que não tenha mudado sua opinião.

—Ok, ok. Estarei aí.

Toque.

—Então, preciso ir. O porteiro resolveu me incomodar agora.

—Tchau, noona.

—Tchau.

Atendo ao interfone que continua a tocar.

—Que foi agora?! -pergunto grosseiramente.

—Desculpa incomodá-la, ahgassi –é notável o sarcasmo do porteiro- mas tem um cara aqui querendo falar com você…

—Tá, tá. -já ia mandar à merda, mas pensei na possibilidade de ser o diretor. Então, melhor prevenir que remediar, certo?- Manda subir.

Assim, dou uma arrumada de dois minutos no lugar que está uma bagunça. Dizer que um tornado passou por aqui é muito, mas muito eufemismo. Isso aqui está parecendo… cara, nem sei dizer. Só tenha em mente o quão péssima está a situação.

Toque.

Dirijo-me à campainha, já massageando os ouvidos por esperar ouvir aqueles berros. Abro a porta e… tcharam!

Espremo os olhos.

Era muito óbvio que seria ele.


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Notas finais do capítulo

Hyung- Irmão mais velho ou amigo mais velho (para homens).
Noona- irmã mais velha ou amiga mais velha (para homens).
Ahgassi- senhorita

Reconheço que esse capítulo ficou meio pobre. Desculpa.
Até algum dia~
(Hehehe)



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