Over Game escrita por Kang SoRa


Capítulo 6
Level 2: Subindo na Dungeon


Notas iniciais do capítulo

Hi~
Boa leitura.
:)



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—Aish! -exclama Hongbin, enquanto se levanta- Devolva o meu celular!

—Hããã… não? -dou-lhe um sorriso.

Seu telefone começa a tocar novamente. Eu o atendo.

—Alô? -ele me lança um olhar incrédulo.

—Alô… ? -diz uma voz feminina. Segue-se uma grande pausa- ... o…. o Hongbin está por perto?

—Desculpe, mas o Hongbin está ocupado no momento. -Ele levanta uma das sobrancelhas.

—Ah… ok. -percebo que a pessoa parece não consegue esconder sua felicidade do outro lado da linha- Por favor, diga-lhe que sua mãe ligou… -pausa- com quem falo mesmo?

—Ah, eu sou uma amiga dele. -Hongbin se levanta num súbito movimento- Não se preocupe. Certificarei-me de avisá-lo. Tchau, ommoni.

—Tchau, querida. -desligo e guardo o celular no bolso.

Hongbin fica me encarando uns cinco minutos, tempo o suficiente para eu pegar o meu celular recentemente recuperado e começar a jogar novamente.

—Dá para parar de me olhar? Seus olhos já fizeram um buraco um mim. -falo.

Silêncio.

—Não me diga... que quem acabou de ligar... foi a minha mãe... -diz, lentamente.

—Sim, foi ela. -respondo, enquanto jogo.

—Não me diga… que você... atendeu...

—Sim, eu atendi.

—Não me diga… que você… chamou a minha mãe... de “ommoni”...

—Sim, eu a chamei.

Silêncio.

—VOCÊ TEM DEMÊNCIA, GAROTA?

Tomo um susto que faz com que perca o jogo.

—PORRA! QUE QUE FOI?!

Ele me lança contra a parede, fazendo com que meu celular caia -ai, meu coração- pela segunda vez no dia.

—VOCÊ… ! SABE O QUE ELA DEVE ESTAR PENSANDO?!

—POR QUE EU ME IMPORTARIA?! -grito de volta.

—CADÊ MEU TELEFONE?!

Espremo-me mais contra a parede de forma a dificultar o acesso do aparelho que se encontra no bolso traseiro de minha calça. Hongbin repara.

—ME DÁ MEU CELULAR! -grita, apertando seu corpo contra o meu e colocando as mãos na minha bunda.

—WOU, WOU, WOU! ONDE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ COLOCANDO AS MÃOS?! -berro para ele.

—AH, PARA DE FALAR COMO SE ISSO TIVESSE OUTRO SIGNIFICADO! -grita na minha cara, olhando para os meus olhos- DEVOLVA. MEU. CELULAR.

Nossos rostos estão próximos. Ficamos olhando firmemente um para o outro, como se estivéssemos travando uma batalha.

—Uh-uhn! -ouço um pigarreio. Travamos- Ehhh…

Olhamos para a pessoa. Aparentemente, trata-se de um funcionário. Ele nos lança um olhar ao mesmo tempo sem-graça e preocupado, enquanto faz força para prender a porta atrás de si, que é socada incessavelmente.

—MOSTRA A CARA, VADIA!

—PUTA DO CARALHO! NÃO QUER BATER DE FRENTE, NÃO?! ESTÁ COM MEDINHO?

Olho para o funcionário novamente.

—Ehhh… então, acho que vocês deveriam correr.

Só aí é que percebemos que ainda estamos grudados junto a parede com mãos dele no meu traseiro. Jogo o seu corpo para trás e começo a subir as escadas que só agora reparei existirem no lugar.

 

 

—Não acredito nisso! -fala Hongbin, enquanto eu, uns dez degraus abaixo, esforço-me para subir mais um- Só estamos subindo há uns cinco minutos e você já está cansada?!

—...

—Estou falando com você!

Ah, vai se foder. Não foi você que teve de atravessar a rua correndo de um bando de fans adoidados que adorariam o seu corpo servido numa mesa com uma maçazinha gourmet na boca.

Ele fica me observando subir mais um andar com muita luta. Barulho de porta se abrindo. Olhamos para baixo e vemos umas cinco meninas no andar de baixo. Elas olham para baixo e, depois para cima, quando finalmente nos encontram.

—HONGBIN OPPA!

—VIEMOS TE SALVAR!

Elas começam a subir as escadas correndo.

Fudeu.

Hongbin desce os degraus que nos dividem e me pega no colo.

—Espero nunca mais ter de fazer isso de novo. -fala e retoma a subida num ritmo rápido.

Não falo nada. Por que reclamaria? Dessa forma, não preciso fazer esforço algum.

Quando chegamos ao sexto andar, Hongbin para e tira um cartão do bolso, o mesmo que coloca na porta, fazendo com que ela abra. Entramos num corredor bem comum, pegando o lado direito. Após algumas portas, entramos em uma que dava para uma sala escura e cheia de espelhos. Uma sala de dança, talvez?

—Acho que você já pode me soltar. -falo para o cara, que me larga assim que repara que ainda estou em seus braços.

—Vai se fuder. -falo do chão.

—É assim que você expressa a sua gratidão pela pessoa que acabou de te salvar? -diz, enquanto me olha levantando.

—Cadê o resto das pessoas? -Ignoro-o, procurando mais alguém na escuridão. Acendo a luz.

—Você está doida?! -sussurra- deixe as luzes apagadas e fale baixo.

—Como assim? Essas sasaengs não tem como entrar aqui. Não presisamos usar aquele cartão? -sussurro de volta.

—Não duvido nada de que elas já tenham arrumado um.

—Tá, né. Mas, então, você não me respondeu. Cadê o pessoal?

—...

—O povo da reunião… as pessoas que me fizeram acordar às cinco e meia da manhã num domingo.

—Ah… você realmente acha que elas estariam aqui? Numa sala de dança?

Minha vez de ficar quieta.

—Décimo primeiro andar.

—Quê?

Ele olha para mim, irritado.

—É esse o andar que precisamos alcançar para a reunião... olha, será que dá para calar a boca um momento, enquanto eu recupero o fôlego aqui?

Ficamos um tempo em silêncio sentados no chão. Com os olhos acostumados à luz do ambiente, consigo observar melhor o cômodo da onde estou, encostada na parede. É razoavelmente grande, com uns tênis jogados num canto e o logo da empresa na parede. Reparo numa porta numa das laterais. Viro-me para ele, que se encontra, agora, deitado.

—Vem cá. Eu sabia que você era um idol e tals, mas não fazia ideia de que era tão famosinho assim.

—Que foi? Está arrependida de ter mexido comigo? -diz, lançando-me um olhar desafiador, enquanto se levanta.

—Pufff, até parece. Não sei o que você está pensando, mas não fiz nada para merecer isso não.

—Tem certeza, senhorita Morales? -pergunta, ainda sustentando o olhar- Você realmente não fez nada? Não ficou me fritando com os olhos durante todo o programa?

—Não sei do que você está falando. -minto.

—Ha, ha. Já te disseram que você parece uma criança? -fala, aproximando-se de mim.

—Já te informaram do quão irritante você consegue ser?

Hongbin parece realmente furioso. Está prestes a falar alguma coisa quanto pisa no meu celular e escorrega, caindo em cima de mim, entre as minhas pernas. Ah, cara. Não acredito nessa merda. Nossos rostos estão muito próximos. Suas mãos, na parede, firmam seu corpo, impedindo que caia em mim. Os narizes quase se tocam. Aproveito a proximidade para agarrar o seu pescoço.

—VAI SE FODER! MEU CELULAR!!! -berro alto em sua cara.

Ele fica me encarando, surpreso. Tadinho. deve estar com os tímpanos estourados. Começa a se aproximar, chegando o corpo mais para frente, enquanto inclina a cabeça.

—O que você… -começo a falar, observando sua cabeça girando quinze graus para a direita e se aproximando em câmera lenta.

Ele não vai… ? MAS NÃO VAI MESMO!

Coloco o pé em sua barriga, lançando-o o mais longe que consigo. Hongbin bate as costas contra o chão.

—Aiiii… -geme de dor- Hey! Isso doí!

—Que bom.

O telefone dele toca no meu bolso. Pego-o colocando na orelha.

—Você não vai atender de novo, vai?

Lanço-lhe meu melhor olhar de engole-a-língua.

—Alô?

—Alô, senhor Hong… -a pessoa faz uma pausa- ANA, ONDE VOCÊ SE METEU, SER IMPRESTÁVEL?! -grita o diretor nos meus ouvidos. Afasto o celular da orelha- SABE QUANTO TEMPO ESTOU TE PROCURANDO?! PORRA!!! CADÊ O HONGBIN?! PASSA PARA ELE AGORA!

Olho para Hongbin.

—É para você.

—É claro que é para mim. O celular é meu. -fala, pegando o aparelho da minha mão.

Levanto-me do chão e fico andando pela sala, lançando breves olhares a Hongbin ao telefone. Paro em frente a porta misteriosa. Resolvo abrir uma fresta, afinal, o que teria lá? Um corpo morto? Não acredito.

Um banheiro.

Entro no banheiro como um pinto no lixo, sem me aguentar de felicidade. Olho-me no espelho e vejo o meu cabelo. Nunca o vi parecer tanto algodão doce quanto agora, formando uma massa azul saindo do topo da minha cabeça. Mas que merda. Resolvo dar uma molhada, para ver se a água dá uma favorecida na situação. Abro a torneira e…

—AAAAAAAAAA!!!


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Notas finais do capítulo

Avisem-me sobre os erros de português, por favor.
Ide em paz e que G-Dragon vos acompanhe.



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