Over Game escrita por Kang SoRa


Capítulo 5
Don’t Worry BeBe


Notas iniciais do capítulo

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—Desculpe, senhorita, mas só podemos deixá-la entrar depois que se identifique. -fala o segurança, inexpressivelmente- Nome?

Na moral, como ele pode agir assim, mesmo vendo o mar de pessoas atrás de mim, quase me alcançando?

Filho da puta.

—Ana Morales. -assim que ouve o nome, começa o serviço de procurá-lo na lista. - Ahjussi, pode andar mais depressa? Estou numa situação meio complicada.

—...

Vejo a multidão se tornando maior e maior.

Oxe.

—Ahjussi?

Agora, estão entrando no hall do edifício.

OXE.

—AHJUSSI! -berro para o senhor, fazendo com que minha voz soe em todo o salão.

—Ah! Achei! -ele aponta para a direita- A senhorita pode pegar o eleva…

—Ok, ok. -Sigo correndo para o lugar indicado.

Entro num elevador qualquer até que me dou conta de que não faço a menor ideia de qual seja o andar.

Merda. Provavelmente, essa seria a informação mais útil que aquele ahjussi daria.

Apesar não saber o andar certo, seleciono um qualquer. Tudo é melhor que ficar aqui com essas sasaengs. Ao chegar ao andar, o elevador para. Uma voz invade o lugar:

—Para acessar esse andar, você precisa inserir um cartão-identificação. Caso não o tenha, por favor, retorne à entrada para maiores informações.

Não. Não. Não.

Olho para os números do elevador, decidindo qual deles deveria apertar, quando noto um pequeno cartão inserido numa região ao lado do painel. Pego-o.

POR FAVOR. JEOVÁ, TENDES PIEDADE DE MIM.

Encaixo-o novamente na entrada e… tcharam! Nada acontece. O que você esperava? Pego o cartão de novo, agora, prestes a quebrá-lo de raiva, até que percebo uma anotação nele:

[Atenção! Insira o cartão com essa parte para frente.]

Coloco-o, seguindo as instruções e a porta abre.

OBRIGADA, DEUS. OBRIGADA, COSMOS.

As portas abrem-se, revelando um corredor, aparentemente, normal. Saio do elevador, dando graças ao divino por estar saindo daquele cubículo. Olho para os dois lados e não vejo nada além de três portas e um planta falsa ao lado de uma vidraça.

Dou uma olhada através das portas e não encontro nada de relevante. Resolvo seguir o corredor pelo lado direito em busca de alguma alma viva que possa me ajudar. Continuo avançando, observando pelo vidro das portas. Estou na penúltima porta, quando encontro um grupo de pessoas numa espécie de reunião. Normalmente, eu não me colocaria numa situação dessas, mas como eu, visivelmente, não tenho outra opção, adentro o local. Tomo os olhos das cinco pessoas da sala.

—Hum… com licença… poderiam me ajudar… acho... que estou perdida... -falo pausadamente, não porque esteja sem graça ou algo do gênero, mas porque essas parecem ser as únicas pessoas nesse imenso andar. Cara, não tem como encarar isso de outra forma: estou com um cagaço de estar aqui.

—Creio que o melhor a ser feito numa situação dessas seja voltar para a recepção. -diz um dos homens, simpaticamente.

—Você sabe onde ficam os elevadores? -pergunta uma senhora. Respondo com um aceno de cabeça- é só apertar o botão azul mais embaixo. Ele te levará para o hall de entrada.

—Não se preocupe. Eu posso te ajudar, se quiser. -diz um dos homens, levantando-se. A forma como se veste faz com que se destaque entre as outras pessoas na sala. Ele se volta para o mais velho dos senhores- Ligo assim que puder para resolver o restante das pendências. -Agora, vira-se para mim- Acompanhe-me.

—Ok. -olho para os outros e dou um aceno de cabeça. Nunca me curvo. Não sou obrigada a cansar minha coluna só para que alguém fique satisfeito. Vai contra os meus princípios. Educação é uma ova.

Sigo com o carinha-simpático-com-cara-de-idol até o lugar dos elevadores, onde ele aperta o botão.

—O que você é?

—Perdão?

Ele vira para mim.

—Só estava me perguntando o que você faria aqui. Trabalha aqui? Estagiária ou algo assim?

—Só porque estou perdida numa empresa não significa, necessariamente, que seja uma estagiária. -falo meio grosseiramente. Para variar, não sei me expressar de outra forma.

—Ok. -acho que ele sentiu o veneno. Tadinho, não foi proposital.

O elevador chega vazio e entramos nele. Ele aperta o tal botão azul, bem como o descrito pela a mulher a pouco. Aproveito o momento enquanto olha o visor com os andares descendo para olhá-lo melhor.

Esse cara… já vi em algum lugar… olhar bem coreano… quem, dêmonios…?

Tenho um rápido vislumbre de uma cena que assisti num dorama. Sim, eu assisto novelas coreanas. É o que acontece quando você enjoa de ficar só nos games o tempo todo e resolve ligar a televisão para ver o que passa nos canais do outro lado do mundo. Aí, você liga a tv na hora errada, do dia errado, e encontra coisa mais viciante que droga peruana. O que fazer, agora? Você entrou na merda e nem percebeu.

Tão fundo estou mergulhada na merda que, ao olhar para aquele cara, passa na minha mente, feito um filme, uma das melhores cenas: o Louie, ou Jisung, de Shopping King Louie, e seu confronto unilateral com a lacraia. Tão épica é a memória que começo a rir, escandalosamente, enquanto aponto para o homem que está ao meu lado.

Talvez, isso tenha acontecido devido a meu dia que, apesar de só estar iniciando, já está tão bosta, e minha consciência -ou amor próprio- esteja tentando melhorá-lo. Não sei. Mas o fato é que rio tanto que o ator também começa a ter uma crise.

—HAHAHAHAHAHAHAHAHA...! -dou uma pausa para respirar e retomo a postura- … você é o Seo In Guk, né? -falo, fazendo com que ele também se recomponha.

—Sim… ? -fala, normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Olho para os lados, séria.

—Você é um bom ator. -falo como quem não quer nada.

—Obrigado.

Um grande silêncio se instala, que só é cortado pelo ruído das portas do elevador abrindo-se. Saímos.

—Obrigada por me ajudar. -digo.

—Não foi nada. Tchau.

Apesar disso, seguimos juntos para o hall, ou pretendíamos, pois, assim que se torna visível o grande salão, berros começam a se tornar audíveis, fazendo com que eu me lembre do porquê de não querer voltar para esse lugar nem a pau. Bem como as vejo, as sasaengs também não demoram para tomar consciência de minha existência. Sem nem pensar duas vezes, largo Seo In Guk -ele vai ficar bem— e saio correndo para qualquer canto, quando sou puxada por uma porta e acabo estatelada no chão.

—QUE MERDA VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! -grita uma voz masculina.

Viro-me para ver quem ousa estourar meus tímpanos.

—Porra.

—PORRA DIGO EU! -berra Hongbin- O PRÉDIO ESTÁ UMA BAGUNÇA! TODO MUNDO ESTÁ TE PROCURANDO E VOCÊ ESTÁ PASSEANDO POR AÍ?! PARECE UMA CRIANÇA! VAI ME DIZER QUE SE PERDEU?! -tiro o celular do bolso e abro o primeiro jogo que encontro- SABE A MERDA QUE ESTÁ CAUSAN… ?! -sinto os olhos dele perfurando a minha alma. Ele dá uma forte respirada- O que, dêmonios, você está fazendo?

—Jogando. -respondo, como se fosse a coisa mais simples do mundo. Meus dedos tocam a tela rapidamente.

—Claro. Claro que você está fazendo isso… -ele dá uma risadinha recheada de cinismo e, num movimento rápido, tira o aparelho das minhas mãos- agora não mais, não é mesmo?

—Vai tomar no cú, filho da puta. -ele me lança um olhar assustado- Que foi, ein? As pessoas não xingam na Coréia?!

O celular dele toca. Aproveito o momento para me jogar em cima dele e tentar pegar o meu aparelho de volta. Fail. Tendo novamente. Fail.

—Acho que isso é um “Game Over”. -ele fala, fazendo com que seja a minha vez de dar uma risada cínica.

O celular torna a tocar e eu, num movimento muito mais rápido que o dele, lanço a minha canela da parte de trás de sua perna, fazendo com que seu joelho se dobre e seu corpo se curve. Aproveito o momento para catar tanto meu celular quanto o dele, ambos caídos no chão. Após isso, chego perto dele, que se encontra estatelado no piso. Aproximo meu rosto do seu, com os narizes quase se tocando.

—Não. Você não entendeu. Eu nunca perco.


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Notas finais do capítulo

Erros de português? Por favor, ajudem-me a melhorar a qualidade das fics, ajudando a identificá-los.
Muito obrigada.



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